De pernas pro ar | REPOSTANDO...

By SaikoMente

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[Concluída] Jeon Jungkook está no último ano do colégio e só quer levar uma vida de estudante normal. Ele é u... More

A cadeia alimentar
Obrigado pelo presentinho
A lei de Murphy
O delinquente sincero
Problema nº 1
Nada a ver
A curiosidade é a alma dos inteligentes
E se...
Geek em campo
Eu quero que você...
Um tempo com o bandido
Coisas preocupantes
Jungkook Holmes, Hwasa Watson
O erro
Você precisa conhecer
Eu não quero mais mentir
De outro mundo (parte 1)
De outro mundo (parte 2)
Nunca diga nunca
JIMIN (parte 1)
JIMIN (Parte final)
EPÍLOGO (parte 1)
EPÍLOGO (Parte 2)
EPÍLOGO (FINAL)
PREÇO, VÍDEO OFICIAL DE DPPA, nome dos Jikook
Pré-venda aberta!
O Livro por dentro, diagramação, brindes

Jimin (parte 2)

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By SaikoMente

1º queria dizer que os capítulos do Park contam com coisas que o JK não sabe, claro, além de um ponto de vista e forma de narrar diferente do dele, em certas coisas

agora...

EU SEI QUE FALEI QUE SERIAM 3 PARTES

mas amores me entendam, é cansativo escrever muito coisas que já aconteceramkk

perdão

se tiver próxima, será a última MESMO vou fazer de tudo pra que seja, são só 6 capítulos resumidos, se eu não for narrar o último 5. então dá, né?

esqueci o que eu ia falar, tinha mais recados

QUEM AINDA NÃO LÊ UM EM UM MILHÃO LEIA ORA POIS

boa leitura

||||

PERDENDO A CABEÇA

— Bom dia, Boneca — murmuro bem perto de seu rosto, apenas para sentir seu cheiro. É, lá estava eu de novo, e aparentemente orgulhoso por isso. Ele me encara, comprimindo os lábios e, depois, jogando um pouco os cabelos para o lado. Ele está incomodado, mas não é comigo. Então, por quê?

— Sobre o que estão falando? — pergunto, tentando me distrair, e me afasto um pouco de Jungkook no banco, já que ele aparentemente queria isso, mas ele se aproxima no mesmo instante. Encaro seu rosto, mas ele nem sequer reage, como se não tivesse se dado conta. Ele só se irrita quando nota que tanta gente olha para nós, enquanto estamos perto daquele jeito.

— Eu não estou nervoso. Não ligo para o que pensam, só não quero tanta gente prestando atenção em mim — fala, exatamente como imaginei. Pelo menos não está bravo comigo. Era como se tivesse um trato silencioso.

Nós podíamos ficar perto, desde que não olhassem demais para ele. Mas, então... o único jeito era...

— Hm. Então... quer que eu me afaste?

— Não! — Arregala os olhos brilhantes, como se aquela fosse uma ideia absurda. Jungkook? Ele se dá conta segundos depois, balançando a cabeça, percebendo que tinha baixado a guarda completamente de novo. — Quero dizer... sim? Aliás, faz o que quiser, não tô nem aí mais. Eu nem...

— Você quer? — questiono, o puxando para mim, segurando seu corpo perto do meu, para falar mais baixo ainda. — O que você decidir é o que eu vou fazer.

E eu falo sério, embora odiasse a ideia. Se ele não me quisesse por perto, mesmo que estivéssemos nos conhecendo, o que eu poderia fazer, além de me afastar?

— Não gosto de te ver tristinho. Se sou eu quem te incomoda, você pode me falar. No mesmo instante, vou embora — falo, tentando demonstrar minha sinceridade, ajeitando seus cabelinhos ondulados, enquanto ele segura os meus ombros, apertando, como aparentemente gosta de fazer, talvez sem perceber, já que nem olha para as próprias mãos.

