JOSH'S POV
XXX: Eu lamento em lhe informar senhor Josh, mas parece que a sua noiva foi envenenada.
Não, ela não foi.
Ela não pode ter sido.
JOSH: O-oque?
Entro em pânico. Não posso imaginar ela mal, eu simplesmente não consigo vê-la deitada numa maca, com soros no braço. Prefiro ficar, eu, numa maca para sempre, do que a ver um dia se quer nessa situação.
Se ela adoecer, eu adoeço junto, se ela ficar em coma, eu fico junto, se ela for embora, eu vou junto.
XXX: Infelizmente o bebê não sobreviveu, senhor Josh.
Minha respiração para, meu coração não bate, meus olhos não piscam, tudo o que eu sinto são lágrimas encherem a minha bochecha e dor. Muita dor.
Ele não pode ter ido, ele não morreu, ele não morreu, ele não morreu.
JOSH: Não...
XXX: Eu sinto muito Josh.
Não. Ele não sente porque nada aconteceu.
XXX: Se o senhor quiser ver a Any, ela está no quarto 187. Ela ainda não está acordada mas, em breve ela acordará.
JOSH: Como? Como o Valentin morreu? I-isso não é verdade!
XXX: Eu lamento muito Josh, mas é verdade, o bebê estava na fase sensível da gravidez e de alguma forma, o veneno que ela ingeriu o matou. Sua noiva não não se foi por apenas um tris. Você foi o herói dela por ter a trazido no tempo certo para conseguirmos tirar o veneno do corpo dela e ela é muito forte.
Ela sempre foi.
Minha bebê. Ela não pode saber disso, ela...
Como perdemos o nosso filho? Eu podia o imaginar correndo pela casa e gritando o nosso nome. Eu podia imaginar ele com quatorze anos indo á jogos de futebol comigo. Eu conseguia me imaginar o explicando como fazer sexo pela primeira vez. Eu conseguia me imaginar ficando feliz pela sua primeira namorada ou namorado. Me imagino numa mesa de jantar com as duas pessoas mais importantes da minha vida, rindo enquanto comíamos. Imagino como ele seria. Eu queria ter te conhecido, Valentin.
Corro da forma mais rápida que conseguia, mesmo não sendo muito ágil por conta dos choros e dos soluços, a minha vontade de chegar até ela era como a vontade que Rose tinha de salvar Jack e o colocar junto na "cabine".
No caminho penso como ela ficará. Esse bebê nos trouxe tudo. Nós dois estávamos morrendo de medo de como iríamos ser pais, e agora tudo simplesmente se foi, porra.
Nós perdemos o Valentin.
Abro a porta e a vejo. Ela estava com um daqueles vestidos de hospital com detalhesinhos azuis. Sempre a digo que ela fica linda em qualquer coisa, mas nessa roupa, sinto como se pudesse perde-la á qualquer momento.
Me aproximo e vejo seu rosto sem expressão. Há uma hora atrás eu via, além dela, o Valentin. E agora eu só consigo ver como ela ficará com a ida do Valentin.
Deito na cama ao seu lado e a agarro. Encosto minha cabeça em seus seios e choro. Penso em tudo o que poderíamos ter vivido, e meus soluços aumentam á medida que pensamentos escuros surgiam na minha mente.
Eu a olhava e eu sabia que as coisas não seriam mais iguais. As coisas nunca mais vão ser.
JOSH: D-desculpa...(soluço) D-desculpa, desculpa bebê. Me desculpa.
Sinto como se a minha cabeça estivesse sendo pressionada contra a parede. Sinto que posso me afogar nas minhas próprias lágrimas.
Só queria que tudo sumisse, queria que todos saíssem. Eu só queria ver o nascimento do meu filho, isso é pedir muito?
Acaricio seus cabelos na esperança de curtir os próximos poucos minutos que ela estará calma assim.
Sempre me disseram que uma mãe se conecta muito com o filho, e exatamente por isso, a perda do Valentin me assusta.
Quando sinto meus olhos começarem a pesar, ouço tossidos de Any encherem meus ouvidos e pulo. Me sento na cama e a encaro, ela aos poucos vai recuperando a respiração e abrindo os olhos.
ANY: Bebê? (ela diz num cochicho)
Agora é real. Agora ela vai saber. Agora eu vou ter que falar.
JOSH: O-oi meu bem.
Tiro os cabelos rebeldes que caiam em seu rosto e ajudo se sentar na cama.
ANY: O que aconteceu? Porque você está chorando?
JOSH: Meu bem, eu preciso que você me escute bem tá bom, preciso que fique o mais calmo possível.
ANY: Bebê, você está me assustando.
JOSH: Meu amor, você lembra de algo?
ANY: Na verdade só lembro de sair da sorveteria com você, mas o que está acontecendo? Você está me deixando preocupada.
