• N/A: Espero que estejam curtindo Tropicana, a história é pra lá de boa. Depois do quinto capítulo vou finalizar Erotica. Amo vocês;
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POV. Camila Ferreira
Cheguei em casa já anoitecendo, estava um pouco desnorteada com o acontecido lá na baia. Trabalho pra Domingos desde meus 16 anos e nunca ninguém foi capaz de brecar as investidas de Pedro comigo, pelo contrário o povo dizia fazer gosto de um casamento porque Domingos gostava muito de pai e tudo mais. Existia uma amizade entre as famílias e era sempre a mesma conversa na minha cabeça, eu tinha era abuso.
A "cidade" era pequena e a família Gonçalves fazia de tudo um pouco por ali. Não tinha pra onde correr, porque tudo se resumia a eles.
A imagem de Lauren o empurrando Pedro não saía da minha cabeça, o jeito dela parecer não ter medo dele ser homem. Pelo contrário, tava bem ali medindo forças de igual pra igual, nunca em minha vida vi uma cena dessas.
Não era comum mulher enfrentar homem por essas bandas de cá, fiquei até assombrada.
— Ei, Mila.
Mainha me trouxe de volta pra realidade.
— Minha fia não tá com fome? - Perguntou ela.
— Ô, mianha, pior que não — respondi no automático, tava tão fixada no que aconteceu que chega fiquei sem fome.
Dona Simone se espantou com minha falta de apetite. E era mesmo de se espantar, porque quando criança fui apelidada por pai de saco sem fundo, tamanha minha fome.
— Como que não? Tu tá doente é, minha fia?
— Nã... — Respondi rapidamente. - Só tô, sei lá... — Suspirei ao me sentar na cama.
— Tô é me sentindo estranha. Num sei, com a cabeça cheia de coisa... Aconteceu um troço lá na fazenda.
Mainha se sentou ao meu lado e me olhou preocupa.
— Ih, o que é que foi, hein Camila?
— Tu se lembra que pai vivia contando as histórias de Domingos lá dos Estados Unidos? Lembra que ele chegou até dizer que Domingos tinha até uma filha lá pra aquelas bandas?
Mainha assentiu com a cabeça.
— Pois num é que era verdade mesmo?! A filha dele chegou hoje na cidade, tá na fazenda e quase que sai nos tapas com Pedro.
— Ih foi? Nos tapa com homi? Pois aposto que foi por dinheiro, esse povo só pensa nisso e ela vai bem querer as terras tudo. Tu vai ver só.
Mainha falou de um jeito tão estranho, como se tudo sempre se resumisse a dinheiro.
— Nã, mainha... Foi é por minha causa.
Falei aquilo ainda atordoada por lembrar que faltou pouco pra eles não se pegarem ali mesmo.
— Arriégua, por tua causa?? Nãã! Nã Camila.
Nem me deixou concluir o pensamento, já foi atravessando as coisas e falando sem parar.
— Por um acaso ela é daquelas mulher macho é? Pois só pode. Pra querer caçar briga com homem por causa de outra mulher?!?! É invertida. - Continuou mãe.
Jogou o pano de prato no ombro e se levantou.
— Olha, Camila, tu fique bem longe dessa fulana. - Falou bem séria. - Senhor, livre minha fia de uma mulher macho.
Falava olhando pra cima, como se estivesse conversando com Deus.
Uma mulher defender outra por aqui só podia significar uma coisa: Mulher macho, invertida... Uma atitude dessas causava estranheza no povo e o preconceito corria solto.
— Avi, mainha, não fale assim! A senhora nem a conhece e já está falando coisas feias da pobi.
— Mulher querer caçar confusão com homem, Camila? - Perguntava como se a resposta fosse óbvia. - Querer brigar com Pedrinho?! Só pode ser invertida mesmo.
Mãe não procurou nem saber o motivo pelo qual Lauren havia brigado com Pedro, simplesmente escancarou um preconceito que eu, até então, desconhecia.
