Seu Nome
— Há muitos e muitos anos atrás, uma pequena garotinha fora abandonada em um casa enorme, escura, fétida e completamente cheia de estranhos. Ela não se identificava, perguntava todas as noites para si mesma o que havia de errado, o por que os pais dela não a queriam. Os anos foram se passando, ela cresceu, tornou-se uma mulher e por incrível que pareça, conseguiu trilhar o caminho de seus sonhos. Ela tinha tudo para dar errado, mas a sua autoconfiança foi o que a ajudou a passar por uma das fases mais horripilantes de sua vida. Ela não precisou de um príncipe para resgata-la, conseguiu tal ato sozinha, mas isso não significa que ela não encontrou o seu príncipe. Ele também não apareceu em um cavalo branco como todas as pessoas imaginam, mas ele a conquistou de uma maneira sem igual. A garotinha se apaixonou por aquele príncipe e...
— Eles viveram felizes para sempre, mamãe? — perguntei, imaginando a história se passando em minha cabeça.
— Eles estão felizes até hoje, meu amor. — minha mãe abriu um sorriso e depositou um beijo em minha testa — Quer saber de uma coisa? Você não estará feliz todo dia Seu Nome e isso está tudo bem. As coisas nunca serão do jeito que você quer, nós precisamos errar e aprender com esses erros. — ela levantou-se — Quando estiver triste, lembre-se dos momentos bons. Agora você precisa dormir mocinha. Te amo, boa noite.
— Também te amo mamãe, boa noite.
As memórias foram se apagando da minha mente a medida em que o vento gelado tocava a minha pele. Eu sabia o que estava por vir e eu queria impedir que ninguém que eu amasse se machucasse, mas eu não tive a oportunidade. Fazia um mês que todos haviam voltado do reino quântico e que Thanos estava morto, mas eu sentia como se a minha vida não tivesse um rumo no qual eu poderiam tomar.
O homem que eu amava estava me evitando e só pelo simples fato de não saber o motivo, isso ja me deixava possessa.
Eu tentei seguir em frente durante os cinco anos, tentei ser o mais forte que eu conseguia, mas eu não era a minha mãe. Eu não conseguia trilhar o meu caminho e a razão tinha nome e sobrenome.
Conheci Bucky em uma missão no qual os Vingadores estavam designados a proteger o país de ameaças terroristas. Eu não fazia parte do time, estava apenas os ajudando com os meus dons e quando me dei conta, estava envolvida demais. Steve Rogers foi o homem mais solícito comigo e me ajudou a superar todo o meu trauma do acidente que me rendeu poderes. Ele disse que sabia de um lugar no mundo que poderiam me ajudar e foi então que toda a minha história começou.
Nós procuramos Wakanda e com a ajuda do rei T'Challa e sua irmã, descobriram que o que tinha dentro de mim era uma força sobrenatural que só se manifestava quando achava que algo estava em perigo. Se eu soubesse me controlar, ficaria bem e conviveria com ela sem problemas algum. Eu tenho super força, raios elétricos e velocidade que faiacan o meu corpo. Steve reencontrou seu velho amigo, que estava em refúgio no país e então eles nos apresentou. De imediato eu me encantei, Bucky era um cara lindo e foi muito simpático comigo apesar de demonstrar sua frieza em certos momentos. Eu puxei assunto, ele se ofereceu para me mostrar tudo o que ele achava bom naquelas terras e eu aceitei.
Quando me dei conta, estava apaixonada pelo soldado invernal e não saberia como contar a ele o que eu sentia. Steve nos deu uma ajudinha, disse que conversaria com seu amigo e que abriria os olhos dele. Somente depois de um tempo que confessei a Bucky que o amava e nunca imaginei que fosse ser correspondida. Nós engatamos um romance e nos dávamos bem, até toda aquela merda com o Thanos acontecer.
Bucky ficou preso por cinco anos dentro do reino quântico e eu me culpei todos esses anos por não conseguir evitar. Mas quando eles voltaram, achei que tudo seria como estava antes de partir, porém ele parecia uma outra pessoa.
Nós não nos falávamos e isso estava me matando um pouco a cada dia. Eu não sabia o que tinha acontecido lá dentro e queria conversar com ele sobre, mas com ele me ignorando era quase impossível. Eu também me afastei dos vingadores. Com a morte de Tony Natasha e a partida de Steve para o passado, imaginei que poderia seguir com a minha vida em paz e honrar a memória dos meus amigos, mas eu simplesmente não consegui.
Voltei para o complexo há duas semanas e estou a procura de outros jovens talentosos que poderiam fazer parte da nova equipe. É claro que eles nunca iriam substituir os antigos membros, porém seria uma forma de manter os Vingares vivos e mostrar que podemos ser melhores do que as pessoas imaginam.
