Flores de Inverno ♡ changki

Von moonIighting_

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Um namorado perfeito, amigos de infância fiéis e sempre presentes, a perspectiva de ascender no trabalho. A v... Mehr

Prólogo
Girassol
Narciso
Espinhos
Submerso
Crisântemo amarelo
Florescer
Luz
Competição
Fantasmas
Perdidos
Alguma coisa aconteceu
Mudança de planos
Azar
Confiar e esquecer
Flores de inverno
Surpresa!
Shin Hoseok
Bom com segredos
Simples
Tempestade
Quente e frio
Inferno
Extraordinário
Cinco segundos
Caos
Sonhos
Despedaçado
Farol
Novidades
Diálogo
Quebra-cabeças
Raízes
Pisando em neve
Castelo de Pedras
"Mas..."
O dia
Paciência
Bom o bastante

O começo de algo novo

938 119 938
Von moonIighting_

14 horas antes

Depois da primeira vez em que havia levado Shin Hoseok para uma balada – mais especificamente em seu evento do trabalho – Jooheon havia percebido que o enfermeiro do seu melhor amigo era definitivamente um ótimo companheiro de noitada. Assim como ele, Hoseok bebia sem limites – embora aguentasse bem menos que o próprio Jooheon. Aquilo imediatamente agradou o mais novo. Desde a época da faculdade, ele permaneceu sendo o único que bebia e ia para noitada. Shownu e Kihyun, enquanto estavam juntos, soavam como um casal de idosos; Hyungwon saía apenas em datas especiais e Changkyun, de uma hora para outra, tomou um horror a bebidas alcoólicas. Hoseok não tinha nenhum daqueles empecilhos: ele era solteiro; tinha as noites vagas desde que Jinseo passou a dormir com Kihyun e entornava os xotes de bebida tão animadamente quanto o próprio Jooheon.

Além disso, Hoseok realmente parecia se encaixar nos ambientes luxuriosos, secretos e pecaminosos que eram as baladas caríssimas que Jooheon frequentava durante suas madrugadas frias e solitárias. Ele não era rico, estava ainda bem longe disso. Entretanto, trabalhar com tantos artistas, alguns realmente em ascensão e outros já consagrados, fazia com que Jooheon tivesse acesso liberado na maioria das boates daquela cidade. Sempre havia um contato, sempre havia alguém que conhecesse o produtor Lee Jooheon. E, com um pouco de lábia e sorrisos falsos e abertos, Jooheon não tinha dificuldade em arrastar alguns amigos para dentro daquele submundo luxuoso.

Durante aqueles últimos três dias – depois de consagrar Shin Hoseok como seu parceiro ideal de festa – Jooheon estava conseguindo convites realmente impressionantes para os dois. Não apenas em baladas exclusivas e caras, mas também em festas realmente badaladas de artistas coreanos. Durante aquela noite em específico, Jooheon havia conseguido dois convites para uma daquelas festas. Era aniversário de uma artista que ele havia trabalhado meses antes. Agradecida pelo sucesso do álbum produzido, ela havia convidado toda a equipe para sua festa. Um convite para cada, com os nomes gravados, absolutamente exclusivo. Entretanto, após muito chorar com o assistente da cantora, Jooheon finalmente conseguiu conversar com ela. Após poucos segundos ao telefone, ela havia o garantido que Hoseok estaria em sua lista exclusiva, que ele poderia entrar sem ao menos ter um convite.

Ela havia dito a verdade, uma vez que eles não tiveram dificuldades em estar na festa. Após Hoseok passar em sua casa, buscando-o gentilmente para irem juntos, eles demoraram alguns bons minutos para encontrarem à mansão indicada no convite. Ficava em um bairro rico da cidade, lotado de casarões belíssimos, jardins e plantas ornamentais. Tudo tão absolutamente lindo que era difícil pensar que ficava na mesma cidade que Jooheon vivia. Parecia algo de vindo de outro mundo. Um mundo de ricos, esnobes demais para fingirem não estarem chocados com o carro simples e antigo de Hoseok.

Apesar de estarem claramente deslocados, em um ambiente que não conheciam bem, eles não se importaram tanto assim com aquilo. Estavam ali para desfrutar de bebida grátis, música boa e uma piscina realmente impressionante. Após passarem da entrada, que era supervisionada por dois seguranças mais fortes que o próprio Hoseok, eles rapidamente misturam-se com a multidão de convidados. Todos com a mesma faixa etária de idade, bêbados e pulando com a música boa e alta que ecoava por cada canto daquela casa gigantesca.

— Tá' curtindo? – Jooheon gritou para que o mais velho pudesse escutar, enquanto observava Hoseok tirar a camisa preta e colada que usava, juntando-se a mais da metade dos homens e mulheres daquele lugar, que já haviam desistido de boa parte das vestimentas por conta do calor e do suor.

— Eu tô'! E você? – Ao contrário de Jooheon; que sempre gritava quando queria se comunicar consigo; Hoseok não estava disposto a acabar com sua garganta. Portanto, toda vez que precisava falar com o mais novo, ele se aproximava e falava normalmente contra seu ouvido. A ação completamente inocente, apenas para que eles pudessem conversar diante ao caos que os cercava. Contudo, com o passar do tempo, Hoseok estava começando a perceber que Jooheon se arrepiava suavemente toda vez que seus lábios tocavam sua orelha sem querer ou seu hálito quente batia contra a pele do pescoço do músico.

— Estou com sede! Vou procurar um pouco de água. – O mais novo avisou, afastando-se para gritar, o que fez Wonho rir baixinho. Era tão mais fácil se Jooheon simplesmente lhe dissesse as coisas mais de perto. — Você vem comigo?

— Vamos. Não quero me perder de você no meio da burguesia. – O enfermeiro falou em tom de brincadeira, novamente se aproximando, mas, dessa vez, para que pudesse enlaçar um dos braços no de Jooheon. Por um breve momento, o mais novo encarou seus braços unidos com certa estranheza, mas foram segundos breves demais para que Wonho pudesse perceber ou se incomodar. Logo, Jooheon estava o guiando entre a multidão, tentando sair da área externa da casa e chegar ao salão principal do casarão, onde provavelmente alguns dos funcionários que trabalhavam na festa estavam.

