Flores de Inverno ♡ changki

By moonIighting_

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Um namorado perfeito, amigos de infância fiéis e sempre presentes, a perspectiva de ascender no trabalho. A v... More

Prólogo
Girassol
Narciso
Espinhos
Submerso
Crisântemo amarelo
Florescer
Luz
Competição
Fantasmas
Perdidos
Alguma coisa aconteceu
Mudança de planos
Azar
Confiar e esquecer
Flores de inverno
Surpresa!
Shin Hoseok
O começo de algo novo
Simples
Tempestade
Quente e frio
Inferno
Extraordinário
Cinco segundos
Caos
Sonhos
Despedaçado
Farol
Novidades
Diálogo
Quebra-cabeças
Raízes
Pisando em neve
Castelo de Pedras
"Mas..."
O dia
Paciência
Bom o bastante

Bom com segredos

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By moonIighting_

            A BMW de Hyunwoo tinha o cheiro e a personalidade de seu dono. Cada cantinho do lugar cheirava à fragrância masculina favorita de Shownu; seu motor era silencioso, potente e eficaz como o próprio Hyunwoo. Além disso, Hyunwoo e sua magnífica BMW chamavam a atenção por onde passavam, seja pela beleza, imponência ou classe. O próprio Minhyuk, anos antes, não havia conseguido desviar o olhar de Son Hyunwoo. Ele tinha o tipo de magnetismo que fazia as pessoas o admirarem e respeitarem; ao mesmo tempo em que algo misterioso parecia cercá-lo e fazê-lo instransponível. Mais tarde, Minhyuk havia entendido que aquela fortaleza estava diretamente relacionada com a dor de sua perda, com os anos sem cor que Hyunwoo havia passado na ausência de Kihyun. Também descobriria que ele havia sido o único, em anos, que havia tentando atravessá-la.

Ainda agora – depois de dois anos de namoro e um término doloroso – Minhyuk não havia descoberto se havia conseguido chegar ao coração de Hyunwoo. E, conforme o observava em silêncio – fingindo que estava quase dormindo –, o arquiteto pegou-se pensando o quanto gostaria de ter a resposta para aquela pergunta. Por mais que talvez o conhecimento daquilo não lhe trouxesse nenhum resultado palpável, que não fosse causar nenhuma grande mudança em sua vida, Minhyuk sentia que saber a verdade lhe traria alguma paz. O homem em que havia depositado todo seu amor e carinho, durante aqueles últimos dois anos, o amou de verdade algum dia? Ou tudo aquilo havia sido uma forma de Hyunwoo sufocar sua própria dor e tentar seguir em frente? Eram perguntas repetidas, questionamentos que Minhyuk já havia se torturado centenas de vezes antes, mas que insistiam em aparecer, por mais que ele tentasse simplesmente esquecê-los.

Ainda assim, Minhyuk não podia negar para si mesmo o quanto estava feliz e aliviado em ter Shownu naquele momento, amparando-o e sendo um suporte necessário para o que havia sido uma das noites mais longas e conturbadas de sua vida. No dia anterior, quando estava em uma reunião acalorada sobre mudanças em um prédio antigo que haviam sido contratados para reformar, Minhyuk havia recebido dezenas de ligações da creche em que Hyejoo estava estudando. Caso não fosse a frequência absurda de ligações, a secretária nem ao menos teria interrompido a reunião, devido ao tamanho do caos que estava dentro da sala com arquitetos e engenheiros enfurecidos. Mas a escola de Hyejoo estava obstinada a contatá-lo e, assim que a secretária entrou na sala e passou o telefone para um Minhyuk já exausto, ele descobriu que sua sobrinha estava passando mal em sala de aula.

Hyejoo havia vomitado duas vezes e chorava incessantemente, implorando para que as professoras a mandassem para sua casa. Além de estar suja de vômito, a menininha também estava assustada, repetindo diversas vezes o quanto sua cabeça e costas doía e que queria que o "tio Min" fosse buscá-la logo. Evidentemente, Minhyuk saiu de sua reunião praticamente correndo, ignorando os gritos de protesto e confusão de sua equipe. Ele não demorou mais que alguns minutos para chegar até Hyejoo, abraçando-a carinhosamente e tentando apartar seu choro, sentindo-se absolutamente assustado e preocupado com o estado que a criança estava. Por mais que Hyejoo chorasse às vezes – afinal, ela era uma criança de apenas três anos e ainda não tinha total controle de suas emoções –, Minhyuk nunca havia a visto tão visivelmente mal.

Conforme seguiam em direção ao seu apartamento, para que Hyejoo pudesse trocar as roupas sujas e se limpar, Minhyuk recebeu protestos da criança, que dizia estar com muito frio. Quando o arquiteto foi checar sua temperatura, ele percebeu, em pânico, que Hyejoo havia ficado com uma febre alta de maneira assustadoramente rápida. Não sabia o que estava acontecendo com sua sobrinha, mas, definitivamente, ela precisava ir para o hospital e ser medicada. Dessa forma, após Hyejoo tomar um banho rápido e roupinhas quentes e confortáveis substituírem o uniforme sujo, Minhyuk seguiu correndo com a criança para o hospital.

