Love Wings

By Primrosewords93

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"Diz-se que no amor, quando mais se dá, mais tem para se dar. Mas eu nunca tive nada para dar a ninguém. Às v... More

Capítulo 1.
Capítulo 2 .
Capítulo 3.
Capítulo 4.
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
Capítulo 8.
Capítulo 9.
Capítulo 10
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33
Capítulo 34.
capítulo 35.
capítulo 36.
capítulo 37.
capítulo 38
capítulo 39.
Capítulo 40.
Capítulo 42.
Capítulo 43.
Capítulo 44. FIM!
PRODUTOS LOVE WINGS

Capítulo 41.

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By Primrosewords93

POV Rose

Durante anos, eu não soube abraçar. 

Quando era miúda sempre que me abraçavam eu desatava a chorar e empurrava as pessoas para longe. Ao início todos achavam piada a esta minha falta de jeito para fazer algo que, à partida, qualquer ser humano está apto para fazer, mas há medida que os anos iam passando, cada vez mais confundiam com uma simples birra de criança mimada.

Certo dia a minha mãe resolveu perguntar-me por que razão eu não conseguia abraçar ninguém e eu confidenciei-lhe que tinha um medo do caraças de ficar colada à pessoa que me abraçava. 

Eu fui abraçada pelo meu pai poucas horas antes de ele me abandonar. Na verdade, foi o meu primeiro abraço de sempre; ele disse: “vou comprar tabaco”, abraçou-me e saiu. Só isto. Depois disso nunca mais voltou, e eu soube que o meu medo não era infundado porque quando me deixei colar naquele abraço mal poderia imaginar que quando descolasse, nunca mais voltaria a recuperar o pedaço de mim que ele levou agarrado.

Agora, alguns anos mais tarde, eu sinto-me a mesma miudinha assustada a quem roubaram uma metade durante um abraço, e eu não sei como recuperá-la.

- Diz-me o que eu preciso de ouvir.

 - Rose, eu... não posso.

Sinto os braços da Tris ao meu redor e só aí me apercebo do quão perto eu estive de me deixar cair ao chão, sem força para controlar o meu próprio equilíbrio.

- Vamos embora, amanhã vocês falam sobre isso. - Disse ela num sussurro, segurando-me firmemente. Um olhar rápido na sua direção foi o suficiente para me aperceber de algo que eu nunca vira expressado nela: medo. A Tris tem medo do Zayn, ou de quem quer que seja esta pessoa à minha frente que definitivamente não pode ser a mesma que eu conheci e por quem me apaixonei.

Abraçar é horrível. Abraçar é entrar pelo próprio pé numa gaiola… Abraçar é construir uma ponte e se há coisa que aprendi com o Zayn é que as pontes caem. Só não pensei que fizessem tantos estragos nas margens. 

- Rose por favor, ouve-me. – Implorou, levantando-se e aproximando-se de mim. Instintivamente recuei e uma expressão de choque atravessou o rosto dele. – Não. Oh meu deus, não, Rose, não tenhas medo de mim.

- Mentiste-me. - A minha voz saiu entrecortada e apercebi-me que as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto; uma raiva incontrolável percorreu o meu corpo e soltei-me violentamente dos braços da Tris, elevando a voz a níveis que eu nunca imaginaria ser capaz em público. - Fizeste-me acreditar na porra das pontes e dos fios, vieste com essas ideias parvas de que o amor é como nos livros, fizeste-me pensar que estava a conhecer-te por inteiro, quando te faltou referir um pequenino pormenor: tu és um assassino!

Ele matou alguém. Ele matou alguém. Ele matou alguém. Tenho de repetir esta frase uma e outra vez para tentar interiorizá-la bem no fundo do meu coração teimoso que se recusa a encarar as evidências.

Ele encolheu-se perante as minhas palavras e eu lutei contra a vontade de me desculpar. Nunca acreditei que alguém fosse capaz de desbravar o meu egoísmo a ponto de me fazer importar e agora aqui estou eu, a morder os lábios para me impedir de me desculpar por dizer verdades dolorosas em voz alta.

 - Por que razão não o entregaste? – Perguntei à Tinna, sem olhar na sua direção.

