Fascínio

By TniaLopes727

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Obra devidamente registrada na Biblioteca Nacional. Direitos autorais - Tânia Lopes. Tema adulto. SINOPSE A o... More

Fascínio
Fascínio - Capítulo I
Fascínio - Capítulo II
Fascínio - Capítulo III
Fascínio - Capítulo IV
Fascínio - Capítulo V
Fascínio - Capítulo VI
Fascínio - Capítulo - VII
Fascínio - capítulo - VIII
Fascínio - Capítulo - IX
Fascínio - Capítulo X -
Bônus
Fascínio - Capítulo - XI
Fascínio - Capítulo - XII
Fascínio - Capítulo - XIII
Fascínio - Capítulo XV
Fascínio - Penúltimo e Último - Capítulos
Recado importante aos leitores!
Capítulo 21

Fascínio - Capítulo - XIV

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By TniaLopes727

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Chegaram a São Paulo, numa manhã de domingo. Ana, babá de Nathalie, decidira-se por acompanhar os patrões.

Thiago os esperava, com ansiedade, no aeroporto.

Foram recebidos com um almoço festivo. Walter, Isabel e Thiago não cabiam em si de tanta felicidade. Nathalie era o centro das atenções. A mãe de Nathan chorou de emoção quando ouviu a neta chamando por seu "papa".

Logo após o jantar, Júlia estremeceu ao ouvir o marido perguntar num sussurro:

_ Vamos descansar?

A primeira noite no novo lar. Júlia sentia-se ansiosa por ter o marido apenas para si.

_ Vamos, mas antes vou dar uma última olhada em Nathalie.

Isabel havia reservado o quarto que o filho ocupara na convalescença para a neta e sua babá. Para o casal fora preparada a antiga suíte de Nathan, situada na parte superior da casa.

Em pouco tempo, Júlia retornava à sala.

_ Pronto, nossa filha dorme como um anjinho. Aliás, ela e a babá.

_ Ótimo! _ disse Nathan, levantando-se e enlaçando a esposa pela cintura. _ Boa noite para quem fica.

_ Mas ainda é cedo, filho! _ protestou Isabel. _ Mal conversei com a minha nora!

_ Mal conversou?! _ reinou Nathan _ Passamos o dia inteiro conversando!

_ Mãe! Dá um tempo, não vê que o mano quer ficar a sós com a mulher dele? E, depois, você e Júlia terão todo o tempo do mundo para ficarem de blá-blá-blá!

_ Será ótimo ter com quem conversar! Sabe filha, esses três vivem para o trabalho!

_ Oh! Lá vem ela com as famosas reclamações! _ atalhou Walter. _ Vá logo, filho, antes que sua mãe resolva recitar o velho rosário de lamentações!

Assim que entraram na suíte, Nathan falou com ar matreiro:

_ Ufa! Enfim, toda minha!

Júlia resolveu brincar ao correr para o banheiro, dizendo:

_ Adivinhe quem terá que esperar para tomar banho!

Júlia relaxava com a água escorrendo sobre o rosto, quando sentiu o corpo de Nathan junto ao seu.

_ Isso não é justo; o que quer? _ ela perguntou com um sorriso sedutor.

_ Por que pergunta, se já sabe qual será a resposta?

Tomaram banho entre ousadas carícias e muita espuma. Nathan sentiu-se perdido quando Júlia escapou de seus braços. Arregalou os olhos, ao vê-la correr para o quarto, pingando água por todos os lados.

_ Isso não vale, madame! _ protestou, saindo do boxe, logo encontrando-a estirada sobre a cama:

_ Mostrou-se mais escorregadia que sabonete, agora você não escapa! _ disse, deitando-se sobre ela.

Fizeram amor como se fosse a primeira vez que se tocavam. Durante a madrugada, Júlia acordou feliz ao sentir as mãos de Nathan deslizando por seu corpo com intimidade, num pedido mudo de quero mais.

