O último ano do resto das nos...

Por xxliswa

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[Concluída] O último ano do ensino médio era o limite para aproveitar e fazer todas as porcarias que se arrep... Más

I - Tudo era bem mais fácil antes
II - Foi ódio a primeira vista
IV - Jennie Kim é uma mentirosa
V - Pequenos grandes problemas
VI - Qual o meu problema?
VII - Apenas me dê uma noite boa
VIII - Se ela fosse um penhasco, eu me jogaria duas vezes
IX - As duas faces de uma mesma moeda
X - Posso dormir com você?
XI - Inesperado
XII - Seu amor é brilhante, como sempre
XIII - Minha vela queima dos dois lados, não vai durar a noite inteira
XIV - A tempestade que chega é da cor dos seus olhos castanhos
XV - O Karma é uma vadia
XVI - Raiva que consome
XVII - Não sabemos quem somos, até perdemos quem éramos
XVIII - Maus Hábitos
XIX - Isso é um adeus?
Prefácio: Depois do fim

III - Eu não sei que tipo de amor é esse

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Por xxliswa


Olá! Vim com atualização em dobro pra vocês, dois capítulos estarão disponíveis por motivos de: estou ansiosa, então boa leitura!

━━━━━━━━

De Roseanne Park:

" Não era a primeira vez que sonhava com ela nesses momentos embriagados, era um dos motivos para continuar bebendo, aliás."


Cortava o coração de Rosé ver a sua amizade de tantos anos com Jisoo acabar daquela forma. De primeira vista parecia algo bobo e estranho, mas era cheio de descomplicações complicadas, que nenhuma das duas entendiam perfeitamente.

Porém, ela tinha um episódio em sua mente que foi como um limiar, que mudou o modo como Jisoo lhe encarava.

Havia acontecido há alguns anos, elas estavam no primeiro ano do ensino médio e Rosé foi convidada para passar as férias de verão com Jisoo e sua família. A mãe da mais velha tinha uma casa na praia. Rosé sempre foi da família, a presença dela era importante na época e aquela viagem seria a mais divertida da sua vida.

Passados dois dias desde que chegaram, as duas resolveram ir ver o mar. Rosé tinha essa lembrança nítida em sua mente, as águas calmas e cristalinas no horizonte sem fim, era impossível parar de olhar para toda aquela beleza, era bonito como Jisoo. Ficou indecisa por todo o trajeto para qual lado dar atenção, mas ela sempre ganhava aquela batalha. Kim Jisoo usava uma saída de praia grande e despojada, como todas as roupas que gostava de usar, os cabelos estavam curtos, balançando pela brisa de fim da tarde.

Quando elas, enfim, sentaram em uma grande rocha, perto do mar, seus pés estavam cheios de areia e o sol brilhava como nunca. A praia silenciosa trazia calmaria para o seu coração e podia observar Jisoo, sentindo os braços resvalarem como a água do mar na rocha. A coxa desnuda se arrepiava pela proximidade gostosa que era confortável para ambas.

E nenhum momento a trouxe tanta paz como aquele, foi antes de se envolver com tanta coisa ruim, antes de descobrir a adega de bebidas que a mãe escondia na cozinha, antes mesmo de comprar o primeiro maço de cigarro. Tudo era mais fácil de lidar, as complicações da vida adulta ainda não pesavam em suas costas e ali, vendo aquele sorriso lindo de Jisoo, se achava a garota mais sortuda do mundo todo.

Um suspiro ansioso saiu dos seus lábios. Foi movida pela coragem que tomou conta do seu peito - e pelo batom vermelho de Jisoo que se tornava convidativo a cada segundo. E se inclinou, até sentir a respiração tranquila da mais velha e deixou um pequeno selar.

Afastou-se com o gosto de morango em sua boca por causa do batom, e sem olhar nos olhos de Jisoo, com medo de uma provável rejeição, deixou outro logo em seguida que acabou se tornando um beijo de verdade, profundo e rápido. Nunca tinha achado uma pessoa tão interessante a ponto de querer beijá-la, mas quando se tratava dela, não pensava muito bem nos seus atos.