Lá, foram horas longas e complicadas em que Hyejoo continuava chorando e dificilmente conseguia se distrair. Ela era pequena demais para lidar com desconfortos, portanto, reclamava e pedia colo, na esperança que Minhyuk pudesse ajudá-la. Contudo, Minhyuk simplesmente não sabia o que fazer. Por mais que estivesse há alguns poucos meses com Hyejoo, ele não estava acostumado a cuidar de crianças pequenas, principalmente em situações que precisavam de maior experiência e preparado. Suas costas doíam de tanto carregar Hyejoo de um lado para o outro, tentando inutilmente acalmá-lo e niná-la, pois, por mais que a criança estivesse caindo de sono, os sintomas de seu suposto resfriado não a deixavam dormir. Em determinado momento, exausto e quase chorando por estar se sentindo um tio insuficiente, Minhyuk tomou a coragem de pegar seu celular e pedir ajuda.

Ele não tinha muitos amigos próximos naquela cidade, portanto, ele tinha apenas duas opções: Jooheon ou Shownu. Ambos traziam benefícios e problemas. Hyejoo amava Jooheon e provavelmente se distrairia um pouco com a presença dele. Minhyuk também o adorava, mas eles estavam vivenciando uma situação complicada, afinal ainda não haviam resolvido a última briga que haviam tido e as últimas mensagens trocadas pareciam estranhas e vazias. Ainda assim, Minhyuk tinha para si que não perderia a amizade de alguém tão importante e especial por conta de um desentendimento. Contudo, após inúmeras ligações não atendidas, Minhyuk simplesmente desistiu da companhia do mais novo. Queria sentir-se frustrado por não ter sido atendido, mas, racionalmente, ele sabia que Jooheon não tinha qualquer obrigação de estar ao seu lado quando ele precisasse.

Shownu era a opção mais lógico e, paradoxalmente, a mais difícil para Minhyuk. Ele sabia que Hyunwoo nunca negaria um pedido seu, que o mais velho era centrado e calmo o bastante para trazê-lo de volta ao seu eixo e que ele nunca, em hipótese alguma, reclamaria ou jogaria em sua cara aquele pedido de ajuda. Entretanto, a presença de Hyunwoo, desde o término de ambos, tornou-se agridoce demais para que Minhyuk pudesse vê-lo sem sentir um misto indigesto de emoções conflitantes. Ainda o amava e o desejava, entretanto, uma parte sua guardava certo rancor e amargor ao pensar que Hyunwoo talvez nunca tivesse o amado em resposta, que muito provavelmente havia entrado seu coração para alguém que não o queria de verdade.

Contudo, ao sentir as horas passarem e seu desespero tornar-se quase palpável, Minhyuk deixou seus receios de como seria aquele reencontro e enviou uma mensagem, perguntando se Shownu poderia ficar consigo e Hyejoo no hospital. Ele não levou mais que dez minutos para responde-lo, ainda que fosse madrugada, e não demorou para chegar até o hospital e encontrá-los na ala pediátrica. Para total alívio de Minhyuk, eles não tiveram tempo para terem qualquer momento de estranheza. Assim que Shownu chegou, eles foram encaminhados ao médico e, posteriormente, à sala de exames. Hyejoo chorou copiosamente enquanto tinha seu sangue tirado para análise e, apenas quando Shownu e o médico de plantão, começaram a cantar para ela uma música infantil foi que Hyejoo limpou seu rostinho sujo de meleca e choro e abriu um sorriso divertido.

Permaneceram ainda mais algumas horas no hospital: aguardando os resultados dos exames, passando novamente no médico e tendo o diagnóstico – pneumonia – e, em seguida, indo para mais uma sala, onde Hyejoo precisou de soro na veia e medicação também intravenosa. Durante todos esses processos pesarosos e cansativos, Shownu teve sua atenção voltada completamente para Hyejoo, carregando-a para todos os lados no colo, comprando doces nas maquinas do hospital, emprestando seu celular caríssimo para que a criança pudesse ouvir Baby Shark pela milésima vez.

Com Hyunwoo cuidando de Hyejoo, Minhyuk teve a oportunidade e paciência de anotar todas as instruções médicas, passar em uma farmácia em frente ao hospital e comprar todos os medicamentos. Também pode, finalmente, descansar um pouco seu corpo cansado em uma das poltronas espalhadas pelo hospital, adormecendo por alguns poucos minutos durante aquela madrugada longa. No final daquela noite, Minhyuk considerou que por mais que fosse estranho ter Shownu ao seu lado, ajudando-o como se fosse o pai de Hyejoo e lidando com toda aquela situação de maneira muito calma e normal, era também muito bom ter sua presença carinhosa e paciente ao seu lado.

— Chegamos, meu amor. – Shownu disse baixinho, sem perceber que Minhyuk havia fechado os olhos há poucos segundos, apenas para disfarçar que não estava o contemplando durante longos minutos. Também não percebeu que, de maneira absolutamente natural, havia usado aquele apelido carinhoso com Minhyuk. Tratar o mais novo com carinho era tão habitual para si, tão integrado na forma como se relacionava com o mais novo que era simplesmente estranho parar de fazê-lo. Ainda era difícil para Shownu – e para o próprio Minhyuk – se ajustar àquela nova relação que, independentemente do seu novo rumo, precisava ser reconstruída depois das coisas terem desabado de maneira dolorosamente trágica no relacionamento dos dois.

