Flashback
Segunda-feira
Mia abre os olhos, o quarto estava todo escuro e havia apenas um pequeno feche de luz por conta da janela que não fora totalmente fechada. Mia sentia cede, as vezes ela deixava um copo com água no criado mudo ao lado de sua cama, ela então se vira para pegar quando vê que o feixe de luz da janela batia no copo, por conta da água e o material do copo, a luz que chegava até ele fazia dele um prisma que refletia com leveza luzes coloridas com um arco íris.
As luzes do copo não eram tão vivas quanto a de um prisma, eram cores fracas, mas mesmo assim conseguia encantar ela. O copo não era um copo comum, e sim quadrado. Ela olha para os fechos das luzes coloridas saindo do copo, uma batia na cabeceira da cama, outra no na parede atrás do criado mudo, outra no guarda roupa, e quando ela olha para a luz da frente, refletia exatamente em sua barriga. Seus olhos se enchem de lágrimas, e ela sorri olhando para sua barriga colorida, feliz por saber que havia um ser ali dentro de seu ventre, então ela acaricia sua barriga com a mão direita, nesse momento sua aliança de noivado era iluminada também pelo feixe. Ela pega o copo, bebe, senta sobre a cama, se espreguiça e liga o abajur. Vendo seu celular sobre o criado mudo.
Ela respira fundo, já sabia que não iria encontrar nenhuma ligação ou qualquer coisa que fosse sobre Miguel. Mas ali em seu coração, havia uma pequena esperança de encontrar algo. Ela respira fundo novamente, e aperta algum botão para ligar a tela. Ela olha e nada ainda. Mia fecha os olhos, pronta pra desistir de tudo quando...
Mia: MAS QUE DROGA, MIGUEL! - ela ia jogar o celular longe, mas pensa melhor.
Mia: pro lixo com minha dignidade, se ele não liga pra mim, eu ligo pra ele!
Ela vai até a agenda do celular acha o número de Miguel, então aperta para fazer a chamada.
Quando olha a notificação.
"Deseja desbloquear esse número?"
Mia: que? Bloqueado? Mas... Mas.. como assim? Quando eu bloqueei essa droga de número?
Ela olhava sem entender.
Mia: mas que droga! Eu não lembro de ter feito isso.. - ela não fazia a mínima noção de como o número na agenda havia sido bloqueado.
Mia: malditos celulares com bugs, amanhã eu mesma vou comprar outro.
Mia sendo Mia, achava que o celular estava com defeito, nem passava por sua cabecinha que alguém havia bloqueado o numero.
Ela liga para Miguel, o celular chama duas vezes, até que alguém bate na porta do quarto dela.
Empregada/carina: senhorita Mia?
Mia encerra a chamada.
Mia: tá aberto!
Carina entra. - bom dia, senhorita.
Mia: bom dia, Carina.
Carina: desculpa vir te acordar, mas a senhorita tem visita.
Mia: que? Visita?
Carina: é um rapaz loiro, alto que esteve aqui nos últimos dias.
Mia: é o Antônio
Carina: isso.
Mia: mas o que ele quer aqui á essa hora, heim? Cedo assim ainda? Ficou maluco?
Carina: ele disse que precisava conversar com a senhorita urgente. insistiu muito pra que eu viesse aqui chamar a senhorita.
Mia: meu Deus.. será que houve alguma coisa?
Carina: não sei, ele não me disse nada, só insistiu muito pra que eu viesse até aqui lhe chamar.
Mia: tá, eu já desço. Avise pra ele.
Carina: ok, senhorita. - ela sai.
Mia olha o celular, olha pra barriga.
Mia: não dá pra eu me resolver com seu pai agora. Me lembra de xingar muito ele depois, neném.
Ela se levanta, troca de roupa, e desce. Antônio estava tranquilamente sentado no sofá de frente para a escada, quando ele vê Mia descendo, sua feição muda, e ele não parecia mais tranquilo, e sim aflito.
Mia: bom di..
Antônio se levanta e vai até ela.
Antônio: ei, como você está, eu.. você está bem?