Quando chegaram ao salão, eles realmente encontraram diversos funcionários entrando e saindo da cozinha, carregando bandejas com drinks bonitos e doces – provavelmente batizados – coloridos. Eles rapidamente pediram para uma gentil funcionária dois copos de água e ela, sorrindo, rapidamente foi buscar uma jarra para os dois, aparentemente muito satisfeita com o pedido educado dos dois. Em um lugar como aquele, repleto de riquinhos mimados e artistas excêntricos e egocêntricos, a reação surpresa dela diante à gentileza, infelizmente, não pareceu estranha aos dois.

Apesar de Hoseok ter resmungado para Jooheon diversas vezes sobre o quanto aquelas pessoas pareciam mal-educadas e nojentas aquilo não o impediu de – depois de algumas boas doses de tequila e alguns copos de Martini – se atracar aos beijos com alguns dos riquinhos que, horas atrás, ele e Jooheon estavam cochichando mal. Não havia motivos para Jooheon ficar puto com aquilo, afinal ele bem sabia o quanto a bebida podia enuviar alguns pensamentos e fazer com que as pessoas agissem de modo mais impulsivo. Contudo, depois de poucas horas de festa, ele já havia perdido seu grande parceiro de bebedeira para as bocas vermelhas e brilhantes de um casal bonito.

Jooheon estava sentado em uma cadeira de plástico, próximo da imensa piscina do lugar, virando mais um copo de lagoa azul. A bebida azul descendo mais amarga que o normal enquanto ele percebia, completamente mal-humorado, que não beijava ninguém desde Lee Minhyuk. Enquanto isso, sua companhia da noite – aquele que Jooheon esperava que estivesse ao seu lado enquanto tocava Queen no karaokê da festa – estava há poucos metros de distância, parecendo se divertir muito mais que o próprio Jooheon.

Era fato que Jooheon não conhecia muito bem Wonho. Haviam ido para duas festas juntos antes daquela e, nas poucas vezes que havia o visto antes daquilo, havia sido como enfermeiro de Kihyun. Durante a última ocasião, Hoseok parecia absolutamente profissional e centrado, embora fosse claro que nutrisse um carinho enorme por seu melhor amigo. Já nas festas em que estiveram juntos, Wonho havia ficado ao seu lado, virando doses de bebida, cantando alto as músicas que tocavam nas boates e dançando ao seu lado. Mas nunca havia se afastado tempo demais, também nunca havia beijado outra pessoa.

E, por mais que estivesse puto por não estar fazendo parte de toda a diversão junto àquelas pessoas, havia algo particularmente quente em ver uma pessoa conhecida – principalmente tão bonita quanto Hoseok – mostrando um outro lado seu. Principalmente quando aquele outro lado envolvia Wonho beijar de maneira tão desinibida e feroz dois desconhecidos. O casal que acompanhava o enfermeiro era composto por um homem musculoso bem-afeiçoado e uma mulher realmente bonita. O tipo que Jooheon veria em uma festa e nunca tomaria coragem de dizer um mísero oi. Ela tinha cabelos loiros platinados, olhos bem marcados por maquiagem colorida, nariz reto e elegante e lábios vermelhos cheios. Jooheon imediatamente sentiu-se atraído por ela, bem mais que pelo companheiro masculino que a acompanhava no beijo com Hoseok.

Entretanto, novamente confirmando o óbvio para si mesmo, não era apenas por ela que seus olhos buscavam. Shin Hoseok também era belo demais para que ele pudesse simplesmente ignorar. E os dois juntos – mais o terceiro elemento que Jooheon preferia ignorar – pareciam uma obra de arte. O corpo forte de Hoseok rente ao corpo delicado e esguio da mulher, ambos se movendo no ritmo da música sensual que tocava e embalava o momento dos três com perfeição. Enquanto seus lábios estavam juntos, famintos naquele toque desejoso, o segundo homem estava atrás de Hoseok, beijando seu pescoço e tocando em seu abdômen, explorando-o.

Jooheon sentiu um misto de inveja e desejo naquele momento. Por um momento, esqueceu-se de Minhyuk e das mensagens esquisitas e vazias que haviam trocado nos últimos dias. Esqueceu-se que havia chorado como um idiota na noite anterior, vendo que Shownu havia postado uma foto no restaurante favorito de Minhyuk. Em um momento de pura insegurança, sua cabeça imediatamente voou longe e ele considerou que eles estavam sim voltando a se encontrar e que ele, como um idiota, continuava esperando por uma chance com o arquiteto. Havia outro motivo para Minhyuk ter ignorado suas chamadas na noite anterior, afinal? Era simplesmente tão óbvio que eles tiveram um encontro.

Portanto, por mais que o celular em sua mão queimasse e ele ansiasse mandar um "boa noite" para Minhyuk, o músico decidiu que não, não naquela noite. Tomado por um impulso de coragem – causado por sua frustração e, em partes, pelos efeitos do álcool –, Jooheon confiantemente seguiu em direção ao enfermeiro e seus dois companheiros. Colocou-se em frente ao mais velho que, como se sentisse sua aproximação, abriu os olhos durante o beijo e o encarou de lado.

Percebendo que Jooheon não queria dizer nada, mas que, definitivamente, queria algo, Wonho afastou seus lábios da boca vermelha da mulher e se dirigiu ao músico.

— E aí. – Ele disse simplesmente, seu tom de voz mais grave que o normal, os olhos sempre gentis menos doces e mais... Ferozes? Jooheon não sabia dizer, apenas tinha certeza que Shin Hoseok parecia mil vezes mais intenso naquele momento. Como se confirmasse aquela sua hipótese, após alguns segundos em que Jooheon simplesmente não soube como responde-lo, Wonho questionou de maneira firme, mas não rude: — Você quer alguma coisa? Eu tô meio ocupado agora.

