Regina Mills
O pensamento de vender o meu apartamento estava cada vez mais incisivo, mas agora voltando para casa, sentindo o conforto familiar, os cheiros e tudo tão reconfortante só me faz querer mudar de ideia.
- Fiona foi falar com você? - Indago enquanto Emma arruma os travesseiros atrás de mim.
Como é bom está de volta. Penso.
- Sim, foi entregar o projeto de vocês. - Ela diz tentando soar desinteressada.
- Mas quem disse que eu quero Fiona nesse projeto? - Questiono mais para mim do que para Emma.
- Não sei, mas ela está bastante participativa nisso, então acho que você não tem escolha. - A loira termina de falar me empurrando delicadamente para trás.
- Veremos. - Digo em tom de desafio.
- Regina, por que você odeia tanto a Fiona? Ela te trata por nomezinhos e fala como se te conhecesse muito mais intimamente do que você me contou. - Emma diz com uma certa impaciência. - Tem algo aqui que eu ainda não sei? - Ela indaga.
- Não Em, não tem nada que você não saiba. - Digo na mesma hora me sentindo culpada.
- Pensei que tinha, mas se você diz que não, eu acredito. - Ela diz me fazendo dar um sorriso sem graça.
A verdade é que Fiona e eu tivermos certos momentos desconcertantes e que estavam esquecidos no fundo da gaveta empoeirada do meu cérebro e que infelizmente agora voltaram e tudo o que eu quero é deixá-los lá novamente.
- Como vou sair do quarto? Aqui tem escadas e doutor Webber disse que eu só posso sair de cadeira de rodas. - Questiono mudando o assunto.
- Não se preocupe com isso. Zelena já está cuidando de tudo. - Ela fala me tranquilizando. - Agora vou buscar seu remédio e arrumar suas coisas.
- Obrigada Em. - Falo e ela sorri e em seguida sai do quarto me deixando sozinha com meus pensamentos.
O que Fiona quer? Depois de séculos ela resolve voltar atrás de mim e me importunar. Sinceramente preciso descobrir isso o mais rápido possível
~•~
Emma Swan Cassidy
Com a volta de Regina para seu apartamento eu novamente passo a morar aqui. Ela e Zelena fizeram de tudo para que eu desistisse, "Vou contratar uma enfermeira" , "Terá uma empregada também" , "Emma não precisa, eu estou bem" elas tentaram dizer, mas foi em vão. "Eu só vou embora daqui quando Regina estiver totalmente curada" disse para as duas encerrando o assunto.
Logo depois que trouxemos Regina para casa, fui buscar minhas coisas e a do Henry, avisei a Anna que quando ela sair da escola com meu pequeno esse é o novo endereço e já me acomodei no quarto de hospedes.
Desço para o andar de baixo dando de cara com Ruby e Zelena tendo uma discursão acalorada, mas não parece uma briga de verdade.
- Está tudo bem? - Indago chamando atenção das duas.
- Está. - A ruiva fala sorridente.
- Tudo em ordem. - Ruby diz de forma suspeita.
Arqueio a sombrancelha e encaro bem as duas.
- Ruby me pediu em namoro. - Zelena solta.
- Zelena! - A morena ao meu lado repreende a ruiva. - Não era pra ser assim. - Ela diz.
- Desculpe. - Zel fala e ambo as duas voltam a atenção para mim.
Abro um grande sorriso. É inevitável. Estou tão feliz por elas duas.
- QUE MARAVILHOSO! - Digo abraçando as duas. - Fico muito feliz com essa novidade! Vocês são tão lindas juntas. - Termino de falar e vejo os brilhos nos olhos das duas.
- Obrigada loira! - A ruiva me fala mostrando o colar em seu pescoço.
- Nossa! Que lindo! - Digo.
- Admitam, eu sou muito romântica. - Ruby fala e nós concordamos.
- Só falta você e a sis agora. - Zelena fala com um tom malicioso e automaticamente minhas bochechas coram.
- Não acha que é cedo demais? - Indago.
- Nunca é cedo demais para amar. - Ruby diz e sua namorada concorda.
- Mas então, quando foi esse pedido? Regina não me disse nada. - Pergunto tentando mudar o assunto.
- Nós ainda não contamos a ela. - Ruby diz.
- Mas o que? Como assim? Eu soube primeiro que a sua irmã? Zelena! - Indago.
