EMMA TORRE
Hoje é um dia totalmente normal, a não ser por um pequeno detalhe, meu pai estava no andar de baixo aos berros, e eu não estou nada preparada para saber do que se tratava, mesmo assim ousei a descer as escadas de pijama.
Quando fui em direção a cozinha de onde vinha os gritos vi meu pai em cima da bancada e minha mãe com uma vassoura na mão, eu não tinha certeza do que estava acontecendo, mas pela situação eles queria matar alguma coisa ou melhor, minha mãe queria matar alguma coisa.
- Amália querida, ali. - apontou meu pai para a parte de baixo da geladeira.
- Você bem que poderia descer dai e tentar me ajudar, ne Joseph? - minha mãe provocou e o mesmo se sentiu ofendido.
- Tem um ser monstruoso ali, e você quer que seu amado marido saia daqui e se arrisque? - fiquei pensando em que tipo de bicho iria provocar tantos gritos de meu pai.
- Menos Joseph, por favor, é apenas um rato e nem é tão grande assim. - minha mãe falou com as mãos na cintura. - bom dia filha. - falou se dirigindo a mim assim que notou minha presença.
- Ouvi os gritos do meu pai, achei que tinha acontecido alguma coisa, vim ver se vocês precisavam de ajuda. - meu pai olhou pra mim com os olhos brilhando.
- Minha heroína, veio me salvar, sua mãe não está nem ai pra mim, queria que aquele ser me pegasse. - falou enquanto me abraçava, minha mãe olhou pra ele e começou a ri.
- Eu não me lembro de você ser tão medroso assim. - confessou minha mãe rindo ainda.
- Nem eu. - concordei com ela.
- Eu sou seu marido. - falou olhando para minha mãe. - eu sou seu pai. - falou olhando para mim.
- Eu sei. - eu e minha mãe falamos juntas e rimos em seguida.
- Parece que o tal ser monstruoso. - minha mãe fez aspas com o dedo. - não está mais aqui.
- Eu espero que não esteja mesmo, se não eu teria que dá um jeito nele. - meu pai piscou para minha mãe que revirou os olhos rindo.
- Acho que vou voltar a dormir. - falei aos dois.
- Emma. - meu pai me chamou. - seu avô saiu bem cedo junto com o Matteo. - não sei por quê meu pai me falou aquilo, talvez eles foram fazer a mesma coisa de sempre, ir aos campos de girassóis.
- Acho que foram aos campos como sempre. - afirmei ao meu Pai.
- Não, não, seu nonno disse que iria conversar com o Matteo. - falou e abriu um sorriso, com esse gesto que meu pai fez meu corpo entrou em alerta. - aliás, foi o Matteo que disse que precisava conversar com ele. - terminou meu pai me deixando menos tensa.
- Talvez seja algum assunto deles, o senhor quer saber não é? - perguntei com meus olhos estreitos, meu pai sempre foi muito curioso e dessa vez não era diferente.
- Talvez sim. - me respondeu com um sorriso divertido em seus lábios.
- Se caso o Matteo ou meu avô me falar eu te conto. - os olhos deles ficaram alegres.
- O quê seria da minha vida de curioso sem você. - falou fazendo drama, eu ri.
- Provavelmente iria morrer sem saber das coisas. - falei rindo. - vou subir pra dormir novamente.
- Você é a bela adormecida, a disney está te perdendo. - falou entrando na cozinha, ri do seu comentário.
Subi para o meu quarto e voltei a dormir, estou feliz demais, hoje não haveria aula, os professores iriam fazer uma reunião ao longo do dia, ainda bem.
[...]
Quando acordei meu avô ainda não tinha chegado, meu pai e minha mãe estavam no jardim, pensei em ligar para o Matteo mas lembrei que ele estava com meu avô, liguei para o Lucca.
- Eu desconfiava que você me amava, só não sabia que era tanto assim. - Lucca assim que atendeu o celular falou se achando, tinha um som bem alto do outro lado da linha.
- Como você consegue ficar em um lugar que faz tanto barulho? - perguntei e ele riu do outro lado.