— Eu quero participar. – Jooheon falou igualmente firme, de certa forma sentindo-se incomodado com a forma como Wonho havia perguntado aquilo, como se não conseguisse visualizar o que Jooheon queria claramente. Imediatamente, os dois desconhecidos o encararam demoradamente, analisando-o, verificando se ele podia participar daquilo ou não. Um pouco menos firme e, soando até mesmo um pouco tímido depois de receber aquela encarada dupla, Jooheon completou: — Se estiver tudo bem para vocês...

— Vem cá, gracinha. – A mulher foi a primeira a tomar um passo à frente, embora o meio sorriso malicioso no rosto de Wonho deixasse claro que ele também queria Jooheon naquele momento. Enquanto isso o outro desconhecido – que nunca foi do interesse do músico – riu e disse que quatro pessoas era algo um pouco demais para ele. Após apertar descaradamente a bunda de Jooheon, ele simplesmente foi embora para outro grupinho de pessoas, provavelmente procurando outras bocas para beijar. Jooheon não pode dizer que havia ficado triste com sua despedida, principalmente quando a desconhecida e Hoseok rapidamente se aproximaram de si, colocando-o no meio dos dois.

Inicialmente, Jooheon sentiu-se um pouco perdido. Nunca havia participado de algo do tipo. Além disso, ter um homem atrás de si também era uma novidade das grandes. Não era, no entanto, uma novidade do tipo ruim, mas do tipo que o fazia chocar-se por gostar tanto. Sendo guiado por Hoseok e por Hyunjung – que havia sussurrado seu nome em seu ouvido de maneira erótica demais, como se estivesse falando alguma grande obscenidade e não apenas seu nome – Jooheon procurou relaxar e aproveitar cada toque que se procedeu ao seu pedido para participar daquilo.

Em um primeiro momento, ainda um pouco surpreso, Jooheon sentiu Wonho puxar seu quadril para trás com uma força considerável. De maneira prazerosa, ele sentiu suas nádegas chocarem-se contra a virilha do enfermeiro. Mas Hoseok não parou por aí. O mais velho rapidamente encaixou-se atrás de si e passou a mover seu quadril no ritmo da música, indo e vindo em direção ao corpo de Jooheon e fazendo-o, após o choque inicial, rebolar contra o homem em resposta. Enquanto isso, beijava seu pescoço lentamente, deixando marcas de batom vermelho por toda parte. Ela também tinha as mãos esticadas, tocando as nádegas de Hoseok e o puxando para perto, de modo que logo os corpos dos três estavam colocados, principalmente na região da virilha.

Em pouco tempo, Jooheon passou a sentir-se entorpecido pela sensação de ter sua virilha roçando contra as coxas da mulher e as nádegas pressionadas contra a calça de couro de Wonho, levando-o a jogar a cabeça para trás, descansando-a de maneira precária no ombro largo e forte do homem. Carinhosamente, Hoseok acariciou seus fios suados, tirando-os de seu rosto e, então, inclinou-se para frente e voltou a beijar a mulher. Dessa vez, Jooheon não pôde sentir-se isolado, uma vez que as mãos de Wonho passeavam por seus braços desnudos e tronco ainda cobertos pela camisa úmida de suor. Enquanto isso, a mulher levava os dedos delicados até o meio de suas pernas, apalpando a região que, aos poucos, ganhava volume contra sua mão.

— Sua vez. – Hyunjung disse, assim que afastou seus lábios de Hoseok, se dirigindo obviamente a Jooheon. Com o pedido, o músico rapidamente ergueu sua cabeça e aproximou seus rostos. Não demorou muito para que seus lábios estivessem finalmente junto aos dela, sentindo toda a maciez e delicadeza dos seus beijos molhados e demorados. Já Hoseok, colocando-se agora ao lado deles, não tinha qualquer vergonha em beijar seus pescoços expostos. Também não teve qualquer problema em demorar-se no decote da mulher, a língua deslizando de maneira demorado pelo vão entre seus seios. Jooheon, diferente de Hyunjung, não conseguia fechar os olhos, porque estava totalmente hipnotizado nos movimentos do mais velho.

Ao contrário do que esperava, Hoseok não parou apenas em Hyunjung, mas também seguiu com seus toques ousados em sua direção. Tomando o lugar da mão da mulher, agora eram os dedos firmes de Hoseok que tocavam com volúpia seu volume evidente. E, diferente de Hyunjung, Wonho foi ousado o bastante para enfiar sua mão dentro da peça de roupas e tocar sua ereção por cima da cueca. Jooheon sentiu cada pelo do seu corpo se arrepiar quando, novamente parecendo absolutamente intenso e quente, Hoseok se aproximou e sussurrou em seu ouvido: "Eu queria foder com vocês dois aqui mesmo".

— Agora é a vez de vocês. – Hyunjung anunciou ofegante, novamente separando o beijo e encarando os dois homens com alguma expectativa e igual excitação. Puxando Jooheon pelos ombros de maneira firme, mas não desagradável ou desnecessariamente rude, Wonho colocou o mais baixo de frente para si. Eles se encararam por alguns segundos, memórias passando pela mente do enfermeiro e o fazendo sorrir, sua expressão uma mistura de diversão e satisfação. Afinal de contas, o melhor amigo do seu paciente favorito realmente não era tão hétero assim.

E aquilo se tornou ainda mais óbvio quando, assim que finalmente eles se beijaram, Wonho sentiu o pré-gozo descer aos montes por seus dedos. Como a festa inteira parecia não estar ligando para aquele momento, afinal havia outros nichos de putaria espalhados aqui e ali, Hoseok foi ousado o suficiente para masturbá-lo lentamente enquanto deslizava a língua pela do músico. Hyunjung, empolgada com o que estava vendo, colocou-se atrás de Hoseok e passou a morder a pele do seu pescoço e ombros expostos, arranhando seus músculos lentamente e o fazendo arfar baixinho contra a boca do mais novo.