— Oi senhorita Seu Nome. — a voz de Peter invadiu o ambiente, pegando-me de surpresa.
— Peter? Oi! — levantei-me do sofá e caminhei até ele, colocando a mão em seu ombro — Como você está?
— Estou bem. — ele disse, segurando sua mochila contra o corpo — Peço desculpas por não ter aparecido antes.
Olhei para a sala e apontei para ele, indicando para que se sentasse. Enquanto ele fazia o caminho até o sofá, peguei dois copos e os enchi com suco de laranja, estendendo um recipiente para que ele pegasse. Nós ficamos em silêncio, até porque não nos víamos a muito tempo e após a partida de todos, o jovem Parker se afastou.
— Soube que você foi viajar e arranjou uma pequena encrenca na Europa. — dei um sorriso, tomando um gole do suco.
Nesse momento Peter ficou branco como uma folha, até porque eu sabia que a missão era confidencial e que poucas pessoas sabiam sobre ela.
— Como você...
— Tenho alguns contatos na ativa ainda. — dei uma piscadela — Eu o chamei porque gostaria que você fizesse parte da nova formação dos Vingadores.
— O que?
— Eu sei que pode ser difícil no começo Peter, estou aprendendo a lidar com tudo isso também, mas sei que com sua ajuda nós conseguiremos dar a volta por cima. — olhei para ele.
Peter pareceu pensativo, estava com os seus neurônios pegando fogo e isso denunciava que ele estava considerando a ideia de entrar para equipe. Nunca que eu poderiam seguir com essa história sozinha, até porque somos um grupo e trabalhamos juntos.
— Eu preciso conversar com a tia May sobre isso, mas eu topo. — ele tossiu, colocando o copo em cima da mesa de centro — Eu ajudo no que for preciso senhorita Seu Nome, até porque o senhor Stark gostaria que eu fizesse isso.
****
Coloquei os últimos sacos de pancadas pendurados no suporte ao teto na nova sala que serviria para treinamentos de combate no complexo. Com a minha superforça, carregar toneladas é moleza e acaba se tornando apenas um exercício físico diário.
Comecei o meu treinamento com as cordas, pulando as mesmas e alternando em passadas curtas e longas, aumentando também a velocidade. Em seguida comecei as abdominais, depois fui para levantamento de peso e por último com o boxe.
Comecei a socar o saco de pancadas levemente, enquanto memórias e mais memórias de Bucky varriam a minha mente e tentavam me atormentar para que eu sofresse ainda mais pela sua recusa. Mais dois meses se seguiram depois que contatei Peter Parker assim que ele voltou de sua aventura na Europa e decidimos juntos que iríamos reerguer a equipe. Eu não tinha notícias de Bucky e muito menos sabia se ele estava bem ou até mesmo vivo. Se alguém pelo menos me dissesse que tudo estava indo nos conformes com ele, talvez já aliviaria um pouco da minha angústia e aflição.
Quando me dei conta, o último soco que eu desferira sob o couro macio, foi o suficiente para rasga-lo e toda a areia que tinha dentro dele se espalhou pelo chão. Minha respiração estava descompassada e eu me encontrava extremamente irritada por saber que minha cabeça me traía desse jeito.
Comecei a limpeza dos grãos com uma vassoura e uma pá, terminando de tirar apenas o que restou com um aspirador de pó.
— Parece que alguém fez um grande estrago por aqui. — o timbre conhecido de voz invadiu os meus ouvidos.
No mesmo instante eu simplesmente congelei no lugar e não sabia como reagir. Até porque ouvir a sua voz poderia ser uma coisa boa, porque sonhei em escuta-la durante todo esse tempo, mas só de pensar que sofri por causa dele, eu realmente fico brava.
Ignorei as suas palavras e continuei minhas tarefas tentando imaginar que ele não estava ali. Minha cabeça estava a mil e eu simplesmente queria ficar sozinha e esquecer que ele uma vez existiu, mas Bucky resolveu me seguir para todos os cômodos no qual eu tentava fugir.
— Pare de me seguir em todos os lugares Bucky! — me exaltei, virando-me para olha-lo pela primeira vez. Eu perdi o fio da meada quando nossos olhares se encontraram. Bucky estava completamente diferente da última vez que eu o vira. Seu corpo estava mais musculoso, seu cabelo estava curto e perfeitamente alinhado, proporcionando um ar mais jovem a ele. Meu coração balançou com a sua imagem e não vou negar que a vontade de correr para os seus braços me atingiu, porém eu evitei manter o máximo de contato possível — Vá embora por favor.