Se afastou rápido, envergonhada e alegre ao mesmo tempo, um turbilhão de sentimentos e sensações novas apossando seu corpo.

Todos esses sentimentos foram embora assim que encarou Jisoo.

- Rosé... o que?... - ela se afastou alguns centímetros, os olhos esbugalhados, esperando uma resposta que não tinha para dar.

- Me desculpe, eu só... - engoliu o seco, o arrependimento fazendo-a se encolher. - Não pensei que...

- Ok... tudo bem. - Jisoo fechou os olhos por alguns segundos. - Tudo bem - repetiu. - Foi só... impulsivo demais, entende?

Jisoo estava agindo como pensou que agiria, sendo boa demais em todos os aspectos. Mas suas bochechas queimavam de vergonha a cada segundo que ouvia as palavras condescentes dela.

- Eu só não gosto de você dessa forma. Eu não quero te machucar... mas também não posso te dar esperanças quanto a isso, eu gosto de garotos - concluiu.

Elas voltaram pelo mesmo caminho que vieram, em total silêncio, mas para Rosé nada mais era tão bonito assim. A areia incomodava, seu maiô pinicava e a brisa que antes era fresca se tornou violenta. O que tinha na cabeça? Se deixou levar por um ato mal pensado e agora era vergonhoso olhar para Jisoo. Queria ir embora, enfiar a cabeça na areia, se jogar no mar, qualquer coisa que a fizesse sair daquela situação.

Mais tarde, até pediu desculpas novamente e Jisoo disse que aquilo estava esquecido. Mas não estava, os dias depois daquele nunca mais foram os mesmos.


﹝•••﹞


- Eu não queria ficar ai mesmo seus... idiotas! - jogou o tênis em um dos seguranças, se desequilibrando e caindo em uma poça suja, na sarjeta da qual eles a haviam jogado.

Ratos passavam pelo lado esquerdo do beco e a noite tornava suas sombras maiores do que realmente eram. Fechou os olhos, abrindo-os em seguida, mas eles continuavam a passar, alguns próximos do seu pé, outros na água do esgoto da boate que escorria pela ruela.

Tentou se levantar, mas acabou não conseguindo e achando aquela posição confortável. A calça jeans rasgada evidenciava a ferida que ganhou ao cair de mal jeito. O fedor da blusa suja de cerveja chegava ao seu nariz, mais forte que o odor do esgoto a céu aberto. Passou as mãos sujas pelas mechas ruivas, sentindo o chão mexer junto a batida do lado de dentro, estava lá desde às sete horas, quando o bar abriu.

Sua mãe dormiria na casa do namorado o final de semana e Rosé passaria sozinha, dizendo-a que Jisoo estivera com ela o tempo todo. Riu alto, acabando por chorar, lembrando que Jisoo havia arrumado uma nova amiga, aquela tailandesa bonita. E no fim, elas formavam uma bela dupla, enquanto estava jogada em uma poça suja num lugar que não sabia bem onde era ou como voltaria para casa.

A porta dos fundos da boate foi aberta e um homem apareceu à sua frente. Só pode reconhecê-lo quando chegou até si.

- Você não tem jeito mesmo, criança.

Ele a puxou de toda aquela sujeira, mas Rosé conseguiu ficar de pé por pouco tempo, logo se virou para vomitar em um latão de lixo ao lado, encostando no muro e escorregando até sentar no chão novamente. Sua cabeça doía e nem era o porre ainda, estava fedendo e tinha perdido seu boné e tênis, ria descontroladamente, de desespero, quando foi que beber casualmente se transformou naquilo?

- Eu queria ficar para ver a atração da noite - murmurou, olhando para cima e vendo Jiyong a encarar com um olhar reprovador.