Em determinado momento, os três estavam tão excitados com tudo aquilo que Hyunjung simplesmente os puxou para um quarto da casa. Aparentemente, ela era melhor amiga da dona do lugar, portanto, podia circular com propriedade pelo lugar. Era engraçado pensar que, provavelmente, os únicos pobretões daquele lugar tiveram acesso às áreas mais luxuosas e vetadas da casa. Tudo era lindo, absolutamente luxuoso e espalhafatoso, mas, se Jooheon fosse bem sincero, ele precisava admitir que não havia prestado atenção em nada daquilo.

Isso porque Wonho e Hyunjung, durante o caminho, riam e conversavam sacanagem como se não lhes fosse nem um pouco vergonhoso. Jooheon, mais silencioso que suas companhias, apenas conseguia sentir seu pau doer dentro da calça apertada ao pensar em como seria o sexo com aqueles dois.

Felizmente, eles não demoraram a entrar em um quarto qualquer. Igualmente rápido Wonho e Hyunjung retiraram boa parte de suas roupas e, no final de poucos segundos, Wonho já estava totalmente nu, seu pênis majestosamente apontado em sua direção. Jooheon se sentiu impelido a chupá-lo, o que, por um momento, foi absolutamente estranho e novo. Nunca em toda sua vida havia realmente considerado que chuparia um homem. E, naquele momento, era sua maior vontade.

Antes que ele pudesse se decidir se arriscaria aquela ação completamente nova para si, Hyunjung que, naquele momento, estava apenas de calcinha e sutiã, correu em direção ao mais velho. Habilidosamente, ela lançou-se sobre o corpo forte de Wonho que, instintivamente, a segurou pelas coxas e a pegou no colo. Seus lábios novamente estavam juntos, as mãos de Hoseok deslizando por seu corpo bonito. Em determinado momento, ele apertou suavemente seu seio esquerdo, a fazendo gemer de maneira arrastada pelo quarto. Logo, ambos estavam clamando para que Jooheon também se despisse e se aproximasse. E, ele estava prestes a fazê-lo, quando a dona da casa – ou seja, a artista que Jooheon havia trabalho – escancarou a porta, chorando copiosamente.

Rapidamente, Hyunjung desceu do colo de Hoseok e correu em direção a amiga, parecendo pouco se importar de estar praticamente desnuda. A dona da casa também pouco ligou em ver a melhor amiga com dois homens praticamente nus em seu quarto, abraçando-a com vontade. Ela chorava e choramingava que a festava estava encerrada, porque havia brigado com sua namorada – ou ex namorada, Jooheon não entendeu bem. De toda forma, era óbvio que ela precisava de Hyunjung e da casa vazia. Tão rapidamente quanto haviam entrado naquele quarto, Jooheon e Wonho saíram dele, colocando as roupas de maneira completamente desajeitada e rápida no corredor do lugar, antes que alguém aparecesse e os visse.

Poucos minutos depois, Hyunjung saiu do quarto com uma camisola – provavelmente da amiga – e pediu desculpas por terem que interromper a futura transa. Ela deu um selinho em cada um e disse que o motorista da casa os levaria para casa, a pedido da própria dona do lugar. Ambos agradeceram, um pouco constrangidos e perdidos pelo rumo que aquela noite havia tomado. Seguiram, em seguida, em direção ao final do corredor, onde um senhor de idade já os aguardava sorrindo gentilmente.

O caminho para casa de Jooheon era mais rápido do que para o apartamento de Wonho, portanto, o mais lógico era que eles passassem lá antes. Contudo, surpreendendo o mais velho, Jooheon virou em sua direção e sugeriu, ainda que com uma expressão enigmática, se eles poderiam ir para seu apartamento. Imediatamente, Hoseok concordou, passando o endereço para o motorista e encarando Jooheon de lado, tentando desvendar o que o mais novo queria com aquele pedido. Seria possível que Jooheon estivesse querendo continuar com a noite só os dois? Bem, não havia nenhuma razão para Wonho reclamar daquilo. Muito pelo contrário. Apesar da quebra do momento que eles tiveram, seu corpo clamava por mais, seu desejo insaciável ainda fazendo presença.

Assim que chegaram ao seu prédio e se despediram do motorista, agradecendo pela carona, eles subiram para o andar onde ficava o apartamento do enfermeiro em silêncio. Continuaram naquela atmosfera estranha e enigmática por algum tempo, enquanto Wonho abria a porta do lugar e se perguntava, não pela primeira vez, se deveria ser ele a tomar alguma atitude. Estava há menos de uma hora com a mão no pau de Jooheon e, agora, nem ao menos sabia se podia beijá-lo novamente. Aquela situação estava se tornando dolorosamente confusa quando, finalmente, assim que Wonho fechou a porta atrás de si, Jooheon o empurrou contra a porta e atacou seus lábios repleto de desejo.

Como eles já haviam tido muitas preliminares com beijos e carícias na festa, naquele momento, no silencioso apartamento de Wonho, eles partiram rapidamente para ficarem completamente nus. Quando estavam apenas com suas cuecas, os membros novamente eretos, marcando nos tecidos finos daquelas peças, Jooheon colocou-se de joelhos em frente a Wonho. A ação pegou o mais velho de surpresa, mas, de forma alguma, o desagradou. Ele percebeu imediatamente o que Jooheon queria e, naturalmente apreciando muito a iniciativa, Wonho observou, completamente desejoso, o músico retirar sua cueca lentamente e libertar seu membro dolorido de tanto tesão acumulado.

Demorou cerca de trinta segundos para Jooheon decidir seguir em frente. Em um primeiro momento, enquanto olhava para o pênis ereto de outro homem bem na sua frente, Jooheon sentiu-se levemente temeroso. Não havia medo de desgostar, mas de fazer algo errado. Ele sempre acreditou que sentiria nojo quando, finalmente, estivesse em frente à um pênis, contudo, surpreendendo-se, tudo o que sentia era uma vontade gigantesca de chupá-lo com vontade. E, foi exatamente isso o que fez, quando fechou seus olhos firmemente e se permitiu encostar os lábios na glande inchada e molhada de Hoseok.

