blue diary | nomin

By chittapotato

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Beijos e um diário azul cheio de pensamentos e vivências nostálgicas de dois melhores amigos. No instante que... More

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By chittapotato

Quatro meses se passaram. Vinte horas da noite. Um domingo qualquer, ou quem sabe, uma possível e longa noite de discussões e barulho.

Os garotos sentados sobre a cama, recém trocado os móveis do quarto de local por conta de uma faxina. Eles colocavam os planos em prática para aquela noite. Conversavam e trocavam de vez em quando umas bitocas inocentes.

Estavam beirando seus dezesseis anos. Quem diria que com essa idade ainda pudessem agir como duas crianças descobrindo os sentimentos mais puros de carinho e amor?

— Quando será que chegarão? — se perguntou em sussurro, olhando pela janela próxima, a rua, quieta e sem qualquer movimento possível.

— Jaemin, você prometeu que iríamos ensaiar juntos! — franziu o cenho frustrado.

O mais novo virou-se e olhou para o outro, sorriu com os lábios simplista e receoso. Aquilo tudo poderia deixar Jaemin nervoso.

— Me desculpa, estou ansioso e incerto sobre isso tudo hoje... meu estômago chega a revirar... — suspiro fundo — E se ainda não for a hora?

— Ei! Não diga isso. — ele sorriu com os lábios — Pensa que teremos que enfrentar isso apenas uma vez... Dará tudo certo, bom. Eles querendo ou não, nós vamos fazer isso acontecer de qualquer forma. — deu de ombros.

— Espero que dê mesmo, Neno... — suspirou cansado, tendo a atenção dos olhinhos de Jeno ainda mais centralizados em seu rostinho.

O mais velho pegou em sua mão e cruzou os dedinhos uns nos outros, com carinho e calma.

— Não fique bancando o Lee Jeno! Ele é chato... — fez um beicinho, recebendo um sorriso de canto daquele garoto de cabelos alaranjados — O que posso fazer para lhe tranquilizar?

— Uhm... — o garoto pestanejou, fazendo um breve barulho com os lábios ao decidir — Eu quero beijo fofinho — o mais velho riu, confuso.

— O que seria beijo fofinho? — se aproximou, pondo as mãos com carinho no rosto do garoto. Na Jaemin sorriu simplista, analisando cada detalhe próximo de seu amado.

— Beijo fofinho, amor... não se faz de bobo! — roubou um selinho dos lábios avermelhados a sua frente, franzindo o cenho com um leve sorrisinho de canto.

Lee Jeno suspirou fundo, tocava as pontas de seus narizes com carinho e dengo; distribuía selares delicados, inocentes e possivelmente viciantes naqueles lábios finos e rosados; gerava, sem nem notar, sorrisos bobos e mútuos. Suas mãos, como de costume, deslizavam sobre aquele rosto bonito. Uma carícia inocente e carinhosa. Eram assim que desejavam ficar pelos restos de suas vidas.

— Eu amo você. — finalizou ao separar os lábios, selando uma vez a bochecha do amigo e sendo puxado para um abraço carinhoso e cheio de dengo.

Jaemin se deitou abraçado naquela cama com o seu garoto. Distribuía carinho em seus cabelos castanhos escuros e recebia cheiros como recompensa. Estavam tão preenchidos por aquele seu amor, não queriam estar em outro lugar sequer.

— Também amo você.

[...]

Tia, você pode colocar mais suco pra mim? — a pequena perguntou sentada na cadeirinha, gerando um grande riso dócil de Na Hyerin do seu lado.

As duas famílias jantando na mesa posta no pátio dos fundos da casa. Jeno e Jaemin se observavam de canto, tensos e receosos.

"Vamos logo com isso?"

A mensagem enviada por Jeno para Jaemin, de baixo da mesa enquanto todos estavam distraídos, poderia ser preocupante.

"Espera"

Sentiam seus corações acelerados de nervosos. Eles avisaram que precisavam falar sobre algo aquela noite! Talvez em um tom de brincadeira, mas Yeojin, naquela mesma mesa, sabia que Jaemin comia aquele espaguete muito mais rápido que o comum.

