Broken Hearts

Door disappointment16

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Duas pessoas de mundos totalmente diferentes. Julia Maria era uma menina calma, quieta e de uma cidade pequen... Meer

Aviso
Personagens
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Epílogo
Agradecimentos
|Meu novo livro|

Capítulo 30

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Door disappointment16

Lucas

Observei o rosto calmo da garota ao meu lado, estávamos deitados na sua cama há uns 2 minutos em silêncio. Seus cabelos estavam espalhados pelo travesseiro fazendo com que alguns fios chegassem até próximo ao meu pescoço me causando um arrepio.

– Na verdade, eu nunca conversei sobre as minhas insônias com ninguém. O motivo delas. – ela falou baixinho chamando minha atenção.

– Tudo bem se não quiser falar, eu vou entender. – levei minha mão até seu rosto fazendo um carinho na sua bochecha, o que fez a loira fechar os olhos aproveitando do meu toque.

– Começou no meu último ano do ensino médio, eu me sentia meio pressionada por não ter ideia do que faria de faculdade. – ela entrelaçou nossos dedos sem me olhar, os apertei de leve para que ela continuasse – Mas, até então, era só isso. Eu perdia noites e finais de semanas para ficar estudando, mesmo sem saber o que eu faria no final do ano.

Ela ficou em silêncio e eu entendi que não era só aquilo. Puxei-a para mais perto de mim a abraçando, tentando demonstrar que ela podia confiar e que estava tudo bem naquele momento.

– Depois das férias da metade do ano eu continuei perdida. – ela voltou a falar bem baixo e com a voz embarcada, como quem segurava o choro – Mas, foi em agosto que tudo desandou mesmo. Eu sempre fui muito apegada na minha madrinha, ela era minha segunda mãe. Foi ela quem me cuidou quando eu era criança e que dava os conselhos na minha adolescência. No final do mês de agosto, ela sofreu um acidente de carro, dois garotos bêbados bateram nela. Ela não resistiu.

Abracei ela com força quando senti meu braço molhar e ela fungar, acariciei os cabelos dela devagar passando os dedos entre os fios claros, dando um beijo neles antes dela respirar fundo e voltar a falar.

– Eu não sei por que, mas fui eu que recebi a ligação com a noticia. Assim que cheguei ao local, o corpo ainda estava no carro preso às ferrugens. – ela se remexeu inquieta ao meu lado me fazendo afrouxar o abraço para que ela pudesse me olhar – Quando me ligaram, eu não acreditei, não podia ser verdade, não com ela. Quando eu vi aquela imagem eu fiquei em choque, eu gritei, chorei e tentei ligar para ela na esperança de ser só mais um sonho ruim.

– Eu sinto muito! – falei baixinho dando um beijo na testa dela que tentava limpar as lágrimas que insistiam em cair.

– Desde esse dia eu tenho pesadelos com a morte dela. Antes eu não dormia por causa da insônia, depois sempre que eu fechava os olhos eu via aquela imagem ou alguma lembrança de nós juntas. Passei a tomar remédio pra dormir, o que me ajudou muito.

Ela fez uma pausa passando a palma da mão no rosto vermelho, arrumei seu cabelo atrás da orelha. Eu não sabia o que falar ou o que fazer. Eu não fazia ideia do que ela já tinha passado.

– Me desculpa por te fazer lembrar disso. Eu sinto muito mesmo. – ela concordou com a cabeça e se aproximou de mim novamente me abraçando pela cintura e fechando os olhos.

– Sabe por que eu escolhi fazer Direito? – ela sussurrou depois que ouvimos a porta do apartamento ser aberta indicando que a Maria Eduarda havia chegado. Neguei com a cabeça sem cessar os movimentos circulares que eu fazia nas suas costas com as pontas dos dedos – Os dois garotos do acidente foram julgados e inocentados. Eles estavam bêbados e não tinham carteira de motorista, mas mesmo assim, não levaram a culpa pela morte dela. Eles eram ricos e, possivelmente compraram a justiça. Eu não quero que isso aconteça com outras famílias.

– Aposto que a sua madrinha está orgulhosa de quem você se tornou.

– Eu sei que está.