Sua primeira reação foi surpreender-se um pouco com o gosto e, em seguida, surpreender-se com a sensação boa que era sentir o calor e a vibração do membro de Wonho contra sua língua. Um pouco desajeitado, justamente por nunca ter feito aquilo antes, ele demorou-se para começar a chupar toda a extensão do enfermeiro. Lambeu, chupou suavemente a glande, experimentou o gosto, a textura e o calor do órgão antes de, finalmente, colocar boa parte de sua extensão na boca. Quando o fez, Wonho gemeu roucamente, acariciando seus fios de maneira calorosa durante o processo, como se estivesse agradecendo por Jooheon estar lhe dando tanto prazer. Caso não estivesse tão extasiado e excitado, Jooheon teria achado aquela ação absolutamente gentil e adorável.

O oral durou tempo o suficiente para que Jooheon passasse a movimentar a cabeça com mais segurança e rapidez, aos poucos, aprendendo como era fazer sexo oral com um homem. Pegou-se gostando tanto quanto gostava de fazer em uma mulher, o que, não o surpreendeu mais tanto. Depois de tudo o que havia vivenciado naquela festa, Jooheon pegou-se não mais surpreendendo-se com seu gosto e desejo pelo corpo masculino. Ele apenas afastou-se do pênis do mais velho quando, assim como gostava que fizessem com ele, Jooheon também passou a chupar suas bolas de maneira provocativamente demorada. Os músculos das coxas de Wonho começaram a estremecer naquele momento e Jooheon soube que ele estava prestes a gozar. Novamente tomado por uma súbita coragem e por um tesão sufocante, ele colocou rapidamente o membro do enfermeiro em sua boca, chupando-o de maneira intensa, apenas para que pudesse sentir quando ele gozasse em sua boca. E, quando o fez, Jooheon pegou-se engolindo cada gota e suspirando prazeroso.

— Pensei que fosse hétero. – Hoseok disse, brincando, mesmo que ainda claramente ofegante e vermelho por conta do seu recente orgasmo. Antes que Jooheon pudesse protestar contra sua brincadeira, o mais velho o puxou gentilmente para cima, abraçando seu corpo com os braços fortes e beijando afetuosamente seu rosto também vermelho. Com a voz baixa e levemente rouca, ele completou contra a pele do seu rosto: — Ainda bem que você não é.

— Eu... Eu nunca fiz isso. – Ele admitiu, um pouco tímido, mesmo que seu pau estivesse naquele exato momento roçando contra o corpo de Wonho. O enfermeiro sorriu de maneira bastante gentil, novamente retirando seus fios mais longos do rosto e beijando seus lábios lentamente, arrancando um suspiro manhoso por parte de Jooheon.

— Você foi maravilhoso para caralho. – Elogiou, tranquilizando Jooheon que, mesmo que ainda estivesse um pouco tímido com o rumo daquela conversa, sorriu aliviado. Arrastando o nariz lentamente pelo pescoço do músico, sentindo seu cheiro delicioso, ele sussurrou excitado, mas claramente tentando soar racional: — Eu disse que queria foder com você. E ainda quero. Mas só se você quiser também.

— Eu também nunca fiz isso. – Jooheon avisou, arrepiando-se quando o mais velho deixou um chupão discreto em seu pescoço, próximo da região de sua orelha e murmurou um "E você quer fazer isso, Jooheon?". A resposta imediata que passou pela cabeça do músico foi um enorme sim. Mais do que curioso para saber como seria aquilo, ele estava absolutamente excitado e ansioso com a ideia. Contudo, como havia demorado a responder Hoseok, o mesmo continuou falando:

— Eu não ligo de ser o passivo... Caso você queira. Se você não quiser nada, nós podemos parar agora. – Ele disse de maneira completamente respeitosa, afastando os lábios do pescoço de Jooheon e o encarando, esperando por uma resposta. Novamente, caso Jooheon não estivesse tão envolvido naquele momento sexual, ele teria achado Wonho absolutamente afável e carinhoso naquele momento. — Eu faço o que você quiser.

— Então me foda bem. – Jooheon soltou aquela frase curta e absolutamente chula num impulso, provavelmente por conta do seu receio de Hoseok realmente se afastar e acabar com o momento em que estavam tendo. De toda forma, ele havia soado forte e confiante o bastante para Wonho arregalar os olhos e, então, sorrir abertamente. Novamente tímido, Jooheon completou suas palavras, tentando amenizá-las, mas apenas arrancando mais um dos sorrisos largos dos mais velho: — Para eu ter uma boa primeira experiência!

— Eu prometo que você se lembrará bem dela então. – Novamente, a mão de Wonho estava sobre o seu membro, dessa vez segurando-o com ainda mais firmeza, levando Jooheon a praticamente se contorcer de prazer com o simples gesto. Ele voltou a beijá-lo e masturbá-lo lentamente, aos poucos, voltando a ficar ereto durante o processo. Fazendo Jooheon gemer ainda mais, Wonho, em determinado momento, juntou suas ereções e passou a masturbá-las em conjunto.

O próprio Jooheon não ficou parado, levou suas mãos até os testículos do homem, tocando-os e os apertando suavemente durante o processo, sentindo o quanto ainda estavam inchados de prazer. Ficaram naquela masturbação lenta em conjunto por algum tempo, tempo o suficiente para Jooheon parar de controlar seus gemidos e começar a praticamente implorar para que Wonho fosse mais rápido. Mas não era aquele pedido que Hoseok queria e Jooheon sabia muito bem disso. Apenas quando disse com todas as letras o quanto queria ser fodido foi que Hoseok, sorrindo, se afastou e buscou pelo lubrificante e um pacote de camisinhas.

Ele passou a camisinha para Jooheon, que a abriu rapidamente usando os dentes, de maneira tão gutural que Wonho riu e soltou um "Uau", recebendo um tapa de leve como resposta. Quando Jooheon finalmente colocou a camisinha no homem, ele demorou-se um pouco mais que o normal, uma vez que estava acostumado a colocar em si próprio e não em outra pessoa. De toda forma, tudo aquilo havia sido fácil, feito de maneira rápida e repleta de ansiedade e desejo, ambos querendo desesperadamente passar para a próxima fase. E, foi somente naquele momento, que Jooheon novamente passou a sentir certo nervosismo.

