De pernas pro ar | REPOSTANDO...

By SaikoMente

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[Concluída] Jeon Jungkook está no último ano do colégio e só quer levar uma vida de estudante normal. Ele é u... More

A cadeia alimentar
Obrigado pelo presentinho
A lei de Murphy
O delinquente sincero
Problema nº 1
Nada a ver
A curiosidade é a alma dos inteligentes
Geek em campo
Eu quero que você...
Um tempo com o bandido
Coisas preocupantes
Jungkook Holmes, Hwasa Watson
O erro
Você precisa conhecer
Eu não quero mais mentir
De outro mundo (parte 1)
De outro mundo (parte 2)
Nunca diga nunca
JIMIN (parte 1)
Jimin (parte 2)
JIMIN (Parte final)
EPÍLOGO (parte 1)
EPÍLOGO (Parte 2)
EPÍLOGO (FINAL)
PREÇO, VÍDEO OFICIAL DE DPPA, nome dos Jikook
Pré-venda aberta!
O Livro por dentro, diagramação, brindes

E se...

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By SaikoMente

Algumas pessoas tem má sorte...

— Mãe, abre aqui! — grito, dando dois toques na porta e, então, olho para trás.

Ele joga os cabelos pretos molhados para trás com os dedos, estreitando os olhos, tentando enxergar algo na rua, enquanto espera para entrar comigo na minha casa. Eu sou a má sorte em pessoa.

Já vai! — ela grita de dentro, enquanto bato os dentes, esfregando meus braços, segundos antes de sentir uma jaqueta me cobrir.

— Foi você quem me chamou — ele relembra, como se por isso eu não pudesse reclamar de nada.

— Porque você está doente, eu não sou nenhum desalmado.

— Nunca achei que fosse, na verdade. Você é uma boa pessoa, Boneca.

— Ok, eu vou te deixar entrar, mas, se me chamar assim na frente deles, eu te pico a mula pra fora daqui.

Park ri de novo.

— Ainda posso te chamar assim quando estivermos sozinhos?

— Jungkook! — Minha mãe abre a porta, com uma toalha. — Ah! O menino da moto! — diz, olhando para o outro atrás de mim.

— Boa noite, eu sou Park Jimin — ele a cumprimenta, se inclinando para ela, já que estava molhado para cumprimentar de outra forma. Como assim? Ele é bandido! Bandidos falam o nome verdadeiro para qualquer um? Talvez Park Jimin seja o nome da quadrilha dele. Eu bem suspeitei do ar italiano do sobrenome, mas, que eu saiba, as feições dele vêm do Japão. Meu Deus, eu estou deixando um bandido entrar em casa! — Jungkook, vem... está molhando o chão inteiro — minha mãe me chama.

Três, dois, um. É o tempo exato que conto, até ouvir os pés, parecendo trotes, descerem a escada, e a pirralha aparecer.

— Você tá atra... sado. Quem é? — pergunta, apontando para Park.

— Mãe, você não ensinou pra essa pivetinha a não apontar pros outros? — pergunto, e a mais velha apenas sorri, trazendo uma toalha para o maldito também. A propósito, ainda estou enrolado na jaqueta cheirosa e não estou nem reclamando, meu Deus.

— Meu nome é Park Jimin, senhorita. E o seu?

Meu Deus, é um conquistador barato mesmo.

— Hwasa. Você quem trouxe meu irmão naquele dia, não foi? — questiona, colocando as mãozinhas na cintura, acusadora.

— Sim. — Ele tem a expressão mais calma do mundo.

— Você é o homem do telefone, viu meu irmão maquiado, quando a gente estava...

— Hahaha! Muito engraçado, Hwasa, obrigado pela participação. Já fez a tarefa de casa, pivetinha? — pergunto, a carregando com um braço, enquanto tapo sua boquinha nervosa com a outra mão, já subindo as escadas. Park que se vire com a minha mãe. Quando chegamos ao andar de cima, ela finalmente para de espernear. — Garota!

— Garoto!

Esfrego as têmporas, respirando fundo.

— Não fica falando as coisas na frente dele, tá bom?

— Por quê?

— Porque ele é da minha escola. Gosta quando gente da sua escola fica sabendo de coisas particulares da sua vida?

— Eu tenho nove anos, não tenho coisas particulares.

Fecho os olhos, bufando.

— Hwasa, eu nunca te peço nada, e você sempre me mete em um monte de problemas. Só dessa vez, segura a língua, pode ser?

Ela me encara, de olhos estreitos.

— Tá.

— Linda, nunca me decepcionou — falo, me levantando de onde estava abaixado e, então, ela e eu, como se fosse combinado, esticamos o corpo na escada, para espionar o inimigo no nosso território. — O que ele está fazendo? — pergunto, apertando os olhos, tentando limpar as lentes embaçadas pela chuva com a manga da roupa.

— Tomando alguma coisa quente que a mamãe preparou — ela responde, colocando as mãos nos olhos, como se fossem binóculos. Coitadinha, maluca igual ao irmão.