- Talvez porque seja a minha casa. - riu mais ainda. - agora, o quê deu em você para me ligar? - perguntou.
- Não sei, o Matteo está com meu avô, eu acabei de acordar e estou entediada. - confessei a ele.
- Eu estou muito ofendido, sou sua segunda opção, como assim? Eu sou mais bonito que o Matteo. - falou fingindo indignação na voz.
- Não mesmo. - falei brincando com ele.
- Então quer dizer que a vossa pessoa acha a princesa bonita? - me perguntou se referindo ao Matteo.
- Vocês dois são bonitos Lucca. - falei tentando desconversar, ele riu do outro lado da linha.
- Mas o Matteo é mais, não é ruivinha? - se ele estivesse aqui do lado eu iria estar mais constrangida ainda, fiquei muda. - seu silêncio já me respondeu. - riu novamente.
- Meu Deus Lucca, vai querer fazer alguma coisa ou vai ficar na ligação me deixando constrangida. - falei a ele.
- Vamos dizer que a segunda opção me deixou tentado e... - ele parou de falar e eu ouvir vozes na outra linha.
- Lucca? - chamei ele e as vozes continuavam.
- Oi ruivinha, desculpe é que a princesa chegou aqui e me perguntou com quem estavala falando. - abri um sorriso já sabendo que a princesa era o Matteo.
- Tudo bem, venham aqui, se quiserem. - ouvir o Matteo falar com o Lucca.
- Claro que nós vamos. - falou Lucca na outra linha. - vamos conversar ou fazer qualquer outra coisa, já vamos.
[...]
- Você não gosta de café Matteo? - perguntei olhando pra ele, Lucca ria e ele ria junto.
- Não muito, acho que é um defeito, pode colocar na lista de defeitos, ela só aumenta. - falou ele rindo.
MEU CORAÇÃO, ESSA FRASE NÃO É ESTRANHA
- Eu gosto ruivinha, investe em mim que é sucesso. - Lucca falou fazendo uma dancinha e Matteo deu um dos seus tapas de carinho nele. - ai, isso é opressão. - eu ri.
- Essa conversa foi boa, pelo menos eu já vou começar a produzir a lista de defeitos do Mat. - ri com Lucca e olhei pro Matteo que sorria pra mim.
Nós ficamos no meu quarto falando sobre tantas coisas que eu não vi que já estava no fim da tarde.
- Toda vez que eu venho aqui as horas passam rápido. - Lucca falou indignado sentado na minha cama.
- Calma, você pode ver meu lindo rosto todo dia. - falei convencida ele e o Matteo começaram a ri.
- Você tem que parar de andar com o Lucca, girassol está ficando igualzinha a ele. - Matteo falou e o Lucca jogou a cabeça para trás rindo.
- É um dom. - se gabou Lucca. - ruivinha, já vou indo, tenho muitos negócios para serem resolvidos. - piscou pra mim e se virou para Matteo. - vou dormir na sua casa hoje. - saiu do meu quarto correndo.
- Eu mereço. - Matteo revirou os olhos e riu. - acho que também já vou, matei um pouquinho da saudade que estava de ver você. - assim que ele falou eu fiquei vermelha, socorro.
- E eu de você, obrigada por vim aqui mesmo acabando de chegar e.. - ele me cortou.
- É sempre bom ver seu rosto lindo. - falou repetindo a frase que eu tinha acabado de dizer, eu já estava envergonhada antes imagina agora.
- Obri...obrigada. - ele riu abriu os braços e eu fui abraçar ele, o mesmo colocou o queixo sobre minha cabeça em seguida beijou ela.
- Fica bem, tá? - afirmei com a cabeça ele ia dizer mais alguma coisa mas desistiu e suspirou. - boa noite girassol.
- Boa noite Mat. - beijei ele na bochecha que sorriu em seguida saiu do meu quarto e sumiu pelo corredor.
Eu amo o Matteo? Ou apenas gosto dele? Amar é uma palavra muito forte? Não consigo definir o que seja, apenas sinto.
VOLTEIIIIIIIIIIIII🌻
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