Regras Mais Selvagens |1| ✓

By PricillaCaixeta

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¨ Vencedor do prêmio Wattys 2020 na categoria Young Adult ¨ © 2019 por pricilla caixeta | todos os direitos... More

prelúdio
elenco
os sete céus
um.
dois.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
dez.
onze.
doze.
treze.
quatorze.
quinze.
dezesseis.
dezessete.
dezenove.
vinte.
vinte e um.
vinte e dois.
vinte e três.
vinte e quatro.
vinte e cinco.
vinte e seis.
vinte e sete.
vinte e oito.
vinte e nove.
trinta.
trinta e um.
trinta e dois.
trinta e três.
trinta e quatro.
trinta e cinco.
trinta e seis.
trinta e sete.
trinta e oito.
avisos + continuação

dezoito.

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By PricillaCaixeta

Se você não leu o capítulo surpresa de ontem, volte uma casa!

(Back to you – Twin Forks)

Preciso dar o braço a torcer em relação à comissão de formatura. Eles transformaram o St. Vincentti em um verdadeiro jardim neon da primavera. Seth, Georgia, Marie e Conor fizeram um excelente trabalho.

A culpa me atinge como uma pontada na nuca. Apesar de ter controlado todo o orçamento, não estive nem um segundo envolvida com os preparativos. E, levando em conta que vetei quase todos os pedidos extravagantes de Georgia e Marie, posso dizer que elas fizeram algo surpreendente com o pouco caixa que tínhamos.

E, a julgar pela quantidade de gente no colégio, a venda de convites nas cidades mais próximas parece ter sido um sucesso. Provavelmente já dobramos o faturamento. Vamos ter dinheiro para uma formatura maravilhosa!

Mas antes que eu possa começar a fazer planos com o dinheiro que ainda nem sei se possuímos, meus olhos se prendem novamente na decoração.

A primeira coisa que vejo é uma placa enorme em madeira de pinheiro que tem um cheiro característico intenso, pairando sobre um homem enorme que está recolhendo convites e barrando penetras. Talhado em rosa e dourado as letras bonitas e enfeitadas formam as seguintes palavras:

O JARDIM SECRETO

Nostalgia me envolve como a brisa de um dia de verão. Foi o último livro que Pet Rowan leu em vida para nós, sentados em seu jardim ao cair das tardes veraneias antes de toda a desgraça acontecer. Fecho os olhos por um momento e posso ouvir todos nós rindo de novo. Tenho certeza absoluta que Seth escolheu o tema.

Mas o que vem depois, parece ter sido obra de Georgia. Temos um borboletário. Tal como a saia de seu vestido. E é a coisa mais exagerada que já vi.

Uma horda de vidro circunda o corredor extenso que nos leva direto ao ginásio de gelo. Dentro das paredes transparentes, centenas de borboletas das mais variadas cores competem com a luz neon instalada pelo caminho e voam como se estivessem em uma floresta, já que as paredes estão cobertas por falsas trepadeiras.

É lindo!

No entanto, sinto pena daquelas pobres criaturas voando confusas contra o vidro. Sei que elas estão respirando porque me aproximo o suficiente para enxergar os furos quase imperceptíveis na parede vítrea. Mesmo assim, é claustrofóbico vê-las se debatendo.

Me afasto, forçando meus pés continuarem em direção ao ritmo pop espasmódico que ecoa por todos os lados. Corpos começam a se chocar à medida que me aproximo do nosso ginásio. A decoração do teto varia entre gaiolas enfeitadas com flores e balões da cor do céu de algodão-doce. É engraçado que estou combinando com a festa por causa do vestido, o que me faz sorrir.

A casa dos Ice Cage é puro caos. Mas eu acho que é uma fúria explosiva positiva de pessoas dançando, os graves dos gritos e da música colidindo e o show de luzes pelo salão. Conor conseguiu proteger o gelo. Temos uma enorme estrutura de madeira por cima da pista onde as pessoas ocupam de forma animada. E as nossas arquibancadas ganharam estruturas sólidas, transformando-se em uma segunda pista elevada.

