Não se apaixone por mim

By PorECollins

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Existe uma linha tênue entre o certo e o errado? Livia Mitchell não contava com todos os seus planos dando er... More

UM
DOIS
TRÊS
QUATRO
CINCO
SEIS
SETE
OITO
NOVE
DEZ
ONZE
DOZE
TREZE
QUATORZE
QUINZE
DEZESSEIS
DEZESSETE
DEZOITO
DEZENOVE
VINTE
VINTE E UM
VINTE E DOIS
VINTE E TRÊS
VINTE E QUATRO
VINTE E SEIS
VINTE E SETE
VINTE E OITO
VINTE E NOVE
TRINTA
TRINTA E UM
TRINTA E DOIS
TRINTA E TRÊS
TRINTA E QUATRO
TRINTA E CINCO
TRINTA E SEIS
TRINTA E SETE
TRINTA E OITO
TRINTA E NOVE
QUARENTA
Ideias...
Avisos
SAVE THE DATE
Sr. e Sra. Collins
Publicado!

VINTE E CINCO

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By PorECollins

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Boa leitura xuxus ♡

______________________________________

David Collins

Minha cabeça girava enquanto eu tentava digerir o que Natalie acabara de me dizer. "Eu sei de você e Livia". Eu não consegui formular sequer uma frase, eu apenas a olhava, estudava seu rosto. O jeito que ela falou foi tão natural que ao mesmo tempo que me aliviava me assustava.

– Como assim, Natalie? Como? Como assim? – Eu estava mais nervoso do que nunca, minhas mãos suavam e tremiam.

– Pai, calma! Eu sei, certo?

– Como? Quando? Do que exatamente você sabe? – Eu tentava ser discreto, mas minha voz me traía.

– Eu liguei os pontos... Eu não queria acreditar, quer dizer, já pensou no quanto isso é insano? – Meu coração disparou. – Mas eu percebi o quanto vocês estavam felizes até que tudo acabou... que merda vocês fizeram?

– Natalie! – Eu a repreendi, mas no fundo sabia que ela estava certa, tínhamos algo bom e deixamos acabar. Eu deixei. – Eu preciso que você me explique tudo! Como você sabe?

– Eu acho que não sou eu que preciso dar explicações... – A olhei com o queixo apertado. – Certo, certo, eu falo. Eu comecei a notar algumas coisas estranhas... tanto na Livia quanto em você, e na verdade eu nunca tive certeza até hoje, até agora. Mas pelo visto, eu estava certa. – Ela riu com um ar meio vitorioso. – Como isso aconteceu, pai? Você e a Livia?

– Eu não sei, Natie. – Senti meu rosto se abrir em um sorriso enquanto fitava minhas mãos sobre a mesa. – Isso é completamente inesperado e inapropriado. Ela é sua melhor amiga! Eu não sei como aconteceu...

– É real, pai? Você sente mesmo algo por ela? – A encarei em silêncio. – Olha se você me disser que só estava usando-a eu juro que perco todo o respeito que tenho por você! – A voz dela se tornou autoritária e firme.

– Eu gosto dela, tá bom? – Praticamente gritei. Levei minhas mãos até meus cabelos e abaixei a cabeça, diminuindo também o tom de voz. – Eu estou... apaixonado. - Quase ri ao me sentir como um adolescente confessando suas paixões para uma melhor amiga.

– Apaixonado?

– Completamente, Natie.

Natalie permaneceu em silêncio por tempo suficiente pra eu voltar a perder o ar com toda aquela conversa. De repente um sorriso se abriu em seu rosto e ela segurou minha mão.

– Então por que vocês estão assim? Vocês se gostam, por que estão separados e infelizes? Só fiquem juntos! – Eu sorri para ela, mas logo minha expressão se tornou triste novamente.

– Não é simples assim, filha. Na verdade, me surpreende você ter aceitado tão bem... Nós não estamos juntos por que ela não queria esconder das pessoas, principalmente de você. – Natie me olhou surpresa. – Mas eu... eu fui um covarde. Deixei tudo se acabar por medo.

– Eu não sei o que te dizer, pai. Eu entendo seu medo, entendo que vão haver julgamentos, entendo também que você está totalmente enferrujado nessa 'coisa' toda de amor...

– Natie você não está ajudando. – A interrompi.

– PORÉM... Eu te conheço, pai. Eu sei quem e o que você é. O homem mais íntegro e respeitoso desse mundo. E se você me garante que não é só algo de uma noite...

– Você está dizendo que não acha estranho?

– Olha pai, com o perdão da palavra, mas é estranho pra caralho. – Ela riu. – Você... você é meu pai, e ela é a minha melhor amiga! Mas eu acho que se vocês estão felizes assim... Eu não vou atrapalhar vocês de viverem algo que está fazendo bem para os dois. E se alguém tentar, passem por cima.

Eu levantei e a abracei, sentindo um alívio em meu peito, sentindo uma paz que há muitos dias não me habitava. Percebendo que, do jeito de Livia teria sido muito mais fácil e sem o transtorno de estarmos agora separados. Mas eu acredito muito que as coisas acontecem quando e como tem que acontecer. Que tudo tem um porquê, que tudo está conectado.

– Eu só não quero saber nem ouvir certas coisas...

– Natalie! – A repreendi. – Você tem um poder incrível de estragar os momentos bonitos.

– É meu superpoder! – Ela sorriu. – Mas... de verdade, pai. Livia está sofrendo muito por causa dessa... coisa toda. E se foi você quem causou, você precisa resolver.