— É bom ficar longe, minha fia. Não arrume confusão nas terras de Domingos. Pedrinho é menino bom. Essa fulana já chegou querendo assunto, não se meta nisso. Venha, vou pôr seu prato de comida. Tem que comer sim, onde já se viu passar o dia trabalhando e chegar não botar nada no estômago? Nã, Camila!
Resolvi não contrariar mainha.
Antes de comer tomei um banho gelado na tentativa de esfriar a cabeça; hoje era noite de São João, aquela era a minha época favorita do ano e em Muçambê acontecia uma festança linda.
Estava aguardando ansiosamente por essa noite e nada poderia estragar aquela festa. Deixei todos os meus problemas naquele banho e me aprontei pra curtir São João.
POV. Lauren P. Gonçalves
Estava terminando de desfazer minhas malas e organizar minhas roupas quando me senti observada; era minha irmã mais nova encostada no batente da porta com um olhar curioso sobre minhas coisas.
Minhas roupas se resumiam a algumas calças jeans, camisas de botão e camisetas de merchandising de alguns shows que já fui em minha vida. Nada fora do normal, mas pra Carolina aquilo era uma super novidade.
— Suas roupas são tão lindas... — Comentou a garota olhando especificamente para minhas camisetas de shows.
— Poxa, obrigada Carolina. — Dei um leve sorriso. — Entra aí! Fica à vontade.
Tentei ser simpática.
Era estranho ter uma irmã assim, do nada, sem contar a péssima experiência com Pedro. Estava um pouco traumatizada, esperava que as coisas com Ana Carolina sejam diferentes.
A garota olhava deslumbrada cada detalhe e dava até pra ver o brilho em seus olhos. Para ela, eu era a pessoa mais legal do mundo.
— Pode me chamar de Carol.
Comentou ela enquanto bisbilhotava outras peças em meu guarda-roupas.
— Como é o Estados Unidos? Lá é mesmo frio?
Seu cabelo era castanho claro com as pontas mais puxado para o loiro, as sobrancelhas bem expressivas, como as minhas. Carol tinha os olhos de Domingos, castanhos como os dele. Usava vestido de alça com estampas florais no tecido de algodão. Aquela sim era uma roupa confortável para se usar num calor como o que fazia em Muçambê.
Nem preciso relatar que a minha escolha de roupas havia sido um verdadeiro desastre.
— Às vezes faz bastante frio, Carol. Tudo depende da época do ano, porém é, definitivamente, mais fresco que aqui. Pelo menos, onde eu morava era. — Respondi um pouco nostálgica.
Começava a repensar a puta loucura que foi vir pra esse fim de mundo, com uma realidade tão diferente da minha.
— Um dia te levarei pra conhecer lá, o que acha? Quem sabe você possa ir para estudar. As universidades são ótimas.
Me sentei ao lado de Carol na cama e percebi sua animação com a possibilidade de estudar fora.
— É o meu sonho! — Respondeu a menina com um brilho no olhar.
— Mas eu nem sei falar inglês. Tu bem que podia me ensinar a falar a língua de lá, né não?
Carol transmitia simplicidade.
Era bom estar perto de pessoas assim.
— E se eu te contar que sou formada em Letras, o que você me diria?
A garota chega saltou da cama toda animada, arrancando de mim uma gargalhada.
Há tempos não tinha uma troca tão leve quanto aquela.
— Eiii, tu tá mentindo!? — Saltou no lugar, sorrindo.
Carol parecia ser uma garota legal.
Muçambê não seria assim tão ruim, pensei.
— Pois então tu tens que me ensinar, mana. — Disse a menina.
— Mana é tipo irmã, né? — Perguntei confusa.
Na universidade cheguei a estudar algumas "gírias brasileiras", mas algumas eram muito regionais e teriam que ser aprendidas na prática.
— Isso! Mana é irmã. — Achou graça. — Te ensino as coisas daqui e tu, as de lá.
— Fechado, mana.
Apertei sua mão pra selar nosso compromisso.
— Pois agora tu precisas achar uma roupa bem bonita.
Disse Carol ao voltar para meu guarda-roupas.