Ver Wonho abrir o pote de lubrificante e encharcar seus dedos com eles fez com que Jooheon se sentisse tenso e, ao mesmo tempo, repleto de tesão. Paradoxalmente, as duas coisas, o fazendo ficar completamente parado, esperando que alguma delas se sobressaísse a outra. Foi apenas quando Wonho ajoelhou-se na cama, esperando por uma atitude sua, que Jooheon decidiu que o seu tesão era infinitamente maior que seu receio. Colocou-se de quatro sem que o enfermeiro pedisse, escutando um som de satisfação soar pelos lábios do mais velho diante sua posição tão expositiva e entregue. Aquilo o fez sentir-se vermelho e também satisfeito consigo mesmo, seu membro tocando o abdômen naquela altura de tão excitado que estava.

Sentir os dedos quentes de Hoseok e o conteúdo relativamente frio do lubrificante em sua entrada provocou um calafrio por todo o corpo de Jooheon. No instante em que Wonho passou a prepará-lo, um único dedo entrando em contato com seu interior, o músico contraiu todos os seus músculos e mordeu o interior da própria mão. Não era insuportável, mas ele não queria emitir nenhum som de desconforto e passar a imagem errada de que estava desgostando para Wonho. Não estava exatamente agradável, mas Jooheon já havia ouvido seus amigos falarem demais sobre sexo para saber que aquilo era apenas um momento inicial e que logo, logo passaria.

— Assim vai doer mais. – O enfermeiro avisou gentilmente, sentindo quando a entrada de Jooheon contribuiu-se firme contra seu dedo. Gentilmente, ele inclinou-se para frente, beijando toda a extensão das costas largas dos mais novo, tentando lhe passar algum conforto durante a preparação. Quando escutou um suspiro prazeroso e relaxado de Jooheon e os músculos do seu corpo relaxarem, ele continuou com a preparação, enfiando mais dois dedos e, aos poucos, passando e estocá-lo lentamente com eles.

De início, Jooheon sentiu um prazer gostoso, ainda que misturado com a dor. Ele tinha os olhos fechados, a cabeça repousada contra o próprio antebraço e gemia baixinho, finalmente sentindo o quanto aquilo poderia ser bom. Mas absolutamente nada o preparou para quando Wonho, finalmente, tocou sua próstata e o fez praticamente gritar de prazer. Aquilo era tão bom que – por um momento – ele nem mesmo conseguiu censurar-se por ter sido tão escandaloso. Apenas conseguia pensar que Wonho precisava tocar ali mais e mais vezes. E, para sua completamente felicidade e deleite, foi exatamente o que o mais velho fez.

Estava gemendo tão libidinosamente, esfregando-se tanto contra o homem que, em determinado momento, sentiu a mão livre de Wonho apertar sua nádega com força. Ele gemeu ainda mais com aquilo, o que serviu de incentivo para o enfermeiro deixar alguns tapas firmes ali, descontando todo seu prazer na pele clara e volumosa de suas nádegas. Quando achava que estava preparado o suficiente, o próprio Jooheon se afastou de Wonho, apenas para que pudesse colocar-se de joelhos ao seu lado, empurrá-lo para cama e, sem muitas delongas, sentar-se sobre o homem.

Ele estaria mentindo se dissesse que não havia doído como o inferno quando, finalmente, estava completamente sentado sobre o pau de Hoseok. Mas, da mesma forma que havia o acalmado antes, o mais velho teve o cuidado de beijá-lo carinhosamente no rosto e no peitoral, esperando que ele se acostumasse. E, a partir do momento em que Jooheon sentiu que a dor não era tanta frente à sua expectativa e desejo, ele começou a rebolar contra o colo de Hoseok, completamente entregue.

Naquele momento, ele podia sentir o quanto o membro de Hoseok parecia quente e molhado dentro de si, o quão gostoso era ter a sensação do vai e vir que provocava quando quicava sobre o colo do outro. Tudo era tão intenso, tão bom. Ele sentia-se completamente inebriado. Pelo cheiro do outro homem, por seus toques firmes, por tudo o que envolvia aquele corpo. Não havia qualquer vergonha ou índice de arrependimento naquele momento. Por que ele deveria se arrepender quando o pau de Wonho entrando e saindo dentro de si era, literalmente, uma das melhores coisas que ele havia sentido em sua vida? Era uma experiência incrível, algo que o fazia querer chegar ao clímax não uma, mas duas, três, infinitas vezes.

E, para sua surpresa, Wonho estava igualmente envolvido com aquele momento. Porque, após eles gozarem pela primeira vez, eles transaram de novo. Dessa vez, Hoseok por cima, controlando os movimentos – o que era uma dádiva para seu corpo já cansado da primeira foda. Estavam tão compenetrados naquele momento carnal que nenhum dos dois escutou as ligações que Jooheon recebia. Eram dezenas de ligações de Lee Minhyuk passando completamente despercebidas em meio a gemidos altos e roucos. Restava a Jooheon, no futuro, descobrir se não atender aquelas ligações havia sido ou não uma parte essencial do seu destino.

Atualmente

Era perto do horário do almoço e Hoseok ainda não havia chegado, entretanto, tranquilizando-os, ele enviou uma mensagem, desculpando-se por seu atraso e avisando que chegaria de tarde. Como estava em companhia de sua mãe e Changkyun – além de não estar mais tão dependente assim de Wonho para realizar suas tarefas – Kihyun rapidamente tratou de tranquilizá-lo, avisando que ele poderia tirar o dia de folga.

Após um agradecimento fofo por parte do mais velho, com direito a emojis sorridentes e corações, Kihyun sorriu e pediu apenas para que ele aparecesse no dia seguinte, pois precisava que alguém o salvasse de Jinseo, uma vez que Im estaria ocupado com o Sr. Choi. Rapidamente, Wonho o enviou um "Pode deixar. Amanhã, eu serei seu herói. Hoje fui pego pela ressaca.". A mensagem havia sido acompanhada por uma foto de Hoseok com uma careta engraçada e cansada, o que novamente fez Kihyun rir para o celular e agradecer, desejando melhoras para o amigo.

