O último ano do resto das nos...

By xxliswa

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[Concluída] O último ano do ensino médio era o limite para aproveitar e fazer todas as porcarias que se arrep... More

I - Tudo era bem mais fácil antes
II - Foi ódio a primeira vista
III - Eu não sei que tipo de amor é esse
IV - Jennie Kim é uma mentirosa
V - Pequenos grandes problemas
VI - Qual o meu problema?
VII - Apenas me dê uma noite boa
VIII - Se ela fosse um penhasco, eu me jogaria duas vezes
IX - As duas faces de uma mesma moeda
X - Posso dormir com você?
XI - Inesperado
XII - Seu amor é brilhante, como sempre
XIII - Minha vela queima dos dois lados, não vai durar a noite inteira
XV - O Karma é uma vadia
XVI - Raiva que consome
XVII - Não sabemos quem somos, até perdemos quem éramos
XVIII - Maus Hábitos
XIX - Isso é um adeus?
Prefácio: Depois do fim

XIV - A tempestade que chega é da cor dos seus olhos castanhos

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By xxliswa




De Roseanne Park:

"Era como ter quatorze anos novamente, com todos aqueles sentimentos e sorrisos fáceis..."





Rosé sorriu, incrédula.

Jisoo tinha o rosto bem próximo do seu, os olhos grandes cheios de expectativas, bochechas coradas e cabelos molhados. Quando passou os dedos pelos fios sentiu o cheiro de maresia, o corpo dela ao seu estava molhado como da primeira vez que se beijaram.

- Eu estou sonhando? - sussurrou, e Jisoo sorriu ao responder "não" entre sílabas.

E mesmo que ainda estivesse com medo de uma segunda rejeição, levou as mãos a nuca da Kim, trazendo-a para próximo, sentindo a respiração mesclar a sua e com um suspiro fundo juntou os lábios ansiosos.

Nos minutos seguintes o beijo foi sereno e pareceu durar uma eternidade, cheio de expectativas e borboletas na barriga. Rosé abriu os olhos, um pouco assustada sobre o que viria a seguir, mas assim que abriu a boca Jisoo aprofundou o beijo. Sentiu a língua dela brincar com a sua, ainda receosa mais instintiva e indecente, e nunca pensou que Jisoo fosse ser a mais atrevida das duas.

Quando se separaram pareciam recém afogadas, necessitando de ar puro, com as respirações entrecortadas e sôfregas.

- Isso foi...

- Bom?

- Bom também, muito bom. - Rosé sorriu, dessa vez passando as mãos pela cintura dela. Elas se embaralharam nas cobertas e Jisoo precisou desenrolar o lençol que inusitadamente prendia a sua perna.

Lá se foram alguns minutos confusos até que Jisoo decidisse sentar no colo de Rosé, que precisou descruzar as pernas, depois as cruzou novamente até desistir e estendê-las para que a garota se acomodasse melhor. Elas se encaram, um, dois, três segundos... até um sorriso preso na garganta se transformar em gargalhadas.

- Não estrague o clima, Jisoo-yah!

- Jisoo-yah? Agora eu sou a culpada? - ela passou os braços pelos ombros de Rosé. - Foi você que começou a rir.

- Eu só ri porque foi engraçado... e eu estou nervosa.

Era visível que estava, suas bochechas eram dois pimentões vermelhos e tinha as mãos suspensas nas costas de Jisoo, com medo de parecer muito assanhada se as descesse até a cintura.

- Seria bom apagar a luz... acho. - murmurou ela.

E Rosé engoliu o seco, entendendo muito bem o convite implícito na fala da amiga. Seu coração quase falhou algumas batidas quando se arrastou para fora da cama até o interruptor, abrindo a porta para encarar o corredor vazio.

- Mamãe! Jisoo e eu vamos dormir! Boa noite.

Não esperou uma resposta da mãe, porque naquele momento uma quentura tomou conta de cada partezinha do seu corpo, quando se viu no escuro com Kim Jisoo, ajoelhada na sua cama com o vestido molhado e um sorriso nervoso no rosto.

Cada batida do seu coração era um passo mais perto, ao se deitar na cama e sentir o corpo dela em cima do seu percebeu como esperou por aquele momento e agora não sabia o que fazer exatamente.

- Eu te amo também. - disse. - E por te amar tanto talvez... só talvez, eu esteja com medo de não dar certo isso aqui. - Rosé gesticulou a esmo. - Apesar de estar excitada pra caramba.

- É a nossa primeira vez, tem tudo pra dar errado, mas eu quero que dê errado com você.