Jungkook, o que você está fazendo comigo?

— Hm? — continuo, dessa vez não resistindo em me aproximar. Eu preciso beijar Jungkook.

Encaro seu rosto e, então, sua boca corada, com o desenho tão perfeito e atrativo, apertando sua cintura com a mão. Sei que disse que não faria nada, se ele não pedisse, mas... eu quero... quero tanto. Vejo quando me olha nos olhos, antes de fechar os dele, esperando. E, então... não consigo fazer nada. Ele me parece tão inocente...

— Suba na moto, Boneca — falo, me mordendo por dentro. — Eu te disse que não vou fazer nada sem que você me diga explicitamente que quer — me forço a concluir, respirando fundo, antes de retirar seus óculos com cuidado, colocando em seu moletom.

E ele fica paradinho, provavelmente processando, antes de se irritar:

— Park Jimin, seu Bandido! — grita, como havia previsto, e não consigo não rir. Sempre inventando apelidos para mim, por mais que me julgasse por fazer o mesmo. — Eu não estava esperando nada, tá bom? Eu não tô nem aí, tá me ouvindo?

Eu só consigo rir. Ia ficando mais claro que, se Jungkook não me afastasse, só continuaria me aproximando mais e mais. Por mais que fôssemos opostos em muitas coisas, nenhuma delas nos fazia mal, e essa parecia ser a energia atrativa entre nós.

|||

Durante aquele jogo, me lembro de estar mais preocupado com Jungkook indo jogar de óculos do que qualquer coisa, mas ele se deu bem na primeira partida. O que realmente não saiu da minha cabeça foram as atitudes dele. Eu segurava sua mão suavemente, sem protestos de sua parte e, quando alguém jogou uma garrafinha em sua direção, ele a abriu para beber, voltando a segurar minha mão assim que o fez, com naturalidade. Isso me deixou completamente sem rumo por um instante. Por que ele segurou minha mão de novo?

— Para de me encarar, é desconcertante — fala baixinho e, então, volto à realidade, notando que, de fato, eu o estava encarando demais de novo, para variar.

Claro, alguma coisa tinha que dar errado. Eu fico possesso quando o acertam de propósito com a bola e ficam rindo, quando o veem cair na quadra.

— Yoongi, cuide dele, por favor — peço, me levantando, vendo os idiotas dando soquinhos na mão de quem havia chutado a bola, rindo disfarçadamente. Assinto, indo ao vestiário para esperar por eles. Tive exatos cinco minutos para me controlar, antes que entrassem pela porta, tirando aquelas camisas nojentas e conversando alto. Paro bem na entrada, de braços cruzados, aguardando que viessem.

Eles esperam que eu saia do caminho, mas nem me movo.

— Que foi, cara? — questiona. Era hora de me aproveitar dos rumores sobre mim, pela última vez. Era isso ou partir cada um deles em dois, indo para a cadeia. Não queria repetir o mesmo erro de antes, porque sabia da gravidade disso. Se eu queria ser policial, já deveria ter a postura de um. Mas ninguém poderia me prender por blefar.

— Já ouviu falar de gangues japonesas? — questiono, ainda parado no mesmo lugar. — Eu venho de lá.

O mais alto encara os outros, parecendo confuso, mas impaciente para passar logo.

— Cara, que porra é essa?

— Vou te dar uma breve lição gratuita de quem eles são — começo. — Bandidos, bandidos japoneses. Como vocês gostam de falar... máfia. E sabe uma das tradições que mais é comum? Enviar partes do corpo dos reféns pra família deles. Pode ser qualquer coisa: braço, dedo... A cabeça.

Ele me encara como se eu fosse maluco, e eu, de fato, poderia ser considerado um. Estava blefando um monte, mas era a única forma de extravasar a raiva que sentia, sem encostar um dedo naqueles caras. Jungkook não fez nada para merecer aquilo, inclusive eles que começaram tudo.