— Já está tão tarde. – O loiro comentou cansado, esfregando seu rosto esgotado com as costas das mãos, tentando soar tão natural quanto Shownu, mas sentindo seu coração bater forte no peito e seu estômago revirar-se ao ouvir aquele apelido amoroso. Olhando para o banco de trás, Minhyuk sorriu um pouco aliviado ao ver que Hyejoo finalmente dormia tranquilamente, embora ainda estivesse um pouquinho abatida pela doença e por ter passado a noite inteira no hospital. — Tadinha. Ela tá' muito cansada.

— Você também. – Shownu observou preocupado, ignorando o fato dele próprio não ter dormido nada durante a noite e ter passado o dia anterior todo na empresa, resolvendo problemas irritantes relacionados às financias. Estacionando a BMW em frente ao prédio bonito do arquiteto, Hyunwoo gentilmente deixou o carro antes do ex-companheiro e abriu a porta para o mais novo. Em seguida, ele seguiu rapidamente para buscar Hyejoo, não podendo ver assim o quanto aquele pequeno gesto havia mexido com Minhyuk.

Não foi estranho para o porteiro vê-los chegando juntos ao apartamento, uma vez que, apenas poucos meses antes, Hyunwoo era praticamente um morador do prédio, passando mais tempo na casa de Minhyuk do que na própria – que, agora, era a de Kihyun. Depois do término com Lee e a mudança de Yoo para seu antigo apartamento, Hyunwoo agora morava em um hotel luxuoso, destinado à visitantes e estrangeiros, gastando uma fortuna diariamente para manter-se na cobertura do gigantesco prédio. Ainda assim, por mais lindo e confortável que aquele lugar fosse, Shownu nunca se sentiu tão distante de um lar quanto naqueles últimos meses.

Quando chegaram ao apartamento de Minhyuk, o empresário seguiu de maneira silenciosa e calma em direção ao quarto de hospedes, onde imaginava que Hyejoo estava dormindo. Assim que entrou no lugar, ele sorriu, percebendo o quanto parecia bonito e diferente de antes. Como o arquiteto talentoso que era, Minhyuk havia transformado todo o lugar, tornando-o em um confortável e belíssimo quarto infantil. Cuidadosamente repousando a criança em sua cama, Shownu teve o cuidado de tirar os diversos ursinhos de pelúcia que ameaçavam cair sobre a menina, uma vez que ela tinha quantidade assustadora deles sobre o colchão. Sem pressa, Hyunwoo colocava-os enfileirados ao lado da criança, de maneira que ela pudesse estar com eles, mas não ser esmagada por dezenas deles.

— Eu sempre imaginei que você fosse esse tipo de pai. – Apoiado contra o batente da porta, Minhyuk comentou de maneira baixa, os braços cruzados e sua uma expressão uma mistura de cansada e carinhosa. Antes de virar-se para o homem e respondê-lo, Shownu deixou uma última pelúcia de gatinho com Hyejoo, sorrindo ao vê-la puxar o brinquedo para mais perto e abraçá-lo de maneira apertada.

Quando se voltou para Minhyuk, ele ainda sorria, mas, aos poucos, seu sorriso foi se desfazendo lentamente. Quantas vezes ele e Minhyuk já não haviam debatido –– às vezes em tom de brincadeira, às vezes não – como seria quando eles tivessem filhos? Por mais que a ideia sempre tenha sido para um futuro distante, onde Hyunwoo pudesse ter uma vida além da empresa e do seu luto, ele sempre fantasiou que teria Minhyuk ao seu lado, que sempre teria seus braços para repousar no final de um dia cansativo.

— Eu quando pequeno gostava de ajudar com minhas priminhas. – Shownu finalmente disse, após um longo período de silêncio em que ambos estavam e, ao mesmo tempo, não estavam ali. Ambos perdidos demais em seus próprios pensamentos, sentimentos e dores para estarem inteiramente presentes. E, percebendo aquilo, Shownu rapidamente continuou a falar, não querendo permanecer ali e talvez ser um incômodo para o mais novo: — Eu vou deixar vocês agora... Qualquer coisa, você pode me ligar. Qualquer coisa mesmo.

— Ei, espera. – Um pouco tímido, Minhyuk deu alguns passos para frente e tocou gentilmente o ombro largo e forte do mais velho, fazendo com que Shownu permanecesse parado no mesmo lugar e aguardasse. Ainda que soubesse que não devesse, uma sensação de pura expectativa o preencheu. E, por um breve momento, Minhyuk pareceu colaborar para que aquela sensação crescesse exponencialmente dentro de si. Eles estavam tão pertos, seus corpos cansados e frios pela madrugada gelada desesperadamente querendo o contato de um abraço, os rostos em alturas próximas o bastante para que Shownu conseguisse contemplar os lábios do homem. — Você pode ficar mais um pouco? Eu preciso tomar um banho, mas não queria deixar a Hyejoo sozinha. A febre pode voltar.

