Fascínio

By TniaLopes727

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Obra devidamente registrada na Biblioteca Nacional. Direitos autorais - Tânia Lopes. Tema adulto. SINOPSE A o... More

Fascínio
Fascínio - Capítulo I
Fascínio - Capítulo II
Fascínio - Capítulo III
Fascínio - Capítulo IV
Fascínio - Capítulo V
Fascínio - Capítulo VI
Fascínio - Capítulo - VII
Fascínio - capítulo - VIII
Fascínio - Capítulo - IX
Fascínio - Capítulo X -
Bônus
Fascínio - Capítulo - XI
Fascínio - Capítulo - XII
Fascínio - Capítulo - XIV
Fascínio - Capítulo XV
Fascínio - Penúltimo e Último - Capítulos
Recado importante aos leitores!
Capítulo 21

Fascínio - Capítulo - XIII

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By TniaLopes727

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Assim que se viu distante de olhares curiosos, voltou a estacionar, dizendo: _ Abrace-me, feiticeira, estou morrendo de saudades._ após um longo beijo, comentou:

_ Que bom que resolveu aceitar o convite de Renata para sair. Com isso propiciou...

_ Como sabe que...

_ Sei tudo sobre você.

_ Você anda me seguindo, isto sim!

Nathan sorriu matreiro, voltando a sequestrar os lábios dela com extrema sensualidade. Júlia pensou que não fosse suportar tanta emoção.

Pequenas lembranças incendiavam-na, como a aspereza da barba que despontava no rosto amado, as mãos fortes que sabiam tocá-la com carinho, os cabelos sedosos que se entrelaçavam entre seus dedos; o perfume marcante...

Perdeu a sequência dos pensamentos a partir do momento em que sentiu os lábios de Nathan deslizando por sua jugular, arrancando-lhe um gemido prazeroso. Ele se afastou, repentinamente.

_ Se não pararmos agora, acabaremos nos amando aqui mesmo. _ ele explicou, ao notá-la com ar de abandono. Virou a chave na ignição, ouvindo-a perguntar:

_ Aonde vamos?

_ Estou pensando em levá-la a um certo hotel, com uma certa suíte em especial.

Durante todo o percurso, Nathan procurava manter uma das mãos livre, para poder tocá-la. A cada parada em semáforos, Júlia era literalmente atacada, com beijos e carícias deliciosamente audaciosos. Até chegarem ao hotel, não trocaram nenhuma palavra, as carícias diziam tudo.

Júlia somente percebeu que ele precisava do apoio de uma bengala, ao desembarcarem do automóvel. Ela sentiu um nó no peito e captou no mesmo instante que Nathan notara sua reação.

_ Em pouco tempo estarei livre disto, acredite.

Ela o abraçou com lágrimas nos olhos e murmurou:

_ Você realmente sofreu aquele acidente, não é? Não suporto nem imaginá-lo ferido.

_ Já passou _ disse, acariciando-a na face. _ Está frio aqui. Venha, vamos entrar.

Trocaram um sorriso cúmplice no instante em que a funcionária do hotel comunicou que a suíte estava vaga. Júlia caminhou vagarosamente quando adentrou no quarto, olhava o ambiente com ar nostálgico, enquanto ouvia Nathan fechar a porta.

_ Em que está pensando? _ ele perguntou, largando a bengala com displicência, antes de abraçá-la por trás.

Júlia cerrou os olhos, inspirando o aroma amadeirado que tanto adorava, e, ao responder, sorriu deliciada:

_ Estava pensando; parece que foi ontem que estivemos aqui; é como se o tempo tivesse parado.

_ Para mim, parece uma eternidade. Pensei que nunca mais fosse conseguir abraçá-la assim, tão... gostoso.

Júlia virou-se de frente para ele ao pedir: _ Conte-me sobre o acidente.

_ Mais tarde falaremos sobre isso, mais tarde. De agora em diante quero matar a saudade e fazer planos para o futuro. Nosso futuro.

Júlia percebeu que ao citar a palavra acidente, ele ficara com a expressão carregada. Decidiu-se por brincar um pouco, para descontraí-lo. Afastou-se num gesto estudado ao proferir:

_ Sinto dizer, mas infelizmente não haverá futuro para nós. É que existe alguém...

_ O quê?! _ bradou, segurando firmemente os pulsos dela, numa atitude totalmente impensada, movida pelo ciúme. _ Quem? Diga o nome do cara. É o Eduardo, certo? Você já foi para a cam... você sabe, fale, Júlia!