- Calma loira. O pedido foi ontém e eu ia contar, mas ela recebeu alta e para comemorarmos tudo vamos fazer um jantar hoje a noite. - A ruiva explica.
- Bom, então se é assim, tudo bem. - Falo.
- Ótimo! - Zelena fala e bate palminhas.
Depois dessa breve e feliz conversa vou até a cozinha e preparo um café da manhã para Regina. Como ela está se recuperando, foi me passado uma dieta no hospital que tem que ser seguida a risca. Então corto maçã, banana, pego algumas uvas, torradas, queijo e preparo um suco.
- Acho que ficou muita coisa. - Digo para mim mesma, mas logo dou de ombros e levo a bandeija assim mesmo.
Ao entrar no quarto vejo a morena se esticando para tentar pegar seu telefone.
- Regina! - A repreendo e ela que não tinha me visto toma um susto.
- Ai meu Deus Em! - Ela fala colocando a mão no peito.
- O que você pensa que está fazendo? - Pergunto.
- Quero pegar meu celular. Agora que estou em casa, preciso fazer algumas ligações. - Ela explica.
- Não, você não vai trabalhar. - Eu digo.
- O que? Mas eu... - Ela pergunta de novo.
- Não, nem pense. - Falo me aproximando. - O que você tem que fazer é desncansar e tomar esse maravilhoso café da manhã que eu preparei para você. - Termino de falar colocando a bandeja em seu colo.
- Tá. - Ela diz.
- Tá o que? - Indago.
- Eu vou fazer o que você mandou. - A morena fala. - Mas com uma condição. - Ela termina de falar.
- E qual seria? - Pergunto.
- Você me ajudar com esse café da manhã tão farto. - Ela fala e logo eu concordo.
- Exagerei né? - Indago me sentindo boba.
- Por um momento achei que tinha pessoas escondidas no meu quarto e você havia trago o banquete para uma festa surpresa. - Regina fala me fazendo revirar os olhos.
~•~
O primeiro dia em casa foi tranquilo. Depois do café, a enfermeira chegou, ajudou Regina e foi embora dizendo que a tarde voltaria para ajudar no banho e na nova troca de curativo. Eu tentei persuadir Regina e dizer que poderia ajudá-la, mas ela recusou e disse que eu não a veria nua naquelas circunstâncias, o que me fez ficar irritada na hora, mas depois de trouxe pensamentos bastantes maliciosos.
Os homens que Zelena contratou terminaram a modificação nas escadas e quando mostrei a Regina ela deu um largo sorriso.
- Ficou muito bom! - Ela disse sentada na cadeira automática que a levou até o primeiro andar da casa.
Depois disso ela ficou na varanda e quando o Henry chegou, virou festa.
- Tia Regina! - Ele disse correndo para abraçá-la, mas ao chegar próximo dela teve cautela, pois lembrou da conversa que tive com ele.
- Meu Amorzinho! - Regina falou enchendo meu garoto de beijos.
E após isso começaram uma longa conversa enquanto eu fui ajudar Zelena e Ruby com o jantar.
~•~
Passavam das 17:30 quando a enfermeira voltou. Regina e ela subiram e quando estava prestes a completar duas horas de relógio e eu pensava em subir até lá a campanhia tocou.
- Loira você atende? - Zelena fala. - Terminamos o jantar e agora vamos tomar um banho. - Zelena diz fazendo uma cara maliciosa.
- Ah... Ok, eu abro a porta para vocês tomarem um "banho". - Digo e as duas riem saindo logo em seguida.
Caminho até a porta e quando abro o sorriso que nem notei que estava em meu rosto, morreu.
- Boa noite senhorita Emma Swan. - Graham diz. - Pensei que já estava em águas internacionais, mas vejo que subestimei sua ousadia.
- O que você quer? - Indago.
- Hoje eu fui no hospital e qual não foi minha surpresa ao saber que Regina Mills estava bem e finalmente em casa. - Ele diz.
- Você não vai falar com ela. - Digo e ele ri sarcasticamente.
- Por que? O que você não quer que ela diga? - O delegado a minha frente pergunta.
- Eu não tenho nada a esconder. Mas ela chegou hoje e ainda está debilitada. Você não vai estressar ela com esse assunto. - Digo.
- Eu não sei se você sabe Srt. Emma, mas a autoridade aqui sou eu e sim, eu irei falar com Regina, pois tenho novas pistas sobre o caso e quanto mais cedo pegarmos o ou os culpados, melhor, não é mesmo? - Ele diz me fazendo suar frio.