Não sabia que Jungkook tinha outros amigos.

— A mamãe tá sujando seu nome — ela notifica.

Bom, ele tem bons amigos. Eu acabei de chegar à escola.

— Ele está jogando os cabelos, enquanto fala — Hwasa informa.

— É, isso eu tô vendo — retruco, revirando os olhos. — É um conquistadorzinho barato, nem mães escapam dele — murmuro.

— Ele parece o príncipe Eric.

— Ele parece o quê?

— O príncipe Eric, da Ariel, bobão. Quando joga o cabelo assim.

— Claro que não, garota.

— Claro que sim. O que você sabe sobre filmes de sereias?

— Tudo. E sei que ele não parece o príncipe dela — dou corda.

— Isso é uma distração, ao invés de observar o inimigo — Hwasa aponta.

Jungkook e Hwasa, podem parar de fuxico na escada e trazer algo quente pra visita vestir? — minha mãe fala alto, e nós dois bufamos por causa da falta de profissionalismo dela. — Aliás, Jimin, você devia tomar um banho quente. Esse chá aí só aquece, não é medicinal, sua gripe pode piorar!

Ah, não, tudo bem, eu tomo em casa.

Em casa, no meio dos outros traficantes, mãe.

— Você é um conquistadorzinho barato?

Eu me viro mais rápido que posso, ao ouvir essa baboseira. A pirralha está ao lado da cadeira dele questionando, com o nariz arrebitado.

— Hwasa! — mamãe ralha, e a mais nova dá de ombros. — Filho, faça companhia a ele, e Hwasa, busque algo quente. Eu vou ao quintal pegar algumas plantas medicinais que sua avó mandou plantar na estufa. Aí, quando você tomar, Park, junto com um remedinho pra gripe, amanhã vai acordar curado! — a mais velha informa, abrindo um guarda-chuva e saindo para onde disse, sem dar chance de respondermos.

Encaro a baixinha, que me olha de volta e, discretamente — não, ela fez na cara dele mesmo —, coloca dois dedos em direção aos olhos e aponta para Park, ordenando que eu o vigie enquanto estiver fora.

Ele ri.

— Sua família é adorável — comenta, parecendo saudoso.

— Hm. Se com adorável quer dizer maluca e desarticulada, ela é sim — respondo, me sentando no único lugar além do ocupado por ele e nossas mochilas úmidas, ou seja, ao lado do Bandido.

Ele suspira, se virando minimamente para me olhar melhor.

— Está enxergando alguma coisa?

— Pouco, mas lavarei os óculos depois — digo, mas, mesmo assim, ele leva a mão até meu rosto, retirando a armação torta. Só consigo prestar atenção em sua mão, que ajeita meu cabelo e organiza os fios úmidos para trás, como fazia com os seus.

— Uau, assim você fica uns cinco anos mais velho — fala. — Fica incrível. Mais ainda — continua, me calando antes que eu abra a boca. — Aliás, eu nem sequer consigo me decidir, agora, de qual versão eu gosto mais.

Engulo em seco, coçando a nuca, sentindo meu rosto pinicar.

— Para.

— Por quê? Incomoda saber que você é lindo? — fala, me deixando ainda mais em choque. Ele perdeu o juízo completamente?

— Ungh — só consigo liberar um murmúrio estranho, que nem forma uma palavra, enquanto minha boca seca e minhas mãos começam a suar.

— Está com frio? — pergunta, e antes que eu responda, a xícara de chá quente já está bem diante de mim, enquanto ele me induz a tomar a bebida quente e adocicada. Park parece em absoluto deleite, e isso é esquisito e bobo em vários níveis.

Meu corpo parece uma máquina em pane, sempre que ele está perto assim. E não consigo descolar meus olhos dos dele, por mais que meu coração desesperado peça por isso e por menos atenção. Meu rosto ferve enquanto encaro as orbes cor de chocolate, que parecem me devorar.

— Seus olhos são tão escuros... — ele comenta, enquanto ainda inclina a xícara minimamente, me fazendo dar pequenos goles. — Eu nem sei se consigo ver suas pupilas... — continua e, a essa altura, eu nem me incomodo com a proximidade entre nós, já grande. Se aumentasse, o que aconteceria?

— Jungkook, você não é a Ariel, larga o príncipe Eric! — Hwasa berra de um lado.

— Filho! — minha mãe chama do outro, pedindo ajuda com o guarda-chuva.

E isso resulta, é claro, no pior: eu cuspindo e me engasgando com chá preto quente, sujando a minha roupa, a de Park e tudo o mais. Não era minha intenção, mas, quando me dei conta, todos nós estávamos rindo disso. Até o próprio Park tinha uma linha de sorriso no rosto.

|||

— Eu acabei — informo, ajeitando meu moletom vermelho, chegando à sala novamente, depois do meu banho. Depois do chá derramado, minha mãe nos mandou para debaixo da água quente, e eu tive que secar o chão e, depois, recusar o pedido de Park para que fôssemos juntos para debaixo do chuveiro. Esse Bandido brinca com cada coisa... — Cadê o Ban... o Park?