A Julia aproximou o rosto do meu pescoço e me abraçou com mais força na medida em que sua respiração voltava ao normal. Já passava da 1hr da manhã quando ela dormiu, continuei ali deitado e fazendo um cafuné. Mesmo sabendo que eu teria que acordar mais cedo no outro dia por causa da faculdade, não tive coragem para ir embora, eu não podia a deixar sozinha.

Na manhã seguinte acordei com um barulho estridente, demorei alguns segundos para abrir meus olhos e me lembrar que eu estava na cama com a Julia. Observei a mesma resmungar baixinho ao meu lado para logo em seguida, esticar o braço e desligar o despertador do celular.

– Bom dia. – ela sussurrou para mim já se levantando.

– Eu nem preciso ir para a faculdade hoje. – falei depois de alguns minutos em que a loira tentava me fazer levantar com a justificativa de que eu iria me atrasar muito.

Enrolei mais alguns minutos até que finalmente me levantei da cama, me despedindo dela e das meninas que estavam na cozinha já tomando café. Mesmo que eu tentasse, eu chegaria atrasado para a primeira aula, então dirigi devagar até o meu apartamento.

Quando cheguei o Arthur estava saindo e me encarou com um sorriso malicioso que me fez revirar os olhos e negar com a cabeça. Tomei um banho rápido só para acordar melhor, coloquei uma roupa qualquer e peguei minha mochila jogada no canto do quarto.

Tive que esperar alguns minutos para poder entrar na sala quando cheguei à faculdade, o que me deu tempo de conferir minhas mensagens, entre elas uma da minha avó, era a foto de um cachorro e, em letras coloridas, a mensagem de bom dia no centro da imagem.

As aulas passaram lentamente, quase uma tortura para mim que estava morrendo de sono. Toda vez que eu abaixava minha cabeça a apoiando nos meus braços sobre a mesa, o professor de barba grande cujo nome não fiz questão de aprender, me chamava à atenção, fazendo com que toda a sala olhasse para mim.

– Lucas? Posso conversar com você um minuto? – o velho disso quando a aula terminou. Bufei baixinho jogando a mochila sobre os ombros e fazendo sinal para que o Arthur fosse sem mim.

– Pode falar. – cruzei os braços assim que cheguei a frente da sua mesa fazendo o me encarar.

– Não gostei do seu comportamento nessa minha aula, quero que saiba que isso terá consequências no seu desenvolvimento acadêmico e que, caso vá mal à prova da próxima semana, não coloque a culpa em mim.

– Não farei isso, pode deixar. – semicerrei os olhos na direção dele que arrumava alguns papéis, sem entender o porquê da conversa. – Já posso ir?

– Eu sei que você é um ótimo aluno e que está se esforçando para seguir os passos do seu pai, e algum dia assumir o controle da empresa. Não quero mais o ver aéreo nas minhas aulas.

Concordei com a cabeça para ele antes de dar meia volta e sair da sala em passos rápidos. Eu não sabia de onde ele conhecia meu pai ou o porquê de estar sempre chamando a minha atenção, quando eu nem mesmo o seu nome sabia.

Assim que me aproximei da mesma mesa de sempre, pude ver de longe os cabelos loiros da Julia, ela estava escorada ao lado da mesa de pé, prestando atenção em algo que o João contava.

– Qual era do professor? – Arthur perguntou assim que me aproximei, fazendo com que todos me olhassem.

– Encher a porra do meu saco. – dei de ombros fazendo um toque com o Marcelo. Me aproximei da loira passando um dos meus braços pelos seus ombros, fazendo a mesma me encarar com os olhos semicerrados e se virar para os outros cinco presentes na mesa.

– Então, como eu já tinha começado a falar antes. – a Julia se livrou do meu toque e se aproximou mais da mesa me fazendo a encarar e me aproximar para ouvir – O amigo do meu colega de trabalho vai fazer uma social sexta-feira, e ele nos convidou. Eai?

– Que amigo? Que colega de trabalho? Como assim convidou nós, caralho? – perguntei franzindo a testa sem entender nada, o que fez a loira me encarar com as sobrancelhas claras levantas e o João soltar uma gargalhada ao fundo.

– Explica direito isso ai Julia. – a Duda falou rindo enquanto negava com a cabeça, me deixando ainda sem entender nada.

