Parte De Você - Degustação

By samyra7102

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Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10

Capítulo 4

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By samyra7102

Mariana

Levanto com muita preguiça quando meu despertador toca. Já tinha me acostumado a dormir tarde durante as férias, mas agora vou ter que aprender a voltar à minha antiga rotina de acordar cedo.

Tomo um banho um pouco demorado enquanto penso em que roupa colocar. No fim eu acabo vestindo uma calça jeans preta colada no corpo, uma regata branca e calço meus All Star pretos de cano alto. Faço uma maquiagem básica – lápis de olho, rímel e batom rosa-claro – e me olho no espelho. Não estou muito espalhafatosa nem nada do tipo, simplesmente pareço uma universitária normal. Satisfeita com o resultado, passo uma escova no cabelo, deixando-o solto.

Estou pegando a minha bolsa para sair do quarto, quando ouço duas batidinhas, e a voz de Clara se faz presente, gritando do outro lado da porta:

— Espero que você já esteja pronta, Mariana!

—Sim, eu já estou.

Abro a porta.

— Uau, está bonita.

Segue-me para a cozinha.

— Obrigada, você também — digo, pegando algumas bolachas e café.

Eu não estou mentindo, a Clara é realmente linda, ela é uma loira natural com olhos verdes e chama atenção por onde passa.

— Cadê a Simone? — pergunto, sentando-me para comer.

— Já foi, a primeira aula dela hoje era mais cedo do que a nossa — responde, sentando-se e começando a comer. — Animada para o primeiro dia?

— Não tanto quanto estava quando soube que iria estudar aqui — respondo, lembrando-me da minha alegria por vir morar com o Caio.

— Você vai ver, vai amar esse lugar e não vai se arrepender de ter decidido vir — diz, sorrindo enquanto se levanta.

— Assim eu espero.

Pego uma última bolacha.

— Agora chega de conversa, vamos logo, que já está na nossa hora — diz, pegando sua bolsa.

A faculdade não é longe do apartamento. Vamos caminhando e, em dez minutos, já chegamos.

Minha primeira aula é calma. Passo o tempo todo fascinada com o que o professor explica. Eu realmente amo História e tudo o que há nela.

O dia passa rápido, e quando dou por mim, já está na hora de ir embora. Saio apressada pelo campus até que ouço meu nome sendo chamado. Viro-me para trás e dou de cara com Thomas.

Tudo bem, eu sei que ele estuda aqui, mas não imaginava encontrá-lo de novo tão cedo.

Fico parada, esperando-o, que corre até mim. Nesse tempo o observo com cuidado. Ele é tão bonito.... Uma pena saber que ele é do tipo que não presta.

— Nossa, ruivinha, você anda rápido demais. Estou te chamando há um tempo — diz ofegante pela corrida.

— Desculpa, eu não te ouvi — falo, dando um sorriso meio sem graça.

— Não tem problema, eu acho que estava precisando dar uma corridinha mesmo.

— Fico feliz em ter ajudado, mas o que você quer? — pergunto, decidindo ser direta.

Ele me olha surpreso, mas não diz nada, apenas abaixa a cabeça e sorri.

— Eu só vim entregar seu dinheiro, afinal sou uma pessoa honesta — responde, estendendo três notas de cem.

— O combinado era você me dar a metade — digo confusa

— Você merece tudo. — Dá um sorriso que mostra suas covinhas.

Ai, meu Deus! Eu amo covinhas, acho as coisas mais fofas do mundo.

Ele continua me encarando, e é aí que percebo que ainda estou parada como uma idiota. Acho que o melhor que eu posso fazer, é ir embora.

— Não precisava, mas está bom.

Guardo o dinheiro. Ele continua me encarando sem dizer nada, e isso já está começando a ficar estranho.

— Se era só isso, eu já vou indo — digo, virando-me para ir embora.

— Espera, não era só isso — fala, segurando meu braço.

Sei lá, acho que o meu braço deve ser muito atraente, porque sempre alguém me segura por ele.

— Tudo bem. — Paro e me viro para ele, olhando-o e esperando ele dizer alguma coisa.

— Gostaria de saber se você quer almoçar comigo — diz com cara de inocente.

Se eu não soubesse da fama dele, talvez dissesse "sim", mas como eu sei muito bem o que ele quer, o melhor é recusar.