— Hm? Ah, no seu quarto — minha mãe responde, despreocupada, e continua falando, mas eu nem consigo ouvir. Sabe quando sua vida passa bem diante de seus olhos, e você implora pela morte?

Subo as escadas, correndo, nem sequer ouvindo minha mãe reclamar sobre isso, só querendo muito chegar até o meu quarto. Eu, obviamente, de todos os dias, tinha escolhido justo hoje para esquecer de o trancar! O pole, minhas maquiagens, minhas coisas: tudo está lá, com ele! Corro até o corredor, mal enxergando, e escorrego na madeira lisa, apenas para encontrar o Bandido sentado no chão, em frente à porta. Ele... não entrou?

— Boneca... Quero dizer, Jungkook. Hm, é estranho te chamar assim. Só tem nós dois aqui, vou te chamar como de costume. Você demorou no banho.

Encaro o moreno e, depois, a porta fechada.

— O que está fazendo aqui, do lado de fora?

— Hm? Ah... Eu... não entrei, fiquei te esperando. Vai que você tem algum experimento científico mirabolante em andamento no seu quarto? — brinca, se levantando, e eu só consigo olhar para ele. — O que foi? — pergunta, enquanto ainda está encarando, e só, então, noto uma coisa.

— Você é menor que eu?

Park ri soprado, abaixando a cabeça, com a mão no quadril, e então a ergue de novo.

— É sério isso?

— Claro que é! Por isso, sempre que você caminha, eu ouço saltos, porque você é... — Eu me aproximo, o medindo. — Uns cinco centímetros menor! Rá! — Abro um sorriso enquanto ele nega com a cabeça.

— E isso te faz tão feliz assim por...?

— Porque você é mais velho, quase um ano e, mesmo assim, não deu tempo de crescer?

— Ah, claro, claro, por favor, gaste suas piadas que eu nunca ouvi na vida. Além do que, minha altura é normal. Eu sou, inclusive, mais alto que a média.

— Que droga, pensei que ia ter algo pra te atazanar — murmuro.

— Ah, esse é o propósito, então?

— Claro, Park — respondo, cruzando os braços, satisfeito com a novidade. Minha boca fica, tipo, na altura do narizinho arrebitado dele.

— Mil pratas pelos seus pensamentos — murmura, pegando minha mão.

— Não — respondo e a puxo de uma vez, mas me encolho com a dor no ombro. Estava sarado, mas movimentos bruscos como esse ainda faziam o ponto arder. — Ai!

— O que foi?

— Hm... Meu ombro.

— O que tem ele? — questiona, já o apalpando, com uma leveza que me surpreende, uma vez que estou acostumado com as massagens de Taehyung. Para quem não entendeu, a mão dele é maior que a minha cara. Um tapa daquele menino fica doendo por três dias, vai por mim.

— Está dolorido... — respondo enquanto ele continua.

— Mesmo? Quer que eu dê um jeito pra você?

— Você? Sério?

— Você tem mil e uma ideias do quê e de quem eu sou, mas deixe eu te passar uma informação verdadeira... Eu sou bom em massagens. Na verdade, às vezes, faço algumas espécies de massagens por horas a fio.

Espécies de massagens...

— Pervertido — falo, me afastando e me escorando em minha porta, com o cotovelo na maçaneta.

— Meu Deus, Boneca, não vou nem perguntar pra onde essa sua cabecinha maluca levou isso — fala, rindo. — Se bem que... com você, eu posso fazer essas massagens também... — diz, se aproximando cada vez mais, o que me faz tentar recuar, pressionar a maçaneta com o cotovelo e abrir a porta, quase caindo para trás com o tranco, mas sendo seguro por ele de perto.

Ótimo, Park Jimin está no meu quarto, tudo o que eu queria tanto evitar. Parabéns, Jungkook. Eu não mereço parabéns?

— Nenhum experimento com ratinhos? O que é aquilo?

Merda.

— O quê? — Eu me faço de desentendido, enquanto me coloco de pé direito no chão, com a mão do Park no fim da minha coluna, só repousando ali.

— Essa barra de metal... parece um...

— Mosquiteiro! — completo, mesmo sabendo que não era nada disso. Por favor, seja tapado, Park.

— Não parece um.

— E tem que parecer? Olha, me falaram mesmo sobre as suas massagens, então, já que está aqui, faça uma!

Ele ri.

— Tanta pressa assim pra ter minhas mãos em você? — pergunta.

— É, morrendo de pressa, haha...

— Então, senta na cama, princesa.

— Eu definitivamente prefiro Boneca — falo, obedecendo sem perceber. Em um instante, as mãos de Park estão em meus ombros. Minha nossa, é ruim se eu falar que me arrepiei logo de cara?

— Prefere? Então, o que você preferir — comenta. — Seu quarto é bem normal, pensei realmente que teria bichinhos, insetos ou qualquer coisa por aqui.

— Eu não, deixa os bichinhos em paz.