Ao abrir os olhos pela manhã, Júlia surpreende-se ao constatar que estava só no quarto.

Meia hora depois descia com intenção de ver a filha. O quarto destinado à pequena estava vazio. Foi apenas na cozinha que Júlia encontrou alguém.

_ Bom dia. _ cumprimentou, vendo a mulher rechonchuda voltar-se em sua direção.

_ Bom dia; nossa! Agora compreendo a razão de Nathan se deixar capturar! Você é muito bonita, Júlia!

_O que é isso, mesmo assim, obrigada pelo elogio. _ olhou em volta _ Onde estão todos?

_ Dona Isabel, a babá e sua bela filhinha estão no jardim, perto da piscina. Quanto aos homens, foram para o escritório logo cedo. Quer que eu sirva o seu café no jardim?

_ Não, imagine! Vou tomar apenas um copo de leite. Acho que ainda não perguntei o seu nome.

_ Ah, me desculpe, esqueci de me apresentar; eu me chamo Marina. Trabalho aqui há pelo menos oito anos.

_ Então, você já faz parte da família.

_ Creio que sim. Vi muitas coisas acontecerem nesta casa. A última delas foi a mais triste; ou melhor, a penúltima. A última é a maravilha que está acontecendo agora, com sua vinda para cá. Esta casa voltou à vida! Sim, porque no período em que Nathan esteve preso à cama _ meneou a cabeça com ar desolado. _ Era sofrimento para todo o lado.

Júlia pegou a jarra que continha leite na geladeira, enquanto ouvia a mulher falando sem parar.

_ Dona Isabel chegou ao ponto de não ter mais lágrimas para chorar. Também pudera, ver o filho naquele estado deplorável. Contaram a você que ele chegou a praticamente desistir da vida?

O pouco que Júlia sabia sobre esses momentos, ouvira do próprio Nathan, num relato de escape, em meio a uma discussão. Mas, o drama contado por outra pessoa dava a ela real dimensão do que acontecera.

_ Sei muito pouco sobre...

_ Foi horrível; horrível! Dias e noites trancado num quarto escuro, sem querer falar com ninguém, ver ninguém; coitadinho.

Júlia sentiu um aperto no coração.

_ Sabe como foi que descobriram que ele estava vivo? _ continuava a mulher.

_ Não...

_ Sente aí, enquanto corto os temperos, vou lhe contando.

No meio do relato de Marina, Isabel juntou-se a elas e ajudou a contar os fatos. Uma hora mais tarde, Isabel convidava a nora para conhecer as dependências e as pessoas que trabalhavam na casa. Perto da hora do almoço estavam sentadas, vendo Nathalie brincar no jardim.

_ Deve ter estranhado a liberdade que dei a Marina para falar, como se fosse uma pessoa da família. Meu velho não gosta que eu jogue conversa fora com os... empregados. Odeio essa palavra! Mas sempre me senti tão só; para mim, Marina é uma amiga.

_ Compreendo. Minha mãe não é diferente da senhora.

_ Creio que erramos em tocar naquele assunto; você ficou triste.

_ Não erraram, não. Apenas sinto o fato de seu filho ter me tirado o direito de saber que ele estava vivo. Eu sofria de um lado e Nathan do outro.

_ Onde está minha netinha?

Isabel e Júlia se voltaram ao som da voz de Walter.

_ Estávamos tão distraídas que nem ao menos ouvimos o ronco do carro. Onde estão os meninos? _ perguntou Isabel, enquanto via o marido beijar a neta.

_ Foram a um almoço de negócios. Espero que esteja se sentindo em casa, Júlia.

_ Estou sim, obrigada.

_ O que temos para o almoço? Estou faminto!

Júlia tentou participar da conversa amena na hora da refeição, mas sentia-se decepcionada e vazia sem a presença de Nathan.

