Retratos de Uma Vida - Parte...

By natyrangel

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Passaram-se seis meses desde que Jennifer passou por todo aquele sofrimento e enfim aceitou firmar ainda mais... More

Capítulo UM
Capítulo DOIS
Capítulo TRÊS
Capítulo QUATRO
Capítulo CINCO
Capítulo SEIS
Capítulo OITO
Capítulo NOVE
Capítulo DEZ
Capítulo ONZE
Capítulo DOZE

Capítulo SETE

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By natyrangel

Eu não estava tão confiante quanto Luke, ainda estava fantasiando Victor com Amanda e o motivo dela estar com seu celular.

Não liguei de volta e ele também não me ligou mais. Chegamos às 19 horas em ponto. César nos encontrou no caminho e não parou de elogiar sua esposa desde então. Claro que aproveitamos do maquiador só um pouquinho mais. Bernardo marcou de nos encontrar na entrada do salão de festas. Assim que avistei o manobrista entreguei-lhe a chave. O reconheci da Revista. Era um dos homens que cuidavam do estacionamento de lá.

- Boa noite, Henrique.

- Boa noite senhora Jennifer, está linda hoje.

- Obrigada. - Sorri. - Viu o Victor por aí?

- Sim, ele está com a imprensa neste momento. Se precisar de alguma coisa é só pedir.

- Obrigada.

Quando todos saíram do carro enfrentamos uma chuva de flashes que os fotógrafos contratados e mais paparazzis tiravam de nós. Não éramos ninguém ali, mas ainda assim parecia que estávamos no tapete vermelho. Pablo, o organizador do evento me reconheceu imediatamente e veio em nossa direção.

- Jennifer, a senhora está radiante! Venha com seus amigos posar para as fotos.

Fiquei um pouco incomodada com a atenção e todos me chamando de senhora, mas os flashes continuavam e eu estava quase ficando cega quando Pablo tocou meu braço e me indicou a entrada. - Avisarei o senhor Rodrigues que chegou.

- Obrigada.

Mas falei sozinha, ele já tinha saído para receber novos convidados.

Entrei e me deparei com um salão grande com a arrumação toda em prata e preto, as luzes do ambiente deixavam o lugar às vezes azul, às vezes verde, ou rosa. Era bonito de se ver. Percebi que estávamos no alto de uma escadaria. Já fazia bastante barulho ali dentro e apesar de não estar completamente lotado, tinha uma quantidade razoável de pessoas. Ao fundo vi uma grande porta de vidro para um jardim que mesmo da distância que me encontrava mostrou-se incrivelmente lindo.

Fui a última a descer as escadas, apoiei uma das minhas mãos no ombro de Luke para não cair. Eu estava ainda mais nervosa em saber que encontraria a qualquer momento com Victor e eu precisava me controlar. Quando descemos o último degrau lembrei que tinha visto o mapa das mesas há alguns dias e onde cada um de nós sentaria. Achei com facilidade, mas demoramos quase vinte minutos para chegar até a mesa.

Todos que me conheciam me paravam para elogiar meu vestido e minha maquiagem, muitas meninas encaravam Luke e Bernardo em descrença ao perceberem que eram um casal. Pensei que essa reação nunca deixaria de ser engraçada.

Assim que me aproximei da mesa ouvi a voz de Victor próxima a mim.

- Você chegou bem na hora.

Olhei-o sem nenhum ânimo. Eu não ia conseguir. Não ia fingir que estava tudo bem quando não estava.

- Cadê seu celular?

Ao perceber meu humor Victor ficou tenso e confuso. Apalpou o bolso do paletó e tirou o celular de dentro dele.

- Tentou me ligar? - Ele me pergunta, confuso.

- Não mesmo. - Sentei na cadeira tentando não chamar atenção para nós, o que era quase impossível.

- Jennifer, o que eu fiz?

- Não sei, pergunta Amanda que deve ter ajudado muito na organização da festa.

Luke, Bernardo, César e Beth fingiram não reparar na nossa discussão e sentaram iniciando uma conversa animada. Enquanto isso Victor puxou sua cadeira e se virou para ficar de frente para mim.

- Princesa, o que eu fiz? – Repetiu ao segurar minhas mãos, eu não queria aquele toque, não naquela hora.

- O que você fez? Bom Victor, eu vou dizer o que você fez...

- Jenny - Luke parou de fingir que estava conversando atrás de mim e segurou meu braço. - Não acha que vocês devem conversar em um lugar mais tranquilo?

- Ele tem razão - Victor concordou. - Venha, eu sei um lugar reservado que ninguém vai nos incomodar.

- Aposto que sim - resmunguei, mas ele não pareceu escutar.

Começamos a nos afastar de onde a música estava mais alta. Victor começou a se aproximar de uma parede e vi que atrás de um dos panos que estava cobrindo as paredes como parte da decoração, escondia uma porta. Achei que fosse um armário, ou um cômodo pequeno, mas era uma sala de mais ou menos seis metros quadrados. Um escritório.

- Você está linda neste vestido, é novo? Meu Deus, a festa inteira não tirou os olhos de você.

Ele estava próximo demais, eu não desviaria do meu objetivo, mas ele estava cheiroso e seu terno impecável. O que me lembrou...

- Amanda me ligou hoje. - Ele com certeza não estava esperando por isso. E completei - Do seu celular.

Cruzei os braços e reparei no quanto ele estava desconfortável ao tratar daquele assunto comigo.

