E se por outrem levantei-me;
E se em outrora encerrei os prantos;
Por ti chafurdo-me no chão,
E por ti ponho-me a chorar.
Ao enxotar-se o espírito,
Chega aos ouvos um canto longínquo.
As lágrimas fosforescem em meu rosto,
E caem sobre a face trémula das águas.
O múrmuro dos ventos
Paira sublime sobre a paisagem,
E alcança sua plenitude ao tocar-me.
E convida-me à paixão!
Minha alma como harpa vibrante,
Enlevada em arroubos invisíveis,
Canta a si mesma
Reconditamente uma canção de trovador.
Canção extasiada,
De beatitude infalível;
A lira de minh'alma agora soa...
Como um grito de "eu te amo!"
E como o amargor de minha poesia.
O som da orquestra de tua face,
Da sinfonia de teus lábios e deu teu sorriso,
O som do meu amor por ti,
O som do meu coração...
Será que um dia você escutará esta canção?