Arte & Guerra

Sumshinellen

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Elizabeth é uma aspirante a artista e pretende ingressar na faculdade de artes junto com sua melhor amiga. Jo... Еще

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Agradecimentos

Capítulo XVIII

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Sumshinellen

Realmente desejei não ter acordado de madrugada. Tudo parece se tornar mais deprimente depois da meia noite. Rolei na cama pelo que pareceu uma eternidade, tentando voltar a dormir, mas meus pensamentos sempre acabavam em Jonathan. Será que já tinha chegado na base militar? Ele estava bem? Também sentia a saudade corroendo seu coração?

Acendi a lâmpada do quarto e precisei segurar o choro. Havia me esquecido que estava vestindo o uniforme verde do time de hóquei que Jonathan me dera antes de partir. Encarei-me no espelho. Jonathan usava aquela camiseta por cima de vários equipamentos de segurança, então ela era realmente grande, mas eu não me importava. Ainda estava impregnada com o cheiro dele. Fechei os olhos e as lembranças dos inúmeros treinos do time que assisti tomaram conta de mim.

Peguei uma das telas em branco, procurei meus pincéis e comecei a misturar as cores das tintas. Desde que eu era pequena, pintar era uma espécie de refúgio e terapia. Sempre que eu precisava, a arte ajudava a esvaziar minha mente e me acalmar.

Comecei a pintar o rosto de Jonathan: seus olhos castanhos, as feições gentis, o sorriso bobo... Conforme as pinceladas tomavam forma, lágrimas surgiam. Passei a mão no rosto diversas vezes, tentando contê-las, mas elas eram teimosas. Entrei em uma espécie de transe, onde nada mais existia além de mim, minha arte e meu choro silencioso. Só voltei para a realidade quando ouvi meus pais no corredor, saindo para trabalhar. Fiquei em silêncio até ouvir a porta da frente fechando. Eles sempre me davam um sermão sobre como passar a noite pintando seria ruim para a minha saúde.

Encarei meu trabalho. Jonathan adoraria aquele quadro se pudesse vê-lo. Comentaria que eu sempre "deixava ele mais bonito", então eu diria o quão lindo ele de fato é, JoJo riria e nos beijaríamos. Mas ele não estava aqui comigo, e não chegaria tão cedo.

Levantei e me espreguicei, ignorando a dor nas costas. É óbvio que tanto tempo sentada em frente a um quadro não faria bem para minha coluna.

Tomei um susto quando meu celular começou a tocar. Julie estava me ligando.

- Não consegui dormir, estou sentindo tanta falta dele. – ela informou, antes que eu pudesse falar qualquer coisa.

- Eu também. – respondi, triste.

- Max e eu estamos indo aí. – ela falou. – Acho que vai ser bom ficarmos entre amigos agora.

- Maxwell? – não escondi minha confusão. Por que ele viria?

- Natally está ligando e mandando mensagens desde ontem sem parar. – Julie resumiu. – Explicamos melhor quando chegarmos. Estamos pegando o ônibus. Tchau.

E desligou.

Fui para a sala de estar e liguei a televisão, esperando os dois chegarem. Não demorou muito até a porta se abrir. Como sempre, ela usou a cópia que tinha para entrar. Não hesitou em sentar ao meu lado e colocar os pés na mesinha de centro. Típico da Julie.

- Meu bem, o que aconteceu com o seu rosto? – Max questionou.

- Acontece sempre que ela fica entretida pintando. – Julie deu de ombros.

Arqueei as sobrancelhas sem entender. Ela pegou um espelho que sempre carregava consigo e colocou na minha frente. Meu rosto estava cheio de manchas coloridas, resultado das vezes que tentei limpar as lágrimas de madrugada.

- Pareço um palhaço triste. – constatei, todavia, não fiz o menor esforço para tirar a tinta.

- Bem-vinda ao clube. – Max soltou uma risada.

Fui até a cozinha fazer chocolate quente. Ele começou a contar o motivo de Natally estar ligando sem parar. Gritava para que eu pudesse ouvir tudo do outro cômodo:

- Ela descobriu que fui em uma festa com Seth e agora quer saber "desde quando somos tão amiguinhos", como ela mesma disse. Falei que não somos mais namorados e não devo mais explicação alguma e que ela deveria me deixar em paz, mas ela continuou mandando as mensagens.

Lembrei da conversa que ouvi entre ele e Seth, mas permaneci em silêncio, esperando Max narrar o resto da discussão.

Voltei para a sala equilibrando uma bandeja com três canecas fumegantes.

- Você tem certeza de que não gosta mais dela? – Julie perguntou, pegando um chocolate quente.

- Tenho. – ele respondeu. – Já até namorei com outras pessoas.

- De mentirinha não conta. – constatei. Dei um gole na minha caneca e sorri.

Ele revirou os olhos.

- Já me apaixonei depois que terminamos. – reformulou a frase. – Mas parece que o destino gosta de me sacanear e ela sempre aparece no meu caminho de novo.