Júlia não esperava uma reação tão violenta, mas não se intimidou.

_ Não, não é o Eduardo. Na verdade, você não o conhece. E ainda não aconteceu nada além de um... beijo. _ Ela viu fúria e dor espelhados nos olhos negros.

_ Eu o conheci numa festa _ ela continuou _ Desde então venho recebendo ligações e, até mesmo, peças íntimas de presente _ enfim, Júlia percebia o semblante irado transformar-se em expressão de alívio.

_ Por acaso havia algum espartilho entre essas peças? _ perguntou com voz rouca.

Ela sorriu, sedutoramente, ao questionar:

_ Como adivinhou? Por acaso conhece o homem que me presenteou? Responda... "Sheik Nathan”.

_ Espertinha! Sabe, confesso que fiquei um pouco decepcionado com a receptividade que você demonstrou ao sheik, naquela festa. Deu a ele pleno acesso às curvas de seu corpo _ enquanto falava, galgava com as mãos por caminhos sinuosos, numa demonstração viva do que dizia:

_ Sem contar os beijos.

_ Assim você me deixa sem graça... e sem fôlego. _ ela disse, sôfrega.

_ Olhe para mim _ ele segurou o rosto dela entre as mãos _ O tempo parou, lembra? Agora, só existe nós e o que já vivemos e sentimos aqui entre estas paredes. Feche os olhos e entregue-se sem reservas, feiticeira. _ sussurrou por fim.

Júlia se deixou embalar pelos sonhos e desejos, pelo intenso amor que sentia por aquele homem. Suspirou, de modo profundo, quando começou a ser despida, num vagar alucinante, entre carícias inflamadas. Ela fez o mesmo com ele, arrancou-lhe o sobretudo e desabotoou a camisa, recordando da primeira vez que cumprira tal tarefa. Porém, nada se comparava ao que vivia naquele instante. Tinha medo de despertar. Receava ser uma alucinação. Por incontáveis vezes chorou até esgotar todas as lágrimas. Passara longas noites olhando para o nada, sem conseguir arranjar sentido para continuar vivendo. Sofrera tanto por imaginar que nunca mais voltaria a ver, tocar, sentir Nathan. Agora se via naquele mágico momento, como num conto de fadas. Ele estava à sua frente, todo seu, carinhoso, ardente e apaixonado.

Já sem a camisa, apenas vestindo a calça social, Nathan suspendeu-a entre os braços carregando-a até a cama.

_ Cuidado com sua perna.

_ Não estaria ao seu lado se não me sentisse inteiro, Júlia. _ com carinho deitou-a sobre o tecido gelado dos lençóis de cetim, vendo-a estremecer com o contato frio.

_ Tudo bem... já vai ficar aquecida. _ prometeu com voz rouca, deitando-se sobre ela. _ Ah, Júlia, você não pode imaginar as vezes em que sonhei com esse momento.

Suas bocas se fundiram numa entrega louca, mergulhando num mundo que só a eles pertencia. Redescobriam-se com audácia contagiante. Nathan percorria o corpo de sua mulher com lábios famintos e vorazes. Júlia livrou-o das peças que ainda separavam suas peles. Entre um beijo e outro, Nathan a incitava a entrar no jogo da sedução.

_ Diga que está entregue.

_ Não. _ provocou-o, aceitando a deliciosa e instigante brincadeira. Gemeu quando sua intimidade foi invadida com maestria.

_ Diga que me ama _ ele rosnou, num esforço para segurar a explosão de prazer que ameaçava irromper.

_ Não...

Quanto mais Júlia negava, mais era torturada com carícias e beijos ousados.

_ Diga que sou... o seu homem.

_ Aquilo era demais! _ pensou, puxando-o para si, demonstrando todo o desejo e a ânsia de senti-lo. Nathan mergulhou fundo na maciez da mulher amada e, de repente, estagnou. Júlia o olhou incrédula ao mesmo tempo em que observava um sorriso maroto brotando nos lábios dele.

_ Por que parou?

_ Porque, estou esperando, feiticeira.

_ Esperando, o quê?

_ Diga logo que está entregue, que me ama, e que... deixe-me lembrar...

_ Você é meu... tudo!

_ E você é minha vida, Júlia.