— Hm, pois eu tinha quando era menor. Sempre gostei de todos os animais — comenta, e eu me viro para ver se não estava zoando com a minha cara.

— Você?

— Claro.

— Isso sim é surpreendente. Não consigo te imaginar fazendo vozinha fofa pra bichinho, sendo carinhoso e cuidadoso.

Ouço sua risada.

— E o que vem a ser vozinha fofa?

— Não sabe? Assim, tipo: "Oh, meu Deus, que gracinha, coisinha fofa do papai..." — imito a voz a que me refiro, e ele ri enquanto se senta atrás de mim, apertando mais, de um jeito que faz meu rosto esquentar e arrepiar até meu couro cabeludo.

— Você é adorável... — ele sussurra, e eu calo a boca. — E por que não consegue me imaginar sendo carinhoso? Eu não sou carinhoso com você? — questiona, e sei que está extremamente perto, ainda movendo seus malditos dedos mágicos em minha pele.

— Ah... Hm, eu não sou um bichinho — é tudo o que consigo responder, sob seus feitiços.

— Mesmo? Você parece um, às vezes... — diz, ainda mais perto, liberando seu hálito quente em minha nuca, e tremo em suas mãos quando sinto seu nariz tocar minha derme. — Olhinhos arregalados... — Ele esfrega um pouco mais, e eu mal consigo me mover, apertando meus olhos com força, assim como faço com o lençol entre meus dedos. — Correndo por aí... — Agora, sei que outras partes de seu rosto estão encostando e deslizando em mim, e sei que está me cheirando também. — Cheirando as coisas antes de comer... — Ele volta a subir, deixando de puxar a camisa e abrindo espaço para se aproximar do meu ouvido. — Agindo como uma presa... — sibila, antes de depositar um beijo bem atrás do lóbulo. Um. Beijo.

Eu não sei o que suas mãos, serpenteando para minha cintura e me puxando contra o seu corpo quente, fazendo com que eu encoste minhas costas em seu peito, iriam fazer, mas arfo quando sinto sua língua tocar minha pele também.

Hwasa aparece, trotando feito um cavalinho, bem na porta do meu quarto, nos congelando no lugar.

— Ei! Nós nos afastamos, Park minimamente, e eu bruscamente, quase enfartando do coração, vendo a outra chegar com seu estojo branco, cheio de maquiagens infantis. — Vamos brincar!

Salvo pelo gongo? Haha... Eu queria mesmo ser salvo. Obrigado, Hwasa.

— Brincar? — Olho para Park atrás de mim, recomposto, como se não estivesse se aproveitando da minha pessoa segundos atrás.

— De maquiagem! Kook sempre brinca comigo — ela conta, já se sentando entre nós e espalhando sua bagunça na minha cama.

— Ah... Eu não acho que devo, preciso ir pra casa.

— Casa? — questiona a mais nova, ao mesmo tempo que eu também tenho uma pergunta a fazer.

— Não vai dormir aqui? — pergunto, e ele parece surpreso com ambos. Alguém me bate, por favor. Pode bater.

— Hm... — Ele sorri, e desvio o olhar. Droga. — Eu não posso. Tenho obrigações a fazer ainda hoje.

— Obrigações? Que obrigações? Eu até deixo você dormir na minha barraca da Barbie! — Hwasa oferece. Nem eu entro na maldita barraca.

— Estou lisonjeado, mas preciso recusar. Quem sabe outro dia? — pergunta, dando dois tapinhas extremamente leves no topo da cabeça da menor, que tem um bico nos lábios. Eu sei onde isso vai acabar. Hwasa com sono, vontades não cumpridas, é igual a choro. Olha lá o bico, os olhinhos inundando. Se eu não intervir...

— Mas! — Park volta a falar. — Enquanto estou aqui, posso deixar você me maquiar como quiser — propõe, e ela lhe volta a atenção.

— Mesmo? — ela questiona, e ele assente. Não custa muito para a pivetinha sorrir depois disso.

Minutos depois, eu, cheio de pitochinhas na cabeça, espero a minha vez de ser maquiado pela especialista, que está entretida em transformar o Park em um verdadeiro palhaço. Eu não poderia estar mais satisfeito.

— Kook, como ficou? — questiona, finalmente me deixando ver.

Eu seguro muito, mas muito, para não rir e desanimar a pobrezinha.

— Incrível! — mal consigo falar, antes de pressionar os lábios, um contra o outro.

— Hm... Não está boa como as que você faz — ela solta um muxoxo, e quase bato em sua testa, mas sei que não foi de propósito.

— Você faz maquiagens? — Park pergunta, e sou incapaz de olhar em seus olhos, então puxo uma das revistas do salãozinho de beleza da Hwasa, bem na frente do meu rosto.

— Ele faz algumas ótimas. Ai! — reclama quando chuto de leve sua canela, olhando de soslaio para ela, sem que ele veja, gesticulando para que parasse.

— Gostaria de ver um dia.