Mia: sim, eu estou bem e você?
Antônio: tem certeza? Olha, eu sinto muito, muito mesmo pelo que houve. É muita canalhice dele.
Mia o olha sem entender.
Mia: que? Do que você está falando?
Antônio: como do que estou falando, Mia?
Mia: tá maluco é? Eu heim, acabei de acordar.
Antônio: que? Não sabe ainda?
Mia: como vou saber? Do que você tá falando, heim? Vem aqui e me acorda e pergunta se estou bem, se tô sabendo ou não de sei lá o que...
Antônio: droga, e-eu... Me desculpa. Eu tô nervoso.
Mia: nervoso com o que, heim?
Antônio: droga, você não sabe.. bom, não é nada. Deixa pra lá.
Mia: como não é nada? Espera ai.. o que aconteceu?
Antônio: não é nada Mia. Deixa pra lá isso eu..
Mia: para, você está me assustando, conta logo, o que é que você sabe?
Antônio: não, Mia deixa isso pra lá foi um erro meu..
Mia: olha, escuta aqui, se você não me disser agora, você nunca mais precisa vir aqui, tá me entendendo?
Antônio dissimula - mas que droga... Vem, senta aqui. - ele a puxa para o sofá, e os dois se sentam.
Antônio: você precisa ser forte, Mia.
Mia: q-que? Forte... O que está acontecendo? - Mia já começa a ficar nervosa.
Antônio pega o jornal que leu e lhe entrega.
Antônio: lê.
Ela olha para ele, sem entender, sua expressão era de assustada, então pega o jornal, a primeira coisa que ela olha são as duas fotos de Miguel e Natasha em Monterrey, seus olhos se arregalam.
Mia: Q-QUE? MAS... QUE DROGA É ISSO? - ela solta o celular no sofá.
Antônio continua sua encenação.
Ele respira fundo.
Antônio: lê a notícia.
Mia lê o título do jornal, e fica perplexa, na mesma hora não contém as lagrimas ao ver aquilo.
Mia: Não, Não, Não... Eu.. meu Deus por que ele fez isso? PORQUE?
Antônio: eu sinto muito, Mia. De verdade. Eu sinto mesmo. Ele parecia ser um rapaz honesto com o que dizia, não parecia que tinha uma máscara
Mia: ELE ME DEIXOU POR OUTRA, OUTRA QUE ELE CONHECEU EM UMA FESTA! - começa a chorar desesperada de ódio e tristeza.
Ele se aproxima dela.
Antônio: sim, ele é um canalha, isso não se faz com ninguém!
Enquanto Mia chorava desesperadamente, ele a abraça.
Antônio: calma, Mia. Se acalme. Não chora, ele não merece que você fique assim!
Mia: INVENTOU UMA DESCULPA SUJA, DIZENDO QUE NÃO ESTAVA BEM, APENAS PRA TERMINAR COM TUDO E IR PRA MONTERREY COM OUTRA.
Antônio: sim, realmente pode ter sido isso, mas você precisa ficar calma. Eu tô aqui, vou te ajudar com o que precisar Mia. - ele á beija em sua cabeça.
Ao mesmo tempo, em Monterrey, Miguel estava dormindo em sua cama. Quando Loli chega e abre a porta do quarto dele, liga a luz e o chama.
Loli: MIGUEL?
Ele abre os olhos assustado.
Loli: Miguel, acorda!
Miguel: Loli? Aconteceu algo?
Loli: olha isso! - ela joga um jornal na cama dele.
Ele se senta na cama, pega o jornal.
Miguel: mas que droga é isso?
Loli: pois é. Você tá com ela?
Miguel: não, tá maluca? A gente só saiu pra conversar. Malditos paparazzos sujos. Isso é uma mentira.
O título do jornal era diferente do da capital, e esse afirmava que Miguel estava com Natasha.
Loli: tem certeza?
Miguel: eu juro, eu não tenho nada com ela.
Loli: então dá um jeito de falar com a Mia agora, porque se ela chegar a ver isso. Esquece ela!
Miguel: MEU DEUS, A MIA! isso vai estourar. Droga! Cadê meu celular?
