De pernas pro ar | REPOSTANDO...

By SaikoMente

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[Concluída] Jeon Jungkook está no último ano do colégio e só quer levar uma vida de estudante normal. Ele é u... More

A cadeia alimentar
Obrigado pelo presentinho
O delinquente sincero
Problema nº 1
Nada a ver
A curiosidade é a alma dos inteligentes
E se...
Geek em campo
Eu quero que você...
Um tempo com o bandido
Coisas preocupantes
Jungkook Holmes, Hwasa Watson
O erro
Você precisa conhecer
Eu não quero mais mentir
De outro mundo (parte 1)
De outro mundo (parte 2)
Nunca diga nunca
JIMIN (parte 1)
Jimin (parte 2)
JIMIN (Parte final)
EPÍLOGO (parte 1)
EPÍLOGO (Parte 2)
EPÍLOGO (FINAL)
PREÇO, VÍDEO OFICIAL DE DPPA, nome dos Jikook
Pré-venda aberta!
O Livro por dentro, diagramação, brindes

A lei de Murphy

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By SaikoMente

Você sabe quando está completamente ferrado.

Foi exatamente a essa constatação que cheguei, enquanto pensava, à noite, no meu quarto. Taehyung não é fácil de passar para trás, mas também não tenta bancar o espertalhão e arrancar toda uma confissão de você. Isso é importante, eu acho, respeitar o espaço. Principalmente porque, desde que nos entendemos por gente, somos melhores amigos. Eu sempre soube que ele era meu primo, então nunca teve aquele lance de se apresentar ou coisa parecida. E, como temos a mesma idade, não tivemos problemas em nos acostumar um com o outro. Mas algumas coisas... sempre serão só minhas. Ou pelo menos foi o que pensei, até Park Jimin colocar as garras na maldita meia-calça!

Meto um tapa na minha testa, apertando os lábios. Mas que merda, quais eram as chances disso acontecer? Justo o valentão. Todo mundo sabe que ele e os capangas vieram transferidos por mandar um cara para o hospital, depois de descerem a porrada nele. E eu? Não quero ser o próximo!

A esse ponto, que se dane a maldita meia — me dói pensar assim, mas é a verdade ou pelo menos deveria ser —, mas e se ele resolver implicar comigo, pegar meu dinheiro do almoço, me jogar dentro do armário, essas coisas? Isso, sim, seria um problema.

Tá, não posso me enganar, eu quero, sim, a maldita meia. Aquela droga foi cara, demorou a chegar, e eu queria experimentar a sensação. Até depilei as pernas completamente de novo, para não ficar pinicando ou doendo, sei lá. Encaro o poste metálico, suspirando.

A questão é: Taehyung me fez confessar que Jimin pegou alguma coisa que me pertence, e esse foi o maior erro da minha vida, porque agora ele acha que está em uma missão secreta para recuperar. Eu me arrependo de ter jogado tantos games de investigação com esse maldito. É por isso que ele está bem aqui, ao meu lado, tagarelando, sem dar um segundo de paz, sobre como vamos roubar a maldita meia de volta.

E isso criou mais um problema — é muito difícil ser eu —, porque primeiro: ele quer pegar escondido; segundo: se não der certo, quer denunciar o Park na diretoria; terceiro: se der certo, ele vai saber que comprei a maldita meia e me perguntar eternamente o porquê, até eu contar. E aí, acabou o espaço, o respeito, fora a surra que a gente vai levar.

— Por que você tá me encarando com ódio? — ele questiona, ingênuo.

— Porque você enlouqueceu. Como acha que eu vou pegar aquela droga de volta?

— Droga? Jungkook, você me prometeu que...

— Foi o modo de dizer. Para de pensar que eu tô metido em tráfico, seu maluco! — exclamo, me jogando de costas no colchão, esparramado, antes de voltar a me sentar.

— Sei... O ponto é: todo vilão tem seu ponto fraco, só precisamos vigiar ele até descobrir o dele. Vamos seguir o Park — Taehyung diz, e coloco meu nariz entre os dedos, exausto daquela ladainha.

— Pela milésima vez, não era nada importante, Taehyung. Nós podemos deixar pra lá, sim?

— Mas é claro... — Abro um sorriso. — Que não!

