Uma noiva para Ares

By fadadas_historias

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4° LIVRO DA SÉRIE NOIVAS Dizem que o luto corrói a alma, destrói os corações. Seguido de momentos de dor... More

Nota inicial | Avisos | Pré-venda livro I
Epígrafe
Prólogo
Dando início
A garota que toca
O começo de um novo inicio
Coisas as escondidas
Conversa de deuses
Um objeto sagrado
Uma breve Descoberta
As páginas roubadas
É tudo pelas ordens do Pai?
Um lampejo de vida
O lado oculto de um deus
Algo que aflora
A musica da mortal
Algo repentino
Revelação
Ser obediente para um deus
Descobrindo certos problemas
Um desejo sombrio
Conhecendo o problema
A verdade do deus do sol
Confissão do deus sol
Uma prova de Confiança
O início da perdição
A procura do amor
Sentimento de destruição
Epílogo
Agradecimentos
New Book Uma noiva para Tanatos

O pedido do deus da guerra

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By fadadas_historias

*Laura*

   O sorriso que antes eu tinha desapareceu, ele perdeu alguém.
Eu ainda não sabia a dor da perda, mas sei que é algo quase insuperável, te acompanha todos os dias de sua vida.
Por que estaria falando comigo, ou me pedindo algo? Os deuses parecem tão complicados. Ele poderia ouvir de qualquer pessoa uma melodia ou canto, mas por que eu?

    — Você quer que eu toque, mas é um deus. Pode ouvir qualquer pessoa. — falei sem jeito, estava curiosa sobre esse fato.

    — Não é bem assim, não conheço pessoas como você. — respondeu e fiquei ainda mais curiosa e apreensiva, pessoas como eu? Apenas tocava por uma promessa que fiz, não sabia que agradaria um deus.

    — Então um deus quer que eu toque para ele, simples assim? — continuei é percebi que ele estava nervoso. Quem será a pessoa que ele perdeu? Deveria ser fácil para os deuses terem o que querem, basta obrigar os mortais. Mas resolvi guardar esse pensamento apenas em minha mente.

    — Sim, eu quero. Por favor, perdi alguem muito importante para mim e a sua música me fez esquecer por um tempo, preciso de mais. — respondeu ele um tanto alto, percebi que seus olhos brilharam.

   Talvez fosse alguem que ele amava muito e tenha sido doloroso ou o deixou, ou morreu mesmo como ele diz. Aquilo doeu em meu coração, não sei como é essa dor, mas as pessoas que me procuram sabem e escutam minha música para se acalmar. Será que eu deveria atender esse pedido de Ares? Sei que a dor da perda corroe e pode destruir alguém, mas só quem vive sabe o quão doloroso se torna esse sentimento.

    — Tudo bem, me encontre na fonte hoje então, ah e me chamo Laura. Você me disse seu nome e acho ruim que não saiba o meu. — falei envergonhada, tive pena dele. Talvez só precisasse da música para tornar seus dias mais felizes e era um pedido que eu não diria não.

  — Será uma honra jovem Laura, afinal sua melodia é um deleite que acalma meu coração. — respondeu e notei um sorriso se formar em seus lábios, ele tinha um belo sorriso.

   — Por favor, me chame apenas de Laura meu senhor Ares. — falei o reverenciando, ele era um deus e precisava ser tratado como tal.

   — Não precisa ser tão formal comigo Laura, posso ser um deus, mas as vezes odeio formalidades. — comentou e permaneci em silêncio então ele não gostava disso, estranho e curioso.

  — Bom, mas o senhor é um deus. Então como vou, agir. — falei e ele pediu silêncio para mim, o que tinha de errado?

  Não dei ousadia, antes disse que reservava seus sorrisos a alguem e agora isso, estava muito estranho ou ele escondia algo.

  — Me trate apenas como uma pessoa normal Laura. Lhe vejo mais tarde. — respondeu e sorri para ele entendendo que não deveria continuar questionando.

    Ares desenhou um portal com sua mão em meu quarto e me deixou só, ele parecia tão sozinho e em seus olhos carregavam uma enorme tristeza.
Olhei de volta a varanda e o céu, espero que não chova, afinal fiz um compromisso com ele. O chuvisqueiro tinha parado, mas ainda permanecia nublado o céu.
Será que deveria ao menos dizer a minha mãe ou guardar para mim aquele encontro e as palavras do deus da guerra. Senti novamente vergonha e nesse mesmo momento mamãe chegou balançando a peneira com feijão.

   — Vamos, não coloquei você para fora do meu ventre para ficar parada Laura. Temos trabalho e logo seu pai vai chegar de viagem. — ordenou. Parecia nervosa, mas não me disse nada, não suportava aquele homem que ela me obrigava a chamar de pai. Ele não era meu pai, apenas um aproveitador.

   Não quis ser grosseira com ela, afinal era minha mãe, mas não tinha necessidade disso. Por vezes eu achava que ela pensava que fosse um fardo aguentar a mim, se eu tivesse chance eu desejaria viver só. Ao menos não daria problemas e ninguém e poderia tocar tranquilamente.
Levantei caminhei até a cozinha. No balcão de madeira que estava do lado do fogão velho feito a lenha tinha varias tigelas, peguei uma e com a criada de minha mãe comecei a encher os cestos. Assim que terminei estava anoitecendo e um pouco frio, minha mãe preparava o jantar, ela permaneceu em silêncio o tempo todo. Nem sequer trocava palavras comigo, estava parecendo um peso para ela.