— Mano, do que você tá falando? Bebeu?

— Estou falando que, se encostar um dedo naquele garoto da quadra ou respirar o mesmo ar que ele ou qualquer um de seus amigos, a cabeça de vocês vai parar nos Correios.

Ele fecha a expressão, cruzando os braços também, tentando parecer ameaçador.

— Escuta aqui, seu merdinha... — começa, mas corto, levantando a camisa e mostrando a tatuagem em japonês.

Watashi wa mangō ga kiraidesu.

Ele arregala os olhos, dando um passo para trás e, com isso, saio dali, sem dizer mais nenhuma palavra, pensando se ele realmente havia sentido algum medo. Espero apenas que não saiba como se diz "eu não gosto de mangas" em japonês.

|||

Eu estou parado, há meia hora, na frente daquela loja, que já ia fechar, encarando o meu possível presente: uma mochila amarela. Suspiro, cruzando os braços. Não é como se fosse algo importante demais, certo? É só que o ver arrastando aquela mochila estourada para cima e para baixo é ruim. Ele pode até perder um dos livros de que tanto gosta.

— Moço? — uma mulher me chama. — Não vai entrar?

Suspiro. Estou há tanto tempo parado ali que já pareço um suspeito, no mínimo.

— Sim, eu quero levar aquela mochila.

— Essa? Ela está em oferta.

— Perfeito. Pode embrulhar para presente?

— Claro, o valor...

— Tudo bem, sei que estão fechando, não precisa se incomodar. Cobre nesse cartão, por favor.

— Débito ou crédito?

— Débito — respondo, voltando a namorar a mochila. Era a cara dele.

|||

— Não vai se trocar? — meu pai questiona.

Eu estou em um dos sofás, encarando o embrulho da mochila no outro.

— Ah, o senhor chegou... Tudo bem? — Eu me ajeito no lugar.

— Tudo... Mas o que está fazendo de uniforme ainda, meu filho? Tome um banho e vá descansar.

Balanço a cabeça negativamente.

— Depois eu vou. Estou resolvendo uma coisa primeiro.

Ele suspira, se aproximando.

— E o que é? — Pondero, apontando com a cabeça para a mochila no papel de presente. — Um presente? Pra mim? — fala feito criança.

— Não. — Rio. — Tenho certeza de que seu aniversário foi no mês passado, seu esperto.

— Ah... Então, pra quem?

Respiro fundo antes de responder:

— Jungkook.

— Jungkook? O garoto da carona?

Assinto novamente.

— Da carona e do armário — completo, e ele dá uma breve risada, se sentando ao meu lado no sofá.

— Então, vocês viraram amigos mesmo?

Inclino a cabeça para o lado.

— Pode se dizer que sim.

— O que isso quer dizer?

Olho para ele, antes de explicar:

— Ele é desconfiado. Talvez pelos rumores da escola antiga. Eu não sei, ele parece ser alguém que já sofreu bullying, inclusive, hoje mesmo. Chutaram uma bola no rosto dele. Machucou, pai.

— Minha nossa! Coitado!

— Pois é. Mas ele não fez nada pra merecer, sabe? Quero dizer, geralmente ninguém faz, esse tipo de violência não se justifica, mas eu simplesmente não consigo ver nenhuma maldade nele. Muito pelo contrário, é ingênuo, inocente, divertido, inteligente, estudioso... Eu detesto saber que esse tipo de coisa aconteceu.

Meu pai me encara por longos segundos, sem dizer nada.

— O que foi?

— E por conta disso comprou um presente pra ele?

— O quê? Ah... Não... eu só achei que combinava com ele. E a bolsa dele está arrebentada também. Não lembra que te contei?

— Ah, sim... É que você vem falando tanto nele que não guardei tudo na memória.

— Eu venho falando muito dele? — questiono, tentando recapitular os últimos dias.