Shownu sentiu como se um balde de água fria tivesse caído sobre sua cabeça, contudo, ele tentou não demonstrar seu óbvio estado de decepção. Sabia que se reaproximar de Minhyuk, caso um dia ele visse a conseguir, não seria assim tão fácil. Concordando com a cabeça, Shownu observou o mais novo deixar o quarto, seguindo diretamente para seu próprio quarto e, então, fechando a porta atrás de si. Sentando-se em uma poltrona ao lado da cama de Hyejoo, Shownu permaneceu em silêncio, a escuridão do quarto e o conforto do móvel fazendo-o finalmente sentir o peso de uma noite inteira sem dormir. Seus olhos pesavam, mas ele manteve-se acordado pelos minutos seguintes, checando se Hyejoo estava bem em um constante intervalo de tempo. Apenas quando escutou o registro do chuveiro ser fechado e Minhyuk abrir o armário de maneira um pouco barulheira foi que ele permitiu-se descansar a cabeça no encosto na poltrona e descansar um pouquinho. Apenas alguns segundos com os olhos fechados não era nada demais, afinal.

Contudo, os poucos segundos tornaram-se horas, uma vez que Shownu havia caído no sono quase que instantaneamente. Normalmente seu sono era profundo, mas, durante aquela manhã, havia se tornado ainda mais intenso. Nem mesmo quando Minhyuk chegou ao quarto e riu ao vê-lo roncando espalhado na cadeira, o chamando gentilmente em seguida, Hyunwoo acordou. Como o coração mole que era, Lee não teve coragem de insistir em acordá-lo.

Na verdade, tomado por um sentimento de cuidado e carinho, Minhyuk tentou deixá-lo o mais confortável possível. Hyunwoo era grande demais para que ele pudesse pegá-lo no colo e levá-lo para o quarto sem acabar o acordando durante o caminho, portanto, Lee optou por puxar os pés da poltrona, de forma que as pernas do mais velho pudessem ficar esticadas. Também buscou por um travesseiro macio e a coberta que Minhyuk bem lembrava ser a favorita do homem. Antes de deixá-lo sozinho e voltar para o próprio quarto, o arquiteto pegou-se dividido entre deixar um beijinho carinhoso em seu rosto cansado ou não.

Não, ainda não era a hora. Talvez nunca fosse a hora. Soltando um suspiro triste pela própria escolha, Minhyuk finalmente seguiu em direção ao corredor do apartamento. Como estava completamente tomado por muitos sentimentos conflitantes até mesmo olhar para aquele pequeno espaço trouxe lembranças demais para o homem. Era quase como se pudesse vê-los ali, naquele mesmo lugar, dançando abraçados, com os olhos fechados, apenas aproveitando a presença um do outro enquanto na televisão tocava Unchained Melody e Shownu havia o puxado de maneira espontânea e adorável para uma dança. Aquilo havia sido há meses atrás, mas parecia ter sido em outra vida.

Quando finalmente adormeceu, assim como Hyejoo e Hyunwoo, ele entrou em um sono absolutamente pesado, que se estendeu por horas. Apenas quando escutou Hyejoo gritar do seu quarto foi que, assustado, Minhyuk acordou subitamente. Não precisou correr mais que alguns metros para que estivesse no quarto da criança e, assim que chegou no cômodo, ele não pôde deixar de suspirar aliviado e sorrir. O grito de Hyejoo havia sido de animação, uma vez que Hyunwoo estava brincando de lançá-la no alto e pegá-la no colo.

— Oi, tio Min! Finalmente você acordou! – A criança disse empolgada, assim que Hyunwoo havia a colocado no chão e ela saiu correndo para abraçar as pernas longas de seu tio. Por mais que ainda estivesse visivelmente ainda abatida pelo resfriada, Hyejoo parecia infinitamente melhor. Estendendo seus bracinhos curtos, ela indicou que queria que Minhyuk a pegasse no colo e, ainda que estivesse tonto pelo sono, o arquiteto rapidamente realizou o pedido da sobrinha. — Eu quero biscoito. Vamos pegar biscoitos, por favorzinho!

— É claro. Acho que você está merecendo alguns. – Minhyuk sorriu e seguiu em direção à cozinha, aguardando que Hyunwoo os acompanhasse.

Não demorou para que os três estivessem na cozinha. Minhyuk e Hyejoo fuçando os armários, procurando mais do que apenas biscoitos para o lanche. Já Hyunwoo apenas permaneceu em silêncio, observando-os, sentindo-se verdadeiramente tranquilo e feliz em estar longe da empresa e próximo de Minhyuk, por mais que eles ainda tivessem trocado poucas palavras.

Tirando os resmungos de Minhyuk sobre precisar organizar aqueles armários, o lugar estava completamente silencioso. Hyejoo focada demais em seu trabalho de caçar seu biscoito favorito e Shownu sem saber exatamente como puxar uma conversa depois de tanto tempo sem ver o ex-companheiro. Dessa forma, quando o toque irritante de Minhyuk ecoou pela cozinha, nenhum deles conseguiu ignorá-lo. Como estava equilibrando dois potes de biscoitos com uma das mãos e três tipos de geleia com a outra, Minhyuk apenas apontou para o celular sobre a bancada e perguntou quem era.