- Queria vingança. – Respondeu com sinceridade.

Não sou capaz de a julgar, às vezes o amor tapa os olhos à razão e as pessoas fazem coisas erradas pelos motivos certos. 

- Percebo.

- Rose, por favor, deixa-me contar-te tudo o que aconteceu. – Pediu ele, tentando agarrar-me o braço sem sucesso.

- Devias ter pensado nisso antes. – Respondi bruscamente, afastando-me. Sei que se continuar aqui vou fraquejar por isso preciso de ir para casa. Casa? Pois. Tenho passado tanto tempo em casa dele que quase já sentia aquele lugar como meu também. Vai ser difícil brincar ao “recuperei a minha vida antes-do-Zayn”, muito mais do que eu julgava. Talvez venha a acordar mais tarde e tudo isto não tenha passado de um pesadelo horrível.

 – Nunca deverias ter-me ensinado a construir pontes quando o teu propósito era destruí-las. – Sussurrei de forma quase inaudível, sabendo que ele ouviria. Dito isto virei costas e ignorando os seus protestos caminhei até ao carro, seguida pela Tris, pelo Louis e pela Tinna, onde me afundei no banco de trás a chorar compulsivamente.

*

- Ok. Chega!

Interrompi o meu movimento e olhei para eles, com uma colher de nutella pendurada a meio do caminho da boca.

- Que se passa? - Perguntei, indiferente, dando continuidade à minha deliciosa tarefa.

- Rose, isto é uma intervenção. - Informou o Harry com solenidade.

- Uma quê?

- Uma intervenção. - Repetiu, visivelmente aborrecido por eu estar a quebrar o momento sério na coisa. - Fracamente, já passou uma semana, tu vais ter de sair de casa algum dia!

- Eu saí. - Protestei, ligeiramente chateada. - Ontem fui comprar pão.

Eles trocaram olhares e a Tinna falou:

- Rose, não quero ser má, mas...

- Tu queres. - Sussurrou a Tris, irritada.

Ao que parece a Tinna e o Louis namoram oficialmente e ela passa a vida metida aqui em casa. Apesar de não a odiarmos a ponto de a pôr fora da porta, coisa que até há uns meses atrás era bem possível, é uma espécie de ódio respeitável: ela pode respirar o mesmo ar que nós desde que não nos dirija a palavra a não ser em casos de extrema (mesmo muito extrema) necessidade.

- Estava eu a dizer que não queria ser má mas... - Continuou ela, ignorando a Tris. - Tu estás com um aspeto medonho.

Ela estendeu-me um pequeno espelho e pela primeira vez numa semana eu vi o meu reflexo. A minha cara está bolachuda e avermelhada devido às lágrimas constantes, os meus olhos têm marcas escuras típicas de quem pouco ou nada tem dormido, o meu cabelo, que sempre tratei com cuidado redobrado, está feito em novelos secos e erriçados. Imagens da pessoa que era antes de tudo isto acontecer vieram à minha mente e instintivamente afastei o espelho, sentindo a ameaça, agora recorrente, das lágrimas.

- Deixem-me em paz. - Pedi, focando a minha atenção na televisão onde passava pela terceira vez nessa semana o musical do fantasma da ópera.

- Rose, estamos preocupados contigo. - Confessou o Louis, sentando-se ao meu lado. - Desde que aconteceu...aquilo... tu és uma pessoa completamente diferente. Não te queremos forçar a nada, mas tu tens de fazer algo para sair deste estado.

- Como o quê? Ir trabalhar? Para me esbarrar com ele a todo o momento? - A minha voz está rouca devido ao choro e ao pouco uso que lhe tenho dado ultimamente. Agora que penso nisso, acho que esta é a conversa mais longa que tive desde aquele dia. Tenho acordado todas as noites com pesadelos horríveis, que envolvem na sua maioria o Zayn a tentar matar-me, ou sonhos demasiado bons que são dolorosos de esquecer quando confrontados com a realidade.

- Vais ter de tomar uma decisão, ou ficas lá e lidas com isso, ou tens de te demitir. - Explicou a Laureen calmamente.