Meu pai dá de ombros.

— Sempre falamos sobre nossos dias, e ele sempre está no seu.

Eu me ajeito no lugar, sentindo meu rosto esquentar. E meu pai me encarando. Essa não.

— Park Jimin, olhe para o seu pai. — Abaixo a cabeça, respirando fundo antes de encarar seu rosto. Pensei que ele iria perguntar. E, se perguntasse, eu não mentiria. Ele me encara por uns bons segundos, mas, quando abre a boca... — Vá visitar seu amigo. — Ele se levanta, me dando dois tapinhas no ombro. — Quando voltar, o jantar vai estar pronto.

Contraio o cenho, encabulado.

— Você não vai perguntar nada?!

— Tem alguma coisa que eu precise perguntar?

Nego devagar com a cabeça. Ele não precisa perguntar e, sim, pode perguntar. Então, não é mentira se eu negar, certo?

— Então, tudo bem. Agora, vá, porque sei que está querendo. Volte logo — fala, abanando a mão e indo para a cozinha, e não demoro nem dois segundos a me levantar, gritar uma despedida e sair de casa.

|||

Quando saio da casa de Jungkook, passo em casa para tomar um banho e me trocar, indo direto à padaria. Estávamos precisando adiantar as encomendas, por causa de tantos pedidos que vínhamos recebendo. Meu pai não daria conta sozinho, e eu não me importava em ajudar... Apenas vou de uma vez. Assim que tudo se estabilizasse, eu iria cortar esse hábito. Estávamos quase conseguindo.

Chego lá, abro a porta e me tranco lá dentro, colocando o capacete de lado e arregaçando as mangas. Vou até a pia e lavo minhas mãos e meus braços, antes de olhar ao redor e começar. Eu preciso pensar, principalmente na vergonha que acabei passando mais cedo. Ele tentou me beijar, se sentou no meu colo, e me deixou desesperado com tudo isso. Jungkook é extremamente atraente, no entanto não seria muito respeitoso continuar pensando nele dessa maneira, sem que ele soubesse e concordasse. É sobre isso que eu debato comigo mesmo, enquanto trabalho. Isso até que meu telefone toque. Era Yoongi.

— Oi!

Oi! O que está fazendo, que não foi dormir até agora?

— Ah... Falando no telefone?

Resposta errada, pirralho. Sei que está na padaria. Vai pra casa agora.

— Eu só vou arrumar as caixas para entrega. Em meia hora, volto pra casa.

É, começa assim mesmo toda vez, mas num instante você acha uma receita, começa a testar, e quando vê...

Rio baixinho, porque é verdade.

— Mas não estou com sono.

Park Jimin, isso tem nome: insônia. Faz muito tempo que está assim. Por que não vai a um especialista para se cuidar? Atividade física: isso pode te cansar e te dar sono.

Suspiro.

— Entendo sua preocupação, mas e o meu pai, Yoongi? Ele só tem a mim. Ninguém mais ajuda a gente, em nossa família todos têm suas próprias preocupações.

Eu sei. Mas ele está preocupado com você também, e nada satisfeito com as suas saídas noturnas. Em algum momento, isso vai dar errado, e você vai cair no sono quando não deve.

Assinto.

— Perdão.

Não peça perdão. Corrija sua postura.

— Sim, senhor.

Prometa.

Respiro fundo.

— Prometo. Vou tentar parar.

Vou falar com seu pai pra esconder a chave.

— É uma ideia — falo, e ele dá uma risada baixa. — Boa noite. Obrigado por tudo.

Por nada. Vê se não enrola. E nada de receitas.

— Certo — murmuro, desligo e olho em volta, antes de terminar o serviço.

|||

Comento com Yoongi sobre levar Jihyun para passear, e ele acha uma boa ideia, me dando algumas dicas. A escola está agitada, mas eu não vejo Jungkook em lugar algum, o que acho bom, porque provavelmente está descansando em casa.

