Arte & Guerra

By Sumshinellen

15.8K 1.1K 119

Elizabeth é uma aspirante a artista e pretende ingressar na faculdade de artes junto com sua melhor amiga. Jo... More

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Agradecimentos

Capítulo XXI

314 23 1
By Sumshinellen

Depois de sair da casa de Jonathan ontem, não consegui parar de pensar na carta e o que poderia estar escrito nela, mas não reuni coragem suficiente para lê-la. Eu realmente não queria começar a chorar de novo.

Decidi que eu leria depois de voltar do clube de artes. Trabalhar no projeto estava sendo maravilhoso para mim. O foco na arte me impedia de surtar por ainda não ter recebido nenhuma notícia de Jonathan.

Rose revelou várias fotos e começou a espalhá-las em uma mesa, enquanto discutíamos quais delas usaríamos. Optei por algumas que mostravam os laboratórios da escola, o corredor com os troféus dos times e as árvores que ficavam perto da escadaria de entrada do prédio. Julie estava ocupada entalhando as molduras, parecia extremamente concentrada com a testa franzida e os lábios apertados em uma linha fina. Natally não apareceu em momento algum.

- Ela deve estar de pirraça. – minha melhor amiga deu de ombros. – Rose, me passa aquela goiva.

- O que? – a garota pareceu confusa.

Depois de tanto tempo convivendo com Julie, eu acabei aprendendo sobre esses instrumentos de esculpir/entalhar.

- Aquela coisa com a ponta no formato da letra "v". – expliquei.

Peguei um godê (uma espécie de bandeja para misturar as tintas) e comecei a pensar em como combinar as cores para conseguir os tons perfeitos, afinal só usaríamos preto, verde e amarelo. Sentei ne frente do cavalete e comecei a pincelar, criando traços. Seria um pouco mais trabalhoso do que o que eu costumava pintar, mas valeria a pena.

Na hora de ir embora, Benny me mandou uma mensagem pedindo carona. Atravessei o gramado da escola, indo até onde o time de hóquei treinava: uma arena em forma de domo.

Os jogadores estavam reunidos no banco, repassando os passes e jogadas que tinham treinado hoje. Benny, Tommy, Seth e alguns veteranos estavam lá, junto com um bando de novatos. Sentei e esperei os garotos terminarem a conversa. Meu vizinho e o ex-capitão do time vieram na minha direção, segurando os patins.

- Tudo bem? – Seth perguntou.

- Acho que com o tempo melhora. – respondi.

- Todos nós sentimos falta dele, Liz. – ele tocou meu ombro. – Principalmente, os veteranos do time. A maioria de nós jogamos juntos desde que estávamos no ensino fundamental.

- Eu imagino. – sorri para ele.

- Se precisar de alguma coisa, é só ligar. – Seth falou, enquanto nós três caminhávamos até o estacionamento da escola.

Agradeci e nos despedimos. Benny e eu entramos no meu carro. Ele jogou os equipamentos de proteção e os patins no banco de trás.

- Você jogou um defunto no meu carro. – abri as janelas por causa do cheiro de suor.

- É o preço do sucesso. – ele deu de ombros.

Dei partida no carro. Enquanto Benny Bu escolhia uma música para ouvirmos, meu telefone tocou. Ele atendeu e Julie gritou pelo viva voz:

- O Ryan falou comigo!

- E aí? – não contive a ansiedade em minha voz. – Como eles estão?

- Eles estão em bases diferentes por enquanto, mas me garantiu que Jonathan está bem. – ela explicou. Senti a decepção tomar conta do meu coração. – Ao que parece, logo estarão juntos de novo.

- Legal. – tentei fingir que estava empolgada.

Senti os olhos marejarem e segurei as lágrimas, focando no volante e no caminho. Julie falava sem parar sobre como foi a conversa entre ela e Ryan, que ele era um fofo e disse que sentia saudade dela. Eu ficava feliz por ela, entretanto, não conseguia evitar a chateação por Jonathan não ter me ligado. Será que estava mesmo bem?

- Precisamos desligar, meu amor. – Benny interrompeu, pegando o celular e colocando na própria orelha. Parei de ouvir o que ela falava. – Ligamos de volta mais tarde. Sim, Julie. Sim. É exatamente isso. Depois conversamos. Beijinhos.

Ficamos em silêncio até estacionarmos na frente da minha casa.

- O Jonathan vai voltar bem. – Benny Bu falou com uma voz gentil. – Ainda vou ser obrigado a vê-los muitas vezes pela janela do meu quarto.

- Cale a boca. – dei um soco de brincadeira no braço dele.

Caímos na risada lembrando daquele dia.