Me afastei dela e virei de costas. – Eu não sei, Natalie. E se ela ficar melhor sem mim? O que eu poderia oferecer a ela? Ela tem a vida toda pela frente e eu...

– Fala sério, pai! Você está falando como se fosse um velho. Um idoso de setenta anos. Pare de colocar empecilhos! Você é tão decidido pra umas coisas, mas pra outras age como um medroso. – Natalie me interrompeu e despejou um caminhão de leves insultos verdadeiros em cima de mim.

– Certo, Natalie. Acho que já te dei abertura demais para me insultar. – Ela riu. – Mas eu entendi seu recado.

Depois do jantar no mínimo animado, fui para meu quarto e comecei a pensar sobre tudo, sobre essa nova possibilidade, sobre enxergar agora uma saída para ficarmos juntos, que é a mais simples de todas: apenas ficar. Ficar com ela, ao lado dela, não me importando com as outras pessoas.

O medo de que agora ela não queira mais não me abandonava. Eu não a culparia, na verdade toda culpa era minha. Eu ainda sentia medo, principalmente em relação à família de Livia, mas se ela me aceitar de volta, se ela ainda me quiser, eu quero fazer de tudo para darmos certo. Sem precisar esconder nada de ninguém.

Me senti disposto a reconquistá-la. A recompensar todo o sofrimento que eu a causei. Disposto a viver toda essa insanidade, esse acaso da vida. De repente meu medo não era mais angustiante. Era o medo de alguém prestes a descer numa montanha russa, a mistura de um medo com uma vontade, um desejo de tentar.

Meu celular tocou com uma mensagem de Antony.

– Vamos sair? – Era tudo o que eu precisava.

– Vamos. – Aceitei e fui de encontro a ele.

Chegamos no nosso bar de costume, um estabelecimento aconchegante para quando não queremos nada além de beber e conversar sobre tudo. Antony tentou me arrastar para outro clube de strip, mas desistiu quando entendeu que eu precisava conversar.

A meia luz e a melodia lenta me deixavam mais à vontade. Pedi uma dose dupla de whisky pra mim.

– Gelo? – A garçonete perguntou.

– Dois cubos. – Assenti com a cabeça.

– E para o senhor? – Ela se virou para Antony.

– O mesmo. – Ele olhou para a garçonete enquanto ela se afastava, depois se voltou para mim. – E então, vai me contar o que aconteceu ou eu vou ter que perguntar? – Ele riu.

– Antony, sempre discreto...

– Fala, David. Eu vejo o nervosismo em seus olhos. – Passeei os dedos pela mesa com a cabeça baixa.

– A Natalie... já sabe. – Antony riu. Muito.

– É sério? Cara eu amo a Natalie demais. Ela puxou ao tio na inteligência.

– Se ela dependesse de você pra isso estaria ferrada. Enfim, ela sabe, e incrivelmente pareceu apoiar tudo isso.

– É sério? O que ela disse?

– Basicamente o que eu já sabia: que eu sou um babaca e que tenho que consertar as coisas com a Livia.

– E você já pensou num jeito de fazer isso?

– Eu já pensei em vários, mas nenhum parece bom o suficiente.

– Não pense tanto, David. Só... faça.

O olhei por alguns instantes absorvendo esse incentivo. Nossas bebidas chegaram e eu bebi meu whisky em um único gole, tentando aliviar a minha ainda persistente tensão. Antony me olhava com um olhar misterioso.

– E a Susan, David? – Congelei ao lembrar que terei de lidar com a Mãe de Livia, e minha amiga de longas datas.

– Eu não sei o que ela vai pensar de mim, mas tenho que lidar com isso se eu quiser ficar com Livia, então... – Levantei os braços em rendição.

– David, nunca te vi tão decidido por algo fora da empresa. – Ele sorriu. – Mas eu acho que se fosse qualquer outra pessoa seria mil vezes pior do que a Susan. Ela é... muito compreensível. – Antony começou a entrar profundamente em pensamentos enquanto falava. – Ela entende as pessoas, os sentimentos...

– O que é isso? Elogiando a personalidade de uma mulher ao invés de seu corpo? Quem é você e o que fez com o Antony?

– Ei! Eu posso ser sensível também.

– Corta essa, Antony. Você, sensível? A não ser que... –  O encarei e Antony sorriu. – Não é possível. Está se interessando de verdade por alguém?

– Eu até poderia te responder, mas sua vida amorosa está um caos tão grande que eu não quero te preocupar mais. – Antony sorriu maliciosamente.

Ver Antony realmente interessado em alguém, e não em apenas uma ficada, era algo muito novo. Poucas vezes ele manteve um relacionamento sério. Ele sempre foi mais solto, mas chega uma hora que todos querem sossegar. Será que essa hora chegou para ele?

Ele tinha razão, eu tinha muitas outras coisas para me preocupar, e aparentemente ele estava bem resolvido. Voltei para casa com uma estranha alegria pela esperança de que tudo pode se acertar. E eu vou fazer de tudo para que se acerte. Eu não aguento mais um segundo longe da minha garota.

Não aguento mais um segundo sem ter a certeza de que ela é minha. Sem seu cheiro e seu sorriso, sem sua voz doce. Sem sua inteligência e coragem. Coragem... eu tinha muito a aprender com Livia sobre coragem.

De repente eu começava a enxergar uma corda naquele enorme poço em que eu estava caído. Eu só precisava de força para escalar e subir.

Até amanhã

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