— O número não está salvo. – Shownu o respondeu, inclinando-se sobre o balcão e buscando pelo celular do mais novo. Sem saber o que fazer, o empresário voltou a colocá-lo sobre a bancada de mármore, não querendo invadir a privacidade do homem. Entretanto, impaciente com a pessoa que não desistia da ligação, Minhyuk indicou que estava tudo e que ele poderia atender quem quer que fosse.

— Se for do trabalho, você pode dizer que eu mandei eles irem para o inferno. Porra de gente chata. – Minhyuk disse, impaciente, já pensando se tratar de algum membro da sua equipe enchendo-o saco. Contudo, esquecendo-se que sua sobrinha estava ao lado, ele rapidamente colocou uma das mãos sobre os lábios e – ao vê-la encarando com um olhar de puro julgamento pelas "palavras feias" – Minhyuk começou a rir descontroladamente e pedir desculpas. Com um sorriso no próprio rosto, controlando-se para também não rir, Shownu finalmente atendeu a ligação.

— Olá? – Perguntou, tentando soar sério, mas havia um ar de diversão em seu tom de voz por ver Hyejoo puxando a orelha de Minhyuk, brincando com o tio. Estranhamente, do outro lado da linha, ninguém o respondeu, embora fosse claro que alguém estava lá pelo som de sua respiração. Insistindo, Shownu novamente soltou um "Oi?" confuso, mas, repentinamente, a pessoa desligou em sua cara. — Que estranho, desligaram.

— Deve ter sido engano. – Minhyuk disse despreocupado, voltando a afundar-se em um dos armários e não fazendo muita questão em retribuir a ligação. Todas as pessoas que lhe eram importantes tinham o número salvo em sua agenda, portanto, simplesmente ignorou quem quer que fosse.

Mais uma vez, o destino pregava peças para aqueles que estavam envolvidos naquela relação tão complicada. Do outro lado da linha não era um estranho, alguém que havia se enganado ou um trote. Era Lee Jooheon, ligando-o da casa de Hoseok – sentindo-se absolutamente preocupado pelas dezenas de ligações perdidas do seu hyung. Contudo, depois daquela ligação com Shownu, Jooheon apenas conseguia-se sentir completamente transtornado pelo rumo que sua própria imaginação havia tomado ao constatar que Son Hyunwoo estava na casa do homem que estava apaixonado.

As lágrimas quentes ainda banhavam seu rosto e os soluços baixos continuavam a preencher o quarto silencioso quando, surpreendendo-o, Changkyun entrou no cômodo, poucos minutos depois de Kihyun ter escapado da sala e tê-lo deixado sozinho com Jinseo. Ao ver a expressão preocupada do mais novo, Yoo rapidamente tentou secar seu rosto com as costas das mãos, querendo parecer mais apresentável e menos quebrado. Ele sentia-se um pouco envergonhado por ter brigado com sua mãe na frente do mais novo, colocando-o em uma situação impossível e desconfortável. Além disso, por mais que Im estivesse ao seu lado há meses, o relacionamento amoroso dos dois ainda era tão novo. Kihyun não queria colocar Changkyun no meio de uma briga antiga, não queria que ele conhecesse aquele seu lado amargo e frio.

— Oi. – O mais novo disse, baixinho, enquanto fechava a porta atrás de si e dava passos cautelosos em sua direção. Kihyun queria dizer que estava tudo bem e que ele podia apenas deitar-se ao seu lado, mas, caso abrisse a boca naquele momento, o mais velho sabia que sua voz soaria tão estilhaçada e frágil como ele estava se sentindo. Dessa forma, ele apenas ergueu seus dois braços, indicando que Changkyun podia se aproximar. Mais do que isso, demonstrando o quanto queria que o mais novo simplesmente o abraçasse forte.

Entendendo rapidamente o que ele queria, Changkyun se aproximou em passos rápidos, retirando os sapatos durante o caminho e, então, subindo na cama e colocando-se ao lado do mais velho. Imediatamente, os braços de Kihyun envolveram seu pescoço, puxando-o para mais perto e descansando seu rosto no ombro do fisioterapeuta. No mesmo instante, Changkyun envolveu sua cintura, acariciando suas costas e deixando vários beijinhos gentis em seus fios ainda úmidos e cheirosos. Uma das mãos do mais novo lentamente subiu da altura de sua cintura e, então, tocou sua bochecha de maneira igualmente carinhosa e gentil. Por mais que Changkyun não tivesse dito nada a respeito daquela conversa, Kihyun percebeu, com muito alívio, que ele não havia ficado bravo ou chateado com nada.

— Achei que você iria ficar chateado comigo. – Ele confessou, como esperava, sua voz saindo sem a firmeza típica. E, embora não quisesse que Changkyun visse aquele seu lado seu – esse que estava muito longe da perfeição que Kihyun sempre vinha buscando – ele também queria ter o mais novo ao seu lado. O carinho em seu rosto e costas era tão bom, os olhos de Changkyun eram tão gentis, doces e preocupados, a forma como ele o segurava fazia com que Kihyun derretesse completamente.