Ficar lá seria ridiculamente duro para mim. Eles continuam a dizer que a vida anda para a frente, e que tenho de ultrapassar isto, mas não é justo. Não é justo que eu tenha de avançar com a vida para a frente quando eu sinto que a deixei algures atrás de mim.

- Eu não sei o que fazer. - Confessei, tomando consciência de que não sou capaz de voltar para a empresa. Só a ideia de ter de me vestir, sair de casa e falar com pessoas dá-me náuseas e encolho-me instintivamente no sofá, como se pudesse incrustar-me nele e não voltar a ter de lidar com essas coisas reais e dolorosas para as quais não estou preparada.

- Anda a um baile comigo hoje à noite. - Sugeriu o Liam, fazendo-me rir pela primeira vez em dias.

- Um baile?! - Perguntei, incrédula, não percebendo por que razão me está ele a fazer uma proposta tão descabida neste momento.

- É o baile de Natal do Hospital. É uma festa ridícula, cheia de etiquetas no início da noite mas onde todos acabam demasiado bêbedos para se lembrarem das conveniências. Sei que te parece uma proposta estranha, mas a verdade é que podia resultar: lá vais estar demasiado ocupada para pensar naquilo que te aflige. Não precisas de falar para ninguém, porque depois das entradas ninguém está em condições de manter uma conversa, por isso é só dançar a noite toda. Fazia-te bem e…

- E tu não tens par. - Constatei, sorrindo.

- E eu não tenho par. - Confirmou, exibindo um sorriso divertido. - Não digo que os convites não sejam interessantes, mas aposto que nem bêbedo conseguia achar interesse a raparigas que têm mais sapatos do que juízo!

Nós rimos e eu estranhei o som das minhas próprias gargalhadas, como se não fossem reais, quase como se pertencessem a outra pessoa que não eu. 

- Desculpa Liam, mas não estou mesmo com vontade de festejar. - Respondi, observando a expressão de descontentamento de todos eles.

- Bem, hoje é o dia que o Borhan chega do hospital… - Começou a Tris, com os olhos brilhantes de entusiasmo. - Sempre podes escolher entre ficar aqui com o Louis e a Tinna, ficar comigo e com o Borhan, com o Harry e a Lauren… ou ir com o Liam. 

Pior do que sair e fingir que sou capaz de me divertir é ficar a olhar para a felicidade dos outros como as crianças olham para os reclames de brinquedos de Natal. Respirei fundo e olhei à minha volta, atentando demoradamente em cada um dos meus amigos - e na Tinna. Eles estão mesmo a tentar tornar isto menos doloroso para mim, e apesar de isso não ser possível, eu posso fingir um pouco, quanto mais não seja para deixá-los mais tranquilos…Se não fizer este esforço por mim, então fá-lo-ei por eles.

- Vou precisar de um vestido.

*

POV Zayn

- Zazza, a Rose não vem mais aqui? Nunca, nunca mais?

Peguei nela cuidadosamente para que pudesse pendurar a estrela no topo da árvore de Natal e assim que terminou a tarefa pousei-a no chão, tirando-lhe um fio de neve falsa do cabelo.

- Não, Emms. - Respondi calmamente, procurando disfarçar a emoção.

- Porquê?

- Vem cá. - Sentei-me no chão, no meio dos caixotes poeirentos e das montanhas de decorações que ainda faltam colocar e puxei-a para o meu colo. - Eu vou explicar-te uma coisa: às vezes as pessoas entregam autocolantes que não duram para sempre… eles descolam, sabes? E as pessoas separam-se e vivem as vidas delas, uma para cada lado. É isso que vai acontecer, a Rose vai viver a vida dela, e vai entregar um autocolante a alguém que a faça feliz, porque eu não consegui.

- Fizeste asneiras, Zazza? - Perguntou ela, tristemente.

- Fiz, escondi uma coisa muito importante. Quando entregas um autocolante a alguém não podes mais esconder coisas dessa pessoa, nunca mais, percebes?

Ela acenou com a cabeça silenciosamente e uma pequena lágrima escorreu pelo seu rosto.

- O que escondeste dela?

- Uma coisa que tu não precisas de saber agora. - Respondi, acariciando-lhe o rosto.