As horas pareciam se arrastar. Ela esperava por uma ligação que não acontecia. Sim, pelo menos uma ligação por parte de seu marido já lhe serviria de alento.

No fim da tarde, Júlia deixou a filha aos cuidados da babá e se recolheu ao quarto com a desculpa de estar com forte enxaqueca.

O jantar começou a ser servido às vinte horas. Júlia quase não conseguia disfarçar o quanto a ausência de Nathan a afetava.

_ Filha, estou falando com você!

_ Oh, desculpe-me, o que disse? _ perguntou ao sogro.

_ Você deve estar estranhando a demora. É que Nathan está tentando retomar as rédeas dos negócios...

_ Não se preocupe, eu entendo.

Nesse momento, ouviram a porta principal ser aberta, ao mesmo em que Nathalie soltava um gritinho de alegria.

_ Papa!

_ Ei, venha cá, minha bonequinha! Seu papa estava morrendo de saudade!

A voz grave provocou arrepios de ansiedade em Júlia. Em pouco espaço de tempo, viu ele adentrar na sala de jantar com a filha nos braços. Trajava um elegante terno Armani.

_ Desculpem o atraso. _ aproximou-se de Júlia, beijando-a rapidamente nos lábios.

_ E seu irmão? _ Isabel quis saber.

_ Ele foi a um pub com alguns amigos. _ informou, dando um beijo na face da mãe.

_ Parece cansado.

_ E estou _ bufou pesadamente _ Vou levar um bom tempo até conseguir me inteirar dos negócios.

_ Eu sei, filho. _ disse Walter _ Você só ficará tranquilo quando estiver com tudo ante os olhos. Sem nenhuma névoa de dúvida.

_ Você me ensinou a ser assim, pai. _ disse, entregando a filha aos cuidados da babá.

Sentou-se ao lado de Júlia e começou a se servir, enquanto respondia mecanicamente às perguntas que o pai lhe fazia.

Júlia, por sua vez, analisava o homem sentado a seu lado. Nem de longe Nathan se parecia com a pessoa que passara por uma prova de vida. Ali estava o homem de negócios: altivo, obstinado, perspicaz, mais parecia uma rocha. Agora compreendia porque Nathan não a quis por perto nos momentos difíceis. Aquele homem jamais aceitaria revelar qualquer fragilidade. Prova disso foi ele ter jogado longe a bengala duas semanas antes de se mudarem para São Paulo. Sendo que teria de usá-la, segundo orientação médica, por, no mínimo, mais dois meses.

Não havia completado vinte e quatro horas que estavam em São Paulo e Nathan partira para o escritório, passando o dia inteiro fora, sem ao menos se dignar a pegar num telefone para falar com ela. Júlia esforçava-se para achar tudo natural. Porém, não conseguia enganar a si própria. Não estava gostando da situação.

Terminou o jantar em silêncio; em seguida pedir licença para se retirar, usando a desculpa de levar a filha ao quarto.

Sorrateira, alcançou a escada, seguindo para a suíte. Tomou um banho demorado e pegou um livro, antes de se estirar sobre a cama.

Júlia tentava se concentrar no romance, mas sua mente não colaborava, pois insistia em lembrar-lhe que alguma coisa estava errada. Sentiu-se tensa ao ouvir passos no corredor.

_ Júlia? _ após fechar a porta, Nathan deteve-se ao vê-la deitada com o livro entre as mãos: _ Por que subiu sem me avisar, você está bem?

_ Estou. _ respondeu secamente, sem desviar os olhos da página.

_ Não, não está! _ disse ele ao se aproximar, tirando o livro das mãos dela, tentando ganhar a atenção: _ Alguém a aborreceu?

_ Não. Só estou... ou melhor, estava lendo um pouco para me distrair.

_ Eu a aborreci. _ falou sentando na beira da cama. _ Desculpe se a decepcionei em nosso primeiro dia. _ acariciou o rosto dela, deslizando os dedos, até que alcançassem os lábios entreabertos. _ Senti saudade.

