O último ano do resto das nos...

By xxliswa

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[Concluída] O último ano do ensino médio era o limite para aproveitar e fazer todas as porcarias que se arrep... More

I - Tudo era bem mais fácil antes
II - Foi ódio a primeira vista
III - Eu não sei que tipo de amor é esse
IV - Jennie Kim é uma mentirosa
V - Pequenos grandes problemas
VI - Qual o meu problema?
VIII - Se ela fosse um penhasco, eu me jogaria duas vezes
IX - As duas faces de uma mesma moeda
X - Posso dormir com você?
XI - Inesperado
XII - Seu amor é brilhante, como sempre
XIII - Minha vela queima dos dois lados, não vai durar a noite inteira
XIV - A tempestade que chega é da cor dos seus olhos castanhos
XV - O Karma é uma vadia
XVI - Raiva que consome
XVII - Não sabemos quem somos, até perdemos quem éramos
XVIII - Maus Hábitos
XIX - Isso é um adeus?
Prefácio: Depois do fim

VII - Apenas me dê uma noite boa

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By xxliswa


De Roseanne Park:

"Parar de pensar era uma benção, não ter angústias e paranoias que a deixassem depressiva era um desejo recorrente."



Rosé cambaleou e acabou sendo puxada novamente para o sofá gasto, as risadas dos homens a sua volta soando nojenta para os seus ouvidos, pegajosas como se derretesse em seu rosto.

- Qual é gatinha? Não está gostando na nossa companhia? - Um dos homens disse, passando as mãos pelas madeixas ruivas.

- Eu só quero ir para casa, por favor... - ditou pedinte, sua mente girando, confusa.

Rosé sempre frequentou aqueles clubes sozinha. Ela sabia que havia perigo à espreita, seja nos homens mais velhos e suas cantadas baratas ou em si mesma e na facilidade que tinha de se meter em encrenca por confiar demais nos outros. Não que confiasse verdadeiramente, não era tão ingênua, esse último item poderia ser mudado para a "capacidade de testar as habilidades do seu anjo da guarda" ao aceitar tudo que a fizesse fugir da realidade, que a deixasse tão ferrada e inconscientemente inapta até os problemas irem embora.

Parar de pensar era uma benção, não ter angústias e paranoias que a deixassem depressiva era um desejo recorrente.

Park Rosé não estava preparada para crescer, para lidar com problemas reais, poderia empurrá-los o tempo que fosse preciso até Jisoo voltar para a sua vida e resolvê-los para si.

Mas então Jisoo tinha virado um estúpido problema também. Ela não quis atendê-la por toda a semana, e os homens no bar prometeram que a fariam parar de chorar e parar de pensar nela, e por aquele segundo quis ser ingênua e acreditou quando eles a deram aquele copo, o comprimido pequeno se esfarelando no álcool.

- Você é tão linda, não quer ir conosco pra casa?

Abriu os olhos, o rosto deles dançavam pelas suas vistas. A música da boate era estridente, a voz da cantora mudava de tons e a cor da boate mudava junto, de vermelho a verde, ela podia sentir essas cores em seu corpo, tocando-a.

- Eu realmente não sei... tá tudo... estranho demais - balbuciou.

Os homens pareciam ter duplicado de número, quando chegaram tantos assim? Com seus olhos de lobo, rondando a presa, loucos para dar o bote. A calça de Rosé parecia mais pesada com as mãos grossas deles nas suas coxas, um novo desconforto subindo pela garganta.

Respirou fundo, sendo guiada por alguns deles até a saída, a música alta começava a soar abafada a medida que percorria os corredores até a entrada principal. Não queria sair dali, a boate era o lugar mais familiar que tinha, aquelas pessoas suadas dançando, chorando, rindo, gritando, escoradas nos balcões de bebida, poderiam ajudá-la se tudo desse errado.

- Você sabe que isso não vai acabar bem, não é? - Um deles sussurrou. Ela concordou com menear, os olhos cheios d'água. Quem visse de fora poderia acreditar que Rosé os seguiu por livre e espontânea vontade, estava andando com os próprios pés e nunca tinha provado a sensação de ser traída por eles, de não ter o mínimo de controle de suas ações.

- Acho melhor sumirem daqui, antes que eu chame a polícia. - A voz conhecida soou, e ela sorriu quando sentiu-se livre de tantos homens ao seu redor.

A rua era íngreme e o rosto de Jiyong reluzia, os cabelos em tons de laranjas e os olhos lotados de uma maquiagem brilhante, ela quis tocar, saber a textura dele, queria agradecer verbalmente, mas sua voz tinha sumido e ela não conseguia achar, por um momento pensou tê-la comido por engano.

- Onde eles estão!? - gritou animada assim que conseguiu verbalizar novamente.