— Só se vier pra dormir aqui! Convencer Kook a brincar é muito difícil, meu outro irmão é muito chato e nem está aqui... E Taehyung não vem aqui faz tempo, ele vem todo dia às vezes... — reclama.

— Taehyung? Quem seria esse Taehyung? — Ih.

— É... nosso primo.

Hwasa!

— Primo, hm? — Jimin olha para trás, e eu até me sentiria mais intimidado, se ele não estivesse de batom e sombra colorida, com as bochechas parecendo que levaram um tapa de cada lado.

Droga!

— Sua vez, Kook! — ela diz, saltitante.

Nós ficamos um bom tempo naquilo, e quando ela acaba dormindo, vamos os dois colocar ela na cama, conversando um pouco mais, e é quando lhe conto os problemas de escola dela, porque minha boca é muito grande.

— Eu não acredito que vou assim pra casa... — Jimin comenta, já com o rosto livre de maquiagens, mas com o cabelo preso com elásticos de plásticos, quase impossíveis de tirar. Hwasa ficou lá em cima, apagou depois de brincar. Minha mãe deve estar tentando acordar ela para, pelo menos, escovar os dentes. Nessa deixa, ele resolve ir embora.

— Você bem que merece — falo, e ele ri, puxando o capuz do meu moletom para cobrir a cabeça dele, cheia de apetrechos.

— A chuva parou mesmo, é melhor eu aproveitar e ir.

— Hm — respondo, e ele para no lugar, me vendo de braços cruzados. Eu achei que ele fosse ficar.

Ele sorri, voltando a se aproximar automaticamente, serpenteando as mãos pelos meus quadris, fazendo meu corpo enrijecer.

— Você fica uma graça com esse penteado, maquiagem e o bico na boca. Devíamos tirar mais fotos.

Ah, esse detalhe: agora, ele tem fotos comprometedoras minhas, com ele e Hwasa juntos, e até uma só de nós dois. Eles me obrigaram, eu lavo minhas mãos.

— Vai sonhando.

— Já reparou que, sempre que você diz esse tipo de coisa, acontece? Alguém está a meu favor.

— Não, o universo só é contra mim desde que nasci, não se empolgue demais — respondo. E ele está perto, tão perto...

— Então, eu vou andando, Boneca. Obrigado pela noite, agradeça à sua mãe por tudo.

— Ela ainda está chateada por você não ter comido nada.

— Minha garganta ainda dói, apesar do chá, mas realmente já me sinto melhor.

— Que bom — respondo, de fato, aliviado.

— Obrigado, Boneca — diz ainda atrelado a mim, naquele abraço unilateral, porque Deus me livre abraçar o Diabo.

Minha língua está coçando, isso sim.

— Você! — chamo, antes que ele se afaste de vez. — Você...

— Eu o quê? — ele me encoraja, mas o sorriso presunçoso já denuncia que sabe sobre o que quero falar, porém eu não tenho coragem de continuar. — Não pense demais — fala, subindo na moto. — Eu não vou fazer nada que você não queira — é o que confidencia, antes de piscar para mim, descer o visor do capacete e arrancar com a moto.

O estranho é que meu corpo é o primeiro a sentir sua falta.

|||

Não que antes eu não tenha reparado, mas, agora, é como se meus olhos tivessem realmente abertos para uma realidade fantástica, perfeita para uma comédia romântica, que aparentemente é a minha vida. Veja bem.

As portas do refeitório se abrem, todo mundo olha naquela direção, por reflexo. Então, vêm os três, Hoseok e Yoongi um pouco atrás enquanto Park está um passo à frente, correndo os dedos entre os cabelos pretos brilhantes, em contraste com a pele clara e lábios chamativos. Há um vento que parece balançar só os cabelos dele, enquanto caminha, olhando para a frente ou trocando poucas palavras com os outros dois. Mas, então... ele olha para mim. Um sorriso sacana serpenteia em seus lábios, e ele vem em minha direção, mesmo que eu me encolha, deixando dezenas de corações partidos pelo caminho, andando até o assento ao meu lado, tomando lugar nele.

— Bom dia, Boneca — murmura, tão perto do meu ouvido que, provavelmente, várias pessoas, olhando de outros ângulos, viram um beijo ou coisa do tipo. E, agora, vêm os burburinhos de gente questionando o que Park Jimin e seus capangas estão fazendo na mesa dos quatro perdedores. Taehyung não é um perdedor, mas ele anda com a gente, então, no fim, dá no mesmo. Eu nem me mexo enquanto ele passa o braço ao meu redor, fora da vista dos outros à nossa frente, segurando minha cintura, me mantendo perto.

— Bom dia, Park, Yoongi — Taehyung se pronuncia, o que acho estranho, e nem sequer olha para Hoseok. Hm.

— Sobre o que estão falando? — o Bandido questiona, e Jin se prontifica a responder.

— Sobre o grupo de estudos. Já que Jungkook tem uma coisa pra fazer hoje, nós temos esse tempo livre, mas, semana que vem, começam as provas, então é só por hoje!

