Arte & Guerra

By Sumshinellen

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Elizabeth é uma aspirante a artista e pretende ingressar na faculdade de artes junto com sua melhor amiga. Jo... More

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Agradecimentos

Capítulo XXV

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By Sumshinellen

Quando entramos no pequeno cômodo, Natally pareceu aliviada. Veio em nossa direção, explicando:

- Ainda bem que apareceram. Eu estava trancada e...

Julie usou a chave que Benny nos entregou e trancou a porta de novo. A expressão da megera começou a mudar, como se estivesse finalmente entendendo que armamos para ela. Vacilei por um instante, mas lembrei do presente de Jonathan que ela havia destruído.

- Olá. – Julie sorriu e pegou a outra pelos braços com força.

Natally começou a se debater, mas minha melhor amiga a imobilizou - poucas pessoas sabem, mas Julie pratica artes marciais desde pequena.

- Me solte!

Antes que a megera começasse a gritar, Julie sussurrou algo no ouvido dela (provavelmente uma ameaça) que a fez ficar calada. Para reforçar que ela deveria ficar imóvel e quieta, mostrei a tesoura para Natally, que arregalou os olhos.

- Lutar não é uma boa ideia. – alertei. – Você pode acabar se machucando.

Aproximei-me e cortei uma mecha do seu cabelo, sem a menor preocupação em deixá-lo alinhado nem nada do tipo. Ela tentou lutar mais uma vez e precisei me afastar, tirando a tesoura de perto do rosto dela.

- Eu disse para ficar parada. – reclamei.

- Por que, Elizabeth? – ela tentava se soltar. – Por quê?

Encarei a megera, sentindo meu rosto ficar quente de raiva.

- Não banque a sonsa. – rosnei. – Você é uma pessoa horrível e merece pagar pelo que fez!

Olhei para minha melhor amiga e ela pareceu entender o recado de imediato. Colocou um dos braços ao redor do pescoço de Natally, dificultando ainda mais o movimento da outra. A megera tentou, então, chutar as pernas de Julie, mas os anos de treinamento a ajudaram a controlar a situação.

Avancei e voltei a cortar o cabelo dela o mais rápido possível. As lágrimas começaram a escorrer pelas bochechas de Natally, enquanto ela tentava lutar. Depois de algum tempo, parou e começou a encarar os fios que caíam aos nossos pés, com um misto de choque e tristeza. Seth disse que o cabelo era realmente importante para ela e, pela reação dela, o garoto tinha acertado em cheio.

Coloquei as luvas e segurei as bisnagas que Seth me entregara.

- Achamos que você gostaria de uma mudança no visual. – comentei.

- Você é tão sortuda. – Julie debochou, ainda segurando a outra. – As tintas vão pegar bem mais rápido nesses lindos fios loiros, então não vamos demorar muito.

Passei o conteúdo de uma das bisnagas em partes aleatórias do cabelo dela.

- Verde como a camiseta que você cortou. – falei.

Natally permaneceu parada e já não chorava mais, era como se tivesse desistido de lutar. Lembrei do começo do ensino médio, quando ela ainda era uma das rainhas da escola e como ela balançava os lindos cabelos loiros de um lado para o outro. Perguntei-me se tinha ido longe demais, mas a dúvida logo desapareceu quando lembrei dela falando que Jonathan não voltaria para mim. Meus amigos estavam certos: ela era cruel e merecia uma lição.

Terminei a primeira bisnaga e mostrei a segunda para ela.

- Estamos quase acabando. – informei.

Enquanto eu pintava o que restou do cabelo loiro dela, Natally encarou a cor escolhida e disse, com a voz carregada de ódio:

- Azul como os olhos de Seth. Ele está envolvido nisso. – não era uma pergunta, ela estava afirmando aquilo.

Encarei minha melhor amiga, mas não falamos nada. Como Natally chegou nessa conclusão? Ela tinha razão nas duas constatações: Seth estava envolvido na vingança e o tom de azul era realmente parecido com os dos olhos dele. Será que ele pedira para Max escolher aquela cor de propósito?

- Terminamos. – informei, ignorando o comentário anterior dela.

Olhei para o estrago final. Seu cabelo estava uma bagunça de azul e verde, sem o menor padrão de onde começava uma cor e terminava a outra; o corte estava desalinhado e horrível, como se uma criança tivesse brincado de cabeleireira com Natally; seu rosto tinha manchas da tinta e seu nariz, ainda machucado, estava coberto com um curativo.

Antes de Julie soltar a garota, disse:

- Se contar isso para alguém ou tentar se vingar, vamos acabar com o resto do seu cabelo e das suas roupas.

- Ou quebrar o seu nariz de vez. – acrescentei.

Natally se aproximou e pegou no meu pulso com força. Se olhar matasse, com certeza eu teria caído morta naquele momento.

- Não se preocupem, ninguém vai saber disso. – ela falou pela primeira vez desde que a ameaçamos. – Sempre falam como eu sou uma pessoa horrível, mas olhem bem para vocês agora. Não são diferentes de mim. Na verdade, nem eu fui tão baixa de mexer com a aparência das duas.

- Destruir um presente importante para alguém é ser bem desumana, caso nunca tenham te contado. – Julie rebateu.

Natally tentou avançar na direção de Julie, que desviou sem dificuldade e apertou a ponta do nariz da megera, fazendo-a soltar um gemido de dor.

- Opa, perdão! – ironizou. – Agora saia daqui antes que eu perca a paciência.