_ Sério? _ jorrou com ironia.

Nathan ignorou a alfinetada, beijando-a sofregamente. Júlia relutou por meio segundo, até se entregar, levando as mãos aos cabelos macios dele. Sentiu-se atordoada quando seus lábios foram abandonados.

_ Vou tomar uma ducha, volto logo. _ beliscou a ponta do nariz, levemente arrebitado, advertindo _ Nem pense em pegar no sono!

Júlia ficou observando-o afrouxar a gravata, tirar o paletó, livrar-se dos sapatos. Foi apenas no instante em que desabotoava a camisa, que Nathan percebeu o sorriso atrevido e sensual que estava estampado na face dela.

_ Não me olhe assim. _ pediu com voz rouca.

_ Continue.

_ Onde está a garota envergonhada que eu conheci?

Júlia jogou o travesseiro, acertando-o em cheio. Nathan jogou-o de volta, antes de seguir para o banheiro, exibindo um sorriso matreiro. Algum tempo depois, reapareceu apenas com uma toalha envolta na cintura. Porém, para o espanto de Júlia, ele não foi para a cama e, sim, para uma pequena mesa num dos cantos do quarto, com o tampo coberto de papéis.

Ela saltou da cama ao vê-lo sentar-se, ocupando-se em pegar um dos papéis. Revoltada, aproximou-se da mesa e, sem pestanejar, passou a mão sobre o tampo, fazendo com que os papéis fossem ao chão.

_ Quer trabalhar? Tudo bem, mas que seja longe daqui! _ esbravejou indignada, assustando-se ao perder o equilíbrio no instante em que foi agarrada pela cintura, sendo colocada sobre o colo dele. Pensou em reagir, mas o olhar do marido a desarmou.

_ Continua a mesma gata selvagem, não é? Eu a provoquei com esse propósito, acho que estava sentindo saudades desta sua impetuosidade.

Terminou, num sussurro, separando as pernas dela, uma de cada lado de seu corpo. Segurou-lhe o rosto, com as mãos em concha, aproximando-se com planejada lentidão. Tentando segurar bravamente a ansiedade.

Júlia entrou em erupção ao sentir a língua dele contornando-lhe a boca, num vagar de enlouquecer.

As mãos atrevidas de Nathan desceram até alcançarem as coxas de pele acetinada. Quando voltaram a subir, carregavam o fino tecido da camisola. Em pouco tempo, a peça ia ao chão, para então ser ignorada; como ignorado ficou o tempo, tudo e todos naquele momento único.

Com o passar dos dias, Júlia foi se acostumando com a presença do marido somente no período noturno. E era pelo anoitecer que ela mais ansiava. Após o jantar, os dois buscavam isolamento para se amarem com paixão avassaladora.

Em uma sexta-feira, Thiago levou a namorada, Simone, para jantar em casa; aproveitando o ensejo para apresentá-la à família. Júlia simpatizou de imediato com a jovem. Na despedida, Thiago sugeriu que os quatro saíssem na noite seguinte. Nathan aceitou o convite, sem pestanejar, achando que seria uma ótima oportunidade para dar um pouco de atenção a Júlia. Ele tinha consciência de que devido ao acúmulo de trabalho, estava, de certa maneira, negligenciando sua mulher.

Na manhã seguinte, Júlia encontrou Isabel e Walter entretidos com Nathalie.

_ Bom dia.

_ Estávamos esperando você acordar para sairmos. _ comunicou o sogro. _ Vamos passar boa parte do dia passeando; quero mostrar vários lugares bonitos à minha neta.

_ Tudo bem, e Ana, onde está?

_ Foi providenciar a papinha da nossa nenê. _ informou Isabel.

_ Estão com muita pressa?

_ Não! Hoje é sábado, não é, meu velho!