Seus sorrisos divertidos para o aparelho enquanto conversava com Wonho não passaram despercebidos por Changkyun e Jinseo. Embora o mais novo não tivesse perguntado o que estava acontecendo, nem mesmo tivesse mostrado qualquer sinal de incômodo, apenas de curiosidade, Kihyun inclinou-se de modo que Changkyun pudesse ler as mensagens. Ele também sorriu, para, em seguida, soltar uma risadinha maliciosa e então apontar para uma parte especifica da foto.

— Olha o pescoço. – Indicou, fazendo com que Kihyun desse zoom na região e, assim como o mais novo, percebesse um chupão na lateral de seu pescoço. Eles trocaram risadinhas cumplices por terem descoberto aquele pequeno "segredo" na foto, ambos entendendo parcialmente o motivo do atraso de Hoseok, sem que uma única palavra fosse dita. Aquele clima de segredo entre os dois enquanto mexiam com o celular, inevitavelmente, chamou a atenção de Jinseo. Curiosa, ainda sentada em sua poltrona, ela não conseguiu controlar suas palavras, em uma tentativa de brincar um pouco com o filho.

— Namorando aí, meu bebê? – Ela questionou e seu tom de voz era bastante leve e tranquilo, sem um pingo de julgamento. Mas Kihyun era desconfiado demais em relação aos seus pais para escutar aquela pergunta sem, instantaneamente, colocar-se em uma posição defensiva. Uma parte de si, temia que ela fosse completar aquela pergunta, sugerindo que fosse uma namorada – como muitas e muitas vezes já havia feito em sua adolescência. Ainda que não de modo grosseiro, apenas absolutamente sério, o que contrastava com suas feições divertidas com Changkyun segundos antes, Kihyun a respondeu com um simplório "Não, mãe."

O fato dele não ter retribuído a brincadeira da matriarca pegou Changkyun de surpresa, uma vez que ele não sabia nada sobre a adolescência de Kihyun. Todos os conhecimentos que tinham da vida do mais velho partiam de sua vida adulta, da época da faculdade, onde havia o conhecido, mesmo que de maneira bastante superficial, através de Jooheon. Já durante aqueles meses em que haviam passado juntos, Kihyun também pouco falava sobre sua infância e adolescência. Ainda que se sentisse curioso a respeito daquela parte da vida do homem, Changkyun nunca questionou nada acerca daquilo. Se perguntasse sobre a família de Kihyun, talvez Im precisasse começar a falar de maneira aprofundada sobre a sua e aquilo, definitivamente, não era algo que ele queria.

De toda forma, a impassibilidade com que Kihyun tratava Jinseo intrigava Changkyun e o fazia sentir certa pena da mulher. Era tão óbvio que ela estava tentando se aproximar do filho, embora, nitidamente, fosse péssima naquilo. Atrapalhava nos momentos errados, amava mandar em todos que a cercavam, não era lá muito democrática na hora de escolherem algum filme na televisão ou o cardápio do dia. Ainda assim, Jinseo acordava toda manhã, bem cedinho, para receber Changkyun em casa, fazer seu café da manhã e perguntar como estava os avanços do filho. Quase chorava toda vez que Kihyun fazia algum pequeno avanço na fisioterapia. E, Changkyun já havia flagrado algumas vezes, ela ir até o quarto de Kihyun mais cedo, antes dele acordar e acariciar seus fios docemente. Era fofo e fazia com que Changkyun sentisse falta de uma figura materna também.

Ainda assim, ele procurava não julgar Kihyun. Não sabia o suficiente sobre a relação dos dois para entender aquele distanciamento. Não queria brigar com o mais velho por algo que não entendia bem e, ainda que eles estivessem realmente muito próximos afetivamente falando, Changkyun ainda não sabia se tinha passe livre para simplesmente questionar o que estava acontecendo ali.

— E você não pensa em começar a namorar com uma moça? – Por mais que Jinseo tentasse soar natural havia um toque nítido de ansiedade e curiosidade em seu tom de voz, revelando que aquele assunto já havia sido pensado anteriormente. Com aquela questão, Changkyun moveu-se de maneira desconfortável ao lado do mais velho. Já Kihyun pareceu dez vezes mais desconfortável, sua expressão que antes era apenas séria tornando-se, repentinamente, amarga. Changkyun nunca havia o visto daquela forma, nem mesmo em seus momentos de fúria ou chateação. Havia algo antigo ali, uma cicatriz que havia sido tempo demais maquiada e que, naquele momento, começava a aparecer.

— Não, mãe, eu não pretendo namorar nenhuma mulher. Eu não acordei hoje e deixei de ser gay. Sinto muito. – Ele respondeu, tão secamente que, mesmo Changkyun, sentiu-se impacto com aquelas palavras afiadas e rudes. Tentando acalmá-lo e apoiá-lo um pouco, o fisioterapeuta buscou por sua mão ao seu lado, acolhendo-a de maneira carinhosa, ainda que discreta, entre suas coxas, para que Jinseo não pudesse ver.

— Eu... Eu sei. Desculpa, eu ainda não me acostumei. – Jinseo tinha as faces coradas agora, como se tivesse percebido tardiamente o erro que havia cometido. Sem receber nenhuma resposta por parte do filho, que ainda parecia absolutamente frustrado e irritado ao lado de Changkyun, ela continuou tentando explicar sua pergunta anterior, embora cada palavra tornasse tudo pior. — Não nos vemos há tanto tempo... E seu irmão sempre trás moças adoráveis para casa. Eu só... Só...

— Se esqueceu que eu era gay? – Kihyun completou a tentativa de formular uma frase de Jinseo, soando absurdamente irônico. Era óbvio que Jinseo não poderia esquecer-se daquilo, não quando, por tanto tempo, ela simplesmente não conseguiu esconder seu claro desconforto de ver Kihyun e Hyunwoo juntos, em sua casa. — Se esqueceu que tinha outro filho? Ou se esqueceu que sumiu da minha vida por anos e anos? Só para não me ver com o Hyunwoo. Você pode ter esquecido, mas eu não esqueci. E eu nunca vou esquecer.