Rosé suspirou, atônita. Poderia entrar em colapso a qualquer momento, ter uma crise de choro, um ataque cardíaco, morrer de amores. Tudo porque, pela primeira vez em muito tempo, as coisas pareciam caminhar bem. Então, com uma certeza na ponta da língua tomou os lábios de Jisoo novamente, sentindo a excitação preencher seu corpo, a língua afoita invadindo a sua, o corpo dela em cima do seu fazendo com que tornasse fácil colocar em prática tudo que já pensou que fariam quando esse momento chegasse.

Jisoo foi rápida, adentrando com as mãos por debaixo da blusa de Rosé, os dedos gelados subindo por sua barriga, causando calafrio até apertar forte os seios, os dedos brincando com os mamilos rijos.

- Sempre quis fazer isso, sabia? - Jisoo confessou.

- Me mostre os seus. - sussurrou, ajudando Jisoo a tirar o vestido.

Aquela não era a primeira vez que se viam sem roupa, quando crianças sempre tomavam banho de mangueira completamente nuas no quintal da casa da mais velha. Os hábitos começaram a mudar com a chegada da puberdade, quando os seios começaram a crescer e Rosé se sentir incomodada ao ver a amiga nua, na época ainda não conseguia entender o porquê do incômodo, talvez fosse inveja por Jisoo e suas curvas, da pele que era tão aveludada e leitosa, dos pelos que apareciam aqui e ali fazendo com que o corpo da Kim tomasse um ar adulto. Elas estavam crescendo e a vergonha acabou privando-as de continuarem a tomar os banhos de mangueira.

Mas quando Jisoo acabou de tirar o vestido, Rosé quis que a luz estivesse acesa, quis ver claramente cada parte do corpo da mais velha, porém, mesmo se estivesse vendo talvez não sobrasse tempo, pois as línguas eram afoitas, o beijo já molhado, rápido, sendo interrompido por arfares, gemidos, enquanto com os toques elas começaram a se conhecer de novo, mais do que já se conheciam antes.

Jisoo era uma mistura gostosa de movimentos, mexendo para que a bunda gerasse atrito suficiente no quadril de Rosé, as mãos em movimentos constantes nos seios, barriga, apertando, beliscando, como se quisesse ter ao máximo tudo que a ruiva tivesse para oferecer. Até interromper o beijo de forma abrupta.

- Eu quero... quero tentar uma coisa. - sussurrou ela. - Mas vai ter que me ajudar, porque eu ainda não sei bem como fazer direito.

- Como eu posso te ajudar se nem eu sei fazer?

- É fácil, só... - Jisoo sorriu, descendo pelo pescoço de Rosé, lambendo, chupando. Com as mãos apertou os mamilos mais uma vez, a língua foi parar lá também, dessa vez fazendo a Park esquecer do que falavam segundos antes. - Me diz se está gostando, que parte quer que eu chupe.

- Aonde quer chegar... mesmo? - balbuciou. Jisoo já lambia a sua barriga, fazendo cócegas, não permitindo que ficasse parada só pela proximidade que chegava a sua buceta, a ansiedade tomava conta de todos os seus sentidos.

As mãos dela pararam no seus shorts de dormir, os dedos curiosos brincando com a borda da calcinha que aparecia.

- O que sente com isso? - ela perguntou baixinho.

- Eu não sei... mas é bom.

Jisoo arfou, a mão trêmula quando desceu até a buceta de Rosé. Não conseguiu se manter calada, se forçou a colocar a mão na boca para que a mãe não ouvisse nada suspeito.

- Quer que eu continue? Jisoo voltou a perguntar.

- Onde aprendeu a falar assim?

- Quer mesmo saber?

Rosé ponderou, mesmo curiosa não queria saber, porque Jisoo estava lá agora, estavam juntas, e seria mentira se dissesse não gostar daquela versão atrevida. No fim, sorriu em resposta, tirando seu shorts e gemendo baixinho ao ver Jisoo se encaixar no meio da suas pernas.


﹝•••﹞


[27/10 07:46] Rosé: Okay Lisa, você venceu.

Não vai me ouvir falando isso muitas vezes mas... Você estava certa.


Encarou a tela do celular por alguns minutos, decidindo se enviava a mensagem ou não, até que, em uma coragem repentina, apertou a tecla verde, fechando o flip rapidamente antes que mudasse de ideia.

Rosé segurou um sorriso, apoiando-se no muro da escola com uma felicidade quase saindo do peito.

Ainda não acreditava em todos os acontecimentos do dia anterior, tinha a impressão de que ainda sonhava. Era algo surreal que ela e Jisoo estariam bem novamente, que desculpas e beijos estalados poderiam resolver todo aquele drama que agora parecia bobo, fazendo-a rir sozinha.