— Se alguém falhar, no grupo, mais de três vezes está expulso — Taehyung fala.

— Quem disse? — Yoongi pergunta.

— Eu disse — Taehyung responde, e assim começam a argumentar um contra o outro enquanto eu volto a comer, com o Bandido ainda na minha cola.

— Boneca, então você resolveu ir? — o ouço questionar, bebendo seu suco com a mão que não está agarrada a mim. E caso esteja se perguntando, sim, eu já desisti da vida, nem ligo para o que ele faz mais, de verdade. Além de o deixar ficar perto e me apelidar, eu contei as coisas para ele mesmo.

— Eu sou o irmão dela e, nessa situação, ela só tem a mim — respondo em voz baixa.

— Eu te levo lá.

— Não precisa.

— Mas você vai conseguir esperar até que ela chegue pra aula e ainda voltar a tempo pra sua, resolvendo tudo? — Olho para ele, pensando. O Bandido tem toda razão. — Não faça uma tempestade em um copo d'água, Boneca. Além do que... — Afasta um pouco, erguendo o nariz arrebitado. — Ela gosta de mim.

— Para com isso, nem vem com essa de fazer amizade com a diabinha!

— Eu estou brincando — ele diz enquanto eu estapeio seu braço, e ri. O inferno é que eu estava quase rindo também. No fim de tudo, Park apenas me puxa, tentando colocar um pedaço de torta na minha boca.

Os outros cinco nos encaram, estáticos, observando como Jimin me agarra com um braço e segura a torta com o outro, aproveitando meu estado de choque para enfiar a comida na minha boca.

— Seu ombro ainda está dolorido?

— Quase normal.

— Minhas mãos são pequenas, mas são boas no que fazem — comenta, erguendo uma sobrancelha.

— Fale nesse tom insinuante de novo, e eu te proíbo de sentar aqui — falo, estreitando os olhos.

— Eu não fiz nada, Boneca, sua imaginação é muito solta — argumenta, sorrindo.

— Você vai ver o que é solta — digo, me ajeitando no lugar, e ele retorna sua mão às minhas costas. E, então, eu noto o silêncio ao nosso redor. Silêncio de uns; murmúrios de outros. Esse tipo de coisa. — Eu vou agora. Se quer ir, levanta daí e vem, Park — falo repentinamente, me colocando de pé e juntando minhas coisas.

Saio dali apressadamente, e ele só me alcança quando já estamos do lado de fora.

— Você não precisa ficar tão nervoso assim.

— Eu não estou nervoso. Não ligo para o que pensam, só não quero tanta gente prestando atenção em mim — falo.

Ele pondera, montando na moto enquanto me aproximo.

— Hm. Então... quer que eu me afaste?

— Não! — Arregalo os olhos para minha resposta imediata. — Quero dizer... Aliás, faz o que quiser, não tô nem aí mais, eu nem...

— Você quer? — é o que ele fala, me cortando completamente, ao me puxar pelo braço e colar meu corpo ao seu, mantendo sua perna, atravessada pela moto, entre as minhas, me aproximando ao máximo de si. — O que você decidir é o que eu vou fazer — continua.

Meu Deus, o que eu fiz para estar aqui? E nem quero sair, esse é o maior absurdo.

— Eu não gosto de te ver tristinho. Se sou eu quem te incomoda, você pode me falar. No mesmo instante, eu vou embora — ele sussurra, dessa vez ajeitando meus cabelos, que tinham bagunçado por causa da minha correria, enquanto sua outra mão acaricia minhas costas e suas pernas mantêm o balanço na moto desligada.

A essa altura, eu já tenho minhas mãos em seus ombros, apertando o tecido de seu uniforme enquanto meu olhar se mantém desviado para o chão.

— Hm? — insiste, dessa vez, tocando a ponta do nariz no meu lentamente, com cuidado, tão lentamente que eu nem sequer me alarmo a ponto de fugir. Só meu coração que bate a todo vapor no meu peito, e piora umas quinhentas vezes quando tenho a brilhante ideia de olhar de volta para ele.

Eu estou prestes a jogar tudo para o ar, de verdade.

Park Jimin pode ser o que for, mas a beleza desse homem me faz perder a cabeça. Tanto que tudo o que eu faço é fechar os olhos, esperando vir, porque sei que esse Bandido vai me beijar. E eu quero. Então, espero. E espero.

— Suba na moto, Boneca — diz, apertando minha cintura levemente, me fazendo abrir os olhos. — Eu te disse que não vou fazer nada sem que você me diga explicitamente que quer — é tudo o que fala, retirando os meus óculos enquanto ainda estou estático, e colocando o capacete.

Espera, o que acabou de acontecer?

— Park Jimin, seu Bandido! — grito, e ele dá uma risada curta. — Eu não estava esperando nada, tá bom? Eu não tô nem aí, tá me ouvindo?!

— Calma, calma. Sobe aí, Boneca, não podemos nos atrasar, sim?