   — Acabei o ultimo cesto, posso subir? — perguntei enquanto ela me olhava estranho. Seu olhar era indecifrável.

   — Vai tocar hoje de novo? Não acha que esta frio Laura. — comentou olhando pela janela o laranja do céu que estava escondido pelas nuvens se transformar no negro da noite. Será que ela estava desconfiada de algo, ou ouviu minha conversa com Ares?

    — Sabe que fiz uma promessa a mim mesma. — rebati, ela estava muito sem bom senso ultimamente. Me tratando dessa forma fria e grosseira.

   — Eu sei o motivo de ir, não finja esconder as coisas de mim. Sabe que odeio mentiras e o inferno está cheio de mentirosos. — comentou puxando uma cadeira da mesa e a colocando na minha frente, seu olhar estava frio e senti um pequeno arrepio percorrer toda a extensão do meu corpo.

    — Mãe, só vou tocar. Não precisa de alarde. — tentei explicar a ela e fazer entender.

     Ela me olhou ainda mais, parecia uma fera selvagem pronta para o abate.
Não entendia seu comportamento, me sentei de volta a sua frente e permaneci em silêncio aguardando seu ultimato.

   — Você não vai sair, encontrei um bilhete hoje no seu quarto e vi que pedia para tocar. Está tendo encontros com homens Laura? Quer nos envergonhar, logo a mim e a seu pai que damos duro a você e ainda estou vendo com um dos governadores para lhe arrumar um pretendente decente! —gritou alto e em bom som, aquilo me deixou pasma. Ela achou o bilhete de Ares e pior achava que eu era uma mulher da vida.

    Tentei não ouvir as palavras dela, queria que não tivesse visto nada, mas mesmo se eu contasse que era de um deus me chamaria de louca, como contornaria essa situação e eu tinha prometido que tocaria para Ares.

   — Ande logo e me conta quem é Laura? — ordenou minha mãe batendo em meu rosto tão forte que quase cai da cadeira que estava sentada.

    Olhei para ela e comecei a chorar, não estava mentindo e nem escondendo nada e nem poderia dizer que ele era um deus.

    — Por favor para! Não é nada, por que está fazendo isso comigo? Você me conhece.  — falei tentando argumentar com ela.

    Me pegou pelos cabelos e começou a me puxar para as escadas, sua criada me olhava sem saber o que fazer. Era apenas um bilhete e ela fazendo esse alarde?
Apenas fiquei em silêncio sem lhe dizer nada, não podia. Lágrimas escorreram de seus olhos, minha mãe subiu as escadas gritando, acho que todos que passaram próximos ouviram e então me jogou no chão do quarto.

    — Você não vai sair nunca mais e nem tocar. — gritou pegando a harpa da estante e a jogando no chão. As cordas se quebraram e deixei então minhas  lágrimas caírem de meus olhos. Como ela estava sendo cruel, sem amor.

    Fiquei ali jogada ao chão frio enquanto ouvia o barulho de trovões lá fora e ela fechando a porta, escutei o barulho do trinco e então tudo virou silêncio. Toquei na harpa e passei a mão em seus detalhes tudo se fora e agora não poderia me encontrar com Ares e nem tocar. Será que ele me puniria por isso, por quebrar uma promessa?
Fechei meus olhos a procura de conforto, chorei como uma criança até o sono vir ao meu encontro.

   Abri meus olhos e notei algo diferente, uma luz forte vindo do céu. Andei até a janela e no céu vi guerreiros lutarem uns contra os outros, as árvores não tinham folhas mais e existia apenas fumaça e fogo. Tudo parecia perdido e destruído, próximo ao jardim de minha casa vi uma mulher com uma criança. Tinha cabelos avermelhados e carregava consigo uma espada, defendia a pequena criança dos monstros que tentavam matar ela e a menina. Olhei para trás e no chão um corpo queimado estava, conseguia sentir até o cheiro da fumaça e da carne.

   Acordei assustada, estava molhada de suor, teria sido apenas um sonho ruim? Levanteu do chão e caminhei até a janela, olhei ao céu, apenas nuvens. Tudo estava bem, foi apenas um sonho ruim.  Tinha acabado de chover e a noite acredito estava apenas próxima da metade, pensei em Ares e como ele parecia desesperado pela minha música.

    — Não poderei tocar mais para ninguém. — falei baixo olhando de volta a harpa. — E se eu cantasse então? Ai não precisaria da harpa, mas não sei nada sobre letras, como poderia criar uma canção?

   Sentei na cama e fiquei olhando para o espelho, encarando meu próprio reflexo. Imaginei o que Ares tinha visto em mim? Seria apenas a música?
Será que eu era bonita o suficiente para cantar e cativar as pessoas com minha voz, ou apenas tinha boas mãos que dedilhavam notas encantadoras na harpa? O tempo passava e eu não tinha resposta e Ares provavelmente estaria nervoso a essa altura por não ter cumprido com a minha parte.
Não entendo minha mãe, nunca se opôs a isso e agora me tratava como uma qualquer, se eu fosse uma pessoa atirada para cima de homens, mas não.
   
  Peguei um pequeno caderno de folhas amarelas que estava no criado, mesmo lugar onde Ares deixou o bilhete e o abri, peguei ela e um lápis. Sentei na cama enquanto escrevia lá fora chovia, estava determinada a criar uma canção. Uma canção que ao menos deixasse seu coração calmo e alegre e eu sei que conseguiria, não quebraria meus compromissos ou promessas.

  

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