— Você está cheio de suspiros. O que foi? — o de cabelos verdes questiona.

Encaro meu amigo, pensando se deveria falar. Yoongi era do tipo que não se surpreendia com nada, como se soubesse de tudo, e o último a me julgar.

— Você sabe do Jungkook?

— O professorzinho? — Assinto. — Aham, o que tem ele? Você gosta dele e estão namorando? — Não sei nem que expressão eu fiz. — O que foi?

— Você, agindo todo esperto! Nós não... nós não namoramos.

Ele suspira.

— Primeiro de tudo, caramba, sua voz subindo decibéis, isso é uma raridade. Segundo, por que não namoram?

Bufo.

— Porque não nos aproximamos o suficiente para isso. E eu sinto, às vezes... que, de alguma forma, estou forçando os limites dele — pondero, relembrando a noite anterior. — Fui à casa dele ontem, ver como ele estava e devolver o livro.

— Justo.

— Fui ao quarto dele. Ele subiu no meu colo e me beijou.

— Uau.

Assinto, ao ver uma pequena mudança de expressão em seu rosto.

— Foi rápido, mas partiu dele. Tudo bem que eu ajudei, mas não puxei nem nada.

— Tudo bem. E qual a sua preocupação, então?

— É... Nosso jeito, Yoongi. Somos muito diferentes nessa parte. Enquanto eu quero ficar com ele, ele parece... indeciso. Fechado, não sei.

— Ok, mas eu acabei de me lembrar de uma coisa. — Eu o encaro, esperando que continue. — Você. Você, ano passado, disse algo parecido sobre você mesmo. Que estava fechado para relacionamentos, que não se via em um e não queria ninguém. Mas, então, cá estamos, discutindo sobre o seu namorico.

— Paixonite nomeia melhor.

— Paixonite é uma palavra fraca demais para o que estou vendo. Eu não coloco a mão no fogo por ninguém, mas, vendo vocês, entendi algumas coisas sobre ele. — Yoongi suspira. — Tudo o que você já parece saber. Ele deve ter tido experiências ruins na escola, desconfia do seu jeito, tem parafusos a menos ou a mais, mas está muito na sua. E agora que me contou essa parte, tenho certeza. Ele quer você, você quer ele de volta. Em algum momento, vai acontecer, só precisa esperar — conclui.

Respiro fundo, assimilando as palavras, vendo como cada parte faz sentido.

— Agora, vamos comer, porque vou desmaiar de fome.

— Eu trouxe bolo — comento, já caminhando.

— Pra mim?

— Tem pra vocês, mas eu queria que Jungkook experimentasse primeiro, se importa?

— Longe de mim atrapalhar sua novelinha.

— Yoongi...

|||

Uma pena que nem tudo fosse flores, nem mesmo quando finalmente começamos a nos envolver.

Precisei ir à escola antiga pegar os documentos que estavam dificultando que eu encontrasse, mas finalmente estavam disponíveis, depois de uma ligação do meu pai, claro. Aquilo tirou meu sono, porque poderia resultar em mais problemas tão perto do fim do ano, prejudicando meu processo de conclusão do Ensino Médio. Por que as pessoas têm prazer em prejudicar as outras, mesmo quando não ganham absolutamente nada?

O fim de semana foi perdido naquilo. Tentei me distrair, trabalhando, estudando, mas fiquei, de fato, desanimado com tudo, recebendo atenção do meu pai e até de Jihyun. Fui o mais depressa que pude, pegando o envelope e parando na rua mesmo para comer. Só meus amigos me ajudariam a me distrair do estresse, disso não tinha dúvidas.

Passei parte da noite estudando, mas, sabendo que teria de faltar no dia seguinte, horas antes do simulado, perdi confiança. Ele não era exatamente importante para mim, porque não faria aquele vestibular, mas, por outro lado, era, por valer alguns pontos e por ser uma forma de ver como o grupo de estudos estava ajudando. Pensar em tudo isso me fez sentir falta do Jungkook.