— Por que eu ficaria chateado com você? – Changkyun questionou, parecendo verdadeiramente confuso, enquanto se inclinava para o lado suavemente e buscava, na mesinha de cabeceira de Kihyun, alguma coisa para limpar o rosto molhado do mais velho. Ele precisou conter uma risadinha quando percebeu que, dentro de uma das gavetas, Kihyun havia escondido lubrificante e camisinha. Caso eles estivessem em outro momento, Changkyun definitivamente não teria deixado aquilo passar. Contudo, ainda escutando os soluços baixinhos do mais velho, ele focou-se em buscar por uma caixinha de lenços, escondida entre fotos antigas na última gaveta do móvel. Changkyun percebeu que eram fotografias do tempo em que Shownu e Kihyun estavam juntos.

— Assim que eu voltei do coma e vim para cá, eu escondi todas as fotos. – O mais velho disse simplesmente, ao perceber que o olhar de Changkyun havia se perdido em uma das fotos. Nela, Kihyun e Shownu estavam na cozinha do apartamento, ambos com os rostos sujos de bolo, sorrindo para a câmera enquanto tinham as mãos dadas. Era uma recordação do último aniversário de Shownu em que haviam passado juntos, há quatro anos atrás. Meses antes, quando havia encarado aquela foto, Kihyun teve um acesso de raiva e quebrou todos os porta-retratados da casa. Isso para, logo em seguida, chorar e recolher todas as fotografias entre os cacos, escondendo-as em um lugar que não pudesse vê-las mais. Agora, enquanto as encarava, Kihyun pegou-se distante, todos aqueles sentimentos conflituosos de meses atrás desaparecidos.

— Eu... Eu... – O fisioterapeuta estava obviamente sem saber como reagir, não havia nenhuma resposta que pudesse dar para Kihyun. Não sentia que era certo falar sobre o antigo relacionamento entre ele e Shownu, contudo, ao mesmo tempo, sentia que o silêncio simplesmente não era a resposta certa para aquele momento. — Você quer vê-las agora?

— Não. Eu realmente não ligo mais tanto para elas. – Kihyun respondeu com sinceridade, tocando a mão ainda estendida de Changkyun, fazendo com que ela se afastasse da gaveta com as fotografias antigas. Ele próprio fechou a gaveta, mantendo todas aquelas fotografias e as lembranças que viam com elas guardadas, mantidas no passado, onde era o lugar delas. Ainda que aquelas fotos não o abalassem como antes, o fato de Changkyun tê-las vistos o afetava. — Eu havia me esquecido delas. Eu sinto muito por isso. E por tudo o que aconteceu na sala. Você está chateado comigo? Se você estiver, eu vou entender...

— Ei, hyung, calma. – Preocupado, Changkyun interrompeu o monólogo atormentado do mais velho, percebendo que os olhos escuros de Kihyun, novamente, pareciam úmidos e seu rosto angustiado. Retirando alguns lenços do pacote, Im limpou o rosto molhado de Kihyun cuidadosamente, encarando-o nos olhos durante o processo e, com a voz mais séria e sóbria que o normal, falando: — Desde o começo, eu sabia que você ainda precisaria de um tempo para esquecê-lo. Mas, você precisa entender, hyung, eu realmente não estou com pressa. Eu sei que vocês viveram uma vida juntos, que o Hyunwoo hyung está em cada canto desse apartamento, porque essa era a casa de vocês. Eu só preciso saber de uma coisa.

— O quê? – Embora estivesse absolutamente chocada pela súbita maturidade e seriedade do fisioterapeuta, Kihyun ainda conseguiu perguntar. Seu coração batia mais rápido e ele sentia a curiosidade e o receio preenchê-lo completamente. Por mas que estivesse mais aliviado ao ouvir todas aquelas palavras compreensivas e sinceras do mais novo, Kihyun não pôde deixar de sentir-se absolutamente curioso e agoniado com a última frase de seu discurso.

— Você disse para sua mãe que estava gostando de outra pessoa e eu...Bem, eu queria saber se eu sou essa pessoa. – Quando aquele questionamento soou de maneira um pouco insegura pelos lábios do mais novo, Kihyun sentiu-se dividido entre sorrir completamente aliviado e beijá-lo rapidamente, querendo acabar com qualquer dúvida que Changkyun pudesse ter a respeito daquela questão. Em meros segundos, Kihyun optou pela segunda opção, inclinando seu rosto para cima e tomando os lábios de Changkyun em um beijo desajeitado, mas meigo e profundo, um sorriso formado em seu rosto. Não demorou muito para que um sorriso igualmente feliz e aliviado se desenhasse no rosto do mais novo, enquanto ele fechava os olhos e puxava Kihyun para mais perto, de forma que eles logo caíram para trás juntos, mantendo aquele contato por alguns longos segundos.

