JAKE

By RJohnGrayson

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A estória acompanha um ano da vida de Jake. Todas mudanças da adolescência, a relação com os amigos, despedid... More

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By RJohnGrayson

Jake está deitado em seu quarto, luzes apagadas, fones e projetor habilitado para todo o quarto. Enquanto ouve suas músicas favoritas, imagens, luzes e sombras preenchem as paredes e o teto do cômodo.  Mas seu refugo é interrompido por uma chamada de vídeo. É Rick

- Oi. - Jake com uma pequena ansiedade

- E ai man. - Rick, visivelmente cansado

- Já chegou?

- Uhum, acabei de sair do hospital.

- Como tá sua mãe?

- Mal, não consegue ver meu pai daquele jeito.

- Imagino. Meus pais perguntaram se precisavam da gente ai, mas sua mãe disse que não. Mas se você quiser eu vou.

- Valeu man, eu sei disso. Mas não precisa mesmo não tem nada que a gente possa fazer a não ser esperar.

- Você entrou no quarto?

- Sim, foi bem difícil. Enfim, me distraia.

- Como?

- Conte que aconteceu com sua ex-amiga Aline.

- Eu já te disse. - Jake desanimado

- Conta de novo, tô aqui agora. E que amigo eu seria se não usasse sua tristeza pra me animar?

- Um bom amigo.

Rick esboça um sorriso.

Jake respira fundo e começa:

FLAHSBACK
Eu desci correndo as escadas, deixei meus pais assustados e chamando por mim sem responder. Quase cai umas quatro vezes, quando cheguei no hall ela já tinha pedido um táxi. Tava do lado de fora esperando por ele.

- Hey! Aline!

Ela só olhou por cima do ombro. Eu tive que pedir para o porteiro abrir o portão para mim.

- Que você ta fazendo?

- Desculpa Jake. Mas não dá.

- Não dá o que?

Eu tinha entendido a situação só não quis acreditar mesmo todo encanto dela tinha se transformado.

- Você é muito legal, seus pais parecem ser... normais. Mas eu não posso não consigo fingir que não tô vendo aquilo. - ela disse "aquilo" como se tivesse se referindo a algo completamente desprezível.

- Parecem ser normais? Você tá se ouvindo?! Lógico que eles são normais. Qual seu problema?

- Eu não posso... não posso conceber isso Jake.

- Ótimo, você não tem que conceber nada eles tão casados há vinte anos, muito felizes há vinte anos sem você conceber nada. Por que faria diferença agora?!

- Você teve aulas com a Maria - Rick comenta

- Não, Maria teria dado um soco na parte do normais.

- Verdade.

Ela parou de falar depois disso. Ficou emburrada e de cara fechada pelos próximos dez minutos, até o táxi chegar.

- E você ficou lá com ela? - Rick

- Sim. Não era tão tarde, mas também não era cedo. Apesar de ser seguro aqui não quis deixar ela sozinha.

- Que cavalheiro.

- Idiota. - Jake ri

- E seus pais, que disseram depois?

- Meus pais foram os piores possíveis. Só falaram besteira.

- Te disseram para ir atrás dela?

- É...

- Tá tudo bem? - David

- Cadê sua amiga? - Igor

- Foi embora. - respondi já indo para meu quarto

- Ela tá bem? - David

- Não pai, ela não ta bem! Ela é... sei lá que ela tem. Eu nunca tinha visto esse lado dela antes.

- Que aconteceu? - Igor

- Ela, foi embora por causa de vocês.

O jeito que eles me olharam de volta, foi a maior dor que eu tive na minha vida. Eles realmente se sentiram culpados.

- Da gente? - David

- Ela é homofobica pai. Eu não sabia desculpa!

- Calma filho. - Igor - Você não disse para ela que tinha dois pais?

- Disse, mas ela pensou que um era padrasto, eu nunca imaginei que ela não tinha entendido. Se soubesse não teria nem ficado com ela.

- Vocês ficaram? - David

- Sim pai. - eu sentei e me apoiei na mesa, tentando pensar em algo para dizer. Mas pela minha reação, eles conseguiram adivinhar. Demorou só alguns segundos para eles se aproximarem.