Por tudo isso, retornei ao colégio, um tanto quanto desanimado, e fui direto à biblioteca, para assistir à aulinha dele, com nossos amigos. Passando pelas estantes, encontrei o próprio, parecendo perdido. Aquela noite, acabamos ficando juntos por acaso, durante horas, presos na escola, dormindo e, depois de acordar, comemos, estudamos e nos beijamos várias vezes. Ele e eu combinamos muito, de todas as maneiras.

Em uma de nossas ligações, durante a semana, Jungkook me surpreendeu. Ele me chamou para participar da comemoração de seu aniversário. Durante aqueles dias, nossa aproximação se tornou intensa, e avançamos em vários pontos. Sempre acabávamos quase sendo pegos em flagrante, mas, até então, tudo estava dando certo, de certa forma.

Quando levei Jungkook até a aula de kendô, queria dividir algo que amo com ele e conversar sobre aquilo. Confesso que me senti inseguro quando o vi cercado de garotas. Eu ainda não entendia muito sobre todas as sexualidades, mas sei que ele é a primeira pessoa de quem eu gosto de verdade. E sei bem que, quanto a ele, foi o seu primeiro beijo, embora não soubesse se ele já havia gostado de alguém antes. A questão é que ele poderia gostar de mulheres também, e isso me murchou um pouco por dentro, com a insegurança presente. E se ele preferisse uma delas?

No entanto, aquela sensação passou quando nos beijamos de novo, e deixei claro que não queria mais ninguém que não fosse ele. Era como me sentia e, se aquilo iria mudar ou não, não estava sob meu controle nem me interessava. Eu queria viver o presente, como meu pai pediu, deixar as tristezas do passado no passado e tentar não sofrer por antecipação do futuro. E, no meu presente, era com Jungkook que eu estava e queria ficar.

Na manhã do aniversário dele, saí com meu pai para fazer uma caminhada, como quando eu era pequeno. Eu queria conversar sobre tudo com ele, afinal sempre foi meu melhor amigo. E o melhor de tudo era não sentir medo de falar. Talvez fosse diferente com a minha mãe, bem diferente. Mas ela não estava ali para opinar sobre algo há muito tempo.

— Está frio, ainda bem.

— Se chover, pode ser perigoso — falo, enquanto subimos a montanha, e o sol nasce no horizonte. — Olhe bem onde pisa, pai.

— Trouxe mais água além da minha, certo?

Assinto, olhando todo o verde ao nosso redor. Aquilo me lembrava do tempo que passamos no Japão e tínhamos esse costume também. Trazia paz a mim.

— Vai começar a correr para treinar para a prova física? — meu pai pergunta.

— Provavelmente, sim, já deveria ter começado. Mas a escola...

— Sim, sim. Mas você terá tempo pra isso ano que vem — ele diz, me encarando, enquanto continuamos a caminhada. Ficamos em silêncio ou falando sobre assuntos neutros, até que chegamos a um córrego da área reservada e nos sentamos ali, para comer e conversar com mais calma também.

— Pai? — chamo, sentindo que deveria falar de uma vez.

— Sim? — Ele me olha, organizando nosso lanche.

Respiro fundo, decidindo comentar sobre Jihyun antes.

— Eu vou levar Jihyun para passear um dia desses. Acho que ele precisa espairecer — comento.

— Ah, ele precisa, com certeza. Uma pena que não goste de caminhar, seria bom ter vocês dois aqui — ele responde, dando um sorriso com uma pitada de tristeza.

Suspiro, sentindo cansaço.

— Eu espero que ele vá e comece a perdoar a vida aos poucos — comento. — O tempo não vai voltar, e nada do que aconteceu pode ser modificado — falo.