JOSH: Bebê, quando saímos da sorveteria você começou a se sentir muito mal e desmaiou.
ANY: Ah, claro, foi só o calor. Não precisa se preocupar, podemos ir embora.
Não meu bem, não podemos.
JOSH: Eu preciso que me escute.
ANY: Josh...
JOSH: V-você foi envenenada bebê.
Seus olhos arregalam em confusão e é possível se ver a frustração em seu rosto. Ela mal sabe do que aconteceu e isso me dói. Me dói ver que ela já está assim na metade da conversa. Mal imagino o que vai acontecer quando contar o resto.
ANY: O-oque?
JOSH: Alguém te envenenou, m-meu bem.
Tremo com a proximidade da hora que a direi da notícia. Um arrepio passa pela minha espinha até o fio mais alto do meu cabelo.
ANY: E o Valentin?
Não, não... Nada sai. Apenas a encaro e vejo o desespero em seus olhos. Sinto a água subir pelos meus olhos novamente e tudo o que consigo fazer é mover a minha cabeça de um lado para o outro, em negação.
ANY: Josh... O que aconteceu com ele? Josh! Me fale o que aconteceu com ele!
Ela gritava e chorava. Chegava até mesmo á soluçar, assim como eu, á vinte minutos atrás. E por um segundo desvio o olhar dela, não consigo ver a minha noiva nesse estado.
ANY: ME FALE O QUE ACONTECEU COM O MEU FILHO JOSHUA!
A encaro e vejo o seu desespero. Minhas mãos se movem de cima para baixo com o nervosismo e minha voz é trêmula.
JOSH: Ele faleceu bebê. (digo num sussurro)
Ela se cala. Ela se cala e me encara. Suas mãos tremiam e seu corpo não expressava nenhuma reação, apenas em seus olhos as lágrimas caiam e não paravam.
Me aproximo e tento a dar um abraço, mas rapidamente ela me para.
ANY: É mentira. É mentira. É mentira Joshua!
JOSH: Não é meu bem, me desculpe.
ANY: É MENTIRA! PORQUE ESTÁ MENTINDO?
Ela me empurra e me dá socos com toda a sua força e sei o que ela sente. Sei que não é culpa minha mas sei que ela não vai se recuperar facilmente, e sei que estarei para sempre aqui.
JOSH: Shhhh meu bem, se acalme.
ANY: ELE NÃO MORREU! ELE NÃO MORREU!
JOSH: Meu amor, ele se foi.
ANY: ELE NÃO SE FOI! PARE! Pare de mentir.
A agarro em meus braços e ela continuava a se rebater e soluçar alto, mas quando a aperto mais sinto seus músculos relaxarem. Sua respiração continuava tensa, seu coração ainda batia forte e seus soluços ainda não pararam, mas ela não grita mais.
ANY: Ele não pode ter morrido...
JOSH: Shhh, bebê, deite aqui comigo.
Com sua cabeça enterrada no meu pescoço a puxo de encontro com o travesseiro. Grudo seu corpo ainda mais com o meu e sinto como ele está trêmulo e frágil.
Minha bebê. Sempre forte, sorridente, feliz, e animada está na cama de um hospital, mais fraca que um dente-de-leão.
Sei que desviar do assunto e o evitar não vai fazer ele voltar mas, ela não pode e não consegue discutir agora, nem ela nem eu estamos em condições de fazer algo desta forma, não estamos em condições de discutir.
ANY: Me desculpa bebê...
JOSH: Shhhh...
Acaricio seus cabelos enquanto seu rosto se enterrava em meu pescoço. Ela estava mais calma, mas não estava dormindo e era o que ambos precisávamos.
Começo a pensar o que eu faria se fosse ela, e bom, ela cantaria. Sua voz realmente sempre me acalma, é uma voz angelical. E a única música que realmente sei cantar é a nossa música, então faço o máximo para que saia algo suave. Ela só precisa descansar.
JOSH: Yes i've loved you even then... i just want it back again, i can't forget you, we ain't finish it... what are we waiting for? (canto num sopro)
Seus olhos se fecham e sinto meu mundo se acalmar por um segundo. A ter nos meus braços agora me fazem ver o quanto podemos. O quanto podemos passar por tudo.
ANY: Eu te amo Josh.
JOSH: Eu te amo Any. Eu te amo.
Fecho meus olhos tentando aproveitar as últimas horas calmas que terei ao lado da minha noiva.
Eu só estou com saudades, Valentin.
NOTAS DA AUTORA
Beberes, eu só queria me desculpar pela demora do capítulo, mas foi um dos capítulos mais tristes e pesados que já escrevi, não era tipo os outros que eu saia da escola e conseguia escrever com mol barulho e tals...
eu tive que reescrever varias vezes para que ficasse "bom" e tipo... não foi fácil escrever esse.
espero que curtam, por mais que seja triste🤧