- Você gosta dela? - Igor

- Não mais. - respondi

- Se você gosta dela, vai atrás. - David

Eu nem acreditei naquilo. Só levantei a cabeça e olhei para eles surpreso.

- Se você tá apaixonado, vai atrás filho. Faz tempo que a gente te vê meio bobo pela casa. Sorrindo a toa, mas principalmente quando tá com seu celular. Do jeito que a gente ficava quando namorávamos.  - Igor

- A gente já sabia que você tava apaixonado. Só faltava saber por quem. - David

- Como vocês podem falar isso?! Eu acabei de falar que ela foi embora porquê é homofobica!

- Ela não é a primeira pessoa homofobica que a gente encontrou na vida filho. - Igor

Eu não sei que aconteceu com eles, mas pelo jeito que meu pai David olhou para meu pai Igor, eles devem ter passado por uma barra bem pesada.

- E provavelmente não vai ser a última. - Igor continua - Melhorou bem desde da época que nós começamos a ficar juntos. Mas ainda existem pessoas assim ela não gostar é passável. Nós não precisamos ser amigos importante é ela te fazer feliz.

- Vocês estão doidos! Não tem como ela me fazer feliz, se acha que o que vocês têm não é normal. Não tem como ficar perto de uma pessoa assim. O único exemplo que eu tenho do que é  amor de verdade são vocês. Como alguém que não considera isso amor pode me fazer feliz?

- Porra! - Rick

- Eu falei sério. - Jake

- Eu sei, mas é uma puta frase.

- Cala boca!

- E aí?

- Aí eles me abraçaram, choraram uns cinco minutos e me levaram pra jantar no Hells  Bells.

- Olha, se você bater carro deles, qualquer um. Só lembrar disso.

Jake ri.

- E a Maria? - Rick

- Queria vir aqui pra dar uma surra nela, que mais você acha?

- Deu esporro no profile dela?

- Deu. Foi aí que a escola inteira soube e ficou falando dela durante a semana toda. Aline ficou puta e veio tirar satisfação comigo.

- Sério? Precisava disso?

- Eu não fiz nada!

- Não, só mandou sua sei lá o que fazer?

- Eu não mandei nada! Ela fez porquê é maluca e minha melhor amiga. Mas eu não mandei nada!

- Acredito!

- Quer saber? Eu não tô nem aí se você acredita ou não, mas vou resolver essa porcaria. - puxei meu smart e liguei para a Maria

- Que?! Tô indo pra aula, fala logo - ela atendeu falando rápido

- Pode parar de ficar comentando no profile da Aline. - deixei no viva-voz para ela ouvir

- Por que? Ela é uma homofobica de merda mesmo!

- Porque tá todo mundo na escola apontando e falando dela.

- Ela respondeu rindo né? - Rick

- Com uma puta gargalhada! - Jake

- Tô falando sério, já deu. Ela tá achando que eu mandei.

- E por que caralho você se importa com que essa vaca acha?

- Maria, só para tá.

- Você é um idiota.

- Para!

- Tchau!

Ela desligou na minha cara e não atendeu depois disso, e nem respondeu minhas mensagens. Fiquei até hora de entrar com Aline me olhando com ódio esperando.

- Não sei por quê você esperou, sabe que ela não ia responder mesmo. - Rick

- Eu sei, mas a Aline não. - Jake sorri

Rick dá uma gargalhada.

David bate na porta do quarto do filho

- Oi! - Jake responde

- Tudo bem aí? - David colocando cabeça para dentro do quarto

- Tudo, tô falando com Rick.

- Oi tio David! - Rick falando alto

- Oi! - David entra no quarto e se senta ao lado do filho - Já chegou?

- Já sim.

- Foi no hospital?

- Fui, fiquei um tempo lá com meu pai.

- Ele não saiu de lá ainda?

- Não! Acho que nem vai, pelo menos até o vovô voltar.

- Onde ele tá? - David

- Tava voltando de um congresso na Suécia. Pegou um jato particular, deve chegar hoje ainda.

- E sua vó?

- Ainda dormindo, nenhum sinal de melhora.