— O quê? Por quê? — acabo berrando.

— Pela milésima vez — ele me imita —, é por isso que os vilões se safam, porque todo mundo deixa eles fazerem o que bem entenderem, pra só no final impedir.

Reviro os olhos, pedindo mentalmente que minha alma seja levada de uma vez.

— Então, nosso plano começa amanhã cedinho. Vamos seguir esse maluco e descobrir como roubar seu objeto secreto de volta.

— Não é objeto secreto, e para de achar que você tá num filme! Eu ainda prefiro deixar isso pra lá.

— Então, quer apostar alguma coisa?

— O quê?

— Se você conseguir fazer tudo direitinho e recuperar seu objeto não secreto, eu te levo a um lugar que você quer muito ir, mas nunca teve coragem.

— Eu não quero ir pra lugar nenhum.

— Tem certeza?

— Taehyung, nem todo mundo é um pervertido feito você — aponto.

— Todo mundo é, alguns escondem melhor. — Reviro os olhos, querendo me enterrar a sete palmos abaixo do chão. Ouvimos batidas à porta, chamando nossa atenção. — Quem é?

Nenhuma resposta.

— Meu Deus, é a Freira... — Taehyung murmura, viciado em filmes de terror como é, e dou um tapa nele, antes de afastar os livros do meu colo e me levantar de vez. Abro a porta de supetão, não encontrando ninguém, e desço o olhar.

— Hwasa — sibilo, e ela abre um sorriso grande, faltando apenas um dente meio de lado.

— Eu disse que era o capeta — Taehyung murmura da cama.

— O que você quer?

— Eu quero brincar com vocês — ela diz.

— Nós não estamos brincando, estamos estudando — eu respondo.

— Parem de estudar e vamos brincar. Por favor!

— Hwasa, você tem que entender que não é porque usa "por favor" que as pessoas são obrigadas a fazer o que você quer.

— Kook! — berra, com os olhos já inundados, e meu coração ainda aperta, mas nego. Ela é uma atriz nata, se eu facilitar... — Mãe!

Coloco os dedos na testa, fechando os olhos, a vendo se esgoelar todinha em um instante. É claro que minha mãe veio correndo.

— Mamãe... — ela resmunga, parecendo realmente triste, quando a mais velha chega, ajeitando a roupa do escritório por baixo do avental.

— O que foi, meu anjo?

— O Kook não quer brincar comigo.

Ouço Taehyung rir pelas minhas costas, sabendo exatamente onde vai dar.

— Ah, mas por quê? — pergunta, sendo abraçada por ela, dessa vez me olhando, esperando uma resposta.

— Porque eu e o Taehyung estamos estudando.

— Desde que chegou? Ah, filhote, mas você vai tão bem nas matérias, não custa fazer uma pausa com a sua irmãzinha, não acha? Taehyung! O que você prefere? Estudar ou dar um pouquinho de atenção pra essa garotinha? — ela questiona, e eu volto a bater na minha testa.

— Hwasa, entra, mi casa es su casa — ele responde.

— Essa casa não é sua — falo, mas já é tarde: ela já entra, secando o rosto e indo, às pressas, se sentar na minha cama. É fofoqueira, manipuladorazinha, mas, ainda assim, fica fofa quando não está encapetada.

— O que você quer fazer? — pergunto.

Os olhos dela brilham quando a ideia vem. E é assim que eu e Taehyung acabamos cheios de presilhas no cabelo, duas mechas presas para o alto e um monte de maquiagem infantil mal pigmentada.

Hwasa, assim que acaba seu trabalho, apaga no meu colo. Eu mereço essa pirralha. Taehyung lava o rosto, se livrando de tudo e colocando o capuz para ir para casa, que não fica muito longe. Eu só coloco o capuz, indo de maquiagem e pitochinhas mesmo. Desde que ninguém veja, está tudo bem.

— Então, você vai vigiar ele ou não?

— Taehyung, você tá obcecado. Quando não tá falando disso, espera alguém falar pra poder falar mais!

— Eu só quero justiça.

— Vai ficar tudo bem justo quando ele socar nossa cara.