— Hoje é noite de São João, pai quem dá a festança pro povo da cidade. A família toda tem que tá lá e tu não pode ir assim toda de preto, como se estivesse indo pro velório de alguém.
Acabei rindo daquela comparação. Desde minha adolescência uso tons escuros e acabou que grande parte das roupas que trouxe para Muçambê eram assim.
— Acho que tenho algumas camisas lisas na cor branca, serve? — Cocei minha nuca preocupada com a aprovação de minha irmã mais nova. — Já é alguma coisa, não?
Carol riu, me ajudou a escolher minha roupa e depois foi para o seu quarto se arrumar também. Pelo menos uma coisa boa nessa mudança toda: minha irmã mais nova parecia gostar de mim.
Tomei um banho frio pra acabar com aquela sensação térmica infernal e me aprontei para a tal festa. O fuso horário se perdeu durante a viagem sem fim naquela estrada de terra, não tive tempo nem de ligar pra dona Clara, mas tenho certeza de que ela já deve ter conversado com Domingos.
Três batidas na porta e a voz grave de Domingos perguntando se poderia entrar. E por falar nele...
— Claro, fique à vontade.
Respondi ao calçar o meu bom e velho coturno Dr. Martens.
— Eita que tu tá linda, minha filha — Disse ele ao me ver.
Não estava muito diferente da roupa que cheguei, a única diferença era uma camisa xadrez que usava aberta por cima de uma regata branca, sem sutiã; porque eu sequer tinha essa peça. Me fodi, porque estava calor e eu teria que usar uma camisa por cima pra não ficar com os peitos de fora.
— Obrigada, Domingos.
Não me sentia à vontade pra chamá-lo de pai e, pelo jeito, ele queria muito ouvir isso. Percebi pela cara que ele fez.
— Quando Sarah disse que você estava a caminho, fiquei tão feliz... — Comentou ele com um sorriso nos lábios.
Eu não era mais uma adolescente revoltada que vez ou outra questionava a ausência do pai; não era isso, só me faltava intimidade pra tratá-lo de outra forma ou até mesmo chamá-lo de pai.
Domingos não me parecia ser uma pessoa ruim, só precisava de mais tempo.
— Sua mãe disse que tu não gostava de montaria, então tomei a liberdade de comprar uma moto...
Me comprando com presentes, senhor Domingos?! Não precisamos disso.
— Que isso, Domingos. Não precisava se incomodar com presentes. — O interrompi.
— Sarah me disse que lá tu tinha uma, então nada mais justo que tu ter uma aqui também. Vai por mim filha, não tem como tu andar a pé por essas terras não. Não tem perna que aguente. — Me entregou as chaves.
Me lembrei do quão demorado foi chegar até a fazenda e imaginei que realmente seria necessário um meio de transporte. E eu sempre adorei motos.
— Poxa... — Aceitei a chaves. — Obrigada. — Sorri tentando ser simpática.
Não que ele tenha me comprado, mas seria idiota se não aceitasse. E novamente ele me abraçou, me deixando sem saber como agir.
— Ela está lá embaixo. Costumamos ir pra festa de cavalo... Então...
— Entendi, entendi... — Rimos. — Carolina pode ir comigo?
Domingos coçou a cabeça antes de me responder.
— Rosa vai ficar doida, mas alguém precisa lhe ensinar o caminho...
— Isso é um sim? — Perguntei sorrindo.
— Carol já deve tá pronta, o quarto dela fica ao lado do seu. Não esqueça de pedir a ela que pegue o capacete reserva dentro do baú da sala. Vão na frente, assim a moto não assusta os cavalos.
Eu precisava deixar de ser tão amarga e dar a ele uma chance de um bom convivio.
— Está certo!!! Obrigada mais uma vez, Domingos. — Dei um beijo em seu rosto.
Chamei Carol em seu quarto e ela quase teve um ataque quando soube que Domingos havia deixado ela andar de moto. Pegamos o capacete reserva e quando saímos demos de cara com uma moto off-road F 850 GS Adventure preta. Era perfeita pro chão de terra e cara, muito cara.
Domingos gostava de esbanjar sua grana.
