Não se apaixone por mim

By PorECollins

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Existe uma linha tênue entre o certo e o errado? Livia Mitchell não contava com todos os seus planos dando er... More

UM
DOIS
TRÊS
QUATRO
CINCO
SEIS
SETE
OITO
NOVE
DEZ
ONZE
DOZE
TREZE
QUATORZE
QUINZE
DEZESSEIS
DEZESSETE
DEZOITO
DEZENOVE
VINTE
VINTE E UM
VINTE E DOIS
VINTE E TRÊS
VINTE E CINCO
VINTE E SEIS
VINTE E SETE
VINTE E OITO
VINTE E NOVE
TRINTA
TRINTA E UM
TRINTA E DOIS
TRINTA E TRÊS
TRINTA E QUATRO
TRINTA E CINCO
TRINTA E SEIS
TRINTA E SETE
TRINTA E OITO
TRINTA E NOVE
QUARENTA
Ideias...
Avisos
SAVE THE DATE
Sr. e Sra. Collins
Publicado!

VINTE E QUATRO

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By PorECollins

Como prometido, cap de manhã! Fortes emoções hoje. Preparados?
Não se esqueçam de votar e comentar.
Boa leitura xuxus ♡

______________________________________

Livia Mitchell

A viagem estava sendo incrível, era bom passar um tempo a mais perto da minha mãe, pra variar. A experiência de visitar o local de trabalho dos pais nem sempre é a mais empolgante, mas no meu caso eu não poderia pedir algo melhor. De fato, é um trabalho nobre demais, e eu não me importaria de estar cada semana em um local diferente, conhecendo novas culturas e pessoas.

Nós passamos por diversas áreas de carência, levando alimentos, suprimentos de higiene, doações e medicamentos. Junto conosco estavam também um pesquisador, dois médicos, dois professores e todo o pessoal da ONG. Eu gostei do tanto que me senti importante podendo ajudar.

Conhecemos tantos lugares em poucas semanas que eu nem consegui contar sobre todos para Natie. Tentávamos nos falar todos os dias, mas em alguns locais meu sinal era quase nulo. Sempre que conseguíamos comunicação eu tentava perguntar discretamente sobre David. Natie não hesitava em responder, o que me deixava em dúvida se eu estava realmente disfarçando bem ou se ela estaria sacando alguma coisa.

Natie me alertou algumas vezes que David estava passando por um momento ruim, que seus dias se resumiam a trabalhar em casa. Ele mal saía de seu escritório e quando eu lhe perguntava o motivo ela dizia ainda não ter certeza.

A situação dele estava me partindo o coração, mas não é como se eu estivesse bem, não é como se eu tivesse o esquecido. Meu peito doía demais ao pensar na forma como tudo acabou, fico imaginando se a gente não poderia ter resolvido, sentado, conversado. Essa incerteza é o que mais dói, talvez estivéssemos bem agora.

Eu não me sentia como uma princesa esperando um príncipe, presa na torre. Eu me sentia mais como uma guerreira que estava ocupada com as próprias batalhas para pensar em coisas do coração. E aí ele chegou, como um tornado, transtornando a minha vida de um jeito louco e bom, muito bom. E é difícil se desacostumar de algo bom.

***

- Oi, Natie! - Acenei para ela na webcam.

- Finalmente, achei que não ia conseguir falar com você. Oi tia Susan! - Minha mãe apareceu atrás de mim na câmera. - Como estão as coisas aí?

- Ensolaradas! É tudo incrível aqui, mas eu já estou morrendo de saudades, Natie.

- Quando você volta?

- Mês que vem, depois das festas. Pra dar tempo de preparar as coisas da faculdade.

- Espera, então quer dizer que eu vou passar Natal e ano novo sem você?

-Ah, Natie. Quando minha mãe me disse isso me bateu um leve arrependimento de ter vindo. - Minha expressão se entristeceu um pouco.