O outro revira os olhos, voltando a caminhar, e dou uma risadinha, suspirando, para dar meia-volta para casa. Está bastante frio, e isso me faz encolher mais no lugar, percebendo como está ficando tarde.

E aí que ferra tudo.

Ouço uma moto com o motor alto, mas não irritante, se aproximar, e reconheço na hora aquela porcaria. Ele está todo de preto de novo, com uma jaqueta pesada também, além de coturnos.

Arregalo os olhos, tentando me cobrir e me afastar da estrada, e ele para a moto, buzinando. Merda.

Eu me escondo atrás de uma lata de lixo, tentando me proteger e ver ao mesmo tempo. Sabia que era uma péssima ideia sair, deveria ter ficado protegido e quentinho com meus livros em casa. Ele desce da moto, tirando o capacete e afastando os cabelos do rosto, e eu reviro os olhos, assistindo. Ele se acha até sozinho, não é possível!

Mas o que está ruim, piora, quando a porta para que o Diabo buzinou se abre e um cara forte sai. Ele tem três pacotes grandes na mão, de algo que não sei identificar, e entrega para Park, mas começo a suspeitar do que é quando ele lhe dá dinheiro em troca. Arregalo meus olhos mais ainda, colocando a mão na boca. Ele é traficante? Tem que ser isso.

Engulo a seco, me preparando para me afastar, mas vejo outra coisa: uma bolinha de pelo branco, se aproximando, toda jeitosinha. É uma gata! Olho o Park, que conversa com outro cara, o Bandido, distraído.

— Psiu... — cochicho, tentando chamar ela. — Psiu... — Ela me olha, manhosa, desviando o olhar em seguida. — Psiu, vem cá... — cochicho, chamando com a mão. Ela demora, mas começa a se aproximar devagar. — Isso... Vem aqui. Psiu...

Quando ela está pertinho, e eu totalmente entregue aos encantos da felina, ela olha para o ponto atrás de mim e corre. Some, apressada, em um instante. Fecho os olhos, abaixando a cabeça, já adivinhando exatamente o que está acontecendo e, em seguida, me levanto, na esperança de que, se eu não olhar...

— Ei! — congelo no lugar, por causa da voz do Bandido. Eu me encolho, indeciso entre continuar andando ou seguir. Mas ele poderia pensar que eu sou Bandido que nem ele, de uma gangue inimiga do México ou coisa do tipo, e aí, sim, eu cairia na porrada mais cedo do que imaginei. Pelos traços dele, pode ser, na verdade, uma gangue japonesa.

— Sim? — Viro de lado, tentando não erguer o rosto.

— O que estava fazendo atrás dessa lata de lixo? — questiona, cruzando os braços. Deus que me perdoe.

— Catando lixo. Tem uma latinha?

Ele fica em silêncio por um tempo, antes de voltar a falar.

— Não.

— Tá bom, então, tchau! — respondo, pronto para me afastar, mas é claro que Jeon Jungkook não tem sorte nenhuma na vida. Ele puxa o maldito capuz, dando de cara com as duas divisões do meu cabelo e as mechinhas para o alto.

— Olha o que temos aqui... — Abre um sorriso assustador, me encarando, como se eu fosse a atração mais divertida de um circo. Com os dotes de maquiagem da Hwasa, não duvido que esteja parecendo um palhaço. — O garoto da meia-calça.

— É... Que coisa, não? Mas nem precisa se incomodar, já tô pirulitando daqui — respondo, tentando me afastar, mas ele segura meu braço.

— O que você estava fazendo atrás da lata de lixo? — questiona de novo, mantendo o olhar divertido.

— Meu Deus! Eu estava chamando a gatinha, feliz?

— Hm... — pondera — razoavelmente sim. E por que essa maquiagem esquisita?

Ok, eu falo mal do que a Hwasa faz, só eu.

— Esquisita é sua falta de noção. Será que dá pra me soltar?

Ele sorri, parecendo se divertir demais com a minha cara, o maldito.

— Eu adorei o cabelo. Sabe... Se você não fosse essa coisinha inofensiva, eu até suspeitaria que estivesse me seguindo.

— Seguindo? Eu? Você perdeu o juízo?

— Eu estou maravilhado. Não sabia que por trás daqueles óculos tinha uma caixinha de surpresas — ele continua falando.