— Eu não acredito que você está brigando com a sua mãe por causa daquele cara. – Se Kihyun havia ficado irritado, Jinseo, paralelamente, também havia. Eles tinham as mesmas expressões enquanto bravos, o que era assustador para Changkyun, porque os dois pareciam feras indomáveis. Por um momento, durante o pedido de desculpas de Jinseo, Im realmente acreditou que eles se resolveriam calmamente. Mas, aparentemente, a menção a Shownu e o fato de Kihyun estar claramente a acusando de negligência e abandono haviam feito Jinseo ficar mais brava do que chateada e culpada com as palavras do filho.

— "Aquele cara"... Meu Deus, você não consegue nem falar o nome dele! Isso é ridículo. – Kihyun a acusou novamente, afastando suas mãos de Changkyun naquele momento, apenas para que pudesse passar em seu rosto de maneira cansada. Parecia que Yoo Kihyun era dez anos mais velho naquele momento, carregando fardos pesados demais sozinho. Changkyun queria ajudá-lo, mas aquela era uma briga que, obviamente, ele não podia se envolver. — Ele foi minha família por anos e você o trata como um merda!

— Ele te abandonou! Te trocou por outro homem. Enquanto você estava naquela cama, definhando, eu o via nos corredores se beijando com aquele homem loiro. – As palavras de Jinseo, obviamente, haviam machucado Kihyun. Por mais que estivesse superando Shownu e tudo o que havia acontecido, tudo o que Kihyun não precisava era ter alguém jogando em sua cara aquele momento terrível de sua vida. E sua mãe, aquela que deveria protegê-lo, estava o fazendo da maneira mais insensível do mundo. Antes que ele pudesse respondê-la, continuar com aquela briga, ela finalizou com um: — Eu sou sua família! Seu pai, seu irmão. Nós cuidamos de você, nós choramos por você, nós amamos você. E você nos deixou para ficar com aquele homem!

— Você está brincando? Eu nem acredito que você pode realmente pensar assim. – Kihyun riu sem humor, tentando continuar a parecer firme, mas Changkyun pôde notar como seus olhos estavam carregados. Não demoraria para que ele chorasse e aquilo, imediatamente, mexeu com todos os sentimentos do mais novo.

— Hyung, senhora Yoo, eu acho melhor vocês se acalmarem um pouco. – Ele sugeriu, temoroso em receber uma resposta atravessada de alguma das partes, mas, naquele momento, Changkyun era invisível. Sua tentativa de apaziguar a situação não gerando frutos, apenas fazendo com que Kihyun o encarasse brevemente e, em seguida, se voltasse novamente para a mãe e continuasse a falar.

— Eu me apaixonei, eu procurei por você e pelo papai, como um idiota querendo que Hyunwoo fosse recebido em casa, como todas as namoradas do Bonhwa. Foram vocês que me abandonaram. Me abandonaram assim que que perceberam que o filhinho perfeito de vocês gostava de foder com outros caras. – Ele apontou para Jinseo, toda sua raiva fazendo com que o corpo tremesse visivelmente. Com as palavras rudes e chulas, a mulher também tremia, Changkyun não sabia se de raiva ou choque. — Eu amei Hyunwoo queira você ou não. Ele cuidou de mim e me amou de volta enquanto estávamos juntos. Eu não admito que você fale mal dele aqui!

Puxando sua cadeira de rodas de maneira rude para perto, Kihyun saiu do sofá rápido demais, quase caindo no chão devido a tremedeira visível em seus músculos. Ainda assim, conseguiu fazê-lo, antes mesmo que Changkyun pudesse ajudá-lo. Antes de sair da sala e seguir para seu quarto, Kihyun voltou-se novamente a mãe que, naquele momento, já havia parado de retrucar e apenas controlava o choro, como o próprio Kihyun.

— Eu estou gostando de outro cara. Então, se você veio aqui com a expectativa que eu tivesse mudado, eu realmente sinto muito. – Depois daquilo, Kihyun não esperou por uma resposta ou reação da mãe, apenas encarou Changkyun por um longo, querendo deixar muito claro que, obviamente, estava se referindo a ele. Virando-se de costas, então, ele seguiu rapidamente em direção ao seu quarto, batendo a porta com força, indicando que não estava querendo de forma alguma continuar com aquela conversa.

Enquanto se arrastava para sua cama de casal, Kihyun finalmente permitiu-se chorar, deixando que as lágrimas de anos descessem por seu rosto em cachoeiras torrenciais. Chorava porque havia uma parte de si que esperava que Jinseo, finalmente, o aceitasse. Chorava porque, mesmo depois de anos sendo forte, ele agora parecia um garotinho assustado. E, quando considerou que Changkyun talvez ficasse chateado ou enciumado com toda aquela sua defesa para com Shownu, ele chorou ainda mais. Porque tudo o que queria naquele momento não eram os braços de Hyunwoo, mas, sim, os de Changkyun. Ele apenas esperava que o mais novo não tivesse entendido algo de errado com aquela conversa e percebesse, como era óbvio para qualquer um, que ele estava com os olhos voltados apenas para Im Changkyun.

NOTAS

OOOOI, MEUS AMORES!!!

Esse capítulo foi só dedo no cu (literalmente) e gritaria (quase literalmente também KDEHKDEKED). AH e o título do capítulo é o nome da música Start Of Something New do ícone cinematográfico High School Musical. 💗

O que vocês acharam do capítulo? Eu acredito que ele tenha sido o maior capítulo de Flores de Inverno até agora. Eu espero que não tenha ficado muito cansativo. Eu tentei até diminuir algumas partes, mas ele tinha várias partezinhas importantes e acabou saindo grandão mesmo KDEHDKEDEK Espero que vcs tenham gostado, amorzinhos 💓

E peço perdão para qualquer erro. Eu betei, mas o capítulo tá tão extenso que provavelmente eu deixei alguns erros passarem ):

Muito obrigada por tudo!

Um beijão, boa semana para vocês e até o próximo capítulo. 💓💗 

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