Seus lábios se encontraram. Seus corpos estremeciam unidos, movendo-se na mesma cadência. Tudo misturado a palavras desconexas, gemidos e juras de amor, que selavam um momento único. A explosão dos sentidos arremessou-os à insanidade do prazer.

Aos poucos os movimentos foram se tornando mais lentos, até que a letargia compartilhada apenas por amantes reinasse por completo. Adormeceram entrelaçados entre os lençóis.

Júlia acordou extasiada, pensando que sonhara estar nos braços de Nathan. Ao tentar se mover teve a feliz constatação de que tudo fora real.

_ Meu Deus, é verdade... não foi apenas um sonho. _ sussurrou emocionada, antes de escorregar para fora da cama, tomando o cuidado para não acordá-lo. Tomou um banho, vestiu-se, e, por meia hora, entregou-se aos pensamentos. Quando deu por si, estava na recepção do hotel, pedindo para que providenciassem um táxi.

Já a caminho de casa, tentava imaginar como seria sua vida dali por diante. Estava confusa, magoada.

_ Sofri horrores e, agora, ele simplesmente reaparece do nada! Por quê? Por que me deixou de lado exatamente no momento em que mais precisava de mim? Eu tinha o direito de saber da verdade! Não tinha? E Nathalie? Minha filha está com um ano e quatro meses e não conhece o pai!

Ao entrar em casa, subiu sorrateiramente os degraus, sentindo alívio por perceber que todos dormiam. Naquele momento não se sentia em condições de falar com ninguém. Passou pelo quarto da filha, beijou-a com delicadeza e sussurrou entre lágrimas:

_ Seu papai está vivo! Ele a ama, vai protegê-la e, com certeza, mimá-la muito. Tenha certeza disso, meu anjo. _ ao notar a filha começando a se mover, retirou-se na ponta dos pés.

Júlia despertou ao ouvir leves batidas na porta.

_ Quem?

Vívian entrou, trazendo Nathalie nos braços.

_ Olá, desculpe por acordá-la, mas essa mocinha aqui _ beijou a neta _ Não queria esperar para ver a mamãe. _ disse passando a pequena para os braços da mãe.

Júlia atacou a filha, dando-lhe pequenas mordidas, fazendo-a sentir cócegas.

Vivian sentou na beira da cama e, sem entremeios, comentou:

_ Eu e seu pai já estamos sabendo sobre Nathan. Que loucura, não?

_ Fico aliviada em saber que você e meu pai não compactuaram com a mentira.

_ O que é isso, filha! Acha mesmo que eu iria deixá-la sofrendo se soubesse...

_ Quase tive um treco quando o vi, mãe!

_ Imagino! Seu irmão acordou a mim e a seu pai em plena madrugada. Bem, devido ao adiantado da hora, perguntei por você e foi aí que seu irmão quase levou seu pai a um ataque cardíaco. Se bem que eu não fiquei atrás no susto quando ouvi Henrique, simplesmente responder que você estava em companhia de Nathan!

Júlia comentou, sorrindo:

_ Henrique não tem jeito com as palavras mesmo. Às vezes, o que diz tem efeito de bomba.

_ Pois é, foi somente após ter visto o efeito da "bomba" que seu irmão se lembrou de acrescentar o “pequeno detalhe” de Nathan estar vivo! _ sorriu aliviada. _ Se você visse a reação de seu pai, não imaginava que ele gostasse tanto de Nathan. Claro, não preciso descrever o tamanho da minha felicidade, não é?

_ Óbvio que não precisa. Você sempre babou por ele!

_ Olhe o respeito, menina! Eu o tenho como a um filho!

_ Lembra da sua opinião sobre o Sheik? _ Júlia começou a rir _ Pois o tal era Nathan!

_ Contudo saiba que, se sua intenção era a de me deixar sem graça, conseguiu!

_ Bobinha! _ puxou a mãe pelo braço, dando-lhe um sonoro beijo na face. _ Não é pecado achar um homem bonito!

_ Falemos a sério, agora, o que vocês resolveram?

_ Nada.

_ Como nada?

_É que... não conversamos muito.

_ Sei... entendo. _ disse com um olhar sagaz.

Júlia olhou para a filha, percebendo-a distraída com algumas pulseiras que haviam sido largadas sobre o criado-mudo.

_ Sabe mãe, tenho receio de que Nathan queira assumir um compromisso comigo... _ moveu a cabeça indicando Nathalie _ Você entende.