— Ai, meu Deus! — Carol havia adorado tanto quanto eu.
Colocamos o capacete, montamos na moto e minha irmã se segurou em minha cintura.
— Está preparada? — Perguntei antes de dar a partida.
— Siiim!!! — Respondeu Carol animada.
Dei partida na moto e aquele ronco maravilhoso me deixou animada; Carol dava gritinhos de entusiasmo à medida que eu acelerava ainda mais aquela máquina.
Muçambê se resumia a muitos pastos, a fazenda de Domingos ficava afastada do que parecia ser o "centro da cidade" formado por casas simples, alguns comércios e uma linda igreja estilo barroca decorada com cordões de bandeirinhas coloridas, era exatamente ali que acontecia a tal festa; em frente à igreja em um pequeno palco, um grupo de senhores vestidos com aquelas típicas roupas de couro estilo cangaceiros se apresentavam, tocando ao vivo instrumentos que eu só conhecia por vídeos.
Recebidas ao som de um forró animado, bem-vindos a famosa festa de São João de Muçambê.
Estacionei a moto e ao contrário de Carol, não me importei com os olhares curiosos em nossa direção.
— Meu Deus, essa cidade é minúscula. — Comentei ao descer da moto.
— É. Mas a língua do povo não. - Disse Carol, enquanto arrumava seus fios de seu cabelo bagunçados pelo capacete.
Minha irmã estava nitidamente incomodada com a quantidade de olhos direcionados a nós duas.
— Sério que você liga? - Perguntei.
Penduramos os capacetes no guidão.
— Não gosto de chamar atenção não, Lauren.
Então não deveria ter chegado de moto com uma figura totalmente desconhecida, pensei.
— Bobagem, Carol. Vem! Me mostre a tal famosa festa de São João. - A puxei pela mão na tentativa de reanimar a garota.
Carol só precisava de uma dose de coragem.
POV. Camila Ferreira
— Espía, Camila!
O comentário de mãe fez com que eu acompanhasse a moto com o olhar.
— Eita, mizéra que a filha mais nova de Domingos já tá é perdida.
Carolina desceu da moto e conversava com sua irmã enquanto reparava que a cidade toda estava olhando pra elas duas.
— Essa é a invertida que arrumou briga com Pedrinho, não é? — Perguntou mainha.
As duas literalmente pararam a festa, chega dava pra ouvir o povo comentando sobre o jeito que Lauren estava vestida, ou, sobre suas tatuagens... A cidade estava curiosa porque, até então, sua existência parecia até mesmo uma lenda contada por Domingos.
O cabelo dela estava assanhado por causa do capacete, mas ao contrário de Carol que estava doida se arrumando, Lauren parecia não se importar com nada; era segura de si.
Pude notar um pouquinho da sua personalidade forte naquele troço com Pedro mais cedo. Ignorou todo o falatório ao seu redor, deu uma ajeitada no cabelo jogando-o todo pro lado, pegou na mão de sua irmã e foram explorar a festa.
Eu queria tanto não fazer parte daquele povo todo que não tirava os olhos delas, queria muito não prestar atenção, mas simplesmente não consegui desgrudar os olhos.
As irmãs pareciam que já se conheciam há anos e de longe dava pra sentir a felicidade de Carol.
— Camila? — Disse mainha um pouco mais alto.
A voz de mãe me trouxe de volta pra realidade, foi como despertar de uma hipnose.
— Tá abestalhada, é?
Perguntou ela já pra perder a paciência com a minha demora pra respondê-la.
— Ôxe.. Nã... — Tentei disfarçar limpando a garganta. — É mãe, essa é a filha mais velha de Domingos.
— Ela é estranha — Disse dona Simone analisando Lauren ao longe.
— Mãe, deixe a menina. A senhora nem a conhece.
— Pois pra brigar com Pedrinho, boa coisa não deve ser.
Respirei fundo e pedi aos céus paciência, porque aquela obsessão de mãe com Pedro era uma cruz que eu carregava desde a minha adolescência.