— Não fala comigo!

|||

— É aqui? — pergunta, e meus nervos, já acalmados, me deixam responder normalmente enquanto desço da moto.

— É... Ela já deve estar aqui fora — comento, o vendo descer e me seguir. — Você não precisa ir.

— Mas eu quero — responde, colocando meus óculos em mim, mas desviando o olhar para algum ponto atrás de nós.

— O que foi? — pergunto, vendo seus olhos fixos em alguém que não soube identificar, por ter tanta gente chegando, mas ele nega com a cabeça.

— Não foi nada. Vamos. — Nem preciso me esforçar demais para reconhecer Hwasa no meio dos outros alunos menores.

— Se tocar no meu nome de novo, faço você se arrepender de ter nascido — é o que ela está falando para um garoto maior que ela.

Meu Deus, ela não me disse que estava pedindo para morrer.

— Hwasa! — chamo, me aproximando mais, apressado.

— Kook? — Ela parece chocada por me ver ali.

— O que está fazendo? — pergunto.

— O que você está fazendo? — ela revida, e eu estreito os olhos em sua direção.

— Escuta aqui, pivetinha, você está intimidando os outros na escola?

— Ele quem começou! Ele me chamou de Maria homem de novo — diz, apontando para um dos garotos do grupinho.

Antes que eu fale mais alguma coisa, sinto uma mão em meu ombro e vejo o Park ficar ao meu lado. Apenas esse ato faz os moleques arregalarem os olhos, mas o moreno não se dá por satisfeito.

— Converse com ela, e eu vou conversar com eles.

— O quê?

— Vai, meu bem — responde, se aproximando do grupinho.

— Eles são crianças! — falo, mas Hwasa já está puxando a barra do meu uniforme para longe. Meu Deus, se ele bater naqueles pirralhos, a gente vai para a cadeia!

— Kook! Jimin disse pra você falar comigo, e não ficar olhando pra ele! — fala.

— Uh? Sim, certo... Hm... Me... me conte direito o que aconteceu, sim?

— Eu já contei. Eles me chamam de apelidos, e eu não gosto.

— Já contou isso à diretoria?

— Uma vez, mas piorou muito mais depois disso. Eu não vou contar de novo!

— Tá, tá bom. Mas me fala, então: por que estava ameaçando o garoto quando eu cheguei?

— Pra ele parar, ué!

Suspiro longamente, esfregando as têmporas.

— Mas, Hwasa, se demonstrar que está irritada, é como dar plateia ao palhaço! Olha, um palhaço é engraçado sem uma plateia pra rir dele?

— Não?

— Não! Então, se eles te irritam e você demonstra que está irritada, eles nunca vão parar. Se alguém ri da piada de um palhaço, ele continua, entendeu?

Ela contrai o cenho.

— Mas estamos falando de palhaços, circos, eu e eles ou o quê?

Volto a suspirar, vendo que naquela cabecinha não vai entrar nada disso.

— Olha, você tem que...

— Licença? Hm, esses garotos têm uma coisa a dizer pra você, Hwasa — é Park que se aproxima com o pequeno bando. Quem estava sendo ameaçado por ela, minutos atrás, olha para ele, que aponta com a cabeça em direção à garota.

— É... Desculpe.

— Eu não acho que ela tenha ouvido — Park fala, cruzando os braços.

— Desculpe! — ele diz, um pouco mais alto. — O que nós fizemos foi errado, não vamos fazer de novo.

Hwasa encara o garoto com olhos de mosca morta, antes de cruzar os braços e se levantar, ficando ao lado de Park Jimin.

— É bom mesmo, porque, se continuarem, eu chamo o Jimin de novo!

— E ele vai jogar bola com a gente, quando vier também? — ele pergunta, e encaro Park, esperando explicações, mas ele nega com a cabeça.

— O quê? — Hwasa questiona e, então, vejo que é a nossa deixa.

— Nada, nada. Ótimo que tenham feito as pazes, mas eu aviso a vocês: se mexerem com a minha irmã de novo, eu vou comunicar ao pai de cada um, sem hesitar — falo, me colocando do outro lado de Park, que imediatamente passa o braço ao redor da minha cintura, recebendo dois tapinhas com as pontas dos dedos por isso. — Alguma dúvida?

Um dos garotos levanta a mão.

— O quê?

— O que significa hesitar?

Olho para Park, que ri com Hwasa, enquanto eu reviro os olhos. Depois disso, por algum motivo, o Bandido joga uma partida de futebol com os garotos por dez minutos. Eu detesto futebol, prefiro jogar videogame, mas acho que pela contagem de gols que ele fez, o maldito é bom. Enquanto isso, fico com Hwasa no banco, esperando até que ela tome o suco que levei. Quando a partida acaba e eles comemoram, o homem de preto volta para perto de nós, se sentando ao meu lado.

— Acabamos, Boneca? — questiona.

— Sim, só estou esperando a pivetinha acabar de beber — respondo. — Mas se quiser ir na frente, pode ir.

Ele ri.

— Eu te trouxe, então te levo de volta.