_ Acha que ele faria isso? Quer dizer...

_ Faria sim. E depois não achei justo o que aconteceu, sofri horrores devido a uma mentira.

_ Seu irmão nos disse que Nathan ficou paralisado da cintura para baixo e resolveu manter a mentira por temer que você sentisse pena...

A conversa foi interrompida por batidas na porta que anunciaram a chegada de Henrique.

_ Júlia, Nathan está na sala.

_ Mande-o subir, Henrique. _ ordenou Vívian.

_ Não, mãe! Ele não pode subir e me ver assim!

_ Ajeite-se um pouco! _ falou com voz firme _Vou descer para cumprimentá-lo.

Sem ter tempo para pensar, nem reclamar, Júlia tirou a filha da cama e colocou-a sentada ao chão, antes de correr para o banheiro, ao mesmo instante em que sua mãe e Henrique saíam do ambiente.

Minutos depois, retornava ao quarto, vestindo calça jeans e camiseta e flagrou a filha esparramando seu melhor perfume.

_ Não faça isso! Mas que danadinha você é, olhe só o que fez! _ tentava tirar o frasco de perfume das mãos de Nathalie, quando uma espécie de pressentimento a fez olhar para trás.

Nathan havia entrado silenciosamente no quarto. Estava encostado na porta, com as mãos nos bolsos da calça jeans. Seu sorriso não conseguia mascarar a emoção que o dominava. Os olhos brilhavam lacrimejantes.

_ Oi... _ cumprimentou com voz grave.

_ Oi... não vi você entrando... _ calou-se ao notar que a atenção dele estava centrada na filha. Por segundos, Júlia não soube o que dizer, como agir.

Nathalie olhava para o estranho e, de repente, deu o ar da graça:

_ Oi!

Incrédula, Júlia viu a filha correr em direção a Nathan com o frasco de perfume entre as mãos. Demonstrava querer fugir da mãe. Comovido, Nathan se abaixou e a pegou no colo, beijando-a sem parar, controlando-se para não apertá-la entre os braços, afinal, poderia assustá-la.

A emoção de ver Nathalie nos braços do pai foi demais para Júlia. Ao ser assaltada por lágrimas, começou a se dirigir ao banheiro.

_ Júlia...

_ Vou pegar um pano para secar o piso. _ disse, antes de alcançar o refúgio.

Minutos depois, ao retornar ao quarto, viu Nathan sentado, na beira da cama, com a filha no colo. A pequena divertia-se com o relógio do pai.

Júlia secou o piso, enquanto ouvia as palavras carinhosas de Nathan para a filha.

_ Agora não quer mais largar o meu relógio, não é espertinha?! É justo, já que sua mamãe também tem um relógio do papai, não é? Este é seu. _ beijou-a com carinho.

Júlia assistia a cena com o coração disparado, recordando da corrente que colocara no pescoço de Nathan, logo após ele ter lhe entregado o relógio.

Como se lesse os pensamentos dela, Nathan olhou-a, dizendo:

_ Eu a perdi no dia do acidente... estou falando da corrente.

_ Quer que eu acredite que você estava usando a corrente? A pequena lembrança de uma mulher que você acabara de dispensar?!

_ O que está dizendo? Eu não... _ suspirou contrariado, antes de perguntar: _ Por que saiu do hotel às escondidas? _ voltou a beijar Nathalie; levantou da cama e se aproximou de Júlia: _ Acho que não preciso dizer que esperava acordar tendo você ao meu lado... nos meus braços!

_ Você pensa, planeja, decide e...

_ O que há, Júlia?!

Ela virou o rosto em direção à filha. Com delicadeza, Nathan tocou-lhe o queixo, em busca de seu olhar.

_ Não está feliz em me ver, em me reencontrar? É isso?

_ O que quer, Nathan? O que pretende?

_ Será que já não dei a entender? Pretendo me casar com você, Júlia! Quero você... nossa filha. _ por fração de segundo, perdeu-se observando Nathalie brincando com o relógio: _ Eu as tenho como "minha família"! _ sussurrou, nitidamente comovido.

_ Você havia terminado tudo comigo, lembra-se? _ despejou irritada.

_ Aquilo foi num momen..._ passou a mão pelos cabelos com angústia, antes de continuar: _ Tantas coisas aconteceram depois disso.

_ Uma delas é que agora realmente existe uma criança entre nós, não é, Nathan?