— Eu não posso. — ele deu um passo para frente — Tive que ter esse tempo para pensar sobre todas as coisas e como tudo mudou depois que voltamos. Não justifica eu ter passado cinco meses sem dar notícia, eu reconheço que sou um completo idiota e que foi um erro não manter contato, mas eu queria que você ficasse segura.
— Ficasse segura? — perguntei, sentindo um ódio eminente me atingir — Eu fiquei cinco anos sem você Bucky. Cinco anos pensando que estava morto e que eu nunca mais iria te ver em minha vida. Você não imagina o quão difícil foi saber que você não queria me ver depois de cinco anos. Eu chorei por você, eu sofri e mesmo assim você me ignorou.
— Eu sinto muito...
— NÃO SINTA! — dei um grito, minhas mãos faiscando com a energia que estava querendo sair de meu corpo — Vai embora, James.
Ele fez o seu caminho em minha direção, mas eu me afastava a medida em que ele se aproximava. Bucky encurtou de vez a nossa distância quando seu braço tocou o meu e me puxou contra o seu corpo, fazendo com que os nossos rostos ficassem muito perto um do outro.
— Você não sabe o quanto eu preciso de você. Eu percebi que você é a única coisa que me faz querer sair da cama todos os dias e batalhar por um mundo melhor. Nos dê uma chance.
— Você joga sujo. — pronunciei, entretida em seus lábios que se encontravam muito chamativos. — Sabe onde a porta fica.
Despejei uma onde de choque em meu braços, fazendo com que atingisse a ele e se afastasse. Não posso imaginar como é difícil ficar preso dentro de um lugar e quando voltar estar tudo diferente, afinal, para ele foram apenas cinco horas. Não envelhecera um dia sequer e encontra-lo hoje dessa maneira, deixou-me completamente abalada.
Bucky não havia ido embora, apenas sentou-se no grande estofado de couro preto e continuou me olhando, mostrando que não sairia daqui. Eu conhecia muito bem o seu olhar, até porque eu já o ti há visto muitas vezes é significava que ele não iria desistir tão fácil.
— Não irei sair, Seu Nome. — ele cruzou os braços — O jovem Parker me procurou e disse que você estava a procura de integrantes para construir uma nova equipe. Foi então que eu percebi que não poderia deixar sozinha.
— Então você só veio aqui porque soube que eu traria os Vingadores de volta? — coloquei as mãos em minha cintura e o encarei — Isso é tão egoísta.
— Você não entende uma palavra que eu falo não é? — ele perguntou, levantando-se e caminhando a passos largos em minha direção.
— Se você se aproximar eu jogo um raio em você. — ameacei, mas não foi o suficiente para que ele parasse.
Bucky segurou novamente em meus braços, só que dessa vez o aperto foi mais forte e também o suficiente para manter-me no lugar. Com sua mão de metal, ele acariciou o meu rosto, roçando o seu nariz contra o meu. Nossas respirações se tornaram uma só e foi impossível não demonstrar o quão a sua presença me deixa intimidada e a mercê dos desejos que trancafiei no lugar mais obscuro do meu ser.
Nossos lábios se tocaram e foi então que eu não resisti mais. Bucky sabia quais eram minhas fraquezas e ele se aproveitava disso. A medida em que nosso beijo se aprofundava mais, o seu aperto em meus pulsos se afrouxavam e quando ele finalmente me soltou, pude enroscar minhas mãos em seus fios.
— Eu preciso respirar. — ele disse, levando seus mãos para a minha cintura e puxando-me para um abraço — Perdoe-me por tudo. Fui um completo idiota em pensar que ficando afastado te manteria segura de mim de alguma maneira.
—Para você foram cinco meses, mas aqui foram cinco longos anos e eu me senti completamente destruída achando que seria impossível te ver novamente. Quando você voltou Bucky, depois da batalha, eu te procurei e você simplesmente tinha desaparecido. — respirei fundo, afastando-me o suficiente para olha-lo — O que você tanto temia?
— Eu temia que você tivesse seguido em frente, que estaria feliz com outra pessoa e até mesmo que poderia ter se esquecido de mim. — seu olhar tornou-se triste e eu tratei de acariciar o sua bochecha.
— Seu tolo, nunca na minha vida eu esqueceria você ou seguiria em frente tendo esperanças de que estava vivo. — colei nossas testas e fechei os meus olhos — Você é o amor da minha vida, James Buchanan Barnes.
Ele depositou um selinho demorado em meus lábios e continuou com seu corpo grudado ao meu, sorrindo quando nos olhamos.
— E você o da minha, senhorita Palmer.
Oi gente, como vocês estão?
Mais um capítulo maravilhoso e EXTENSO suando do forno quentinho para vocês...
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