— Acabei — ela fala, correndo até o lixo e jogando a embalagem na lata vermelha. Esse meio tempo, é o suficiente para ele se aproximar ainda mais e segurar minha cintura.

— Está melhor agora que resolveu isso? Estou vendo até um sorriso aí — comenta.

— É claro que sim. Essa praga do Egito é minha irmã, afinal de contas. Ela é importante, desde que ninguém conte a ela que eu disse isso, claro — falo, e ele parece ponderar sobre o assunto, antes de me encarar novamente, bem de perto. — Que foi?

— Eu amo sua mente — é o que fala, me deixando boquiaberto, antes de beijar minha bochecha.

E é bem aí que minha alma deixa o meu corpo. Literalmente, a surpresa é tanta que nem me mexo mais.

— Kook? O que aconteceu? — até ouço Hwasa perguntar, mas sou incapaz de responder ou falar qualquer coisa.

— Nada, nós precisamos ir. Não se meta em problemas e não deixe ninguém passar por cima de você, ok? — Park fala, erguendo a mão para que ela toque.

— Ok! — ela responde, tocando.

Eu só não continuo parado porque ele me pega pela mão e vamos em direção à moto.

Park Jimin disse que ama a minha mente e me beijou no rosto.

— O capacete, Boneca — fala, me entregando o objeto preto, e eu automaticamente o coloco, me livrando dos óculos.

Eu nem reparo, mas quando me dou conta, já estamos de volta à escola, entrando no prédio, menos de cinco minutos antes da volta às aulas. Desço da moto, sentindo meu rosto esquentar à medida que ele desce também, se aproximando de novo.

Espera, ele me beijou na escola da minha irmã, na frente de um monte de pirralhos, e eu não disse nadinha! Onde estou com a cabeça?

— Ei, Park Jimin! — chamo, me despertando daquele transe.

— Demorou um pouco até...

— O que você tem na cabeça, me beijando assim, do nada? Você enlouqueceu?!

— Você estava lindo demais pra que eu conseguisse resistir.

—Você... você não pode sair assim, beijando os outros!

— Não foi na boca, eu te disse que só farei o que você quiser.

— Mas um beijo ainda é um beijo, seu Bandido! É íntimo demais, e no meio de tanta gente...

— Então, se fosse só nós dois, estaria tudo bem? — ele questiona, se virando para mim repentinamente no corredor.

— E-eu não disse isso.

— Vou me lembrar da próxima vez — responde, se afastando.

— Próxima... Olha, não vai ter próxima, ouviu? Sem próxima! — grito para que ele me ouça, mesmo que esteja a alguns passos de distância. Esse homem ainda vai me matar do coração, eu sinto isso.

|||

Nada de estresse, nada de gente ao redor. Sem óculos, sem Hwasa, sem nada que possa me irritar. Termino a maquiagem suave, me encarando no espelho enquanto tiro os cabelos da testa. A música já soa baixo em meu quarto, e nada vai me incomodar. Porque estou totalmente recuperado e agora posso relaxar um pouco, ter o mínimo de paz que todo ser humano merece.

Eu faço pole dance.

Como eu disse, tia Hani, de quem sinto falta esses dias, foi quem me apresentou a esse mundo. E não é "coisa de mulher" como uma de suas dançarinas disse. Tudo é coisa de quem quiser, não só de um gênero ou de grupo de pessoas. E eu... mando muito, muito bem. Subo na barra de metal frio, alcançando altura antes de começar a dançar de fato. Livros, músicas e estudos são coisas que me relaxam geralmente, mas nada surte esse efeito.

Eu me encaro no espelho amplo do guarda-roupa, vendo como pareço outra pessoa. Amo essa visão, muito mais do que a outra, embora não odeie o Jungkook do dia a dia também. Visto apenas um short curto preto, já que preciso de pernas livres para deslizar melhor, e uma camisa, que cobre o meu torso quando não estou de cabeça para baixo.

E quando toco o aço gelado, toda a minha confiança entra em erupção enquanto minhas bochechas ganham cor e meu corpo aquece. Quando me entrego à melodia, fico completamente imerso nisso, enquanto meu corpo se movimenta graciosamente, subindo ou deslizando, alongando os músculos e me fazendo deleitar a cada nota. A sensação é, sem dúvida, uma das mais incríveis que já experimentei, como se eu tivesse coragem de fazer qualquer coisa no mundo, desde que essa mesma adrenalina estivesse correndo em mim.

Jogo a cabeça para trás, fechando os olhos e mordendo o lábio, sentindo tudo isso fluir em cada molécula, me sentindo no topo do mundo. Eu não gosto de plateia, mas me pergunto: e se alguém me assistisse? De ponta-cabeça, encaro a jaqueta, ainda pendurada em minha cadeira, com os olhos entreabertos, assim como minha boca, arfando, ofegante. Não... alguém não... ele.

E se Park Jimin me assistisse?

|||

Hehe e se ele assistisse? Hmmkk

Saudades Park malvado acho que ele precisa de um comeback 💅

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