– Um amigo do Mike vai fazer uma social nesta sexta, ai o Mike me convidou. – a loira deu de ombros como se aquilo fosse sem importância, antes de umedecer os lábios e voltar a falar – Ele disse que eu poderia levar uns amigos.

– Complicado por que sábado tem festa do pessoal de medicina. E a gente não pode perder de jeito nenhum. – a Helena opinou sentada ao lado do namorado que concordou com a cabeça.

– Eu vou aos dois, sem problema nenhum. – o João sorriu para a Julia, fazendo com que o Marcelo e a Duda confirmassem que também iriam.

– E você? – demorei alguns segundos para entender que a loira falava comigo, as mãos na cintura e as sobrancelhas levantadas em uma postura autoritária que eu havia visto poças vezes.

– É lógico que eu vou.

Não fiquei muito tempo ali, se eu não me apressasse eu chegaria atrasado à empresa pra caralho, e a coisa que eu menos quero no momento é ouvir os sermões do meu pai sobre responsabilidade. Durante o dia fiz poucas coisas, por um milagre, meu pai não havia enchido minha mesa com papéis para analisar.

Troquei algumas mensagens com o João que não parou um minuto sequer de me zoar pela suposta cara feia que eu havia feito quando a Julia comentou sobre o colega de trabalho e tal festa.

Não sei o que aconteceu com o meu pai ou com a empresa, mas o mesmo decidiu até liberar todo mundo 1hr antes do fim do expediente, o que deixou todo mundo ali surpreso. Aproveitei para passar no mercado comprar umas coisas que estavam em falta lá no apartamento.

Quinta-feira era dia de futebol com o pessoal da faculdade, então só fui chegar em casa depois das 21h30min, encontrando meu colega de apartamento e supostamente meu melhor amigo, jogado no sofá falando ao telefone enquanto comia um dos pacotes de salgadinho que eu tinha comprado mais cedo.

– Qual é, tu acha que vai dá boa essa social que a Julia falou? – o Arthur falou assim que eu cheguei à sala depois de tomar banho.

– Nem sei, mas tenho que ir né.

– Ih caralho, casou e não contou pra mina, foi?

Acabei nem ficando muito tempo ali na sala e fui dormir cedo, aproveitando para tirar todo o cansaço que sentia pela noite mal dormia e pela correria do dia.

Na sexta o dia pareceu se arrastar, as aulas demoraram a passar e a tarde o meu trabalho pareceu multiplicar pelo tanto de coisas necessárias a se fazer. Acabei saindo uns minutos mais tarde da empresa, chegando em casa quase as 19hrs por causa do trânsito.

Mandei uma mensagem para a Julia confirmando o horário, iríamos em apenas um carro já que o Marcelo chegaria mais tarde e encontraríamos ele lá. Perto das 21hrs comecei a me arrumar, a social começaria as 22h30min, mas passaríamos no apartamento das meninas um pouco antes das 22hrs .

– Vai ficar responsável por dirigir hoje? – o Arthur pediu assim que chegamos à garagem do prédio.

– Vou bancar de motorista hoje, só não me deem trabalho porra.

– O João mandou mensagem que tá esperando lá nas meninas. – ele falou depois de conferir o celular, o guardando no bolso da calça jeans clara para logo em seguida entrar no carro – Nunca imaginei que logo a Julia iria arrumar uma festa pra gente ir.

– Pode apostar que nem eu.

– Fica com ciúmes não, você é o único da vida dela. Pelo menos é o que eu penso e o que você mais deseja.

– Já mandaram você se fuder hoje?

– Você sabe que é verdade.

– Tirou o dia pra me incomodar foi, caralho? – apertei o volante o encarando com as sobrancelhas juntas, o que fez meu amigo soltar uma gargalhada alta.

O resto do caminho fui ouvindo o Arthur contar piadinhas ou fazendo suposições que eu tinha certeza que não aconteceriam, apenas ignorei, sem paciência para conversar sobre isso. Quando chegamos, subimos direto para o apartamento que estava com a porta aberta, nos deixando livres para entrar sem ao menos bater.

– Os queridinhos chegaram. – o Arthur anunciou assim que chegamos à sala, como se a nossa presença não tivesse sido notada.

Olhei ao redor da sala, notando que a loira não estava ali. Fui em direção ao corredor ouvindo a voz dela vindo do quarto, abri a porta devagar notando que a mesma estava deitada falando ao telefone. Fechei a porta atrás de mim chamando sua atenção que fez sinal para eu me sentar na ponta da cama.

