Não se apaixone por mim

SEIS

Sejam bem vindos todos que chegaram aqui nesse último dia, tô muuuuito feliz!
Estão preparados pro cap de hj? 
Boa leitura!

Livia Mitchell

Eu diria que o final de semana fora, no mínimo, agitado. Minha ansiedade atacava cada vez que lembrava do que eu fiz. Há dois dias eu estava provocando o pai da minha melhor amiga. Há um eu deixei minha calcinha em seu quarto. Me pergunto com qual propósito eu fizera isso. Talvez quisesse causar nele o desejo que ele me causa. Onde eu estava com a cabeça? Ontem as coisas me pareceram estranhas e eu tenho certeza de que meu showzinho foi o principal motivo. David está claramente tentando se afastar, mas não posso deixar de lembrar da forma como ELE me provocara no sábado também. Ou será que não? E se eu estiver imaginando coisas? O que ele vai pensar de mim? Meu Deus, meu Deus, Meu Deus. 

Eu já o olhava, admirava, já sonhava com ele, já o desejava, mas antes de sábado tudo isso não passava de fantasia. A ideia de haver uma remota chance das minhas fantasias se tornarem realidade já me fazia arder. Tudo isso é muito novo pra mim.

Nunca na vida tive uma experiência sequer parecida. Nunca me interessei pelos homens que se interessam por mim. No auge dos meus vinte e um anos nunca passei de alguns beijos e amassos. Desde que a Natie me contou que não era mais virgem fiquei imaginando quando, como e com quem seria a minha primeira vez. Confesso que logo quando soube eu quis apressar as coisas para não ser mais virgem, queria só tirar essa pedra do meu caminho, que passou a me atordoar.

Essa sensação mudou quando conversei com Natie e com minha mãe, que me tranquilizaram. Na hora certa tudo iria acontecer. Minha mente me levou a uma possível primeira vez com David, sacudi a cabeça para fazer com que aqueles pensamentos sumissem. Senti um desconforto ao lembrar que ele me evitara no dia anterior. Mal conversamos. A sensação de que eu fiz uma merda grande só aumentava quando lembrava do presentinho que deixei no quarto dele. Finalmente o despertador tocou me libertando dos meus pensamentos.

Tomei um longo banho e desci para o café. Reparei que minha mãe já havia saído. O domingo foi muito bom com ela. Não fizemos absolutamente nada além de comer e assistir filmes. Realmente precisávamos disso. Ela estava sempre viajando, trabalhando em projetos com a sua ONG de apoio à crianças necessitadas. Dona Susan é uma mulher muito inteligente, é a minha maior inspiração de vida. Bryan estava sentado à mesa e abriu um largo sorriso ao me ver.

- Bom dia, minha irmã favorita!

- Eu sou a única que você tem, Bryan - Respondi-lhe enquanto pegava suco. - 

- Dormiu bem?

- Mais ou menos. E você?

- Dormi como uma pedra - Disse ele se espreguiçando na cadeira. - Liv, hoje vou chegar bem tarde, tenho bastante tarefa no trabalho, não me espere pra dormir, certo?

- Oh, acho que vou ficar na Natie então.

- Tá bom, ligarei à noite pra saber se você está bem.

- Vou tentar ficar acordada - provoquei-o.

Conversamos um pouco sobre como foi o tempo em que estive viajando, Bryan evoluiu muito em seu estágio e está prestes a ser efetivado. Ainda que nós fossemos praticamente família, David não dava mole para Bryan. Se ele quisesse conquistar um lugar de destaque na Collin's, ele teria que batalhar. E era isso que ele fazia todos os dias.

- Acho melhor eu ir, já estou atrasada. - Disse, após olhar o relógio, levantando para me despedir.

Antes de ir para Portugal tentar o intercâmbio (que deu errado) eu tinha acabado de entrar na Faculdade de Jornalismo. Acabei tendo que trancar o curso, que permaneceu assim por esses três anos. Meus planos eram de reabrir a minha matrícula e continuar a minha graduação. Precisava resolver toda a papelada e torcer para que tudo desse certo.