Ele começa a procurar.
Incidental instrumental triste.
Mia coloca a mão sobre a boca enquanto chorava como uma criança, seu coração doía, havia se quebrado de vez. Se sentia enganada. enquanto esperava por ele, ele estava com outra. E pior, Mia esperava um filho dele.
De repente, Mia começa a se sentir enjoada, então se levanta e corre até o banheiro.
Antônio: Mia, espera eu... - ele vê ela indo ao banheiro, ela entra sem fechar a porta, puxa a tampa da privada e começa a vomitar.
Antônio se aproxima devagar, e de longe á olha vomitando.
Antônio: Mia, você está b...
Ela fecha a porta do banheiro, e ele volta para o sofá, para esperar ela voltar
Miguel: achei! [O celular]
Ele pega rapidamente, e sem pensar se o celular chamaria ou não, liga diretamente para ao número dela, porém o celular dela começa a tocar, e ele se dá conta que a ligação completou. - isso, Finalmente! - caso não desse certo, ele ligaria para Franco, Alma, ou qualquer pessoa. Estava desesperado.
o celular de Mia começa a tocar.
Antônio olha
" miguel chamando"
Antônio: mas que droga, ela desbloqueou.. - ele pega o celular dela, e ia colocar em modo avião, e apagar o registro de chamada, quando para e pensa melhor. Ele se vira, vê a porta do banheiro fechada. Respira fundo torcendo pra Mia não sair do banheiro.
Antônio: é tudo ou nada. - ele atende.
Incidental instrumental
Miguel: Mia?
Antônio faz voz de sono.
Antônio: alô..
Miguel estranha. - quem tá falando?
Antônio: é o Antônio. Quem é?
Miguel se irrita - é o Miguel, NAMORADO DA MIA.
Antônio ainda com voz de sono boceja.
Antônio: ah sim, quer falar com ela né?
Miguel: SIM.
Antônio: Mia, amor, acorda, ei? - dizia enquanto sorria. - aí, oh mingau, tá me ouvindo?
Miguel: MIGUEL.
Antônio: isso, perdão. É o sono, ela tá dormindo agora, mas se quiser eu acordo ela, só não sei se ela vai ficar muito contente, sabe como é quando ela acorda. Já tá dormindo aqui em casa a
Há uns dois dias, ontem eu acordei ela, e ela ficou muito brava. Eu tive que me esforçar muito pra ela acordar e...
Miguel para de prestar atenção no que Antônio estava falando, e começa a ser tomado pela raiva.
Ele respira fundo.
Loli: Miguel? O que houve?
Ele olha para ela sem dizer nada, sua expressão era de raiva.
Antônio: alô? Tá aí? Alô?
Miguel apenas desliga.
Antônio debocha: ué, mas já desligou? Haha nem terminei de dizer tudo que eu queria. Qual é?
Ligo de novo ou não ligo? Hahaha.
Ele apaga de novo o registro de chamadas.
Antônio: mais fácil do que tirar doce de neném.
Mia abre a porta do banheiro, ainda chorando, Antônio joga o celular no canto, muda sua expressão para uma de preocupação e se levanta.
Antônio: ei, o que houve? Você está bem?
Mia apenas o abraça chorando.
Mia: o que eu vou fazer agora?
Antônio: relaxa, isso pode doer agora, ficaram juntos bastante tempo mas, com o tempo tudo se resolve.. e..
Mia: aí meu Deus, o que eu vou fazer.. meu Deus ..
Antônio: calma Mia, tudo tem um porquê de acontecer e.. - ele segura em seu rosto e olha em seus olhos, podia ver o quanto ela sofria.
Então vem a cabeça dele algo.
Antônio: "o que vai fazer? Mas.. do que ela tá falando?" - ele olha para a porta do banheiro que Mia havia saído, olha pra ela de novo. Sua expressão muda.
Antônio: você... você tá grávida?
Mia olha pra ele chorando e balança a cabeça que sim.
