JAKE

ABRIL

Jake e Roberto retiram seu pedido em um dos food trucks no estacionamento do shopping. Seguem juntos até uma mesa, quase fora da área de alimentação.

- Me lembra de nunca mais voltar aqui. - Roberto

- Com toda certeza. Mas você quem escolheu.

- Foi dica de uma amiga.

- Qual delas? - Jake olhando para trás

- Não veio.

- Você levou bolo?

- Acho que não. Conta? Ela disse que ia trabalhar aqui hoje.

- Você procurou direito?

- Você acha que a gente ficou meia hora escolhendo que ia comer porque?

Jake dá de ombros e começa a comer seu hambúrguer.

- É, não é tão ruim. - Roberto

- Por que você me chamou, se queria ver ela?

- Para não vir sozinho ué e também queria conversar. Na verdade te agradecer, pelos conselhos.

- Você sabe que não precisa agradecer.

- Preciso sim. Você me ajudou a esfriar a cabeça quando eu quase fui imprudente.

- Você foi emotivo, é diferente.

- Não é não. - Roberto bebe seu refrigerante - Tão difícil isso cara Júlio fica no meu pé insistindo toda hora.

- Fala como você tá se sentindo ué. Abre o jogo.

- Ele vai me odiar.

- Ele não vai te odiar Roberto. Ele é seu irmão tá insistindo para você morar com ele por isso.

- Ele vai odiar a nossa família.

- Ele já odeia.

Roberto encara Jake.

- Não finge que não. A gente percebeu tem um bom tempo, todas as vezes que passou algum feriado ou algum dos seus aniversários com a gente, ele fez só por você. - Jake

- É errado eu preferir ficar com vocês? - Roberto pensativo

- Não acho, é legal que você se sinta a vontade com a gente. Que considere a gente sua família.

- Vocês são. Mas, ele é meu irmão também.

- E vai ser para sempre. Assim como Rick.

- Saudades daquele idiota. - Roberto consegue sorrir.

- Também. Já, já ele volta você não vai morar para sempre na casa dos seu pais. Você não vai né? - Jake provocando o primo

- Não idiota! - Roberto ri

- Então. Daqui a pouco você muda para sua própria casa e resolve o problema. Seu irmão pode te visitar quando quiser ou você ir lá. Mesmo vale para tia Grace e o tio Miguel.

- É uma solução. Mas se eu falar pro Julio que tô pensando em morar sozinho, ele vai ficar maluco e aí vai querer me levar para morar com ele mesmo.

- Você tem vinte e dois anos cara. Ninguém pode te obrigar a fazer mais nada.

- Exceto a minha mãe. - Roberto

- Exceto sua mãe. - Jake, ao mesmo tempo

- Acho que ele se sente culpado, por ter me deixado no orfanato quando foi adotado. - Roberto retoma a conversa.

- Ele disse isso?

- Não. Mas é o que eu acho. Por isso nunca conseguiu ter um bom relacionamento com os pais dele e por isso foi embora assim que pode, e fez aquela babaquice de devolver o dinheiro.