— Olha, eu adoraria ir, mas não vai dar.

— Você já tem compromisso? — Seu tom é de quem está decepcionado.

— Não, eu não tenho nenhum compromisso.

— Então qual é o problema? — pergunta confuso.

— Olha, eu vou ser sincera. Eu sei da sua fama, sei que você só usa as mulheres, e eu não quero ver isso acontecer comigo. Então vamos parar por aqui com todo essa conversa e convites. Eu posso até ter beijado você, mas eu não sou uma qualquer — digo, preferindo falar a verdade.

— Eu nunca pensei que você fosse uma qualquer, isso nem sequer passou pela minha mente. — Observa-me sério. — E mais uma coisa, eu não estou te chamando para almoçar comigo só para conseguir dormir com você. Por mais que eu queira isso, eu não te chamei com esse propósito.

— Como? — pergunto surpresa.

— Isso mesmo que você ouviu. Quero dormir com você, só que eu já percebi que você é uma garota diferente. Gostei de você, não quero que o meu lado cafajeste te afaste. Eu quero ser seu amigo — diz com um sorriso doce.

— Amigos? — indago chocada.

Pelo que me contaram dele, eu esperava tudo, menos isso!

— Eu nunca tive uma amiga antes, mas acho que você é a pessoa perfeita para isso. — Dá de ombros.

— Podemos tentar — falo, surpreendendo-me. O que eu estou fazendo?

— Então, amiga, vamos almoçar? — pergunta, estendendo a mão.

— Vamos almoçar, que eu estou com fome.

— Eu conheço uma lanchonete ótima, o hambúrguer deles é o melhor de todos — diz, piscando enquanto pega a minha mão.

— Espero que seja tudo isso mesmo.

Passamos por um grupo de meninas, e uma morena muito linda me encara com uma expressão nada agradável. Ela não diz nada, mas seu olhar deixa claro que não gostou de mim.

— Você mora aqui perto? — pergunta Thomas, fazendo-me voltar minha atenção para ele.

— Sim, a três ruas daqui — respondo, lançando um olhar rápido para trás, onde a menina continua nos olhando.

— Se mudou há pouco tempo, não é? — indaga enquanto continuamos caminhando.

— Sim, faz pouco tempo que eu me mudei — digo um pouco incomodada. Eu não quero falar sobre a minha vinda para cá; isso envolve o Caio, e eu definitivamente não quero falar dele. Porém eu já sei que ele vai querer saber sobre isso. As pessoas sempre têm esse mal de querer saber sobre coisas de que não queremos falar.

— Morava onde? — continua seu interrogatório.

— Em São Paulo, com minha mãe.

— E o que te fez vir para o Rio de Janeiro?

Entramos em uma lanchonete muito bonita. Observo o lugar cuidadosamente antes de responder à pergunta que eu sabia que viria.

— Eu e meu namorado combinamos de vir para cá juntos. Era o nosso plano vir morar no Rio e tentar a sorte em uma faculdade um pouco melhor, mas a verdade é que era tudo uma fachada para podermos ficar sozinhos e juntos em outro lugar — digo, percebendo pela primeira vez como isso soa idiota.

— Me parece um bom plano, mas pelo seu tom algo deu errado. O que aconteceu? — Puxa uma cadeira para mim em uma mesa mais afastada.

— Ele me traiu.

Suspiro.

— É aquele cara da festa, não é? — Pergunta interessado.

— Sim, é ele — digo, querendo encerrar o assunto.

— Já quer pedir? — pergunta, percebendo meu desconforto.

— Claro, vamos ver se esse hambúrguer é tudo isso mesmo. — Sorrio para amenizar o clima.

O almoço ocorre bem. Thomas é divertido e sempre tem algum assunto para falar. Confesso que estou me surpreendendo; a imagem que eu fiz dele é completamente diferente do que ele é.

— Está entregue, ruivinha — diz assim que paramos na frente do meu prédio.

— Obrigada pelo almoço, Thomas — respondo, sorrindo.

— Eu que agradeço. Até logo, Mariana — diz, dando-me um beijo no canto da boca e saindo.

Bem no fundo eu sei que tenho que ficar longe dele, mas, mesmo sabendo que isso provavelmente não vai dar certo, eu o quero por perto.

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