— Quem mais poderia ser? – Kihyun perguntou, soando levemente ofegante e divertido, um sorriso gigantesco ainda em seu rosto, as bochechas vermelhas pelo contato anterior e os olhos fofos suavemente fechados. Parecia tão leve quando comparado há minutos atrás e, por mais que seus olhos ainda estivessem levemente vermelhos pelo choro, Kihyun estava com um aspecto totalmente novo. Estava tão absolutamente adorável que, sem conter-se, Changkyun deixou mais uma série de beijinhos suaves em seu rosto antes de finalmente respondê-lo.

— Bem, o Wonho hyung é bonitão. – Ele falou claramente de brincadeira para, logo em seguida, arregalar os olhos e rir sozinho, como se uma ideia engraçada tivesse lhe passado pela cabeça. Arqueando as sobrancelhas, Kihyun, silenciosamente, questionou o motivo daquilo. Changkyun não teve qualquer problema em responder. — Sua mãe quer que você arrume uma namorada e contrata justamente um gostosão para ser seu enfermeiro.

— Eu não havia pensado nisso até agora. – O mais velho admitiu, também rindo com aquela constatação. Da mesma forma que Kihyun parecia absolutamente encantador para Changkyun, naquele momento, o mais velho pegou-se pensamento a mesma coisa a respeito do seu doce fisioterapeuta. A maneira como ele ria despreocupado, como se há minutos atrás não estivesse no meio de um barraco digno de nota era, no mínimo, algo admirável. Gostaria de ser mais como Im em diversos momentos; gostaria de poder simplesmente varrer seus demônios para longe e exibir um sorriso tão estonteante quanto do mais novo. Impelido por seus sentimentos de carinho e admiração, Kihyun não teve vergonha – como teria em qualquer outro momento – de aproximar-se do mais novo e lhe dizer em um tom de flerte: — Mas Hoseok hyung não foi o único bonitão que minha mãe contratou.

— Você está escondendo outro cara gostoso aqui, hyung? – Changkyun retrucou brincando, inclinando-se novamente sobre o colchão, dessa vez para vasculhar debaixo da cama, claramente tirando uma com a cara do mais velho. Se não fosse por suas bochechas suavemente vermelhas, Kihyun não teria percebido o quanto o elogio havia mexido com o homem. Rindo com a idiotice do mais novo, Kihyun surpreendeu-se quando esse, repentinamente, colocou-se por cima de si e lhe beijou o pescoço calorosamente e demoradamente. Ainda que tivesse literalmente acabado de pressioná-lo contra o colchão e tê-lo beijado em uma região tão sensível, Changkyun ainda sorria de maneira divertida e carinhosa quando lhe deu um selinho e, então, finalmente agradeceu o elogio de seu hyung.

Deitando-se sobre seu peitoral, Changkyun ficou ali durante alguns longos minutos, apenas aproveitando das carícias que Kihyun deixava em seu rosto e fios escuros. Ambos tranquilos demais, nenhum dos dois querendo mencionar mais a briga que havia acabado de acontecer entre Jinseo e o mais velho. Resolveriam aquilo mais tarde, pensariam em como lidariam com a desconfiança – ou certeza – da mulher em relação ao envolvimento dos dois depois. Enquanto sentia o peso de Changkyun agradavelmente repousado sobre seu corpo, sua respiração calma e o sentimento de puro pertencimento e carinho, Kihyun, definitivamente, não estava mais ligando tanto para suas emoções conflitantes a respeito de sua família. Poderia pensar naquilo mais tarde.

— Sabia que eu já tive uma quedinha por você? – Changkyun anunciou repentinamente, levando o mais velho a arregalar os olhos e soltar um som de pura surpresa involuntariamente. Prevendo sua surpresa, o mais novo ajeitou-se na cama, colocando-se ao seu lado, para que pudesse encará-lo nos olhos. Com um sorriso um pouco tímido e uma expressão genuinamente nostálgica, Changkyun tomou coragem para dar mais informações a respeito daquilo que, obviamente, havia soado como uma novidade das grandes para seu hyung. — Foi na época da faculdade. O Jooheon hyung queria me apresentar aos amigos e chamou todo mundo para um bar. Você se lembra?

— Foi quando o idiota do Jooheon ficou muito bêbado e começou a tirar todas as roupas? – O mais velho questionou, recordando-se brevemente da vergonha que o melhor amigo havia feito todos passarem. Depois de tirar a calça repentinamente, o dono do bar simplesmente expulsou a todos na base dos gritos, enquanto Lee Jooheon apenas gargalhava e era arrastado para fora do lugar pelos amigos. Como resposta, Changkyun riu e concordou com a cabeça. — Meu Deus, é claro que eu lembro! Acho que foi o momento mais vergonhoso da minha vida...