- Você não faz ideia do que ia te acontecer, não é? - Jiyong parecia nervoso, e seus braços foram pegos pelas mãos dele, levando-a para longe da música.

A rua era escura, o céu sem estrelas e Jiyong estava a alguns passos a frente, as mãos bem agarradas às suas, e o frio não era mais um problema graças a jaqueta dele em seus ombros.

- Vamos conversar, agora é sério, criança. - Ele se virou e ela sentiu medo. Jiyong nunca adotava aquele tom quando se dirigia a ela. - Você tá chapada, provavelmente vai esquecer tudo isso na manhã seguinte, mas... isso... - gesticulou para a boate atrás deles. - Não é a solução para os seus problemas. Tudo que está ali dentro ferra a sua cabeça, te torna pior ainda, entende? Você é uma garota cheia de qualidades, tem um futuro brilhante pela frente, mas está agindo feito uma idiota! Eu já vi muita coisa... já vi o fim de muitas garotas maravilhosas como você.

Rosé segurou o choro o máximo que pode, mas quando ele acabou de falar as lágrimas saiam como uma cascata. Se sentia suja pelas mãos dos homens, culpada por ter escolhido vir para cá hoje, pois com toda a certeza estava agindo do jeito mais infantil que conseguia.

- Eu não posso entender Jisoo, eu queria poder... mas... - lamuriou.

- Seu problema é tentar entender Jisoo quando ao menos consegue entender a si mesma - disse ele, seguindo com ela de mãos dadas até colocá-la no banco do carona do mustang.

- Como eu não posso entendê-la? - insistiu na pergunta. - Eu a conheço como conheço meu rosto, é como se eu estivesse me olhando no espelho. - Rosé era teimosa e problemática, e agora via as luzes dos postes piscando por suas vistas. - Por que estamos falando dela mesmo? - sussurrou.

- Por que não consegue enxergar o quanto isso que acabou de falar é bizarro pra porra...? Esperar que os outros ajudem você? Que amem você quando você deveria fazer isso primeiro? Rosé, querida... - Ele parou o carro em frente ao prédio dela. Jiyong não sabia seu endereço, mas magicamente estava lá.

Ele pegou seu rosto com as duas mãos, olhando bem para aqueles olhos pequenos e pedintes. Como um cãozinho abandonado, Rosé deitou a cabeça nas mãos dele, só para que aquele contato carinhoso durasse mais, tinha lágrimas nos olhos e se sentia mais perdida que o normal.

- Entenda de uma vez: você nunca será capaz de conhecer alguém por inteiro, nem mesmo se passar o resto da vida ao lado dela. Não escute essas baboseiras sobre "responsabilidade de quem cativas", ninguém deveria ser responsável por cuidar de uma pessoa que suga a sua vitalidade, que depende tanto de você que não te deixa viver. Você não deixa Jisoo viver... quer que ela viva por você, ninguém é obrigado a isso.

Rosé tentou falar, mas o que saiu foi uma série de resmungos chorosos, soluços e gemidos tristes.

- Por que você fala... assim? Exatamente como ela me disse, exatamente com as mesmas palavras...

Jiyong riu, passando o polegar por suas bochechas.

- Lembra do que eu disse sobre garotas maravilhosas e fins trágicos? Eu estou tentando consertar as coisas. - ele sorriu, triste. - Para o seu bem, criança, o que aconteceu hoje pode acontecer novamente, e eu te peço, não volte mais.

- Eu não posso, Jiyong... - se desvencilhou das mãos dele, tentando achar a alavanca para se ver livre daquele carro, se ela não ouvisse o pedido não tinha o que cumprir, não o decepcionaria.

- Vá a boate Street no domingo, acabe logo com isso e talvez... talvez você não entenda por que eu fiz isso agora, mas vai me agradecer depois.

Rosé bateu as mãos sobre o painel do mustang, soltando o máximo de palavrões em sequência que poderia pensar com a capacidade mental reduzida. Por que tudo parecia uma porcaria sem fim? Ninguém havia dito para ela que crescer requer tanto esforço, tantos pensamentos dolorosos e decisões difíceis que não passavam com beijinhos da cura, maratonas de Rugrats ou lanches feitos de massinha, que viver na Terra do Nunca não era sequer uma opção e Peter Pan havia mentido também, junto com todo mundo que conhecia. Uma placa de "Bem vindo a vida adulta, todo mundo é uma merda" deveria ser obrigatória depois dos quinze.

Os sentimentos ruins voltaram junto a sua sobriedade, avisando que ela não se esqueceria daquelas palavras.

Mais um problema para acumular junto aos outros.


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Olá! vim com dose dupla de att's hoje, e queria saber se alguém leria uma longfic mistério/suspense com esses mesmos shipps se eu postá-la por esses dias... Rs

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