Meu pai come um pouco, assentindo, antes de voltar a falar:

— Jimin, você odeia a sua mãe? — pergunta.

Olho para ele, comendo e, depois, observo o riacho correr.

— Não — digo, depois de pensar sobre. — Eu apenas penso que em nossas vidas não há mais espaço para ela. Assim como na dela não há nenhum para nós.

Ele me olha, antes de abaixar a cabeça e voltar a comer. Eu queria que meu pai fosse amado por alguém, na mesma intensidade que amou aquela mulher, um dia.

— Pai... você ainda a ama? — pergunto, aproveitando a sinceridade de nossas conversas.

Ele nega quase imediatamente, suspirando.

— Não. Amar sua mãe seria desrespeitar a decisão que ela mesma fez de não me amar. E eu já fiz isso por tempo o suficiente. — Ele tem toda a razão. — Espero que Jihyun entenda isso.

— Ele vai entender. E tudo isso vai ficar no passado logo, logo — falo, dando um pequeno sorriso.

Ele sorri de volta, me fazendo uma carícia breve no braço.

— Mas eu conheço meu Jimin. Tem alguma coisa rondando essa sua cabeça, pode ir falando. Seu pai fala demais, mas também sabe escutar.

Nego, sorrindo.

— Eu te ouviria por horas, pai — falo e limpo as mãos, resolvendo comentar de uma vez. — Eu estou... me relacionando com alguém.

Meu pai arregala os olhos por um instante.

— Mesmo?

Assinto.

— Não é algo como um namoro, mas, se ele quiser, logo vai ser.

Pronto, em uma frase só, revelei tudo o que precisava.

Meu pai não reage imediatamente, comendo e parando para pensar.

— Por um acaso é o garoto do armário? — questiona, e quase cuspo o suco para rir. Ele ri também.

Assinto, sentindo meu coração queimar e acelerar, por estar finalmente falando abertamente com alguém, além de Yoongi.

— O próprio.

— Junghyun.

— Jungkook, pai, Jungkook. Junghyun é o irmão dele.

— Ah, claro. Eu confundo. — Ri. — Nome bonito o dele.

Assinto de novo, pensando no meu anjinho.

— Ele é uma graça. Maluquinho e uma graça — falo.

Meu pai se ajeita no lugar, se aproximando.

— Conte mais sobre ele e sobre vocês — pede.

Abro um sorriso, antes de voltar a falar:

— Ele é tímido... Mas, quando estamos sozinhos, uma pessoa extremamente carinhosa.

Ali, nós comentamos sobre isso, rimos de alguns clientes da padaria, imitamos ligações, e ele me dá dicas sobre o bolo que faria para levar mais tarde. E assim é a nossa manhã. Finalmente, estava me cercando de amor, na intensidade que sempre quis.

|||

Quando chego à casa de Jungkook, a porta está escancarada e tem mais gente que o comum, todos falando alto ou rindo de alguma coisa que não posso identificar, mas é uma confusão envolvendo os dois irmãos menores dele. Olho para ele, depois ao redor. Não tinha errado de casa. O que era aquilo? Ele tinha retirado os cabelos da testa, estava sem óculos e usava um batom suave nos lábios, além de maquiagem também. Usava uma camisa branca não tão larga, como as de costume, e uma bermuda... bastante reveladora. Estava descalço, inclusive.

Preciso de um tempo para me recuperar, antes de entrar. Quando ele me vê, vejo um sorrisinho aparecer, antes de me olhar de cima a baixo também, e vamos juntos ao andar de cima. A casa de Jungkook é enorme, e ele parece viver muitíssimo bem, no entanto nunca o vi falando uma palavra sobre nada disso ou sendo esnobe.