Kwon Jiyong, às vezes conhecido como G-Dragon, era um barman que sempre conversava com Rosé. Ele era tão fodido com uma história de vida de altos e baixos, com momentos felizes como seu pequeno filho, e outros onde teve que ser internado em uma clínica de reabilitação a força.

Às vezes, nessas horas, Rosé acreditava que teria o mesmo destino dele e se perguntava se os momentos felizes compensariam o resto.

- Como? - retrucou Jiyong. - Você nem se aguenta de pé.

O encarou em desafio, tentando levantar para mostrar a ele que não estava tão ruim assim, mas acabou caindo novamente, se contentando com o chão.

- Acho que vou ficar por aqui... porque eu quero - empenhava-se para fazê-lo entender sua fala embolada. - Só preciso de um cigarro e uma música triste.

- Qual o telefone da sua mãe, criança? - O barman suspirou fundo, tomando o celular sujo do seu bolso para procurar o nome da responsável pelos contatos.

- Você ficou maluco? Eu posso morrer se ela me ver assim! - Aquela vida era inexistente para sua mãe, em partes por quase nunca vê-la e a outra por se esforçar em esconder tudo. Se ela descobrisse como havia perdido o controle sobre a própria filha e a visse nesse estado deplorável, ganharia uma passagem só de ida para morar com o pai na Austrália. Só de pensar nisso sua cabeça doía ainda mais. - Ligue para Jisoo! Chame ela!

Fechou os olhos, uma nova tontura fazendo tudo rodar. A Kim não estava muito bem consigo, ganharia bons xingos amanhã, mas ela era a única que a ajudaria nessa situação.

Jiyong olhou bem para a foto no contato escrito "Jisoo", as sobrancelhas unidas em descrença.

- Você conhece a Jisoo? Kim Jisoo? - Ele olhava estranho para Rosé, seus cabelos verdes caindo em seus olhos fazendo-a rir sem realmente achar aquilo engraçado.

- Mas é claro! Ela é minha melhor amiga nesse mundo todo. - Fez um bico nos lábios ao bater as mãos sobre as coxas doloridas. Começaria um monólogo de como a amava, porém, quando fechou os olhos não conseguiu mais abrir. Um cansaço tomou conta de todos os seus músculos e ela queria apenas dormir, e foi o que fez.

Teve alguns lapsos de memórias, num sono inquieto e sem sonhos. Saltos altos tilintavam no beco escuro, Jiyong discutia com alguém, as vozes furiosas perturbando seu descanso. Mas então Jisoo apareceu, para logo depois uma água fria fazê-la murmurar irritada.

- Me deixe aqui, me deixe dormir mais um pouco... - resmungou, mãos fortes a carregavam, tirando-a do chão.

- Você poderá dormir quando chegarmos em casa - respondeu Jisoo, os olhos pequenos e preocupados lotados de purpurina violeta.

- Jisoo-yah? O que faz aqui? - perguntou, o cheiro de menta do carro de Jiyong a fez suspirar aliviada, feliz com o odor familiar. - Você é um sonho?

- Sim, querida... - sussurrou ela. - Você está bêbada demais, eu sempre sou um sonho, lembra?

Rosé concordou, recebendo afagos pelo couro cabeludo. Não era a primeira vez que sonhava com ela nesses momentos embriagados, era um dos motivos para continuar bebendo, aliás.


Uma pequena fresta de sol entrava por entre as cortinas e batia em Rosé, ela tentou se esquivar, mas tinha um corpo junto ao seu, os braços em torno de sua cintura e cabelos castanhos em seu rosto. Quando estranhou aquilo arregalou os olhos e a primeira coisa que viu foi Jisoo, encolhida como um ursinho, os olhos fechados em um sono profundo. Lançou um olhar periférico para reconhecer o quarto familiar da garota, se espreguiçou na cama gostosa, fitando a mesa de estudos sob as cortinas escuras - o único item que ficava permanentemente desarrumado naquele quarto -, e sorriu, ainda com sono.

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