- Ela vai melhorar, se Deus quiser.

- É, Laura disse a mesma coisa. Obrigado tio.

- Se precisar de alguma coisa, só avisar a gente tá?

- Pode deixar.

- Manda um beijo para sua mãe. E pro seu pai também e pro Roberto.

David sai do quarto.

- Cadê ele falando nisso? - Jake

- Ficou lá com meu pai brigou com Julio.

- Por que?

- Por causa da vovó. Ele e Julio tinham combinado ir em um evento de motos, Roberto cancelou e o Julio ficou bravo

- Sério?!! - Jake irritado

- Sério. Lado bom de não estar aqui, teria socado o filho da puta.

- Que babaca.

- Sim. Não tive tempo de falar muito com ele.. - Rick interrompe a frase para bocejar - mas por cima é isso.

- Foda. Você tá com uma cara péssima, por que não vai dormir?

- É tô indo, amanhã vou ficar a noite lá. A gente combinou de não deixar o vovô lá.

- Quero ver quem vai conseguir.

- Também. Assim que der vou te visitar. Boa noite mano e relaxa, você vai achar uma mina gente boa de verdade.

- Valeu! Boa noite.

MARIA CLARA
Maria Clara e Tony conversando no ônibus.

- Não vou te emprestar meu login, uso pra jogar - Tony

- Melhor ainda, não vai deixar rastros.

- Você vai stalkear o Leo?

- Claro que não

- Vai fazer o que então?

- Xingar a idiota da Aline.

- Que ótimo, bem melhor.

- Olha só.. - Maria se vira para a janela e para de falar imediatamente.

Ela se levanta apressada, gritando para o motorista parar o ônibus.

- Próximo ponto é só no final da rua! - ele responde irritado

- Para essa merda agora ou eu saio pela janela!

- Sai!

Maria Clara desce a rua a passos largos, enquanto o motorista ainda a xinga por tê-lo feito parar o ônibus. Tony, continua boquiaberto sentado dentro do veículo.

Maria passa irritada, trombando com várias pessoas sem nem se preocupar em pedir desculpas.

Virando a esquina ela vê Mauro, o namorado de sua irmã Laura trocando beijos com outra garota antes de entrar em um prédio.

- Culpa dela é menor que a dele. Bate mais forte nele! Bate mais forte nele! - ela diz irritada atravessando a rua

VICTOR
- É uma merda. Alguma previsão de melhora? - Frank

- Nada ainda man. AVC ainda é um mistério, mesmo com toda a evolução das pesquisas. - Victor responde

- Complicado, se puder fazer algo, avisa.

- Todo mundo diz isso mas na verdade ninguém pode fazer nada.

- Você sempre sútil.

- Sou cético.

- É cretino, isso sim.

- Cretino que vai ser seu padrinho.

- Não, o outro gêmeo vai ser.

- Você nem vai saber na hora.

- Lógico que vou, sei bem diferenciar vocês.

- Não vamos estar nus

- Ah droga. - Frank rindo - Vou ter que me guiar pela calvice.

- Você é mais careca que eu, único cabelo que sobrou foi no seu cu!

- Olha a boca! - Anderson grita da sala

- Para de ouvir a conversa dos outros xereta!

- Adoro esse garoto. - Frank rindo

- Eles são demais, meus cabelos estão indo noventa por cento por eles, e dez pela Maria.

- E a Laura?

- Laura puxou Karen, graças ao bom Deus.

- Amém.

- E a Vanessa?

- No cu do mato com a mãe. - Frank

- Olha boca! - Anderson novamente

- Nem fui eu! E para de ouvir nossa conversa!! - Victor berra

- Você é um pai tão exemplar!

- Cala boca você também! Ela não vem pro casamento?

- Lógico que vem. É minha filha.

- E odeia a sua noiva.

- Vai passar. Se não passar, faço outro e tudo certo.

- Tem três aqui, se quiser te doou um.

- Pode ser o Anderson então.

- Ouviu né?! - Victor

- Não! - Anderson após alguns segundos

- Falando em filhos, Maria ta mandando uma mensagem atrás da outra, segura ai.