Ok, estou arrependida de ter sido a chata do departamento financeiro. Mas mesmo com pouco, a comissão fez muito. Preciso me lembrar de fazer um discurso a eles na próxima reunião.

Estou deslizando pela lateral da gaiola de metal, enfeitada com arranjos florais e perfumados, para chegar até a área externa quando me choco com Carson Rowan. A música que começa a tocar é tão animada que não há repulsa quando ele abre um imenso sorriso para mim. É incrível, mas sorrio de volta.

― Liv Wilder! ― Seu grito sai abafado e irregular, mas posso ouvir o resto de uma risada eufórica. ― Você não trouxe seu pai, trouxe?

Balanço a cabeça ao mesmo tempo que minhas sobrancelhas se contorcem. Carson só pode estar louco. Mas além do seu cheiro habitual de perfume e cigarro, não sinto cheiro de álcool quando ele segura os meus pulsos e me puxa para um giro.

É inacreditável, mas eu permito que Carson Rowan me gire, me jogue para frente e me puxe novamente ao capturar minha mão. Nossos corpos se chocam e ele me abraça.

Estou dançando com o Duende Verde.

Ele parece mais eloquente ainda. Luzes roxas e verdes figuram por seus olhos azuis e seu sorriso está travado enquanto saltamos e giramos. As bolas de discoteca rodam acima de nós, iluminando os bordados do meu vestido quando o tecido flui além dos meus movimentos.

A música animada acaba e Carson bate palmas, se esquecendo completamente de mim e sumindo no meio da multidão.

Aquilo foi tão estranho e resfolegante que preciso de um tempo para me recuperar. Aproveito para puxar o meu celular preso a um elástico na minha coxa. E antes que o ar volte aos meus pulmões, vejo uma mensagem de Henry Hastings. Ele quer saber onde estou.

Mordo o lábio, procurando o lugar perfeito. Encontro-o além da mesa de comida e bebida. A sacada feita para que o time de hóquei se exiba para a escola quando precisam ser apresentados no início de cada ano letivo ou quando ganham algum campeonato.

Mando a localização para Henry.

Meu talvez eu diga ao Henry sobre meus sentimentos está prestes a se tornar um real estou apaixonada por você, Henry Hastings.

Eu estive tão absorvida nos olhos e no sorriso de Henry Hastings quando chegamos que deixei de prestar atenção no quanto ele fica lindo de terno. Eu me sinto no meio de um livro romântico sendo a personagem mais boba do mundo quando olho para ele, parado na sacada sem se dar conta da minha aproximação. Acho que é a visão mais bonita dele que tenho em toda a minha vida.

Ele está encostado na sacada, de costas para uma cascata de água da chuva que desce sobre o gramado do pátio da nossa escola. As luzes da festa, em tons de lilás, alaranjado e azul, se misturando contra o seu terno preto e sua gravata cinzenta. Seus cabelos são escuros como eu imagino que estaria o céu se todas aquelas nuvens não estivessem despencando sobre Seven Heavens.

Estou me aproximando tão lentamente quanto meu coração acelerado me permite. Não quero que Henry note que estou nervosa, mas é inevitável não respirar fundo a cada três segundos. Aperto as mãos uma na outra, seguindo até ele. Seus olhos úmidos erguem do celular e me percebem. Eles brilham como valiosas turmalinas.

― Você está de fones? ― Ergo o indicador. ― Não vai me dizer que não gostou da seleção musical de Georgia Dayrell.

― É. ― Henry puxa os fones, sorrindo de maneira constrangida. ― Não é o meu tipo favorito de música.

Caminho até a grade de cobre, apoiando os antebraços ali e fitando a chuva. Se eu encarar Henry agora não conseguirei dizer a ele o que estou sentindo. Meu coração bate contra a minha garganta de um jeito incontrolável.