Seu sonho de vida era tê-lo como genro. Eu já nem forças pra discutir sobre isso tenho mais, então pro bem de todos eu sempre ignoro qualquer situação que envolva esse garoto.
— Olhe se não são as duas mulheres mais lindas de Muçambê.
Revirei os olhos de abuso daquela voz, sempre assim, falava o nome do diabo e ele aparecia.
— Pedrinho!!! — Mãe o abraçou.
Aproveitei pra fugir já que mãe não podia ver Pedro pra começar a melação.
— Ei, minha gente... Vou bem ali viu?! — Falei já saindo.
Deus que me livre de ficar ouvindo dona Simone falando que fazia gosto um casamento meu com Pedro. Nã!
O cheiro gostoso de comida que vinha das barracas me abria o apetite e chega salivei por um milho cozido com manteiga. Eu amava São João, sempre me acabava de comer e de dançar.
Estava meio que escondida de mãe, queria comer tranquila e sabia que hora o outra ela daria um jeito de trazer aquele mala pra cima de mim.
— Ei, Mila! — Carolina gritou acenando do outro lado da praça.
Ô desgraça, pensei.
Mas será possível que não posso nem comer uma espiga de milho em paz?! Estava bem no meio da mordida.
— Mila, mulhé tu já conheceu minha irmã? — Carolina estava morta de feliz.
Limpei os lábios no guardanapo e assenti com a cabeça enquanto terminava de engolir o milho, por pouco não me engasguei com o jeito curioso que Lauren me olhava.
Agora pronto, pensei.
"Meu coração tá batendo
Como quem diz
Não tem jeito!
Zabumba bumba esquisito
Batendo dentro do peito.
— Isso que ela está comendo é tipo milho de pipoca, não é? — Perguntou pra Carolina.
Ôxe. Será que no estrangeiro não se come milho assim, não é?!
— Sim! É milho cozido com manteiga, mulher. Bom demais!!!! — Carolina disse.
— Quer provar? — Ofereci a espiga por educação.
Estava torcendo pra que ela fosse fresca o suficiente e acabar não aceitando algo que eu já havia mordido.
Mas não!
— Obrigada.
Ela sorriu e pegou a espiga me deixando bestificada.
"Coração-bobo
Coração-bola
Coração-balão
São-João"
Lauren não sabia nem como segurar direito, tava toda atrapalhada e quase deixando meu milho cair. Sua irmã no lugar de ajudar estava era caçoando e gravando um vídeo no celular.
— Ei, tu segura assim ó. — Ensinei como segurar. — Agora morda bem na parte da manteiga.
Carolina tava se acabando de rir enquanto Lauren tentava comer o milho, dando uma mordida tão frouxa que pegou foi é nada.
— Morda mais fundo, mulhé! Só tome cuidado com os dentes. — A incentivei a morder de novo.
Ela mais parecia uma criança e eu a sua babá.
"A gente
Se ilude, dizendo
Já não há mais coração!"
Quando finalmente conseguiu provar do milho, me entregou a espiga de volta e pela cara pareceu gostar.
— Muito bom! — Disse ela ao terminar de comer.
— Tu precisa ver o vídeo que gravei!
Carolina zoava a irmã mais velha.
— Obrigada, Camila. - Lauren me agradeceu olhando nos olhos.
Estava curiosa quanto ao vídeo gravado e logo foi espiar na tela do celular de Carol, sorria achando graça.
Seus olhos verdes se fechavam à medida que ela sorria ou ria. E não saberei explicar o porquê prestei tanta atenção nisso, sei lá, acabou que fiz o mesmo que toda cidade estava fazendo... Reparando em cada detalhe de Lauren.
— Por nada. — Respondi depois de um bom tempo, afinal havia me distraído observando as duas assistirem o tal vídeo no celular de Carol.
— Vou comprar um pra tu, Lauren. Venha. — Carol saiu puxando-a pela mão.
Se despediram de longe e foram em direção a barraca de milho.
Lauren parecia ser uma pessoa legal, era uma pena ela ter vindo logo pra cidade mais venenosa do nordeste brasileiro.
♦ Música referência do capítulo: