Flores de Inverno ♡ changki

Von moonIighting_

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Um namorado perfeito, amigos de infância fiéis e sempre presentes, a perspectiva de ascender no trabalho. A v... Mehr

Prólogo
Girassol
Narciso
Espinhos
Submerso
Crisântemo amarelo
Florescer
Luz
Competição
Fantasmas
Perdidos
Alguma coisa aconteceu
Mudança de planos
Azar
Confiar e esquecer
Flores de inverno
Surpresa!
Shin Hoseok
O começo de algo novo
Bom com segredos
Simples
Tempestade
Quente e frio
Inferno
Extraordinário
Cinco segundos
Caos
Despedaçado
Farol
Novidades
Diálogo
Quebra-cabeças
Raízes
Pisando em neve
Castelo de Pedras
"Mas..."
O dia
Paciência
Bom o bastante

Sonhos

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Von moonIighting_


Em mais de uma década juntos, Son Hyunwoo nunca testemunhou Kihyun chorar por tantos minutos seguidos, de maneira tão abertamente sofrida. Os soluços provocavam alguns engasgos e o tecido da camisa social que Shownu usava, na altura do seu ombro direito, tornou-se absolutamente úmido por conta das lágrimas quase que infinitas do mais novo. Quando mais jovens, em uma das raras brigas que haviam tido, Kihyun chorou em sua frente pela primeira vez. Havia sido seu choro raivoso. Ele estava irritado em como Hyunwoo simplesmente deixava os rapazes de sua sala implicarem com ele, em como ele não se defendia ou defendia o relacionamento dos dois. Naquela ocasião, Shownu pensou o quão triste e desesperador era ver Kihyun chorar por sua causa. Mais tarde, quando o antigo companheiro acordou do coma, e chorou com a informação que ele estava com uma nova pessoa, novamente, o empresário sentiu o coração quebrar-se ao fazê-lo chorar.

Acreditou, ingenuamente, que não havia dor como aquela, que vê-lo chorar por sua causa era a pior visão que poderia presenciar no rosto de Yoo Kihyun. Estava errado. Ver o antigo namorado chorar naquele momento, com o medo estampado em seu rosto e em seu corpo trêmulo, era muito pior. Não havia nada que qualquer um deles pudesse fazer, não havia palavras a serem ditas. Os médicos ainda não haviam aparecido para dar novas notícias, o silêncio daquele corredor hospitalar soava como uma trilha aterrorizante, sem dar qualquer pista sobre como Changkyun ou Wonho estavam. Estavam completamente no escuro e o desconhecido era inteiramente assustador naquela ocasião.

— Kihyun? — As mãos quentes de Hyunwoo subiram em direção as bochechas de Kihyun, puxando sua cabeça suavemente para trás, para que pudesse encontrar seu rosto e checar, preocupado, como o mais novo estava. Com o súbito silêncio por parte de Yoo, sem mais o choro, os soluços ou ainda os resmungos doloridos, Shownu teve medo que Kihyun estivesse perdendo-se em sua desesperança. Observou então olhos inchados, a expressão pensativa, não perdida, como Hyunwoo acreditou que encontraria. Confuso, Shownu afastou as mãos do rosto de Yoo e finalmente iniciou algum assunto com o homem. — O que houve?

— Se eu tivesse investigado os machucados do Changkyun, se eu tivesse insistido mais... — Ele falava aquelas sentenças em voz alta, mas era muito claro para Shownu que as dizia mais para si mesmo. Não teve tempo de retrucar, pois, rapidamente, Kihyun continuou a falar. — Eu poderia tê-los protegido, certo? Eu estava tão feliz com o Changgie, tudo era tão bom, tão certo... Eu fui tão negligente em me perder nesses momentos bons e esquecer de todo respeito. Como eu pude deixar que ele lidasse com isso sozinho, Hyunwoo? Eu sou o hyung dele, eu deveria ter feito mais por ele.

— Você não pode cuidar de quem não quer ser cuidado.

Com exceção de Hyungwon, que continuava a lhe enviar mensagens frequentes contando sobre suas viagens pela Europa e sobre a namorada Hana, o empresário permanecia relativamente afastado do seu antigo grupo de amigos. Por consequência, ele pouco sabia sobre o novo relacionamento de Kihyun. Foi uma surpresa constatar, naquela última visita à casa de Minhyuk em que todos os rapazes apareceram, o quão Kihyun e Changkyun estavam visivelmente próximos. Uma surpresa maior ainda foi perceber, em pouquíssimo tempo, que Yoo Kihyun estava incontestavelmente apaixonado por Changkyun.

Podia afirmar aquilo com muita propriedade, pois ninguém conhecia como um Kihyun apaixonado se comportava como Shownu. Por anos, aqueles olhos apaixonados foram direcionados para si, aqueles toques discretos eram deixados em suas mãos e não nas de Im Changkyun. Entretanto, enquanto alguns comportamentos eram resgatados facilmente na memória de Hyunwoo, outros eram completamente novos em sua visão. Pois, ainda que Kihyun estivesse novamente amando, o amor era um sentimento complexo demais para ser igual em todas as relações.

Com Changkyun, seus olhos não eram apenas apaixonados, como também divertidos. Havia um brilho tão visível em seu rosto, principalmente quando ele retrucava alguma provocação ou piada do mais novo. Também havia algo nos toques que trocavam que os tornavam completamente diferentes. Kihyun podia ser discreto como sempre, mas Changkyun não o era. Portanto, quando Yoo roçava suavemente seu rosto contra o do fisioterapeuta – ingenuamente acreditando que ninguém os veria –, Im não retribuía discretamente, como Shownu sempre o fizera, mas voltava-se para o mais velho com o rosto transbordando felicidade e beijava seus lábios sem qualquer vergonha ou receio. Se Kihyun estava apaixonado, Changkyun nitidamente também estava. Diferente do que Hyunwoo pensava, enquanto os observava ao longe discretamente, Kihyun não demonstrou qualquer sinal de irritação ou constrangimento quando Changkyun o beijou. Pelo contrário, ele apenas sorriu e escondeu o rosto no pescoço do mais novo, enquanto esse sussurrava em seu ouvido e ambos trocavam confidências que não eram do alcance ou interesse de Shownu.

Seu antigo companheiro estava diferente no amor, mas, se fosse bastante sincero, Hyunwoo também estava. E, conforme pensava a respeito daquela constatação durante as semanas seguintes, Shownu só conseguiu concluir o quanto aquilo era bom. Eles estavam seguindo em frente, evoluindo. Finalmente se desgarrando de memórias antigas e que não cabiam mais para encontrarem a felicidade e o amor no presente e em outras pessoas igualmente incríveis.

No entanto, ainda que o antigo companheiro estivesse mudado – ou, melhor dizendo, em processo de mudança, como todos os sujeitos normalmente se encontravam –, Hyunwoo mantinha algumas certezas a respeito de Kihyun. As pessoas mudavam, mas raramente se tornavam completas desconhecidas ou deixavam traços fundamentais de suas personalidades para trás. Em hipótese alguma, Kihyun deixaria de ser uma pessoa absolutamente protetora e com um forte senso de cuidado. Portanto, para que ele não tivesse investigado mais sobre os machucados de Changkyun, o mais novo provavelmente havia pedido e se esquivado de suas tentativas de se aprofundar no que estava acontecendo. Haviam características chaves que moldavam parte da personalidade de Yoo. O ex-namorado era sim muito cuidadoso, protetor e extremamente teimoso. No entanto, ele nunca invadiria a privacidade de Changkyun, nunca o desrespeitaria para descobrir algo que Im não estava disposto a compartilhar.

Por esse motivo, ainda que pouco entendesse sobre o relacionamento dos dois, Shownu conhecia muito sobre a pessoa que era Yoo Kihyun. Como já havia dito de maneira firme, ele acreditava fielmente que Changkyun apenas não estava sendo amparado por Kihyun por justamente não querer essa ajuda. Os motivos que o levavam a tomar aquela decisão, aparentemente tão controversa e sem sentido, que eram o verdadeiro enigma na cabeça do empresário.

— Talvez eu não tenha demonstrado o suficiente o quanto eu me importo com ele. Talvez ele ainda não confie em mim e... Isso só pode ser culpa minha. Eu deveria ter feito mais — Teimoso. Uma das características fundamentais que constituíam quem era Kihyun. Aquela teimosia, entretanto, não era a do tipo que fazia Hyunwoo e os amigos rirem, mas, sim, o faziam torcer o nariz e negarem com a cabeça. — Eu queria poder vê-lo agora, Hyunwoo.

Aquela frase evidentemente trazia um pedido implícito, ainda que Kihyun não tivesse o verbalizado claramente. Shownu concordou com a cabeça, pronto para deixar aquele quarto e ir procurar por Changkyun. Precisar encontrar o mais novo para que esse viesse se encontrar com seu antigo companheiro teria parecido estranho em outro momento, entretanto, não naquele. Faria absolutamente qualquer coisa que Kihyun o pedisse, tudo para que aquela expressão dolorosa não fizesse mais parte de seu rosto. No entanto, antes que pudesse erguer-se da maca em que estavam, a porta do quarto foi aberta em um solavanco. O barulho da fechadura chocando-se contra a parede sendo o primeiro grande estrondo que Kihyun se deparou desde o disparo, o que imediatamente o fez procurar pelos braços de Shownu, querendo proteger-se de um medo inexistente, mas que trazia arrepios em seu corpo ainda abalado.

Com os braços ao redor dos ombros de Kihyun, mas os olhos fixos na porta, Hyunwoo tentou acalmar o mais novo, sussurrando que estava tudo bem e que eram apenas Jooheon e Minhyuk. Esses que, ao perceberem o estado do quarto – ainda com tecidos ensanguentadas espalhados pelo chão – e, principalmente, o estado de Kihyun, foram mais delicados ao seguirem em direção à maca. O mais novo entre os quatro, aquele que havia em desespero aberto a porta de maneira rápida e desajeitada, murmurou um pedido de desculpas para o melhor amigo, finalmente fazendo com que Kihyun erguesse o rosto e o procurasse para um abraço. O contato entre os dois era completamente diferente do abraço anterior, uma vez que, ao contrário de Hyunwoo, o músico estava quase tão desesperado quanto Kihyun. Era um abraço de duas pessoas atormentadas, que tentavam acalmar uma a outra, ainda que estabilidade fosse um conceito distante naquela atual situação.

— Você está bem? — Jooheon indagava em meio a confusão que era aquele abraço, em que suas passeavam pelos ombros e pelo rosto do melhor amigo, como se ele precisasse conferir que Kihyun estava de fato ali, vivo e sem qualquer machucado. Concordando com a cabeça, Yoo o puxou para mais perto, afundando o rosto em seu pescoço e contanto, em frases confusas e esparsas, o que havia acontecido com Changkyun e Wonho. Ele tinha em mente que era do interesse do músico saber o que havia acontecido com seus outros amigos e, em cada nova informação que era repassada para um Jooheon ainda perdido, o rosto do seu melhor amigo se contorcia em tristeza e preocupação.

Enquanto os dois mais novos conversavam e continuavam firmes em um abraço, Minhyuk e Shownu trocaram rapidamente o olhar. Não havia qualquer incômodo nos olhos bonitos e gentis do arquiteto, nem um único sinal de que Minhyuk chateou-se com a visão que teve de Kihyun e Hyunwoo abraçados. Não era nenhuma surpresa para Shownu, entretanto, constatar aquilo. Havia passado dois longos, conturbados e, em partes, incríveis anos ao lado de Lee Minhyuk. Ele era uma pessoa boa, o tipo de companheiro que o aguentou chorando por Kihyun durante todos aqueles anos, que o levava para o hospital para visitar o ex-namorado e o acordava de pesadelos para beijar sua face e sussurrar que o amava e que estava bem ali, ao seu lado. Minhyuk nunca demonstraria ciúmes ou ressentimentos em uma situação como aquela. Muito pelo contrário, seu rosto apenas estampava a preocupação que sentia pelos mais novos e pelo próprio Shownu.

Assim como Hyunwoo o conhecia, Minhyuk também conseguia ler algumas das emoções e pensamentos do empresário. Imaginava que a notícia sobre algum acidente ou perigo envolvendo Kihyun sempre mexeria com Shownu e aquilo o fazia querer abraçá-lo forte e confortá-lo.

Mas, naturalmente, Minhyuk não o fez.

— Eu estava indo atrás do Changkyun. Ele precisa vê-lo — Hyunwoo fez questão de enfatizar a última frase, avisando para Minhyuk que deixaria o quarto e procuraria pelo mais novo do grupo. Imediatamente, no entanto, o arquiteto segurou seu antebraço e parou o início de sua caminhada. Argumentou, aos sussurros, que Kihyun precisava dele, assim como Jooheon. Os três eram melhores amigos desde quando adolescentes, aquele era um momento para estarem juntos, se apoiando, independentemente do que havia acontecido naqueles últimos meses conturbados. Por mais que estar ao lado do músico estivesse sendo complicado para Shownu, o mesmo concordou, agradecendo a Minhyuk. O loiro então sorriu, se despediu rapidamente dos três e disse que voltaria em breve com mais informações sobre Changkyun e Wonho.

Quando Shownu observou Lee deixar rapidamente o quarto hospitalar, ele voltou-se quase que timidamente para o lado de Kihyun, sentando-se novamente na maca e observando os dois mais novo atentamente. Eles agora conversavam de maneira um pouco mais calma, Kihyun estava já suficientemente mais tranquilo para ouvir a enxurrada de palavras positivas de Jooheon. Mais cedo, afundado no desespero e nas lembranças, ele teria odiado ouvir aquelas sentenças, no entanto, Jooheon também conhecia Kihyun o suficiente para saber que agora ele seria receptivo ao seu espírito esperançoso. Esperar pelo melhor em situações como aquela era a forma de Jooheon de lidar com a dor. Os dois mais velhos sabiam sobre aquilo, pois, como toda aquela situação estava demonstrando, os integrantes daquele grupo se conheciam como ninguém.

— Nós vamos resolver tudo isso, hyung. Eu prometo — Também era esperado que Jooheon fizesse promessas como aquela. O empresário perguntava-se como o mais novo não tinha medo de estar prometendo o impossível, entretanto, recordou-se de quando, anos atrás, Jooheon também o prometeu que Kihyun voltaria. Ele esperava que o mais novo estivesse novamente certo.

— Vocês realmente acham isso? — O fato de Kihyun ter colocado aquela questão no plural indicava que ele queria saber a opinião dos dois homens. Enquanto Jooheon acenou positivamente muito rapidamente, transpirando confiança, Shownu precisou de alguns poucos segundos para decidir-se. Não era como Lee Jooheon, não tinha coragem de fazer mais promessas como aquela. Já havia quebrado muitas promessas durante aqueles últimos anos. Havia prometido que seu amor romântico por Kihyun nunca se findaria. Prometido, mais tarde, que não deixaria Minhyuk. Por fim, havia prometido para si mesmo que correria atrás de sua própria felicidade, mas estava ali, empacado em uma vida infeliz, em que seus sonhos, seu amor e sua esperança de um futuro melhor tornavam-se cada vez mais distantes. Não era bom com promessas. Mas era bom em fazer Yoo Kihyun sentir-se tranquilo, portanto, escolheu as palavras certas para aquele momento.

— Eu prometo que vamos fazer de tudo para ajudá-los.

— Isso! — Jooheon concordou imediatamente, não percebendo que Shownu havia alterado suavemente sua sentença para que parecesse mais realista e menos uma promessa impensada de que as coisas se resolveriam magicamente. Entre os dois, Kihyun concordou suavemente com a cabeça, buscando naquelas palavras algum conforto para seu coração ainda despedaçado.

— Olha só para nós três. Quatro anos em coma e só estamos juntos agora — Kihyun disse tentando soar com algum humor, enquanto pousava suas mãos sobre os ombros de Jooheon e Shownu amigavelmente. Os dois, um pouco tímidos, concordaram suavemente. Em partes, sentiam-se culpados por não terem buscado por aquele reencontro antes, as brigas entre os três impedindo que uma amizade antiga e forte se manifestasse durante aquele período tão complicado em suas vidas.

— Quase como nos velhos tempos. Só está faltando Hyungwon hyung — O mais novo completou, abrindo um pequeno sorriso ao recordava-se de como os quatro eram inseparáveis nos corredores do colégio. Sentia saudades daquela época, tudo era tão mais simples, os quatros passavam por absolutamente tudo juntos. Sentia saudades, na verdade, de quando a amizade entre eles não parecia mais tão segmentada em pequenos núcleos e frágil por brigas. Mergulhado em um momento tão repleto de emoções e sentimentos, Jooheon pegou-se admitindo aquilo em voz alta. — Eu sinto saudades de como nós éramos. Sinto saudades do Hyungwon hyung também...

Havia muito para ser dito naquela conversa. Pedidos de desculpas, conversas sobre o que os três andavam passando individualmente, novidades que haviam sido perdidas naqueles meses em que pouco conversavam. No entanto, Shownu pegou-se assustado com a ideia de abrir-se para as duas pessoas que, por muito tempo, confiou cegamente todos os seus segredos. Não por uma questão de desconfiança, mas de temer desestruturar ainda mais aquela relação. Podia falar sobre suas recentes sessões no psicólogo, sobre a falta que sentia de Minhyuk ou, ainda, sobre como seus dias estavam em um estado de catatonia triste? Falar sobre sua tristeza para os mais novos, quando esses estavam também passando por momentos difíceis, lhe parecia injusto. Falar sobre Lee Minhyuk com seu ex-companheiro e com Jooheon, que estava visivelmente gostando desse, era uma ideia ruim. Sentia-se perdido a respeito do que podia ou não compartilhar, portanto, decidiu tomar outro rumo naquela conversa. Mais especificamente, decidiu entrar nas novidades que apenas ele sabia sobre Chae Hyungwon.

— Bem, sobre o Hyungwon...

Enquanto esperava o elevador para o sexto andar, lugar indicado por um dos enfermeiros como sendo a ala em que Im Changkyun estava, os olhos do arquiteto passavam pelas mensagens de texto do celular. O advogado com quem ele havia furado tranquilizando-o, dizendo que eles poderiam marcar para outro dia; Hyejoo enviando fotos com sua turma, em um passeio que a escola estava fazendo para um museu; o grupo do seu trabalho caótico como sempre. Nada de novo, mas Minhyuk perdeu-se respondendo suas mensagens, entrando no elevador de modo quase que automático quando essa abriu as portas. Estava tão distraído em seu aparelho que, quando sentiu uma mão magra e gelada em seu antebraço, ele quase pulou para trás de susto. Não havia visto que tinha companhia até aquele momento.

— O que diabos você está fazendo aqui? — A voz feminina soou gélida, preenchendo o ambiente diminuto, seu desagrado parecendo ecoar pelas paredes metálicas e se voltar com força contra Minhyuk. Confuso, ele precisou de poucos segundos para reconhecê-la. Os fios curtos, a estatura pequena e os olhos firmes e bonitos como os de Yoo Kihyun. Era bem verdade que Minhyuk pouco a conhecia, mas havia visto Jinseo incontáveis vezes quando estavam no hospital, aguardando que Kihyun saísse do coma depois desse ter manifestado seu primeiro sinal de consciência. Era difícil esquecer-se daquele rosto, principalmente quando Minhyuk o enxergou cheio de fúria e desgosto por tantas vezes.

— Como assim? — Não havia gaguejado, entretanto, sua pergunto soou frágil, como se ele fosse um menino e não mais o homem adulto que era. Seus olhos, que antes estavam concentrados no aparelho em suas mãos, agora tentavam manter-se firmes nos de Jinseo, mas os olhos da mulher pareciam queimar os seus como labaredas. Ele tentou manter a calma, convencendo-se que não merecia o ódio daquela mulher, assim como não precisava sentir-se abalado por ele. O próprio Kihyun não o via daquela forma, como um inimigo ou usurpador. Entretanto, Minhyuk tinha dificuldades em não ter sua autoestima abalada, principalmente quando era encarado como um monstro que seus pais e alguns ex-namorados diziam que ele era.

— O que você está fazendo aqui? — Ela repetiu a pergunta, impaciente, segurando a porta com uma das mãos, enquanto continuava a encará-lo, sem vacilar uma única vez. Minhyuk precisava admitir uma coisa: Yoo Jinseo era realmente uma pessoa determinada e forte, indiscutivelmente protetora quando o assunto era seu filho. O arquiteto apenas queria que ela entendesse que nunca, em hipótese alguma, ele pensou em magoar Kihyun durante os dois anos em que esteve com Shownu. Antes que pudesse formular uma resposta lógica – afinal, não cabia a ele fazer qualquer apelo de compreensão à mãe de Kihyun –, Jinseo continuou a falar: — Meu filho está sofrendo o suficiente. Você não deveria estar aqui.

— Eu estou indo buscar Changkyun. O Kihyun que pediu — Minhyuk retrucou imediatamente. Não soava na defensiva, embora estivesse sim defendendo-se daquela acusação absurda. Estava implícito nas palavras de Jinseo que ele estava ali para proporcionar ainda mais sofrimento em Kihyun, o que era uma afirmação absurda e mentirosa.

— Traga-o e vá embora. — Ela ordenou simplesmente, ignorando os olhares de estranhamento de duas médicas que passavam em frente ao elevador e a viam segurá-lo por tanto tempo. Nada parecia retirar a atenção de Jinseo em Minhyuk, fazê-la perceber que estava agindo de maneira questionável com uma pessoa que ela não conhecia de verdade. Simplesmente continuava a encará-lo, os olhos tão firmes e a postura tão superior que parecia tão alta quanto o próprio Minhyuk, embora fosse uma mulher baixinha, com aproximadamente 1,50. Sua ordem era tão clara e dura que Minhyuk teve dificuldade de replicar, levando-a a continuar a falar: — Kihyun é um bom menino. Eu não deveria estar surpresa dele ter aceitado você e Hyunwoo. Mas eu não quero vocês dois perto dele. Eu sei o que é melhor para meu filho e você não é como ele.

Ainda que não tivesse dito diretamente, aquela última frase deixava claro o que Jinseo queria dizer. Se Kihyun era um "bom menino" e Minhyuk não era como ele, Minhyuk só podia ser uma pessoa ruim, o exato oposto. Ao menos, é claro, na opinião de uma mãe cega de raiva e amargor. Em partes, o arquiteto sabia que aquele ódio não era direcionado apenas a ele, mas também a Hyunwoo. Entretanto, devido ao histórico complicado com os próprios pais e seus relacionamentos posteriores, era praticamente impossível para Minhyuk não se sentir abalado com aquelas mentiras, com aquelas acusações que rasgavam seu humor e confiança como a mais afiada das lâminas.

Como o esperado, Jinseo não esperou por alguma resposta, saindo do elevador e perdendo-se no corredor branco que levava ao quarto onde Kihyun estava. Quando as portas finalmente se fecharam, Minhyuk sentiu um bolo formar-se em sua garganta, uma vontade súbita e descomunal de colocar aqueles sentimentos de tristeza e humilhação para fora através de lágrimas. Entretanto, ainda que fosse sua vontade, ele a deixou de lado naquele momento. Mais tarde, Minhyuk poderia lidar com aquilo, agora, ele precisava encontrar Changkyun e obter respostas sobre o estado de Wonho.

Não demorou a encontrar uma médica simpática que o ajudou a localizar-se naquela nova ala, guiando-o por corredores e contando o que ela sabia sobre a cirurgia de Shin Hosoek. Segundo a médica, a equipe estava tendo dificuldades em retirar o projetil que havia ficado preso na caixa torácica do enfermeiro. Era uma cirurgia delicada para não romper músculos ou ainda fraturar algum osso. Além disso, ele havia perdido muito sangue, o que causou extrema preocupação entre a equipe responsável por seu caso. Minhyuk pouco entendia sobre o vocabulário médico e, no final daquela conversa, nem mesmo soube dizer se havia entendido come exatidão como era a cirurgia. Tudo o que compreendeu era que Wonho ainda não estava fora de riscos. Uma péssima notícia que precisaria levar para Hyunwoo, Jooheon e Kihyun.

— Seu amigo, Changkyun, eu mesmo cuidei dos machucados. Ele está bem, fisicamente, mas ainda transtornado com o que aconteceu. Talvez não seja uma boa ideia perguntar nada agora — Ela recomendou gentilmente, abrindo uma porta de correr, dando visão para Minhyuk de onde Changkyun estava. Assim como Kihyun aparentava estar perdido e assustado há alguns minutos, enquanto abraçava Hyunwoo, Im estava igualmente destruído e amedrontado. Ao contrário de Kihyun, no entanto, não havia ninguém ao seu lado. Sua solidão naquela sala enorme só não era maior que o desespero visível em seu rosto. — Ele estava perguntando por um tal de Kihyun. Agora que está mais calmo, talvez você possa levá-lo até ele.

— É essa minha missão — Minhyuk retrucou de modo igualmente gentil, tentando soar divertido, mas nada naquela situação era realmente leve. Seu encontro com Jinseo, a cirurgia de Wonho, o estado que Changkyun e Kihyun estavam. Tudo apenas parecia excessivamente triste, de forma que era difícil não se sentir extremamente abalado.

Após agradecer a médica e despedir-se rapidamente da mulher, Minhyuk seguiu finalmente em direção ao mais novo. Conforme se aproximava mais e mais, o arquiteto percebeu o quanto os hematomas pareciam ainda mais grotescos e doloridos de perto. O olho direito estava tão inchado que era impossível para Changkyun enxergar através desse, o lábio inferior cortado parecia dolorosamente sensível, o hematoma na sua bochecha esquerda era tão volumoso que se assemelhava a uma bola de sangue. Além disso, o seu pescoço tinha as marcas dos dedos de alguém, além de roxo e vermelho, a pele da região também estava arranhada, o que demonstrava que além de ter sido enforcado, Changkyun tentou lutar contra as mãos do seu agressor, causando lesões de unhas para todo lado.

— Hyung, você veio — Changkyun sussurrou, erguendo seu rosto e encarando Minhyuk com seu único olho não inchado. Fora de sua crise de pânico, ele finalmente conseguia se comunicar, embora sua fala estivesse muito distante do normal. Não havia mais a diversão típica em sua voz, aquela jovialidade que parecia nunca o abandonar. Pelo contrário, sua voz soava fraca, rouca, como se ele tivesse acabado com todas as suas forças chorando e tentando sair do caos que sua mente e corpo haviam entrado depois daquele ataque horroroso e covarde.

— É claro que sim. Hoje eu sou sua carona até seu príncipe — Ele tentou novamente quebrar o clima completamente soturno do momento e, ainda que fosse difícil para Changkyun, ele se esforçou para abrir um meio sorriso. Até mesmo aquele movimento suave pareceu doloroso, uma vez que o rosto machucado se contraiu visivelmente. Quando o mais novo enfim tentou deixar a cama que estava repousado, a dor pareceu ainda mais aguda, pois, ele soltou um palavrão baixo e um grunhido estrangulado. Imediatamente, Minhyuk colocou-se ao seu lado, pousando uma das mãos sobre seu braço e a outra em suas costas. — Vamos, eu te ajudo.

Ao deixar a cama com sua ajuda, Changkyun pôde seguir o restante do caminho sem grandes dificuldades. Quando o mais velho questionou onde estava doendo, preocupado, Im apontou para o próprio abdômen, murmurando de maneira tão baixa e suave quanto o vento que havia levado alguns chutes ali. Era óbvio que ele não queria mais falar sobre o assunto e Minhyuk respeito sua decisão, ainda que estivesse absolutamente preocupado e ansiando por uma resposta assim como o restante dos rapazes. Andaram de maneira vagarosa em direção ao elevador, sem que muitas palavras fossem trocadas. Quando chegaram lá, Changkyun apoiou as costas no espelho gelado e levou uma das mãos em direção à camisa do hospital que trajava, apertando o tecido com evidente agonia.

— Você acha que eles vão me perdoar? — Changkyun questionou, verbalizando apenas uma das várias angustias que o tomavam naquele momento. Com o olhar confuso e preocupado de Minhyuk em sua direção, ele tomou coragem para continuar a falar, mesmo que lhe fosse natural guardar aquelas dúvidas e dores para si próprio. Estava em um dia doloroso e difícil, era particularmente difícil lidar com seus fantasmas sozinho. — Nada disso teria acontecido... Se eu não estivesse aqui. Eu nunca vou me perdoar se alguma coisa acontecer a Wonho hyung, ele nunca vai me perdoar...

Os olhos de Minhyuk arregalaram-se não apenas por conta do conteúdo daquelas palavras, mas, principalmente, por conta da forma como o mais novo as dizia. Ele, novamente, pouco se parecia com o Im Changkyun que todos conheciam. Era a mesma pessoa ali, entretanto, coberta de camadas e camadas da mais pura tristeza e segredos. Seu rosto era o retrato de algo desconhecido, indizível, que talvez apenas a arte pudesse expressar. Os traços machucados retorcidos em culpa, os olhos – um deles praticamente escondido – transbordando desespero como apenas o mais triste dos quadros poderia expressar. Estava prestes a retrucar suas palavras, ainda que nada em sua cabeça parecesse reconfortante o bastante, quando o elevador parou no andar indicado e Changkyun o deixou, sem esperar por respostas.

Talvez ele soubesse que Lee Minhyuk não poderia dar-lhe as respostas que ele precisava. Ninguém poderia fazê-lo.

Encontrar Jinseo depois de tantos meses havia sido desagradável, como Hyunwoo imaginou que seria. Talvez por nunca ter tido uma relação positiva com os pais do antigo companheiro, ele afetou-se menos do que esperava com os olhares afiados da mulher em sua direção. Havia passado anos incomodado com a rejeição dos pais de Kihyun, chorado incontáveis vezes quando esses demonstraram ódio e desprezo por si enquanto os três esperavam por um milagre, o de que Kihyun voltaria. Pensou, com algum humor, que talvez estivesse ficando imune ao ódio deles. Ou, sem qualquer humor dessa vez, considerou que estava ficando cada vez mais difícil sentir.

Com exceção de sua preocupação por Kihyun durante aquela manhã e a dor que foi perder Minhyuk meses antes, Shownu estava sentindo seu humor embotado. Os dias eram divididos entre trabalhar, comer e dormir. Ele tinha todo o dinheiro do mundo, era jovem e bonito, mas suas energias pareciam simplesmente terem desaparecido. Quando descia de sua cobertura, buscando por alguma comida no restaurante absolutamente luxuoso do hotel, Hyunwoo muitas vezes pegava-se observando as pessoas ao seu redor. Risadas, conversas empolgadas, planos para o futuro. Ele sentia falta daquilo, sentia falta de quando seus sonhos não se resumiam apenas aqueles que vinham acompanhados de seu sono. Quando foi que se tornou tão espectral? Um fantasma do homem que um dia já fora.

Era uma pergunta que vinha para atormentá-lo em seus dias sempre solitários. E eram muitas as respostas para aquela questão. Nenhuma estava necessariamente correta ou errada. Talvez nunca tivesse sido o homem completo que pensava ser. Talvez ainda estivesse se encontrando, montando com dificuldades a pessoa que ele almejava ser. Em dias mais difíceis, Hyunwoo tinha pensamentos menos otimistas que aqueles. Nesses dias, em que a ideia de deixar sua cama e seguir em frente eram insuportáveis, Shownu pegava-se pensando que talvez estivesse destinado a nunca se sentir verdadeiramente completo. A completude, afinal, existia?

Mais pensamentos sem respostas fáceis. Era o que ele pensava naquele momento, enquanto tinha as costas apoiadas na lateria de seu carro e encarava o horizonte. O sol estava se pondo, em breve as belas cores do azul, amarelo e laranja sumiriam e a escuridão da noite preencheria sua visão. Uma pessoa otimista ou ainda gentil, como Minhyuk, teria dito que as estrelas e a imponência da noite eram ainda mais belas que o glorioso sol. E Shownu tenderia a concordar com suas palavras cegamente. Ele estaria, afinal, perdido na beleza e presença de Lee Minhyuk que – para um Hyunwoo completamente apaixonado – poderia ser ainda mais belo e interessante que os céus.

— Está se escondendo? — Um meio sorriso discreto formou-se no rosto de Hyunwoo assim que ele ouviu aquela questão. Não por conta da pergunta em si, mas por pensar o quão paradoxalmente doloroso e incrível era ter a presença de Minhyuk depois do término que tiveram. Seus olhos o procuraram, deixando de contemplar o por do sol para encará-lo. Ele parecia ainda mais luminoso que qualquer estrela, ainda mais inalcançável.

— Você me pegou — Shownu respondeu, erguendo as duas mãos em rendição, enquanto o meio sorriso em seu rosto clamava para transformar-se em algo maior. Conteve-se, no entanto, enquanto observava Minhyuk colocar-se ao seu lado. Pelos minutos seguintes, ambos permaneceram em silêncio, os olhos fixados novamente no céu. Observaram o espetáculo que a natureza diariamente os proporcionava, lado a lado, e, ao mesmo tempo, tão distantes. Shownu sentiu falta de quando podia segurar sua mão, de como era sentir a lateral do corpo do mais novo descansando contra seu rosto. Naquele momento, ele sentiu tanta falta das pequenas coisas, percebendo que elas eram tão importantes quanto as maiores.

Eunha¹. Você lembra? — Minhyuk o questionou repentinamente, encarando o céu da noite, o sol e o azul dando lugar às estrelas, o final daquela tarde sendo rapidamente substituído pela noite fria. Quando Minhyuk fez aquela pergunta, ele não o encarava, mas procurou por seus olhos enquanto esperava por uma resposta. Queria saber a verdade, queria saber o quanto a menção daquele nome afetava ou não Shownu. O que Minhyuk encontrou nas tempestades que eram os olhos de Hyunwoo foi a mais pura saudade. Porque aquele não era apenas um nome, mas uma lembrança distante e perfeita, até então intocada por Hyunwoo. Aquele nome representava alguns dos sonhos que Shownu havia deixado de lado.

— O nome da nossa sonhada filha — Nunca existiu uma Eunha, entretanto, quando Minhyuk e Shownu pegavam-se planejando o futuro, pensando em futuros filhos, Eunha era o nome que eles davam para a criança que nunca chegou a realmente existir. Era tão estranho pensar que Lee Minhyuk era praticamente um pai agora, de Hyejoo, mas que ele não fazia parte daquela paternidade que ambos sempre imaginaram que dividiriam. Quando escolheu apegar-se ao passado, as dores que o acompanharam por deixar Kihyun, Hyunwoo abandonou também todos aqueles sonhos. Era tarde demais para buscá-los novamente, mas, ainda assim, ele emendou sua fala com alguma tristeza na voz: — Ela teria sido muito amada.