Formo um bico na boca, estreitando os olhos.

— Já se divertiu, né? Agora, me deixe vazar daqui.

— Está tarde, eu te levo.

— Me leva coisa nenhuma. Eu moro perto e sei me virar.

— Mora perto, é?

Arregalo os olhos. Ele e sua gangue não poderiam saber minha localização.

— Moro longe — corrijo. — Bem longe. — Estralo os dedos, gesticulando.

— Então, eu te levo. De moto é mais rápido.

Nem a pau!

— Meu Deus! — Arregalo os olhos, apontando para suas costas, e ele vira para conferir. Nesse meio tempo, eu faço o óbvio: corro, viro a esquina e dou no pé.

Mal confiro se tem alguém na minha cola, e entro em casa, esbaforido, subindo as escadas na correria. Hwasa ainda dorme, esparramada na minha cama. Com o coração voltando ao normal aos poucos, lavo o rosto, solto o cabelo e guardo as coisinhas dela de volta na caixinha. Pego a pirralha no colo, a levo até o seu quarto com cuidado, guardo tudo, volto para o meu e me jogo na cama.

Agora, na melhor das hipóteses, Park pensa que eu sou uma Drag Queen. Quem me dera ser talentoso ao ponto, mas, se ele decidir dar com a língua nos dentes na escola, meu último ano vai ser um inferno. E o pior: se ele foi receber uma encomenda tão perto da minha casa, significa que Taehyung e eu somos vizinhos de traficantes! E o Park é traficante!

Não posso nem sonhar em contar para Taehyung que Park é mesmo um Bandido.

|||

— Park Jimin é um Bandido — sussurro para Taehyung, na mesa do refeitório.

— O quê?

— Isso mesmo que você ouviu — respondo. É, eu não sei me segurar, nem com curiosidade nem com uma fofoca nova. Reclamo da Hwasa, mas ela veio igualzinho a mim, isso sim.

— Como você sabe?

— Eu já disse que o vi, ontem, trocando um pacote com um cara que parecia um armário, de tão grande.

— Não pode ser.

— Taehyung? Você mesmo disse que ele era um Bandido, e agora tá duvidando de mim?

— Jungkook.

— Jungkook nada. Eu vi, com meus próprios olhos, ele trocando pacotes com um cara, e ele pagou pelo pacote.

— Kook.

— Eu devia ter ficado em casa, lendo, tranquilo, mas é claro que decidi te levar até a esquina. E, provavelmente, vendo dois, ao invés de um, nossos vizinhos Bandidos não mexeriam com você.

— Jeon Jungkook!

— O quê? — Taehyung encara as minhas costas, e eu pondero sobre o óbvio. — Ele tá atrás de mim, né?

Taehyung assente, e eu me viro devagar, vendo Park e sua minitropa junto dele, a um passo de distância.

— Bom dia, Boneca.

Ótimo, ganhei o apelido, agora só falta a surra.

— Park, nós vamos pra mesa — o de cabelos vermelhos avisa, passando os olhos de mim para Taehyung, que se encolhe, passando a procurar Namjoon e Jin pelo refeitório.

— Sim, vamos — responde, passando pela minha mesa, deixando de me encarar. Só então respiro o ar que tanto prendi nos pulmões, sugando o suco pelo canudinho de metal.

— Nós temos que pegar sua coisa logo — Taehyung diz.

— O quê? — pergunto, sem acreditar.

— É isso mesmo! Se ele é bandido, não podemos ficar seguindo ele por aí, ainda mais agora que o maldito sabe que você sabe que ele é bandido! — exclama — Você vai pegar hoje, enquanto eu vigio.

— Por que eu tenho que ir?

— Porque o objeto secreto é seu!

— Eu já disse que não é secreto coisa nenhuma.

— Tanto faz! Faz dias que ele tá com essa sua coisa, e você não moveu um dedo. É assim que quer trabalhar na polícia?

— Eu disse que queria ser policial quando tinha cinco anos, agora já é outra coisa.

— Tá! Mas você vai. Hoje. Enquanto ele estiver na aula de kendô, você pega.

— Você enlouqueceu.

— Eu deixo você usar meu armário. O seu emperrou, né? — oferece.