- Estás arrependido da asneira que fizeste? - Perguntou ela, arqueando a sobrancelha. Pensei durante uns segundos antes de responder e quando o fiz foi com a certeza de que não poderia estar a ser mais sincero:

- Estou arrependido de não ter contado à Rose, isso sim. A asneira voltava a fazê-la de novo. Lembras-te de como arranjamos aquela estrela da árvore?

Ela sorriu e acenou silenciosamente antes de responder:

- Nós tínhamos ido comprar as coisas para a árvore mas chegamos atrasados ao Harrods e já estava fechado. Depois eu chorei muito porque queria muito uma estrela e quando íamos a chegar ao carro passámos por uma loja pequenina que tinha aquela na montra. É muito mais bonita que a do Harrods.

- É sim. - Respondi, acariciando o cabelo loirinho ainda molhado do banho. - Isto para te mostrar que às vezes se as coisas não acontecessem de uma certa forma, tudo mudaria. Se tivéssemos chegado a tempo, teríamos comprado a estrela do Harrods e nunca teríamos descoberto esta, que é muito mais bonita. Se eu não tivesse feito aquela asneira horrível que fiz, talvez não te tivesse aqui ao meu lado, sabes? E nunca teria conhecido a Rose. Compreendes o que estou a dizer?

- Acho que sim. - Respondeu, deitando a cabeça no meu peito.

- Eu não mudaria nada que implicasse perder-te, mas mudaria a possibilidade de nunca ter perdido a Rose. - Concluí, mais para mim do que para ela.

- Então vamos atrás dela.

- Como assim atrás dela?

- Então, se nós não tivéssemos entrado na loja pequenina nunca teríamos a estrela, certo? Tu não estás a ir atrás da Rose, estás a olhar para a estrela da montra e não estás a entrar na loja!

A minha boca abriu-se de espanto perante o choque de um argumento tão bem sustentado e procurei alguma resposta para o rebater. Eu amo-a. Ponto. Não há mais argumentos para isto: não há argumentos no amor.

- Eu acho que tu tens razão! - Concluí, erguendo-me de repente e deixando-a cair no chão com uma gargalhada. - Emms, vamos a casa da Rose.

Enfiei-lhe um casaco à pressa e peguei-a ao colo, andando até à porta em passo apressado. Ia precisamente a sair quando algo me fez deter: no móvel de entrada, juntamente com o conteúdo do correio desse dia, uma carta preta lacrada chamou a minha atenção.

- Espera um pouco.

As ameaças anônimas têm sido recorrentes nos últimos tempos, mas por alguma razão esta pareceu-me diferente das anteriores, e uma sensação de desconforto tomou conta de mim à medida que abria o envelope misterioso.

"Hoje vamos acertar contas, coração.”

Não foi a frase que me despertou. Não foi a promessa implícita de que algo horrível vai acontecer. Foi o cheiro intenso a alfazema e o fio prata que me caiu aos pés. Senti o meu corpo tremer violentamente e apesar de escutar a voz aflita da Emma não conseguia responder. Tirei o telemóvel do bolso e marquei com dificuldade o número da Tris:

- Pela milésima vez, Zayn, ela não quer falar contigo e eu não vou passar-lhe o telem...

- NÃO DEIXES A ROSE SAIR DE CASA! A Jullie está viva e vai atrás dela.

*

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N/A: Oláaaa gente linda e leitora :3 Em primeiro lugar, peço desculpa pela demora mas eu estou em altura de trabalhos e está a ser mesmo complicado vir à net nesta altura! Em segundo lugar, MIL OBRIGADOS pelos comentários MARAVILHOSOS (e foram tantos!!!) que deixaram no último capítulo! nem imaginam como me tem sido dificil escrever a fic nestes dias e sem dúvida que os vossos incentivos foram uma grande ajuda :'D

Espero que estejam a gostar! Estou a planear MAIS 2 CAPÍTULOS ATÉ AO FINAL (que ainda não faço ideia de como vai ser!) e vou tentar não desiludir x) Não, não vou fazer segunda temporada pois tenho medo de estragar a fic, não sei até que ponto conseguiria enrolar tanto a história por isso não quero arriscar! :/

De qualquer das formas, MUITO OBRIGADO pelo vosso apoio e um beijinho do tamanho do mundo :3

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