- Não fique assim, Liv. Prometo falar com você nos primeiros minutos do novo ano, feito? - Assenti com a cabeça. - Sobre aquele outro assunto, do homem da sua vida que partiu seu coração - ela fez uma voz dramática. - Você está melhor, Liv? Não gosto de te ver triste por aí, não posso nem te abraçar. - Ela fez um biquinho.

- Eu estou... me distraindo. E... o seu pai? Ele está melhor? - Não aguentei não perguntar sobre ele.

- Bom, ele tomou café da manhã hoje. É um avanço.

- E ele não... te disse nada?

- Ele tenta fingir que está bem. Mas eu o conheço. Na verdade, qualquer um pode ver, ele mal sai de casa, fica trabalhando no escritório, depois vai pro quarto, depois volta pro escritório... - Permaneci em silêncio e fitando o chão por um tempo considerável. - Você está bem, Liv?

- E-eu? S-sim, estou sim. Só estava pensando.

- Pensando em quê? Quer me contar algo? - Gelei.

- Quero, mas não posso. - Sussurrei olhando para baixo.

- O que? - Ela perguntou tentando me ouvir.

- N-Nada! Eu... tenho que ir, Natie. Já temos que sair daqui. O dia está corrido. - Natie riu do outro lado da tela.

- Tchau, Liv. Vê se não demora de falar comigo, nem de voltar. Precisamos de você! - Ela frisou o "precisamos" me deixando com uma pulga atrás da orelha.

Será que Natalie já sabia de tudo?

David Collins

Já faziam semanas que eu não colocava os pés para fora. Agradeci por poder trabalhar de casa. Meu humor estava tão ruim nesses últimos dias que seria capaz de falir só pagando danos morais. Parte de mim estava achando tudo isso um exagero, mas a grande maioria do meu corpo e mente não conseguiam funcionar sem ela.

Natalie tentara me animar por diversas vezes, tentara também descobrir o que se passa comigo, mas eu simplesmente tentava fingir que tudo estava bem, o que é a maior burrice considerando que até um cego conseguiria ficar ciente do meu estado caótico de tristeza e angústia.

O ponto alto dos meus dias era ouvir a voz de Livia através da webcam com Natalie. Eu me sentava no corredor, ao lado da parede do quarto de Natalie e ficava ouvindo a voz de Livia tempo suficiente para me sentir um pouco melhor. Elas falavam de mim e do meu estado ridículo e Livia parecia realmente se preocupar, o que aquecia um pouco meu coração.

Eu estava doido pra que ela voltasse só para tê-la por perto, mesmo que eu não possa dar a ela o que ela precisa, mesmo que eu não sirva para fazê-la feliz, a presença dela iluminava demais a minha vida, e eu só me dei conta disso depois de perdê-la ficando na escuridão.

E era exatamente assim que eu me sentia: na escuridão. Sem luz para trabalhar, para sair, para assistir. Sem luz para qualquer coisa. E literalmente sem luz, já que eu não era capaz nem de abrir as janelas do meu quarto.

Pela primeira vez em muito tempo eu estava de barba, e ficava de moletom em casa. Também não sentia muita fome, mas a sede dela não me largava. Só tentava me manter lúcido por Natie. Ela era minha única motivação.

Me sentia mal, além de tudo, por estar preocupando a Natie sem nem poder falar com ela, contar o que de fato está acontecendo. Eu não queria deixá-la preocupada. Eu quem devia cuidar dela, mas nesses últimos dias estava sendo ao contrário.

- Pai? - Ela bateu na minha porta e depois a abriu. - Não vem comer? Karen colocou o jantar na mesa, e está muito cheiroso...

- Obrigado, filha. Talvez mais tarde. Não estou com fome.

- De novo, pai?

- O trabalho está tomando muito meu tempo...

- Pai, eu sei que você está mentindo, só resta saber se é pra mim ou pra você mesmo.