– Se eu não for na semana que vem, eu vou na próxima, mas eu te aviso bem certo. – ela falou para a pessoa do outro lado da linha, esticando os pés sobre o meu colo.

Encarei suas pernas sem disfarçar, o short preto junto da blusa vermelha se destacavam sobre sua pele clara. Mordi o lábio inferior segurando o riso assim que a vi semicerrar os olhos na minha direção. Lentamente levei minha mão até a sua coxa exposta, passando a ponta dos dedos em movimento circulares.

– Mãe, eu preciso desligar agora. – sorri com seu comentário subindo e descendo a mão pela sua perna, apertando em certo momento, lhe fazendo me empurrar para longe com o pé – Boa noite, também amo vocês.

Assim que ela desligou o telefone, me encarando com as sobrancelhas claras levantadas e um sorriso maroto no rosto, segurei em um dos tornozelos dela puxando-a para mais perto, o que a fez ficar deitada, me forçando a me debruçar sobre ela.

– Tava com saudades já? – ela sussurrou para mim sem tirar o sorriso do rosto, levando suas mãos até os meus cabelos.

– Nem um pouco.

– Não?

Neguei com a cabeça sem tirar os olhos da boca dela, antes que eu tomasse a iniciativa, a loira segurou o meu rosto me puxando para perto, me permitindo sentir seus lábios quentes encostando nos meus. O beijo era rápido e tinha um gosto fraco de vodka, denunciando que ela já havia bebido junto das meninas.

Quando o fôlego nos faltou, deitei minha cabeça na curva do seu pescoço, me aproveitando para dar alguns beijos molhados na região junto de pequenas mordiscadas. Ela suspirou contra meu pescoço puxando meu cabelo de leve, o que me fez abrir um sorriso e me afastar devagar para beijá-la novamente.

– Acho melhor a gente ir. – a Julia resmungou baixinho um tempo depois me empurrando pelos ombros. Cai ao seu lado na cama suspirando forte e fechando os olhos ao perceber o que estava acontecendo.

– Vai indo, eu já vou. – a loira concordou com a cabeça me dando um selinho antes de se levantar e sair do quarto, me deixando ali jogado e extremamente ferrado.

Cerca de 40min depois já estávamos em frente ao local que acontecia a festa, aparentemente era uma casa de show, mas eu nunca havia vindo para esse lado da cidade e conhecia pouca coisa. O colega da Julia estava nos esperando na frente da porta assim que chegamos.

– Você deve ser o famoso Lucas. – o garoto de cabelos escuros e camiseta estilo militar falou me estendendo a mão em forma de comprimento – Já ouvi falar de você. Meu nome é Mike.

– Sou eu mesmo. Espero que só coisas boas. – apertei a mão dele segurando o riso ao notar a loira ao nosso lado com os braços cruzados revirando os olhos.

– Já ouvi de tudo um pouco, a Julia é meio estranha e nunca se decide do que realmente quer.

– Eu estou aqui do lado, vocês poderia, por favor, parar com essas mentiras? – a própria reclamou encarando o amigo que negou com a cabeça se virando para mim novamente.

– Mas, agora falando sério, cara. Ela nunca me deu moral, e já pode imaginar o motivo, então não vacila.

– Mike! – dei risada ao ouvir o tom de voz da loira, me forçando a lhe puxar pelo braço para que eu pudesse passar meus braços pela sua cintura em uma demonstração de afeto que eu nunca havia imaginado que faria.

– Pode deixar. – falei por fim acenando com a cabeça antes de ver o garoto se afastar alegando ter que conversar com uns amigos.

– Ele não estava falando sério. – a Julia disse se virando para mim depois de alguns segundos.

Meus braços ainda estavam envolta da sua cintura, me permitindo sentir o perfume doce e suave que usava, nossas bocas a poucos centímetros. Apertei de leve sua cintura antes de dar um selinho demorado.

– Mas eu estava falando sério. Não vou vacilar, não contigo.

Sussurrei fazendo-a abrir um sorriso de lado. Ela não tinha noção do quanto estava mexendo comigo, mas eu estava disposto a demonstrar isso para ela daqui em diante.

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