_ Onde pretende chegar, Júlia?

_ Não vou me casar com você!

_ Porque não me ama; é este o motivo?

Porque não quero me casar com alguém que se sente obrigado a isso... por senso de responsabilidade! Não sou mais a menina mimada que conheceu, Nathan! Sou uma mulher madura e, como tal, tenho plenas condições de criar minha filha!

_ Nossa filha! Você realmente está achando que falei em casamento, por me sentir obrigado a...

_ Não estou achando, tenho certeza!

_ Pois fique sabendo que está redondamente enganada! Eu a amo, Júlia!

_ Se me ama como diz, por que não me deixou ficar ao seu lado quando precisou de mim? Ah, claro! Você é forte, decidido, independente, não precisa de ninguém!

_ Você não sabe da história a metade! Houve momentos em que eu não me sentia vivo! Passei meses no fundo de uma cama, sentindo apenas metade do meu corpo. Simplesmente odiando o que havia sobrado de mim! Sofri como um cão, imaginando que jamais conseguiria reconstruir a minha vida, que jamais voltaria a ter você em meus braços! _ mordeu o lábio inferior, buscando o autocontrole. _ Só aceitarei um não de sua parte se me disser que não sente mais nada por mim!

_ Estaria mentindo se dissesse isso. _ confessou com voz embargada.

_ Então, não tente me afastar de vocês!

A atenção do casal foi desviada ao ouvirem um estrondo seguido pelo choro histérico de Nathalie. A pequena havia caído da cama. Num instante, Júlia e Nathan estavam agachados ao lado da filha.

_ Papai está aqui; não chore, doçura.

Nathan estreitou a filha entre os braços, com lágrimas nos olhos. Júlia era a mesma emoção. Nathalie deixou os pais atônitos quando resmungou em meio ao choro:

_ “Papa”.

Nathan estendeu os braços, enlaçando Júlia e, mesmo tendo a filha entre eles, capturou os lábios da mulher e, com paixão, sussurrava, resvalando os lábios de encontro aos dela.

_ Eu te amo tanto! Aceite se casar comigo, Júlia. Diga que seremos uma família.

_ Seremos, sim! _ garantiu ela. Afinal, como poderia ignorar a chance que Deus lhe dava? Quantas pessoas que realmente perderam seus entes amados gostariam de estar em seu lugar? _ Júlia deixou os pensamentos de lado ao sentir uma pequenina mão empurrando seu peito:

_ Acho que nossa princesa está se sentindo sufocada entre nós.

Ao voltar o olhar para Nathan, notou-o com expressão de dor. Lembrou-se que não o vira com a bengala.

_ Não podia ter dobrado a perna dessa maneira; a bengala, por que não a trouxe?

Júlia afastou a filha e, com muito cuidado, auxiliou-o a sentar-se na cama.

_ Está passando. _ ele disse com voz arrastada.

_ Prometa-me que de agora em diante vai se cuidar!

_ Ok, calma. Estava tão ansioso por vê-las, que acabei esquecendo a bengala. _ inspirou profundamente: _Tudo bem, de agora em diante serei um bom menino, prometo! _ brincou, erguendo a mão: _Tenho certeza de que a dor irá embora se você me der um beijo.

Uma corrida contra o tempo foi iniciada. Nathan voltou a São Paulo com o intuito de resgatar sua identidade, desfazendo o engano sobre sua morte. O nome, Alex, finalmente pôde ser gravado na lápide de seu amigo. A imprensa noticiou o fato com ênfase e, em pouco tempo, tudo caiu no esquecimento, para o alívio de todos.

Júlia teve de se conformar em dividir Nathan com os afazeres em São Paulo. Aos poucos ela tentava controlar o pânico que sentia a cada partida dele. A pequena Nathalie já começava a sentir falta de seu “papa”.

Decidiram se casar apenas no civil, evitando, assim, grandes correrias.

Dois meses depois, Júlia adentrava em seu novo lar. Ou melhor, na residência de seus sogros. Nathan a convencera a mudar-se para São Paulo, após fazê-la entender o quanto era necessário a retomada de seu posto na empresa. Explicou-lhe, também, que seria melhor que morassem com os pais dele, pois a residência, além de espaçosa, localizava-se em um condomínio cercado por seguranças; assim, quando ele precisasse se ausentar em viagens de negócios, ficaria tranquilo por saber que Júlia e Nathalie, estariam em segurança.

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