Acordar e ter Jisoo ao lado da cama, passar a tarde toda recebendo beijos dela até a boca ficar dormente passou a ser seu hobby favorito.

Era como ter quatorze anos novamente, com todos aqueles sentimentos e sorrisos fáceis, como se os problemas não existissem mais - não quando Jisoo lhe encarava e sorria daquela maneira, os olhos se fechando e os lábios indo de encontro aos seus. Foi o primeiro domingo que não se sentiu sozinha, que os cigarros que escondia na última gaveta do criado mudo ficaram esquecidos.

Mas já deveria imaginar que quando as coisas davam certo demais sempre acontecia algo de ruim, era uma maldição em sua vida.

E algo naquela segunda de manhã estava deixando-a preocupada, trazendo um sentimento estranho em seu peito. Os alunos iam e vinham, até o horário dos portões se fecharem e ela foi obrigada a entrar para dentro do colégio, sem Jisoo.

A mais velha saiu da sua casa tarde da noite, depois do jantar, e continuaram a conversar madrugada adentro, ela lhe contaria se fosse faltar hoje.

Foi até as mensagens, observando-as com o coração apertado, tentando notar algo que não viu pelo sono, mas a Kim em nenhum momento disse que faltaria.

Escondeu as mãos dentro do casaco, tentando se acalmar a todo o custo, ignorando todas as paranoias da sua cabeça. Ela poderia ter dormido demais, só isso. Mas o caminho todo até a aula de matemática era recheado de cochichos incessantes, conversas veladas e risinhos cínicos, mais do que o considerado normal.

As pessoas a olhavam e logo depois desviavam o olhar. Rosé já estava acostumada com isso, porém naquela manhã era como se tivesse feito algo vergonhoso, como se andasse com algo colado nas costas ou papel higiênico preso no sapato, mas não tinha nada, nenhuma melancia em sua cabeça ou um traje digno de circo.

Correu até a sala de aula, preocupada, rezando mesmo a contragosto para ver Jisoo lá, para que tudo não passasse de algo inventado por sua mente, no entanto, assim que empurrou as portas do cômodo seu coração falhou uma batida; caminhou a passos lentos até a primeira carteira da fileira, as mãos em punho, a boca seca.

Aquela mesa era a única com pichações, palavrões e ofensas em diversas letras. A palavra "prostituta" era imensa no centro, numa caligrafia apressada e torta, em vermelho.

Aquela era a cadeira em que Jisoo se sentava todos os dias.

Encarou os poucos alunos na sala, ainda arrumando o material para o começo da aula, todos focados demais em olhar para qualquer lugar que não fosse os olhos furiosos de Rosé.

- O que aconteceu aqui? - gritou. - Foram vocês?

Ninguém ousou responder, e seu olhar se tornava mais raivoso ao passo que ninguém retribuia, quando abriu a boca para gritar mais alto seu celular vibrou.


[27/10 08:20] Lalisa: Rosé me escute, por favor, precisamos conversar, agora.

Não faça nada precipitado.


Analisou por longos minutos a mensagem, as letras dançando por suas vistas, trazendo uma nova sensação de impotência na ponta da língua. Era incapacitante, não sabia o que diabos estava acontecendo e a única certeza que parecia evidente era que, de certo, não era bom.

- Idiotas inúteis - resmungou.

Apertou a alça da bolsa para encontrar Lisa onde quer que ela estivesse, porém um único garoto em pé a observava do outro lado da sala, e sem pensar muito foi a passos apressados até ele.

- O que aconteceu aqui, Hanbin? - perguntou.

O moreno de topete bagunçado andava com Chinhwa, mas ainda assim, era diferente da maioria dos babacas do time de futebol.

- De ontem pra hoje aconteceu muita coisa, tem que ser mais específica, docinho. - Ele mexia distraidamente no celular, deixando-a ainda mais nervosa. Bateu os pés impaciente, apontando para a mesa de Jisoo e Hanbin respirou fundo, entregando o celular para Rosé. - Enviaram isso para todo mundo ontem a noite.

Suas mãos tremeram ao pegar o aparelho, os olhos desfocados por alguns segundos.

Num primeiro momento não entendeu nada da foto que via na tela pequena, mas foi segundos até reconhecer a garota dançando no pole dance.

Um bolo de angústia se formou na garganta, fazendo suas mãos tremerem, quase perdeu a força nas pernas. Alguém tirou fotos de Jisoo se apresentando na boate e agora todo o colégio as via em suas telas de celular.

- Quem... quem mandou essas fotos?

Finalmente conseguiu falar alguma coisa com a voz baixa e desafinada, dolorida. Hanbin pareceu entender, ele puxou o celular das mãos dela e lançou um sorriso curto.

- Jennie Kim, quem mais seria?

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