Melanie
Meses depois.
As coisas entre os italianos e os russos tem sido tensas, após o acordo com os irlandeses ser fechado, eu não falei mais com Silas, acertamos dias e horários que ele pode visitar nossa filha; e espero que Serena cumpra a parte dela, apenas com isso posso pedir o divórcio por causa do contrato estúpido que meu pai fez.
Hoje, é aniversário de 1 ano de Gina Pietra Nikov Fiorenzza. Resolvi fazer uma festa para minha filha, e tive que convidar o pai dela, infelizmente. Por mim, eu nunca mais veria a cara dele novamente, só temos nos comunicado através de nossos homens, eu ainda estou brava... e tensa.
Sinto que mesmo com esse acordo com os irlandeses, algo ainda vai acontecer, eles quiseram esse acordo de paz rápido demais... e ainda tem a questão do traidor, sua identidade ainda é um mistério.
Quem poderia ser? Quem? Quem? Quem? Olho para todos, mas não consigo dizer.
Esses meses longe de Silas me fizeram bem. Eu me sinto mais confiante, mas essa dúvida ainda me assombra, por isso deixei minha máfia mais forte e independente dos russos, não posso confiar neles... especialmente em Silas.
- Melanie?
Me viro e vejo Alessandro.
- Os convidados estão chegando - ele avisa.
- Estou descendo - digo - E Gina?
- Já está com sua mãe lá embaixo.
Aceno e pego o porta-retrato com a foto da minha família, mãe, eu, pai e meu irmão.
- Você acha que eles estão em um bom lugar?
- Claro! - afirma.
- Mesmo tendo sidos mafiosos? Praticando crimes?
Ele coloca a mão em meu ombro e aperta gentilmente.
- Só Deus pode julgar, prima.
Aliso a foto.
- Eu espero que eles tenham encontrado paz.
- Os dois estão orgulhosos de você, especialmente seu pai.
Fecho os olhos e respiro fundo, hoje não é dia de tristeza, é o aniversário da minha filha.
Me lavanto.
- Então, vamos - sussurro.
♧◇♡♤
Encontro minha mãe e minha filha perto de alguns parentes. Me aproximo e os cumprimento cordialmente.
Pela primeira vez em muito tempo estou tranquila, sorrio ao ver as crianças brincando pela casa. É bom ver alegria nessa casa novamente. Mama também parece melhor.
Meu sorriso desaparece quando vejo Silas chegar, com Serena.
Ela me informou que eles retornaram o caso deles, queria dizer que senti algo como ciúmes, mas na verdade só senti alívio, Silas e eu somos passados, e meu coração não irá mudar com relação a isso.
Caminho até eles para cumprimentá-los.
- Silas - digo cordialmente e me viro para Serena com fingido nojo - Serena.
- Melanie, é bom te ver - ele diz gentilnente.
Tento não fazer uma careta com as palavras dele. Em vez disso, respiro fundo e aponto para minha mãe com nossa filha.
- Gina ficará feliz em ver o pai.
Ele acena e se afasta. Serena permanece.
Eu sinalizo para ela me seguir, andamos em silêncio até o jardim externo.
Quando estamos afastadas da festa, a questiono.
- Novidades?
- Não muitas; as coisas tem sido tranquilas, muito tranquilas.
- Você também desconfia dos irlandeses?
- Sim - ela afirma - Tentei falar com Silas, mas Paul o aconselha em caminho totalmente contrário...
- Idiota - resmungo - Os dois.
- O que fazemos? Não quero que Silas se machuque, especialmente agora.
- Agora? Por quê?
Ela fica vermelha.
- Porque... porque... porque estamos juntos... finalmente - ela diz.
Sei que ela está escondendo algo, mas não irei insistir agora, depois eu a pressiono.
- Tudo bem - murmuro - Se isso é tudo devemos voltar para festa.
Ela acena, eu entro primeiro, ela me segue alguns segundos depois.
♧◇♡♤
A festa chega ao fim, finalmente, crianças trazem alegria a casa, mas também muito barulho e bagunça.
As únicas pessoas que ainda estão aqui são Silas e Serena.
- Eu irei colocar Gina na cama, ela está cansada.
- Eu te acompanho - se oferece Silas.
Eu quero dizer que não, mas fico em silêncio.
- Ficarei ajudando a arrumar as coisas - diz Serena.
Acenamos e andamos em silêncio em direção ao quarto de nossa filha. Quando estamos subindo as escadas, Silas quebra o silêncio:
- Você está bem, Melanie?
- Sim, ótima - respondo e continuo subindo.
Quando chegamos no quarto de Gina, ele abre a porta, eu a coloco no berço e saímos do quarto em silêncio.
No corredor, Silas me para colocando a mão em meu ombro.
- Se agissimos juntos; poderíamos comandar o Canadá.
Não respondo.
Ele percebe meu desagrado e tira a mão do meu ombro.
- Mas você me odeia - ele continua.
- Eu não odeio você - murmuro - Mas nós nunca seremos amigos, somos aliados e isso é tudo.
- Apenas isso?
- Você poderia ser uma boa pessoa, Silas, mas sabe, você sempre escolhe ser um babaca.
Ele fica calado.
- No que depender de mim continuaremos nossa aliança, mas liderando nossas máfias sem interferência - falo.
- Tudo bem - ele acena.
Voltamos para a sala. Serena já o está esperando, eu me despeço e assisto os dois irem embora juntos.
♧◇♡♤
Na mesma noite, mais tarde, estou na sala de estar bebendo chá porque não consigo dormir.
Lucas entra e parece surpreso em me ver.
- Sem conseguir dormir?
- Sim - confirmo - E você?
- Sempre durmo tarde - ele diz e se senta em frente a mim - Não quer algo mais forte que isso?
- Não, estou bem.
Ele acena e me analisa.
- Está tudo bem?
- Não - admito - Nada está bem, mas eu tenho que permanecer forte.
- Qual o problema?
Sorrio tristemente.
- O problema é que eu perco todos que eu amo - sussurro - E estou cansada de estar sozinha.
Ele se aproxima de mim, e senta-se ao meu lado, tocando meu braço gentilmente.
- Você não está sozinha - ele sussurra.
- Obrigada, Lucas - digo - Você é uma boa pessoa.
Para minha surpresa, ele ri.
- A maioria das pessoas não diria exatamente isso - ele diz divertido - Mas obrigado, senhora.
- Pode me chamar de Melanie, eu já disse várias vezes.
- Obrigado, Melanie.
Sorrio.
- Assim está melhor - ele me elogia - Você fica mais bonita sorrindo.
- Ultimamente não tenho tido muitos motivos para sorrir - digo - Tem sido difícil.
- Com o acordo com os irlandeses?
Aceno.
- Sempre achei isso uma péssima ideia, não se pode confiar nesses vermes.
- Sim - concordo - Mas eu estou de mãos atadas.
- Seu pai nunca deveria ter feito uma aliança com os russos... Silas Nikov não é um homem de palavra, assim como o pai dele, talvez toda família seja assim...
- Nem todos - sussurro pensando em Dante e também em Pietra - Os russos estariam melhor com a liderança de Dante, mas Silas nunca irá renunciar.
Ele me encara, mas não comenta nada.
- Estou cansada - me levanto - Boa noite!
- Boa noite - ele diz.
Caminho para meu quarto lentamente, não estou animada para dormir sozinha, novamente.
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Próximo Capítulo amanhã!!!!!!