_ Só Nathan e Thiago não se dão conta disso. _ disse Júlia, logo se arrependendo _ Desculpem-me, acho que levantei de mau humor. Prometo não me demorar ao tomar o café.

Júlia passou o dia inteiro sorrindo mecanicamente, rezando para que os sogros resolvessem dar por encerrado o passeio.

Dezoito horas; foi quando Walter estacionou o carro em frente à casa. O mau humor de Júlia aumentou ao perceber a ausência do carro do marido na garagem.

Uma hora depois, Júlia deixava a filha aos cuidados de Ana, para, então, refugiar-se no quarto.

Secava os cabelos quando Isabel bateu na porta entreaberta do banheiro.

_ Podemos conversar?

_ Claro! _ desligou o secador e passou pela mulher, indicando-lhe uma das duas cadeiras que contornavam a pequena mesa.

_ Pode falar _ ante a indecisão, insistiu: _ Algum problema?

_ Não querida, é que, bem...

_ Será que fiz algo errado? Devo estar tumultuando a rotina da sua casa, não é?

_ Não é nada disto, meu bem! É melhor ir direto ao assunto, estou percebendo que você anda infeliz devido às ausências de Nathan. Veja bem, não tiro a sua razão, mas gostaria que você tivesse um pouco mais de paciência. Tenho plena certeza de que, no instante em que meu filho tiver tudo sob controle, terá mais tempo para você e Nathalie.

Júlia ouvia com atenção, sentindo-se envergonhada por não ter conseguido camuflar sua tristeza diante a situação.

_ Sabe, Júlia, Walter sempre exigiu muito de Nathan. Desde pequeno, ele ouvia o pai dizendo: “Você será o cabeça nos negócios da família”. Meu filho cresceu sendo cobrado nos estudos, no comportamento, em tudo! Nathan foi criado dentro das normas da perfeição; normas estabelecidas por Walter. Em resumo, o meu filho foi criado sob pressão. _ Isabel se recostou com olhar perdido _ Tive uma conversa muito séria com Walter; agora está na hora de Thiago se dedicar mais às empresas. Ele demonstrou ter capacidade quando se viu obrigado a assumir responsabilidades, quando Nathan... você sabe.

_ A senhora pensou na possibilidade de Nathan não compactuar com a sua ideia? Sabe, dona Isabel, acho que o seu filho gosta muito do que faz. Os negócios são prioridade para ele, só não sei se conseguirei me adaptar a ter um marido sempre ausente.

_ Você está enganada, prioridade para o meu filho hoje é, e sempre será, você e Nathalie. Tenho certeza disso _ tocou carinhosamente o rosto da nora, ao pedir: _ Por favor, dê mais um tempo a ele, está bem?

_ Tudo bem, não se preocupe mais com isso.

A conversa foi interrompida com a entrada abrupta de Nathan.

_ Oi, mãe, não sabia que estava aqui. _ disse, aproximando-se das duas. Beijou rapidamente o rosto da mãe, para depois dedicar-se aos lábios de Júlia.

_ Imaginei que estivesse se arrumando; esqueceu que temos um compromisso com Thiago e Simone?

_ Na verdade, pensei na possibilidade de você ter esquecido, ou estar cansado.

_ Cansado de "trabalhar", sim. Por isso mesmo é que quero sair, preciso espairecer. Não estou certo, mãe? _ perguntou, enquanto tirava o paletó.

_ Mais do que certo, filho. _ Isabel garantiu ao levantar-se _ Vou ver o que seu pai anda aprontando.

Júlia acompanhou a sogra na saída, fechou a porta, fingindo não perceber o marido se despindo e seguiu até a cama, estirando-se com ar de pouco caso.