Só a ideia de ver Neal em minha frente novamente me faz ter calafrios.
Será que ele está por perto? Me pergunto.
- Alguma pista do paradeiro do Neal? - Pergunto assustada.
- Pela sua cara, se fosse isso não seria algo bom, não é mesmo? - Graham fala e antes que eu possa dizer algo, ele continua. - É uma pena que eu precise de qualquer prova concreta para te prender, porque Emma, se dependesse de mim você ainda estaria na cadeia.
- Você nunca vai achar nada contra mim, eu sou inocente e espero que você encontre Neal e o coloque na cadeia o quanto antes. - Digo e escuto um barulho atrás de mim.
- Quase acreditei. - Graham fala e passa por mim. - Boa noite bela Regina. - Ele diz se ajoelhando e dando um beijo na morena que revira os olhos.
- O que faz aqui delegado Graham? - Ela questiona.
- Podemos conversar em particular? - Ele indaga olhando para mim.
- É mesmo necessário hoje? - Regina pergunta e quando ele faz que "sim" com a cabeça ela diz: - Tudo bem, vamos para o meu escritório.
E os dois somem me deixando apreensiva.
Será que Regina acreditaria nessas acusações absurdas desse homem?
~•~
Zelena Mills
Subo com Ruby para o quarto. Sei o que Emma pensou, pois foi o mesmo que eu pensei, mas quando parti para o ataque Ruby logo me disse:
- Você sabe que não vai conseguir nada além desses beijos hoje não é mesmo?
- O que? Por que? Você mesma disse que só depois de começarmos a namorar. - Pergunto.
- Zel, estamos namorando a apenas algumas horas. - Ela diz e eu dou um longo suspiro.
- Então por que você ficou lá em baixo falando todas aquelas coisas para mim, me beijando e mordendo meu pescoço? - Indago.
- Para provocar você. - Ruby fala sorrindo.
Ah, como eu acho esse sorriso lindo. - Penso, mas logo desfaço a cara de boba que estava fazendo.
- Se você soubesse o estado em que eu estou... - Digo tentando soar sexy.
A morena a minha frente então se aproxima, vai até o meu ouvido e diz algo que me causa um arrepio dos pés a cabeça.
- Você ainda me mata meu amor. - Falo para ela que sorri.
Acho que preciso de outro banho. - Penso levantando logo em seguida.
Quando descemos já são 19:33h, já estava esperando as piadinhas de Emma, porém quando a encontro na sala ela nada diz.
- Ue, onde está Henry e Regina? - Pergunto para ela.
- Henry está lá em cima brincando e Regina...- Antes da loira terminar de falar, vejo minha irmã surgir juntamente com Graham que empurrava sua cadeira de rodas.
- Delegado? Que surpresa! - Falo cruzando os braços e ele estende a mão, mas logo abaixa frustrado.
- Olá Zelena, quanto tempo. - Ele diz.
- Qual o motivo da sua visita? - Pergunto.
- Vim tratar de alguns assuntos sobre o caso da sua irmã. - O delegado diz.
- Vocês encontraram o Neal Cassidy? - Indago sentindo a raiva tomar conta de mim.
- Bom, tenho certeza que Regina irá conversar com você sobre o assunto. - Ele fala e olha para Emma de um jeito que eu não gosto.
- Zel, acompanhe o delegado Graham até a porta por favor. - Regina diz.
- Claro. - Falo e logo o homem a minha frente se despede e saimos da sala.
Quando volto não vejo mais Emma e acredito que ela foi buscar o Henry.
- Então Sis, o que o delegado veio conversar? - Pergunto para ela que estava pensativa.
- Encontraram meu carro não muito longe daqui. - Ela diz.
- Mas nada do Neal?
- Nada. O carro está carbonizado e a frente totalmente destruída, não sobrou nada, nem uma pista sobre Neal. - Regina fala. - Mas eles acreditam que ele não foi muito longe. Quem sabe ele até tenha morrido. - Ela termina de falar.
- Não desejo a morte de ninguém. - Começo falando. - Mas a dele... Sim. - Digo.
- Neal morreu? - Ouvimos a voz de Emma no topo da escada.
- Papai? - Henry que estava no colo dela logo se pronuncia.
Antes de falarmos qualquer coisa Emma dá as costas e volta para o quarto.