- Não, pode ir depois te mando e-mail e a gente termina isso. Abraço.

- Tchau. - Victor desliga Frank e abre as mensagens da filha. - Onde diabo é isso?! Aff! Trio!! Todo mundo pega um casaco que vamos sair.

- Onde vamos? - Anderson atrás de Victor

- Puta que pariu!!! Quantas vezes tenho que falar para parar de fazer isso? E parar de ouvir a conversa dos outros!!!!

- O senhor não tava falando com ninguém.

- Você me entendeu! Vai pegar o casaco!

Vinte minutos depois, Victor chega onde Maria indicou.

- Que foi? - ele pergunta preocupado

- Achou a Laura?  Que eles estão fazendo aqui? - olhando os irmãos no banco de trás.

- Sua mãe tá na aula. E não tem como deixar eles em casa dois dá, mas os três não.

- Hey! - Anderson

- Você mesmo é o culpado disso. - Daniel

- Que você ta fazendo aqui? - Victor

- Vem. - Maria se afasta do carro

- Que.. fiquem ai os três!

Victor vai atrás da filha.

- Que será que eles estão falando? - Erik

- Se virar pra ca eu posso tentar ler os lábios deles. - Anderson

- Você sabe isso? - Daniel surpreso

- Sim, você não?

- Não seu maluco!

- Pra que o drama? - Victor

- Vi o idiota do Mauro entrando com uma menina nesse prédio!

- Tem certeza?

- Que tipo de pergunta é essa? Lógico que tenho! É aqui que ele mora?

- Não. Ele mora em uma casa mesmo quanto tempo faz isso?

- Desde que te mandei mensagem.

- E você ficou esperando esse tempo todo pra que?

- Como pra que? Pra quebrar aquele nariz idiota dele!

- E vai chamar sua irmã pra ver isso?

- É! - Maria seria

- Não, vamos embora. Em casa a gente conversa com ela.

- Ela não vai acreditar em mim.

- Como não vai? Você é a irmã dela, lógico que vai acreditar.

- Ela ta caidinha por ele pai você sabe disso, vai achar que eu tô inventando ou confundi ele com alguém mas não vai acreditar.

- Eu confirmo sua história.

- Você não viu ele pai.

- A gente não pode esperar ele aqui até sabe-se lá que horas Maria. Principalmente por causa dos seus irmãos.

- Droga! Ela não vai acreditar. - Maria voltando para o carro

- Vai sim.

- Depois me cobra então.

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS

- Vamo sair daqui. - Rick

- Tem certeza? - Jake

- Sim, só... qualquer lugar com álcool. Meus pais não vão deixar a gente beber aqui,

- Podem ir. - Laura

- Todo mundo. - Rick

- Prefiro ficar aqui. - Laura séria

- Sério? - Rick olha fixamente para Laura, depois na direção de Maria, voltando para Laura.

- Por você. - Laura finalmente responde

- Vou avisar meus pais. - Jake

- Eu vou junto - Roberto

Jake e Roberto passam pelo corredor e encontram os pais conversando com algumas pessoas. Jake faz um sinal discreto para David

- A gente vai dar uma volta. - Jake em voz baixa

- Para onde? - David

- Não sei pai, Rick só quer sair daqui. E sendo honesto, eu também.

- Não demora. E nada de bebida eu sei que ele não deve ta se sentindo bem, mas não é uma boa hora para beber agora. Seu avô precisa de vocês aqui e seu pai também. - David para Roberto

- Eu sei tio.

Maria leva todos para o mercado mais próximo que encontra, eles descem e compram algumas garrafas de bebidas parando alguns quilômetros á frente.

- Você não devia beber se vai dirigir de novo. - Laura sem olhar para a irmã

- Eu não vou dirigir.

- Bom, alguém vai. - Rick virando quase meia garrafa de uma vez

- Segura ai. - Jake puxa a garrafa

- Pra que? - Rick com os olhos marejados

Roberto passa o braço pelo pescoço do irmão e deixa que Rick chore em seu ombro. Ao mesmo tempo em que ele chora em silêncio.

Maria, Laura e Jake também se emocionam e terminam suas doses em silêncio.

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