Helena Souza, 17 anos.
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Minha raba descia e subia sem controle, meu coração estava totalmente descontrolado, o lança estava fazendo efeito.
Nasci e cresci na favela, sou moça daqui desde sempre.
Meu pai era vapor, minha mãe era manicure, me teve novinha.
Com 15 anos minha mãe conheceu meu pai, com 16 eles já estavam morando juntos, minha mãe engravidou e ai eu vim.
Meu pai morreu em uma invasão, minha mãe sofreu muito mas ainda resistiu, até que ela ta viva até hoje.
Moramos na mesma casa de antes, praticamente no alto do morro, não é uma casa tão grande mas é oque temos.
Hoje em dia minha mãe tem o maior salão do morro, e o melhor também.
Trabalho lá como manicure, maquiadora, cabeleleira, faço de tudo mesmo.
Terminei a escola a um ano, e não pretendo fazer nenhuma faculdade, nunca pensei.
Beto me encarava de cima a baixo, seus olhos vermelhos me davam um tesão da porra e um medo também.
A gente ficou uma vez, foi só de beijinho, e que beijo, encaixou total comigo.
Até hoje ele vive mandando me vigiar, nenhum cara daqui pode ao menos falar comigo, o cara é surtado.
É aquelas coisas, eu com ele e ele com todas.
Isso ai não dá pra mim não, se ele pega todas eu também posso, nem tento com esses caras daqui, nenhum desobedece as ordens do chefe.
Pego mesmo alguns da pista, alguns de outras favelas, nunca deu b.o e nem vai dar, até porque não tem aliança aqui no meu dedo.
Beto: - Eai. - ouvi ele dizer. - Tá mec? - assenti e ele prestou atenção em uma loira que passava. -
Helena: Tá sim, e você? - ele me olhou e fez uma cara de safado sorrindo de lado. -
Beto: - To bem pô, tá sozinha? - perguntou.
Helena: - Tá vendo mais alguém aqui? - ri.
Beto: - Ih pô, mo grossa. - disse me fazendo rir do seu jeitinho. - Bô dar um rolê por ai? Ou a coroa não deixa? - perguntou.
Helena: - Sou maior de idade pô, mas e você, tem que avisar a fiel? - perguntei debochada.
Beto: - Tem fiel não pô, tudo aberto. - arqueei a sobrancelha e ele sorriu passando a mão no rosto.
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