Assim como acontece com Seth, pensei.

- Não me admira que as garotas desistam, mesmo você sendo um amor. – Julie comentou. – É realmente difícil lidar com aqueles chiliques dela.

- É insuportável. – ele concordou, dando um gole no chocolate.

Ficamos em silêncio. Olhei para Max, pela primeira vez realmente prestando atenção na aparência dele. Era muito bonito, com olhos cinzas expressivos, cabelo escuro e algumas sardas em volta do nariz. Não era difícil deduzir que Natally se aproximou dele pela aparência, já que nunca realmente demonstrou gostar dele. Teriam formado um belo casal se ela não fosse uma megera.

Julie finalmente falou, interrompendo meus pensamentos:

- E se fizéssemos algo com ela para que ela te deixasse em paz?

- Tipo sequestrar? – Max parecia igualmente apavorado e tentado com a ideia.

- Eu estava pensando em envergonhá-la em público, mas um sequestro...

- Nem pensem nisso. – falei.

Tentei interromper a ideia maluca deles, mas eles não pareciam me ouvir.

- Ela já me fez passar vergonha em público tantas vezes. – Max deu de ombros. – Não acho que uma pequena vingança seria tão ruim assim.

Começaram a discutir sobre um plano de vingança. Olhei de um para o outro, sem acreditar no que estavam planejando fazer contra Natally. Ela não era exatamente a melhor pessoa do mundo, e já tivemos as nossas desavenças, mas isso não mudava o fato de que estavam sendo cruéis.

Desisti de impedi-los, então levantei e fui até a cozinha buscar algo para comer. Julie estava certa: foi realmente bom ficar entre amigos. Passamos tanto tempo criticando Natally que a saudade que sentíamos de Ryan e Jonathan acabou amenizando.

Abri os armários, procurando algum salgadinho, mas, aparentemente, meus pais tinham esquecido de comprar. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha mãe, avisando. Percebi que tinha uma chamada não atendida da minha ex-professora de artes, a senhora Smith. Liguei de volta.

- Elizabeth? – ela falou, ao atender.

- Aconteceu alguma coisa, senhora Smith? – não escondi a preocupação. Por que ela me ligaria depois que me formei na escola?

- Estamos fazendo um projeto de arte para decorar a escola com pinturas, esculturas e outras coisas. O diretor me pediu para convidar os alunos que acabaram de se formar, já que contará como crédito extra para a faculdade. – ela explicou, animada. – Faremos isso durante as férias, começando nessa segunda-feira.

- Legal! – essa notícia me animou. Não havia momento melhor para me envolver com um projeto de artes e entreter minha mente. – A Julie também está convidada?

- É claro. – a professora respondeu. – Eu ia ligar para ela ainda hoje, mas se puder avisar, agradeço.

Desliguei o telefone e corri para a sala a fim de contar as novidades para a minha melhor amiga, mas cheguei tarde demais.

- O time de hóquei também foi convidado, mas para um projeto diferente. – Benny Bu explicava. Não ouvi a porta sendo aberta. Ele deve ter entrado enquanto eu estava distraída conversando com a senhora Smith. – Vamos ajudar os novatos a criarem novas jogadas. Aparentemente, vários alunos de diversos clubes foram convidados... – ele parou quando me viu. – Céus, o Jonathan está fora não tem nem dois dias e você já desistiu de tomar banho?

Revirei os olhos.

- Veio aqui só para rir da minha tristeza? – perguntei, fingindo estar ofendida.

Benny me mandou um beijinho.

- Vim contar sobre os projetos, além de ver também se não tinham morrido sem os namorados de vocês. – ele falou com tom de zombaria, todavia, eu o conhecia bem o suficiente para saber que realmente estava preocupado. Benny era um bom amigo, apesar de tentar passar a imagem de quem não dava a mínima.

- Sobrevivendo. – tentei não deixar meus pensamentos voltarem para Jonathan.

- Tommy vai dar uma festa na casa dele amanhã. – ele comentou, voltando ao personagem "Bendyk que não liga para nada". – Pensei em irmos juntos. Isso inclui você, Maximilian.

- Maxwell. – o garoto corrigiu.

- Eu sei, Max, eu sei. – Benny suspirou. – Era uma piada, mas agora não tem mais graça.

- Talvez a gente vá. – Julie respondeu. – Se não estivermos melancólicas demais para isso.

- Os próximos dias podem ser complicados. – concordei. – Pelo menos poderemos voltar para a escola durante alguns dias e matar a saudade de alguns colegas.

- Vocês sabem que isso quer dizer que a Natally estará lá, certo? – Max jogou um balde de água fria em nós.

Julie arqueou as sobrancelhas, parecendo refletir sobre isso por um momento.

- Pensando bem, podemos colocar o plano de vingança em execução. – ela e Max trocaram um sorriso cruel.

- O que? – Benny questionou.

- Sente-se aqui, querido. – Julie bateu no lugar no sofá ao lado dela.

É, eles realmente não desistiriam.

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