— Taehyung, você tá muito obcecado nisso! Eu que sou dono das malditas meias, não tô nem aí. Você quer tanto assim por quê?

— Meias? É um par de meias?

Congelo.

— Claro. Meias de futebol.

— Você tem pavor de futebol — ele rebate.

— Mas eu comprei meias de futebol.

— Você nem sabe jogar.

— Taehyung!

Ele ri.

— Então, hoje, sem falta.

Aperto os lábios, encarando a mesa de Park uma última vez, antes de me levantar com Taehyung. É tão bonito, o desgraçado.

— Se ele enfiar aquela espada de madeira em mim, você paga o funeral.

— Uhum. — Ri, passando o braço por meus ombros.

|||

E é por isso que vou parar no vestiário masculino, mesmo sem ter tido nenhuma aula que precisasse de uma ducha ou de trocar de roupa. Eu só preciso descobrir qual é o armário dele por aqui, pegar a meia e dar o fora. Taehyung está do lado de fora, vigiando. Mas o barulho das espadas de madeira chama minha atenção, na porta do corredor. Como se pratica kêndo? Será que é como nos filmes? Ou Park faz diferente?

Olho em volta, fingindo checar o celular quando um cara passa, e encaro a porta. Só uma olhadinha, não faz mal.

Ajeito os óculos no rosto, me aproximando e abrindo a porta um pouco. Eles estão lutando mesmo. Park está vestido a caráter, esperando sua vez de ir também. Meu pai amado, ele parece ter saído de um filme de época com aquele estilo de roupa, com os cabelos pretos meio caídos nos olhos, enquanto segura uma bandana para amarrar na cabeça.

Não consigo evitar olhar quando a vez dele chega e ele começa a lutar para valer. O Park é bom. O cara, seja lá quem for, mal o acerta e ele desvia muito bem, com os passos decorados, lendo bem o inimigo. E o barulho que aquelas coisas fazem indica o quanto ele é forte e preciso em cada golpe.

Passo minutos a fio observando, não conseguindo conter a curiosidade sobre como acabaria. Quando me dou conta, ele já está sem o traje, caminhando para a porta, assim como os outros. Antes que eu me afaste, a porta se abre de repente, então saio do caminho depressa, indo para o canto dos armários.

E aí, piora tudo de novo.

Os caras começam a tirar as roupas para ir aos chuveiros, e isso não é nenhum problema. Agoniante mesmo é ver Jimin circular de toalha, exibindo duas tatuagens, uma no abdômen e outra nas costelas: uma, escrita em japonês, e outra, em inglês, ambas na cor preta, sobre a pele que cobre os músculos aparentes. Ele é mesmo mafioso, tem até tatuagem de máfia!

Aperto os olhos, começando a suar por causa do vapor e da situação. Eu só consigo implorar para ele entrar em algum chuveiro logo, para eu pegar a maldita meia dos infernos e dar o fora.

Eu me escondo, esperando, e, quando olho de novo, ele não está mais no caminho. Saio devagar, olhando em volta, vejo seus coturnos em frente a uma coluna de armários e presumo que tem que ser um daqueles. Já tinha ido até ali, não era hora de recuar, certo? Paro em frente a eles, pensando qual será sua senha, mas é obviamente impossível de adivinhar.

Merda.

Ali, parado, pensando, tenho pouco tempo até ouvir a voz do de cabelos vermelhos se aproximar. Se ele me pegasse ali e falasse algo, Park, que estava dentro de uma das cabines, me descobriria também.

Taehyung, eu te mato!

Olho em volta, notando que um dos chuveiros está desligado, provavelmente vazio, e vejo o capanga avermelhado entrar de costas pela porta, se agarrando com alguém.

— Droga — murmuro, entrando na cabine às pressas, segurando a porta.

A lei de Murphy é clara: "Tudo o que puder dar errado dará". Ou seja, de lei, a lei de Murphy não tem nada: não se trata de um conceito matemático, e sim de uma máxima sobre a "perversidade do Universo", um conceito que existe há pelo menos dois séculos. Mas, na minha vida, eu acredito que seja, sim, uma lei sem escapatória.

E acredito muitíssimo mais ao ver braços rodearem minha cintura, me virando para trás.

A cabine está ocupada pelo Diabo

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