Julie abriu a porta e esperamos a outra sair do cômodo. Ela se afastou apressada, tentando esconder o cabelo com a touca do agasalho e eu juro que consegui sentir a aura pesada dela deixar o ambiente.

Minha melhor amiga sorriu, mas não retribuí. As palavras de Natally me acertaram em cheio. Será que éramos realmente piores do que ela?

- Ela começou com isso, você apenas revidou. – Julie pareceu ler meus pensamentos.

Não respondi, então ela acrescentou:

- Diferente da sua camiseta, o cabelo dela vai crescer de novo.

Concordei com a cabeça, tentando acreditar nas palavras de Julie. De qualquer maneira, já estava feito e não tinha mais como mudar isso.

- Eu só espero que essa guerrinha acabe agora. – comentei.

Ela se aproximou e tocou meu rosto, de maneira acolhedora.

- Você é tão boazinha. – disse. – Como é que somos amigas?

O comentário dela me fez rir. Éramos realmente bem diferentes em vários aspectos.

- Vamos limpar isso antes que alguém apareça. – falei, tirando as luvas.

Recolhemos os fios loiros, tiramos as manchas de tinta e deixamos o lugar como encontramos antes. Em seguida, reunimos todas as provas de que algo tinha acontecido ali e jogamos em uma lixeira do lado de fora da escola.

Pegamos o esfregão e voltamos ao ginásio. Rose pareceu desconfiar um pouco, mas depois de inventarmos alguma desculpa, deu de ombros e voltou a limpar as coisas.

Julie decidiu que faria uma noite de filmes na casa dela para comemorar a vingança final contra Natally. Chamou Benny, Seth e Max, já que eles tinham ajudado com tudo.

Levamos quase uma hora para decidir qual filme assistiríamos. No fim, optamos por uma comédia. Enquanto o pessoal se divertia, rindo e conversando durante o filme, lutei para que meus pensamentos não focassem em Natally e no que tínhamos feito.

Pouco depois do filme acabar, o computador de Julie começou a apitar. Ela soltou um gritinho animado e correu para olhar a tela, onde a foto de Ryan piscava na tela. Uma chamada de vídeo.

- Ele está bem! – ela abriu um sorriso gigantesco. – Calem a boca.

A imagem de Ryan apareceu. Não aparentava estar ferido, mas tinha uma expressão séria que me deixou inquieta.

- Eu estou bem, não se preocupe. – falou, antes que Julie perguntasse. – Estava com saudades.

Os meninos trocaram um olhar e saíram do cômodo em silêncio, dando privacidade para o casal. Eu estava prestes a sair quando ouvi Ryan falando:

- Poderia ficar até amanhã olhando para o seu rosto perfeito, querida, mas preciso falar com a Liz sobre algo importante.

Senti meu coração acelerar e me apressei para o lado de Julie. Ela colocou a mão no meu ombro, conforme Ryan contava o que tinha acontecido:

- O comboio no qual Jonathan estava viajando foi atacado, mas ele sobreviveu e já recebeu os devidos cuidados. Logo ficará melhor.

Levei um tempo para processar aquela informação.

- Onde ele está? – quase não ouvi minha própria voz.

- Descansando. – Ryan respondeu. – Os remédios o deixam bem sonolento.

- Ele... – tentei formular alguma coisa, mas o nó na minha garganta me impediu.

- Ele está bem, Liz. – Ryan assegurou. – Não foi nada grave, ele até consegue conversar, caminhar e comer sozinho.

- Vão mandá-lo para casa? – Julie perguntou. – Até onde eu sei, os soldados feridos são enviados de volta.

- Esse é o problema. – ele soltou um longo suspiro. – Muitas pessoas foram mortas no ataque, por isso, não podemos abrir mão de um único soldado.

Um barulho fez Ryan desviar a atenção do computador para alguma coisa na base. Sua expressão se tornou suave.

- Ele acordou. – contou. Virou-se para o lado e falou: – Ei, cara, estou conversando com a Liz.

- Lizzy? – a voz de Jonathan estava fraca.

Ryan ajudou meu namorado a se sentar, e só então consegui vê-lo. Meu coração doeu ao perceber que um dos lados do seu rosto estava coberto por ataduras. Parecia dopado, o que provavelmente era efeito dos remédios, e mesmo assim tentou me lançar um sorriso.

- JoJo... – um soluço me interrompeu.

- Eu vou ficar bem, Lizzy. – ele garantiu. – Prometi que voltaria e não vou descumprir isso.

- Eu te amo, Jonathan.

- Eu também te amo... Muito. – ele respondeu, sua fala começando a ficar lenta. Os remédios o derrubariam em breve.

- Por favor, volte para mim. – soei desesperada, como de fato estava.

- Ei, não chore... – ele pediu. – Por... Favor...

Ryan ajudou Jonathan a se deitar de novo e eu o perdi de vista.

- Ele dormiu de novo. – o namorado de Julie informou. – Vou cuidar dele. Prometo.

Afastei-me deles, saindo apressada do cômodo. Encontrei os garotos na cozinha, conversando e rindo. Levantaram-se e me olharam, preocupados, quando me aproximei.

- Liz? – Benny segurou meus ombros. – O que foi?

Tudo o que consegui fazer foi chorar. Ele me puxou para um abraço apertado e apoiei a cabeça no ombro dele. Os garotos tentaram falar comigo, mas o som dos meus soluços me impedia de ouvir qualquer coisa.

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