Antônio se espanta - "meu Deus o que eu fiz?" Apesar de jogar sujo, ele não tinha noção alguma que Mia estivesse grávida, para ele era apenas tomar a namorada de outro cara, não apenas isso, ele estava encantado por Mia Colucci, mas o que ele havia feito, se tornou mais sujo ainda por conta da criança.
Ele olha para barriga de Mia.
Antônio: Meu Deus, porque não me disse isso antes? Ele.. ele sabe?
Mia: não.. ele não sabe. E nem vai.
Antônio: Mia, mas..
Mia: eu não vou ter essa criança sozinha.
Antônio: do que você tá falando.
Mia apenas o olha.
Antônio: meu Deus, não! Você não vai fazer isso!
Não era da índole de Antônio, muito menos apoiava aborto, achava algo sujo, seus costumes eram de um conservador, apesar da dualidade em seu caráter.
Mia também não apoiava esse tipo de coisa, porém estava desesperada, magoada, seu coração estava partido, mal conseguia pensar, dizia as coisas apenas guiada por suas fortes emoções.
Antônio: não, não, não! Você não pode fazer isso, tem uma vida se formando aí dentro. Toda uma existência se construindo, todo um universo que vai surgir, quando essa mente se projetar. O mundo só vai existir pra essa vida, quando essa vida existir pro mundo. Apagar sua existência, é destruir um mundo inteiro! Tá maluca?
Mia: e eu vou fazer o que? Criar essa criança sozinha enquanto o pai dela se diverte com outras? Eu não nasci pra isso! Eu sou nova, tenho uma vida inteira pela frente.
Antônio: você quer fazer isso apenas por que ele te deixou? Apesar de tudo, a vida continua! Mia, não faça isso, vem aqui - ele a puxa para o sofá, os dois se sentam, ele respira fundo.
Antônio: olha.. eu.. nesses poucos dias que estivemos juntos, eu queria dizer que eu te admiro muito. Muito mesmo. Você é uma mulher incrível, eu admiro demais você, apesar de te conhecer faz anos, desde criança na verdade, estivemos um tempo distantes e... Eu voltando a me aproximar de você, posso dizer. Eu estou encantado com você. Você tem algo de especial, eu não sei dizer o que é mas... Eu estou apaixonado por você Mia.
Mia o olha espantada, parando até de chorar.
Antônio: e eu jamais deixaria que você fizesse algo do tipo. Se o problema é você criar a criança sozinha, eu assumo essa criança com você. Mas não faça isso, por favor. Eu...eu te admiro demais pra saber que fez algo do tipo. Isso vai te fazer mal mais tarde. A gente pode dizer que essa criança é minha, eu sei que você o ama ainda, mas com o tempo eu posso mostrar que eu posso ser um bom homem ao seu lado.
Mia fica sem reação.
Antônio: pode parecer loucura mas, eu faço isso por você. Apenas pra ter uma chance de estar com você. Me perdoa se estou sendo invasivo assim, vocês terminaram tem poucos dias, mas eu não vejo outra alternativa a não ser te propor isso, eu não quero você tome uma medida desesperada assim, Mia. Por favor.
Mia sorri: você.. é um fofo sabia? - apesar de não ter levado nenhum pouco a sério a parte dele assumir a criança, acreditava que ele estava gostando dela.
Antônio: não, que isso, eu apenas...
Mia olhava nos olhos do rapaz, e por alguns instantes se sente atraída por ele, e percebe a maneira que ele á olhava. Já olhava para ela assim há algum tempo, mas finalmente ela percebe que não era apenas um olhar de amizade e sim de atração. Pela primeira vez o olhava como um homem.
Ele também percebe a maneira que ela olhava para ele naquele momento. Então os dois se aproximam um do outro, olhando nos olhos, a respiração de ambos estava um tanto rápida, e um ato impensável acabam se beijando.
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Nota: alguns podem deixar passar despercebido, más a parte do copo/prisma, foi só pra mostrar a sensibilidade da moça, a gravidez a fez se tornar extremamente emotiva. pode parecer uma coisa boba porque eu não deixei explícito. Más, pessoa emotiva + decepção+ aproveitador = deu no que deu.
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