_ Ei! Feiticeira, não faça jogo duro comigo, não hoje._ ante o silêncio, aproximou-se sentando na beira da cama: _ Estou falando com você. _ murmurou, resvalando os lábios pelo pescoço dela. _ Hum... você usou aquele óleo de banho _ beijou-a com volúpia enquanto suas mãos passeavam pela pele macia com intimidade. _ Mais um pouco e... não sairemos mais; vou tomar um banho enquanto você se troca.

Júlia o via se afastar, ao mesmo em que pensava em seguir os conselhos de Isabel. Talvez sua sogra tivesse razão. Na verdade, só o tempo lhe daria a resposta.

Uma hora depois, os dois casais entravam em um restaurante. O bom gosto estava presente em todos os cantos do local. A iluminação tênue presenteava-os com sensação de aconchego, favorecendo o romantismo. Uma música francesa acentuava o glamour do fino restaurante.

Enquanto o maître os conduzia à mesa reservada, Júlia constatava o quanto seu marido se enquadrava com perfeição àquele tipo de ambiente.

O porte atlético, a elegância, o charme e os gestos determinados de Nathan, cobriam-no com um manto de superioridade. Porém, ele parecia sempre estar alheio ao impacto que causava, principalmente nas mulheres.

O jantar transcorreu em clima agradável. Júlia sentia-se em estado de graça quando o marido lhe dirigia a palavra com doçura na voz, ou quando a tocava carinhosamente.

Após o jantar, Simone sugeriu que fossem a uma casa noturna. Assim que adentraram no local, Nathan guiou Júlia à pista de dança. Uma música romântica instigava os amantes ao toque sublime, a olhares penetrantes e beijos alucinantes.

Júlia descansou a cabeça no tórax do marido, deixando-se guiar. Um suspiro prazeroso escapou de seus lábios.

_ Cansada?

_ Não; feliz, seria a palavra certa.

_ Coincidência, pois esta é a palavra que exprime o que estou sentindo. _ sussurrou no ouvido dela, antes de beijá-la.

_ Nathan... espere... seu irmão está acenando _ tentava falar entre os beijos que recebia.

_ Agora não.

_ Mas, eles estão nos chamando.

Demonstrando contrariedade, Nathan seguiu a direção do olhar de Júlia, notando que Thiago gesticulava, apontando para a mesa que havia conseguido. Em resposta, Nathan fez sinal afirmativo com a cabeça.

_ Juntamo-nos a eles agora ou continuamos _ ele pressionou-a mais de encontro a si, enquanto um olhar carregado de sensualidade percorria vagarosamente a face dela, dando atenção aos lábios carnudos, para depois descer com ousadia até o decote do vestido.

_ Pare de me olhar assim.

_ Assim, como? _ perguntou com malícia.

_ Com esse olhar... devasso.

_ Isso a desagrada, moça?

_ Sim, e muito! Principalmente quando o local me impossibilita de usufruir. Entende? Acho que...

_ Deveríamos ir para casa. Melhor dizendo, para o nosso quarto. É isso que está tentando dizer? _ perguntou.

_ O que quero dizer, senhor meu marido, é que deveríamos nos juntar a eles, pois, do contrário, seria uma atitude antipática.

_ Ok, você venceu! _ disse exalando inquietação. _ Mas, não pense que irá escapar assim tão facilmente!

_ E quem disse que pretendo escapar? _ brincou, beijando o largo pescoço.

Enquanto se dirigiam para a mesa, Júlia notou uma mulher escultural conversando com Thiago e Simone. No mesmo instante, sentiu a mão de Nathan pressionar excessivamente seu braço. Ao fitá-lo nos olhos, percebeu-o tenso.

_ Você a conhece? _ Júlia o inquiriu com olhar gélido.

_ O quê? _ perguntou lacônico, massageando as têmporas, como se estivesse prevendo uma terrível dor de cabeça.

_ Nathan, meu querido!

Boquiaberta, Júlia viu a estranha abraçar o seu marido, ignorando por completo o fato dele estar acompanhado.

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