- Natalie! - A repreendi, mas logo me calei admitindo que ela estava certa.

Natalie desde pequena sempre foi muito sensitiva. Ela me abraçava toda vez que eu estava abalado por alguma coisa mesmo não sabendo nem entender o que é a tristeza. Sempre amei isso nela, a forma como ela se importa com as pessoas, como ela cuida de quem ama.

- Você sabe que eu estou certa. - Ela colocou as mãos na cintura e eu ri, pela primeira vez em muitos dias. - Olha aí! É desse sorriso que eu gosto.

- É que você, minha filha... - Levantei para abraçá-la. - Me faz muito bem.

- Hmm, só falta me contar o que está acontecendo. - Ela ironizou a voz.

- Sabe, me deu fome. Vamos jantar? - A despistei. Pelo menos por hora.

O incrível cheiro do risoto me envolveu ainda enquanto descia a escada. Pela primeira vez em dias eu estava sentindo fome, o que era bom, mas nem de longe queria dizer que eu havia superado toda a história com Livia.

- Céus, Karen. O cheiro está maravilhoso! - Elogiei.

- Espero que aprecie o gosto também, Sr. Collins. - Ela sorriu carinhosamente para mim.

Karen já está na família há bastante tempo, chegou quando Natalie tinha apenas cinco anos e me ajudou muito na criação. Tentava dar a ela as melhores condições de trabalho, por sua idade já mais avançada e pelo carinho que criei por ela. Tenho medo do dia que ela precisar nos deixar.

- Natalie, você não tem fundo? - Perguntei quando ela preenchia seu segundo prato.

- Eu estou uma pilha de nervos com a Livia fora daqui, preciso comer! - Rimos.

- Natie...?

- Sim, pai?

- Quando... - limpei a garganta. - Quando a Livia volta? - Natalie abriu um sorriso estranho.

- Mês que vem, pai. Acredita que vamos passar as festas de fim de ano sem ela? Vai ser uma droga, não é?

- Demais. - Disse sem pensar. Natalie riu de novo.

- Mas, por que a pergunta?

- Por... por nada... era só curiosidade...

- Pai...?

- Sim, Natie?

- Quanto tempo mais você vai esperar? - Puta que pariu.

Eu estava completamente congelado, mas estava suando. Será? De verdade? Ela sabia?

Eu senti que ia desmaiar de novo, tudo rodou, a comida se revirou em meu estômago e minha boca salivou.

- Pai, você está bem?

- Quanto tempo eu vou esperar para quê, Natalie? - Perguntei já imaginando sua resposta, já sabendo que a minha filha era muito perceptiva, muito sábia.

Eu ficava cada vez mais nervoso. Sentia que estava entrando em outra dimensão, que minha mente se separava do meu corpo.

Comecei a pensar que seria muito mais fácil se Livia estivesse comigo, se eu tivesse aceitado contar desde a primeira vez que ela falou sobre isso. Percebi que sozinho eu estava fraco demais, e tudo o que me faltava era ela.

Natalie me olhava sem dizer uma palavra. Ela parecia preocupada com o meu estado. Senti o sangue parar de circular em meu rosto, imaginei que estivesse pálido. Eu também não conseguia falar, queria que ela dissesse algo, mas também queria que essa conversa não estivesse acontecendo. O ar estava deixando meus pulmões.

Fui retirado dos meus devaneios quando Natalie voltou a falar, num tom baixo quase em sussurro.

- Eu sei por que você está assim, pai. Eu sei o que está te deixando triste. - Merda, merda, merda. - Eu esperei você se abrir comigo, esperei ela se abrir, mas entendo que deve ser muito difícil pra vocês...

- Do que você está falando, Natalie? - A interrompi, desejando que ela dissesse, em tom que eu pudesse ouvir, tudo o que eu já sabia.

- Eu sei de você e Livia, pai.

Até amanhã ♡

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