— Eu tenho certeza que sim — Minhyuk concordou, um pequeno sorriso triste estampando seu rosto, enquanto ele parecia tão nostálgico quanto o próprio Shownu. Ambos, naquele momento, compartilhando de sentimentos muito parecidos. Eles indiscutivelmente sentiam saudades um do outro, mas também sabiam que um relacionamento naquele momento não era plausível. Não era apenas Changkyun que precisava lidar com seus fantasmas. Ainda que suas questões fossem outras, Shownu e Minhyuk precisavam ainda de um longo caminho para se verem novamente preparados para um relacionamento. E, ainda assim, aquela constatação em nada tornava a situação mais fácil ou justa.

— Eu posso tocar seu rosto? — Foi uma pergunta repentina, transbordava vontade e falta. Porque Hyunwoo sentia tanto a falta daquele rosto, daqueles olhos e de tudo o que Minhyuk conseguia expressar através deles. Era uma pergunta boba, simples, mas carregava tantos sentimentos e palavras não ditas por trás. Shownu sabia que Minhyuk entenderia todas as nuances que aquela questão trazia. Entretanto, depois de tudo o que havia acontecido, ele já não mais tinha tanta certeza a respeito da resposta do mais novo.

Surpreendendo-o positivamente, Minhyuk moveu-se de onde estava, colocando-se em sua frente e procurando por sua mão. Foi o próprio Lee que trouxe a palma quente da mão de Hyunwoo para sua bochecha direita, repousando o rosto ali e fechando seus olhos, permitindo que o empresário o tocasse como havia pedido. Os dedos de Hyunwoo acariciavam a região com o cuidado e amor que Minhyuk estava ansiando receber. O cuidado e amor que Shownu gostaria de ter demonstrado mais vezes enquanto ambos ainda estavam juntos.

Podia perder-se nos seus arrependimentos naquele momento. E havia muitos arrependimentos: podia ter sido um namorado mais presente, demonstrado mais, se importado mais. No entanto decidiu que, naquele momento, poderia perdoar-se um pouquinho e perder-se apenas no amor que sentia por Minhyuk.

De maneira mágica e simultânea, eles buscaram por mais. Seus rostos frios pelo clima encontraram calor um no outro. Os lábios de Shownu acariciando as maçãs do rosto de Minhyuk, sua testa, seus olhos tristes e, enfim, seus lábios. Era um toque absolutamente singelo, o tipo de beijo que eles trocavam pela manhã em uma despedida rápida, mas que naquele momento soava como o mais precioso dos contatos. O banal, quando perdido, tornando-se absolutamente especial e raro. O próprio Minhyuk roçou a boca contra a sua, enquanto seus braços procuraram o tronco de Shownu e ele o abraçou firme, desejando por mais contato. Eles sabiam que aquele momento seria breve, tão passageiro quanto uma chuva de verão, portanto, aproveitaram cada segunda do mais puro e doloroso beijo que trocaram.

O selar quebrou-se em poucos segundos, como ambos já haviam previsto, entretanto, o momento estendeu-se pelos minutos seguintes. O abraço de ambos sendo acompanhado por um leve mover dos corpos, que procuravam melodia no silêncio e dançavam tendo como trilha sonora suas memórias de tempos mais doces. Erguendo uma de suas mãos, Minhyuk teve a vez de tocar o rosto bonito de Shownu, acariciando suas bochechas gentilmente e sorrindo para um Hyunwoo ainda entristecido demais para retribuir aquele sorriso. Minhyuk também sentia falta de tocá-lo, mas, principalmente, sentia falta do amor que tiveram. Amor esse que não foi vivenciado como deveria ter sido, mas que deixou marcas permanentes no coração de ambos.

— Eu ainda amo você — Minhyuk sussurrou, encarando-o nos olhos, encontrando reciprocidade em Shownu. Ele sorriu, pois era bom sentir-se amado, mas não sustentou o olhar por muito tempo. Pois, assim como era bom saber que era amado por Hyunwoo, era igualmente difícil finalmente constatar aquilo.

Significava tanto o amor que sentiam um pelo outro e, ao mesmo tempo, ambos sabiam que aquele amor imensurável não significava que eles estariam juntos.

¹ — Segundo o Google, Eunha significa galáxia. Por essa razão, Minhyuk recordou-se do nome, enquanto observava o céu.

NOTAS

OLÁ, MEUS AMORES!

Esse capítulo foi mais focado no Minhyuk e no Shownu. Eu escrevendo o finalzinho desse capítulo só quis abraçar muito os dois, admito KDAHDAKDADALDAL

E o que vocês acharam do capítulo, amorzinhos? O que esperam para nossos rapazes nos próximos capítulos? Estou muito curiosa para saber a opinião de vocês!

GENTE FDI TROCOU DE CACA DE NOVO DKADHADKADKAKDA Eu encomendei essa capa faz umas semanas, provavelmente Numinous também vai ganhar uma nova, mais tarde, para todas serem desenhos <3. Espero que vcs tenham gostado!

E, por fim, eu queria agradecer imensamente por todo carinho e amor de sempre! Amo muito vcs! 💗💗💗

Um bom final de semana para todos, beijão e até o próximo capítulo!

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