— Então, antes do Jooheon hyung querer colocar o pau para fora, ele nos apresentou. Só você tinha chegado e eu estava... Um pouco tímido, eu acho? O Jooheon sempre falava sobre como vocês eram legais e eu queria ser aceito no grupo. – Changkyun confessou, sorrindo torto, ainda parecendo mais tímido que o normal enquanto contava todas aquelas lembranças de muitos anos antes. Escutando tudo atentamente, Kihyun continuava a encará-lo em silêncio, apenas acariciando seu rosto e sorrindo um pouco a menina que Changkyun falava alguma parte engraçada ou que ele considerava fofa. — Nós entramos no bar e ele... Foi no banheiro ou pegar uma bebida? Bem, eu não lembro tão bem. Mas eu fui procurar a mesa que ele havia indicado, uma no fundo do bar, aparentemente era a mesa de vocês... Enfim, você estava lá e eu te achei tão bonito, ainda mais porque você estava irritado com alguma coisa no celular e resmungava baixo.

— Bom saber que você gosta de me ver irritado, Changkyun. – Kihyun falou em tom de brincadeira, recebendo uma risada por parte do mais novo. Por mais que quisesse comentar muitas partes daquele relato, Kihyun conteve-se e voltou a ficar em silêncio, querendo saber o restante da história.

— Eu sabia que dois dos amigos do Jooheon hyung namoravam, mas eu tive esperança que você fosse o solteiro. Eu sentei ao seu lado, mas você ainda estava bravo com alguma coisa no telefone. Demorou um século para perceber que havia um estranho ao seu lado. – Changkyun fez uma breve pausa em seu discurso para rir e Kihyun estava dividido entre rir também e ficar absolutamente chocado pelas memórias que Im tinha daquele tinha. — Mas, quando você finalmente percebeu que eu estava lá, você tentou deixar a irritação de lado e começou a conversar comigo. Eu pensei que talvez pudesse pedir seu número para o Jooheon, eu estava animado com a ideia de te chamar para sair, mas, então, o Shownu hyung chegou e vocês se beijarem. Bem... Você era um dos amigos que estava namorando. Mas depois disso viramos amigos, então, eu não tenho muito o que reclamar.

— Eu não fazia ideia. – O mais velho respondeu surpreso, sendo absolutamente sincero. Im Changkyun sempre havia sido o amigo mais novo de Jooheon, alguém que ele encontrava em eventos sociais ou na casa do músico esporadicamente. Eles eram colegas, no máximo, amigos distantes, que apenas trocavam mensagens quando estavam organizando alguma festa surpresa para Jooheon ou quando o celular do músico descarregava – o que não era raro – e eles precisavam se comunicar com ele.

Ainda assim, Changkyun parecia ter lembranças mais carinhosas a seu respeito, o que fazia Kihyun reconsiderar todos os momentos que haviam tido juntos. Talvez tivesse, não intencionalmente, menosprezado os momentos de amizade que haviam compartilhado em detrimento das ocupações de sua vida e dos seus outros amigos. Imediatamente sentiu-se burro e culpado, porque não ter dado valor ou percebido a tentativa de se aproximação de Changkyun era algo idiota a se fazer. Qualquer um que tivesse Im Changkyun como amigo ou companheiro, definitivamente, era alguém absolutamente surto.

— Ninguém sabia. Eu sou bom em guardar segredos, principalmente quando são os meus. – Changkyun murmurou, ainda com um sorriso no rosto, embora a última parte daquela frase tivesse trago um lampejo de tristeza e angustia em seu olhar. Kihyun imediatamente pensou em sua crise de pânico e no primeiro encontro que tiveram, com Changkyun demonstrando uma série assustadora de hematomas e machucados. Seu rosto imediatamente entregou o quão preocupado ele havia ficado com aquela frase, principalmente quando soltou um "Ah, Changgie" de maneira absolutamente preocupada e protetora. Sorrindo, Changkyun acolheu seu rosto com ambas as mãos, tentando reconfortá-lo, enquanto tomava coragem para continuar falando: — Eu posso te contar um segredo, hyung?

— É claro que sim. – Kihyun o respondeu imediatamente, tentando soar controlado, mas, na verdade, estava se remoendo de preocupação e ansiedade para saber quais seriam as próximas palavras de Changkyun. Por mais que acreditasse que conhecesse bem seu fisioterapeuta, Kihyun constatou que Im Changkyun ainda possuía uma infinidade de surpresas e segredos.

— Não é algo que eu tente realmente esconder, na verdade, mas ainda assim é um segredo. – Changkyun admitiu, sorrindo, enquanto acariciava as bochechas quentes do seu hyung e, então, finalmente completamente aquela frase de maneira bastante simples, mas, ainda assim, capaz de fazer Kihyun sentir seu coração parar e seus sentimentos inundarem todo seu corpo, causando uma sensação quente e absolutamente extraordinária. — Eu estou apaixonado por você. 


NOTAS 

olá, meus chuchus!!!


antes de qualquer coisa, eu queria agradecer imensamente a @HWALLHISTORY por essa linda nova capa pra flores de inverno! muito, muito obrigada mesmo, anjinho! 💖💖💖

CHANGKYUN TODO MUNDO SABIA DESSE SEGREDO HOMEM DKAHDAKDKADKAKDA

O que vocês acharam do capítulo, amorzinhos? Ele foi um capítulo mais de transição na parte do Min, mas vocês curtiram? Eu sempre fico muito feliz em saber a opinião de vcs 💞💕

Um ótimo final de semana pra todos vcs e até o próximo capítulo! 

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