- Amor, eu não sabia que ela vinha, pensei que ela não viria nem na festa, mas seu pai a trouxe. Apesar de tudo o que os jornais falaram ele não acreditou que ela tenha feito nada de errado comigo, que era tudo fofoca. Eu parei de tentar convencê-lo da filha que tem da forma mais educada possível, mas... - ele me olhou preocupado e se interrompeu, cansado. - Você não está acreditando em nada do que eu estou falando, não é?

- Em nenhuma vírgula. - Confirmei.

- O intuito da conversa é você dar chance para a pessoa se explicar. - Ele parecia realmente ofendido.

Jura? Coitado.

- E eu estou fazendo o que? Isso não quer dizer que tenho que acreditar. Amanda me liga dizendo que você precisa de outra blusa e que saiu rapidinho para tomar banho? Isso depois de mentir para mim falando em segredo com alguém pelo celular Victor, o que você quer que eu pense?!

- Como assim segredos pelo celular?

- Eu ouvi o que você disse ontem. - Eu estava falando alto demais, mas duvido que alguém fosse capaz de escutar lá fora.

Que escutassem! Eu não ia me importar mais com ninguém. Enquanto eu não sentisse que ele estava falando a verdade eu não iria ficar satisfeita.

- O que eu não posso saber, Victor?

Ele ficou branco ao perceber que eu realmente estava escutando sua conversa, mas não disse uma palavra. Ficou completamente sem reação. Ficamos tempo demais em silêncio apenas nos olhando e quando eu percebi que ele não ia dizer nada me virei para sair.

- Eu não estava fazendo nada hoje com Amanda. Eu fiquei com meu celular o tempo todo, a não ser quando....

- Quando... - insisti.

- Eu estava resolvendo uns problemas com a arrumação das mesas quando Amanda chegou e disse que seu pai estava se sentindo mal e pediu meu celular porque o dela estava descarregado. Estava distraído e só queria que ela saísse de perto.

- E porque ela estava aqui?

- Eu não sei Jennifer, eu não tenho mais nada com ela, porque é tão difícil de entrar isso na sua cabeça!

- Porque você está me escondendo alguma coisa, Victor! Se o que você disse ontem estiver relacionado a ela eu juro que...

- Não posso falar sobre isso ainda.

Eu juro que queria me agarrar nas ideias de Beth e pensar que ele só queria me surpreender. Se a história da Amanda fosse verdade, talvez aquele telefonema fosse sobre... Sei lá o quê, menos Amanda.

- Porque não... ainda? – Tentei mais uma vez.

- Não quero que você fique se preocupando com besteiras. Eu vou resolver isso e depois te conto tudo. Você precisa confiar em mim.

- Desculpa, mas eu não consigo. Ainda não.

- Como assim não confia? O que foi que eu fiz para merecer tão pouco assim de você?

Eu não sabia o que dizer, mas uma onda de insegurança e raiva se apoderaram de mim e mesmo sabendo que eu poderia estar imaginando eu não conseguia parar de ouvir a voz da vaca loira no telefone de Victor ou os ecos da voz dele no dia anterior mentindo para mim.

- Eu estou indo embora. – Disse ao me virar para sair dali.

- Você o que? - Ele me segurou pelo braço e quando o olhei estava com raiva, mas também vi um lampejo de medo em seus olhos verdes.

- Eu não vou ficar aqui com essas ideias na cabeça, Amanda está na festa e eu não quero confusão na frente da imprensa. Só quero respirar. Pensei que eu fosse conseguir, mas eu não posso.

- Então fica do meu lado a noite inteira. Eu disse que era isso que eu queria fazer com você hoje e ainda quero.

- Desculpa, Victor.

- Fica na festa. Se precisar prometo te dar espaço, mas pensa melhor no que você está fazendo. Eu quero ficar com você o máximo de tempo possível Jennifer, em uma semana eu terei que ir na bendita viagem sem você. Vou ficar fora por duas semanas.

E então Victor me puxou e me abraçou. Não tínhamos nos separado mais que dois dias desde que começamos a morar juntos e quando isso aconteceu tive os piores pesadelos desde meus dezessete anos e acordava sozinha, sem nenhuma noção de onde estava até realmente despertar. Lembrar que ficaria sem vê-lo tanto tempo fez com que se formasse um buraco na minha barriga.

- Por favor, não está vendo que é isso que ela quer? Nos separar? Por favor, Jennifer - Ele pegou meu rosto em suas mãos e me fez encará-lo. Seus olhos eram de um verde intenso como uma floresta e eu sempre me perdia.

- Tudo bem, acho que exagerei.

- Só converse comigo antes de imaginar um monte de coisas, por favor.

- Mas o que eu ia pensar...

-Shh... - Ele me silenciou com um beijo - Isso não vai mais acontecer, eu vou falar com ela e...

- Não vai não... - Cruzei os braços e balancei a cabeça me afastando de sua boca.

Ele riu com o meu tom infantil e birrento, encurtou novamente a distância entre nós e continuou falando com a voz rouca e me deixando um pouco "animada".

- Vou sim e você estará do meu lado, se quiser, para ela saber que nada do que inventar poderá nos atingir. Tudo bem para você?

Eu não podia negar que assistir Victor dando um fora na ex me deixaria em êxtase, então é claro que aceitei.

- Mas primeiro... - Victor me pegou pela cintura e deu alguns passos até que senti algo duro em minhas costas. Parede. Ouvi o barulho da música da festa bem baixinha e logo em seguida a fechadura da porta ao meu lado fez um clique. Encaramo-nos por um segundo apenas antes de nos beijarmos e Victor começar a tirar do caminho a enorme quantidade de pano do meu vestido.

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