- Eu falo com ela. - Regina diz.
Desde o momento em que Regina me contou tudo que havia acontecido com Emma e o Henry entendi que eles eram apenas pobres vítimas. Agora com a volta do Neal e todo o acontecido com a minha irmã ainda continuo tendo a mesma opinião.
Costumo acreditar bastante no meu sexto sentido e desde o começo Emma sempre foi alguém que sentir verdade.
Mas infelizmente fica nítido quão ela se sente culpada agora e tenho medo que isso faça ela se precipitar.
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Regina Mills
Depois de alguns minutos e muita luta consegui chegar no andar de cima. Vou até o quarto de Emma e quando chego a porta não está fechada e consigo vê-lá estática, abraçando o Henry que estava quietinho sem entender nada.
- Em, posso falar com você? - Pergunto e ela finalmente me olha.
- Henry, faz companhia pra tia Zelena e tia Ruby? - Ela diz ao menino que concorda e sai.
Entro no quarto e fecho a porta.
- Neal não morreu. - Falo e ela me olha. - Encontraram o meu carro, ele deve ter batido em algum lugar, pois a frente está destruida, mas aparentemente o fogo que consumiu o veículo foi criminoso. Então ele provavelmente está vivo. - Explico para ela que começa a chorar.
Um silêncio se instaura no quarto, até que ela se recompõe.
- Eu não estou chorando por ele. Sinceramente eu queria que ele tivesse morrido. - Ela diz. - Estou chorando por que não vou conseguir dar um passo na rua sem ficar com medo, não vou querer que meu filho vá para a escola sem ficar com medo, não vou querer sair do seu lado, com medo. Olhe o que ele te fez? Eu estou colocando você em perigo.
- Emma, não se preocupe. Neal pode está por perto, mas ele não vai vim até nós. O que ele fez atirando em mim foi burrice e ele sabe disso. - Falo me aproximando mais.
- Eu não sei, ele veio até nós e estava foragido. Isso também era burrice. Então quem garante? - Ela pergunta aflita. - Eu não vou admitir que ele te faça mal de novo Regina, mesmo que eu precise ir para bem longe de você. - Emma diz e volta a chorar.
- Ei, ninguém vai para longe de ninguém. - Falo tocando seu rosto.
- Eu não posso deixar que ele te machuque de novo. - A loria fala.
- Ele não vai. - Falo e puxo delicadamente sua cabeça em minha direção e a beijo.
- A gente ainda faz isso? - Emma pergunta quando nós afastamos me fazendo rir.
- Não com a frequência que eu queria, mas... - Digo e ela dá um tapinha no meu ombro.
- Me desculpa por isso. - Emma diz. - Hoje deveria ser uma noite alegre, a sua alta, o namoro de Zelena... - Ela fala, mas pausa e faz uma cara de assustada. - Eu acabei de falar sobre namoro? - Ela pergunta com os olhos semicerrados.
- Sim? - Respondo encolhendo os ombros.
- Me diz que você sabia? - Ela pergunta.
- Não. - Digo.
- Então você não ouviu nada. - Ela fala.
- Ok. - Concordo.
Emma logo se recompõe e descemos para o andar de baixo. Onde estão Ruby e Zelena brincando com o Henry.
- Chega de brincadeira crianças. É hora do jantar. - Falo e todos param.
Vamos até a mesa. Preciso de ajuda para sentar na cadeira acho isso um pouco humilhante, mas uma hora me acostumo.
Isso não será para sempre. - É o meu novo mantra.
Todos sentamos e começamos o jantar, Zelena está sorridente e se eu não soubesse de nada eu estaria estranhando.
- Sis, temos que contar algo para você. - Minha ruiva fala segurando na mão de Ruby.
- O que seria? - Indago me fingindo de curiosa.
- Ruby e eu estamos namorando! - Minha irmã fala e é impossível não notar o brilho em seus olhinhos. Fico tão feliz em vê-la desse jeito.
- Sério?! Oh meu Deus! Eu estou tão feliz por vocês! Eu disse que vocês aconteceriam. - Digo fingindo surpresa, mas nada tão exagerado, pois sempre fui assim. Zelena acredita que eu não sabia de nada e Emma suspira de alívio.
Olho para a loira que tenta conter o sorriso e quando seus lindos olhos verdes encontram os meus eu dou uma leve piscadinha e ela agradece.
Eu não vou deixar você ir embora Swan.
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