Descemos do carro e cada um foi para a sua casa. Corri para o meu quarto a fim de ler a carta que Jonathan havia me dado, finalmente criei coragem para isso e estava morrendo de curiosidade para saber o que ele tinha escrito. Meu sorriso apareceu antes mesmo que eu pudesse ler todo o conteúdo da carta:

"Lizzy,

Eu realmente não faço ideia de como escrever uma carta para alguém, principalmente quando é uma despedida e a pessoa em questão é tão especial quanto você é para mim. Estou me esforçando ao máximo para colocar palavras bonitas aqui, então eu espero que goste.

Nunca pensei que seria grato pelo acidente de carro que sofremos, mas ele permitiu que eu me aproximasse de você e pudesse ser tão feliz como sou hoje.

Sei que você acha que ir para o exército é arriscado e eu poderia simplesmente entrar na faculdade e jogar hóquei, mas é o meu sonho e é realmente importante para mim. Fico contente que tenha ficado ao meu lado.

Mesmo não estando aí agora, tenha certeza de que penso em você o tempo todo e que estou com muita saudade. Sinceramente, como não sentiria falta da melhor namorada de todas? Aquela que ficava até mais tarde na escola só para me assistir jogando hóquei com os garotos; a que sempre me acompanhava nas festas e aturava meus amigos bêbados e bagunceiros; a que conseguiu conquistar até mesmo a minha mãe (ela é muito exigente e Joshua nunca levou uma namorada que agradasse, sabia?); a doce Elizabeth com os cabelos loiros cheios de respingos de tinta, pois estava pintando algum quadro.

Bom, acho que não preciso continuar escrevendo sobre como eu amo absolutamente tudo em você, pois você já deve saber disso. Eu te amo mais do que jogar hóquei. Você é o amor da minha vida e, por isso, vou voltar para você. Eu prometo.

Com amor, JoJo."

Era a coisa mais linda que já tinha lido na minha vida. Não consegui acreditar que ele realmente escreveu todas aquelas coisas fofas pensando em mim. Fechei os olhos e fui transportada para os dias felizes em que estávamos juntos, falando sobre hóquei ou arte.

Pouco depois do jantar, Julie apareceu na minha casa para verificar se eu estava bem. Precisei confirmar umas mil vezes que me sentia melhor até ela acreditar. Assim que a convenci, ela mudou de assunto e começou falar sobre um plano que ela tinha bolado com a ajuda de Max. "Vingança contra Natally: parte 1", como nomeou. Senti uma inquietação ao ouvir o que pretendiam fazer.

- Acho que deveríamos deixar essa ideia para lá. – falei. Não queria me envolver em mais brigas com a garota.

- Ela merece. – Julie garantiu. – Isso não é nada demais e vai ser bom para ela aprender a não ser uma megera com todos que conhece.

Arqueei as sobrancelhas, demonstrando minha incerteza.

- Além disso, vai ser bom entreter a sua cabeça. – Julie argumentou.

- Golpe baixo. – soltei um suspiro derrotado. Eu já sabia como as coisas terminariam: ela insistiria até eu ceder e fazer as vontades dela. Essa era a minha melhor amiga.

O plano seria executado amanhã, e tudo o que eu precisava fazer era ligar para Seth e pedir a ajuda dele. Contra a minha vontade, procurei o número dele e disquei.

- Elizabeth? – ele perguntou, parecendo surpreso. – Aconteceu alguma coisa?

- Oi, Seth. – respondi. – Desculpe incomodar, mas preciso da sua ajuda.

Contei o plano e expliquei qual seria o papel dele: chamaria Natally para conversar no vestiário do time, depois do treino. Seth ouviu com atenção até o final.

- Então, tudo o que eu preciso fazer é chamá-la para uma conversa e colocaremos o plano em ação? – perguntou.

- Exatamente.

- Eu topo. – ele parecia quase contente com aquilo. Natally realmente deve tê-lo magoado e agora era a oportunidade perfeita para ele se vingar de todas as vezes em que ela partiu o coração dele.

Encerrei a ligação. Julie deu saltinhos de animação quando soube que ele nos ajudaria e começou a trocar mensagens com Max. Tentei não demonstrar que a ideia me deixava extremamente desconfortável, mas a pior parte é que, mesmo assim, uma parte de mim estava ansiosa para ver o que aconteceria amanhã.

Continue Reading

You'll Also Like

717K 54.4K 52
Jenny Miller uma garota reservada e tímida devido às frequentes mudanças que enfrenta com seu querido pai. Mas ao ingressar para uma nova universidad...
11.1K 588 27
sn Smith é bem popular na escola e dança muito bem! ela é líder do grupo de dança em sua escola e como toda popular tem sua inimiga âmbar a líder de...
97.6K 9K 57
Elizabeth é forçada a se tornar uma sereia em 1900 para que seu irmão fosse poupado da morte. Cento e oito anos depois ela conhece um surfista, Adrie...
17.4K 1.6K 53
Oceania é um reino dotado de riquezas, porém tem que conviver com seu maior inimigo. A Fúria, mais conhecida como Deusa do mar é temida por todos os...