Conversamos um pouco sobre Hoseok e Taehyung, e lhe explico um trecho da confusão. Aqueles dois são como gato e rato, mas, desde que se conheceram, Hoseok nunca mais tocou no nome de mais ninguém com interesse amoroso. Era apenas Taehyung. A família dele é doidinha, o que justifica o próprio Jungkook ser daquele jeitinho também. Estão atrás da porta, tentando escutar nós dois, obviamente. Eles são engraçados. Encaro Jungkook, me perguntando como seria aquela noite.

|||

Ele disse que seria um beijinho rápido, mas, depois daquela massagem, é difícil acalmar os ânimos. E ele está me enlouquecendo ainda mais, se escorando na pia, com uma das pernas entre as minhas. Acredito que não se deu conta do que está fazendo, mas seu ímpeto de sempre levantar a coxa não está dando certo naquele momento, por causa daquela posição. Ou está dando mais certo do que deveria.

Isso está me tirando dos trilhos, porque as ideias que passam por minha mente, nesse momento, são absurdas. Aperto seu quadril, antes de subir com as mãos por sua cintura, fazendo com que se sente no mármore da pia, e fico entre suas pernas, só então notando minhas mãos entrando pelo tecido de sua bermuda, apertando suas coxas, que me mantém naquele espaço. Vejo seus mamilos rígidos sob o tecido branco e tento pensar em qualquer outra coisa que não seja chupar cada um deles, morder e marcar. Para quem não queria mais nem sequer beijar na boca na vida, você está muito pra frente, Park Jimin. Mas Jungkook não está negando nada também. Se alguma coisa não nos tirasse dali, naquele instante, tudo sairia de vez do controle.

— Kook! — Ouço batidas à porta, assim que tenho aquele pensamento. Jungkook se assusta, tapando minha boca, e eu, sentindo meu rosto queimar, assim como toda a região entre minhas pernas, agradeço mentalmente pela chegada do seu primo. Não era hora nem lugar para aquilo, e nenhum de nós estava pronto, disso eu não tinha dúvidas.

Jungkook sai, relutante, e ouço os dois conversarem do outro lado, mas não presto atenção no teor da conversa, mais ocupado comigo mesmo, sabendo que não teria alívio algum, que teria que esperar aquela ereção diminuir. Puxo a blusa para baixo, respirando fundo, e molho o rosto com água gelada, pensando em outras coisas, esperando até que Jungkook volte e a noite do aniversário dele siga.

— Mas eu não disse nada... — tento argumentar sobre a cinta-liga.

— Mas pensou!

Nós nos encaramos até que eu acabe rindo, sem jeito. Eu deveria pedir desculpas por achar aquele homem um grande... gostoso? Tapo o rosto por pensar aquilo. O que você está fazendo, Park Jimin?

Quando ajudo a arrumar aquela bagunça e falo em ir embora, ele me pede para ficar e dormir com ele. E essa é mais uma das confirmações de que eu estou, a cada dia, mais encantado pelo Jungkook. Nós nos deitamos e conversamos um pouco. Ele pergunta e, quando conto sobre as tatuagens, parece se comover. Kook tem essa gentileza que eu consegui perceber sem demora, quando começamos a nos conhecer melhor. Eu me surpreendo quando ele se aproxima, me abraçando pelo tronco, apoiando a cabeça em mim, com o perfume dos cabelos se desprendendo dele. Eu o abraço de volta, acariciando seu ombro e beijando sua cabeça, e quando penso que ele está cochilando, ouço Jungkook murmurar algo:

— Eu gosto muito de você — balbucia.

Fico em silêncio, ouvindo roncos e ressonares dos outros, sem nem mais um pio dele.

— Jungkook? — chamo, mas não responde. Ou eu estou ficando louco ou ele tinha mesmo se confessado, enquanto estava sonolento.


|||||||||||||||

O próximo vou dar meu máximo para ser o último na visão dele

É só que escrever tanto cenas que já sei, fica cansativo, se faço por um longo período...

Enfim, espero que leiam, e tenham gostado

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INKOGNITO

NÓS

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até mais











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