― E qual é o seu tipo de música?

Espero que Henry não note o tremor na minha voz. Ele estica a mão e coloca um dos seus fones no meu ouvido. Não posso evitar encará-lo quando ouço Cherry Bomb nos meus ouvidos. A minha expressão se transforma na pior possível. Só consigo me lembrar de Cherie e do apelido que dei a ela. Mas não tem como Henry saber disso.

Então, se ele não está ouvindo uma música pensando em Cherie Murphy significa que o gênero musical favorito de Henry é o Punk. Eu estou completamente chocada.

― Agora você sabe o meu segredo. ― Ele sorri de lábios fechados.

Retiro o fone quando outra banda punk começa a tocar e dou um sorriso esquisito. Estou mesmo surpresa que um garoto como Henry goste de Punk. Eu esperaria isso dos Rowan, com suas mentes anárquicas. Mas Henry Hastings esconde um rebelde dentro de si, aparentemente.

― Você está linda, Liv.

Esqueço completamente do punk e de todo o resto. Henry se inclina para trás, com os cotovelos apoiados no cobre da grade de proteção e sorri ao se deparar com o vermelho se espalhando pelo meu rosto. Escovo a franja, sorrindo.

― Você também, punk Henry.

Não consigo olhar para ele imediatamente. Mas a chuva faz o cenário estar perfeito. Meu braço toca o terno dele e finalmente volto a encará-lo. Henry escorrega a mão para o bolso de seu paletó e puxa uma correntinha de lá.

― Isso veio de brinde com uma revista sobre Star Wars que assinei.

É um mini Chewbacca fofinho no pingente da correntinha prateada. Henry a deposita em minha mão, me obrigando a ficar de frente para ele agora. Meu rosto arde com o tamanho do meu sorriso. Quando ergo os olhos para o rosto dele novamente, Henry está tão perto que posso sentir seu cheiro no meio do agradável frescor de grama molhada.

Seus olhos dançam pelo meu rosto no momento em que sua mão fecha a minha. Seus dedos prendem os meus com a mesma intensidade que meu coração está esmagando minhas costelas. Quando ele engole, tenho certeza de que vai me beijar. Umedeço os lábios, tentando controlar a minha respiração.

Mas Henry se afasta sutilmente, aumentando o espaço entre nós.

Puxo a mão da dele, sem entender. Ele me dá um de seus típicos sorrisos e se vira em direção à porta.

― Vocês estão aí! ― Zach surge no meu campo de visão. Ele não está muito diferente do que me lembro, a não ser por estar usando um paletó. Ele joga os cabelos cacheados para trás e escova o bigodinho com os dedos. ― Hastings acho que você tem que ver uma coisa.

― Ah... ― Henry olha de mim para Zach e de volta para mim, subindo os ombros. ― Me desculpe. Nos vemos daqui a pouco?

― Claro! ― Tento não parecer desapontada.

Henry se aproxima novamente, inclinando o rosto de lado. Meus ouvidos zunem com a expectativa de que ele vai me beijar ali e agora, na frente de Zach. Mas seus lábios pousam no meio da minha bochecha e ela vai embora sem notar a minha decepção.

Tudo o que eu tenho é a correntinha com o pingente de Chewbacca. Abro a mão novamente para fitá-la, me perguntando o porquê de Henry Hastings não ter me beijado. Tínhamos o clima perfeito. Talvez eu não tenha sido clara o suficiente. Talvez ele tenha recuado por achar que eu recuaria.

Ou talvez, na pior das hipóteses, ele não quisesse mesmo me beijar. Ninguém em Seven Heavens quis. Aperto a mão ao redor do pingente novamente. Minha mente tonteia nessa possibilidade. E minha confiança escorre como a enxurrada no gramado abaixo de mim.

Uma coisa importante sobre Henry Hastings: ele existe de verdade na minha vida, com um outro nome, e cada coisa que ele fez ou faz nesse livro foi feita na vida real comigo. Divirtam-se!

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