— Yeojin! Me serve mais salada? — pediu Jeno à amiga em sua frente. Ela deu de ombros e sorriu com os lábios, atendendo ao seu pedido.

— Você?! Comendo salada?! — a mãe do coreano mais velho riu descontraída, sem nem acreditar no que via.

— Que engraçado! Achei que você odiasse. — o Lee ancião sorriu aberto, brincalhão pelo ambiente descontraído que estava aquela mesa de jantar — Tá tudo bem?

Ironicamente não, mas até que o ar de fora ajudava os pulmões funcionarem melhor; pensava Jeno.

— Está tudo bem! — sorriu com os olhos, soltando o prato sutilmente sobre a mesa e lançando um olhar quase indiscreto a Jaemin, que já lhe observava, do outro lado da mesa.

Lee Jeno ergueu uma de suas sobrancelhas, quase suplicando para que agissem logo. Mas Jaemin apenas suspirou fundo e voltou a enfiar mais uma quantia de massa na boca.

— Nana! Suas bochechas ficarão gordinhas desse jeito! — mencionou Chaewon com a boquinha suja de molho, mas recebendo uma boa limpada da Na mais velha.

O garoto riu nervoso, sem mencionar nada. Olhou para o lado esquerdo, vendo sua prima lhe encarar sem parar.

Seu estômago doía, mas não pelo tanto de comida que, ansiosamente consumia. Ele estava extremamente nervoso. Era um misto de agonia na barriga e vontade para fazer xixi.

— Filho... aconteceu alguma coisa? — o garoto largou o garfo, respirando fundo e olhando para o pai ao lado.

"Quer que eu comece?"

— Tô... eu pareço mal? — o homem concordou. Jaemin sorriu, dando um sorriso debochado pela resposta.

"CALMA, CALMA"

— Vocês dois estão estranhos. — mencionou Yeojin, olhando para o primo e Jeno — Conheço vocês, estão comendo muito mais do que costumam comer e não é por fome.

As atenções logo foram para os garotos. Aquilo estava começando ficar muito tenso para Jaemin e Jeno.

— Tá tudo bem! — afirmou Jaemin.

— Não tá não, você que tá se fazendo de fresco. — retrucou Jeno em um tom brincalhão e descontraído, mas não gerando nenhum riso naquela mesa.

— Cala a boca! — respondeu rindo nervoso, olhando para o mais velho, logo após, com os olhos pouco arregalados de pavor.

Jeno sorriu com os lábios, notando em poucos minutos o silêncio que aquela mesa estava pela conversa entre os dois coreanos.

— Nós queremos aproveitar que estamos as duas famílias reunidas para conversar algo importante com todos vocês. — disse, pouco receoso pela atenção gerada.

O homem de cabelos morenos, Na Seonhyun, coçou seus olhos com uma de suas mãos, sem entender bem o que estava acontecendo.

— O que estão aprontando...? — perguntou, Lee Jisoo.

As famílias estavam ficando desconfortaveis, todos no geral. Aquilo poderia dar errado, mas era melhor arriscar, certo?

— Então, Senhor e Senhora Lee. — suspirou Jaemin — Sei que vocês não vão surtar com que iremos falar, mas conheço vocês e já tenho em mente como vão reagir a isso... — a família observava os meninos, preocupados — Jeno, continua! — deu uma breve gargalhada, muito nervoso.

— Então... nós nos conhecemos a muito tempo; passamos por um grande perrengue algum tempo atrás e estivemos conversando bastante sobre isso, e por um bom tempo, antes de chegarmos a comentar com vocês sobre isso. — mencionou — Jaemin e eu queremos namorar... um com o outro.

— SABIA! — gritou Yeojin, pouco animada — Desculpa.

— Nem foden...? Isso...! — o homem se questionou em meio ao diálogo — Querem? Vocês não tem idade suficiente! — se exaltou, quase levantando da mesa.

— Se sente, por favor. — Hyerin puxou a mão do marido, o fazendo sentar outra vez, para não assustar Chaewon ou os adolescentes.

— Pai, nós temos idade o suficiente, sim! — falou sério, olhando para o homem.

Jeno não teria mencionado nada até então, apenas mantia sua afeição avermelhada de nervosismo.

— Escutem, meninos... Isso é muita informação para nós. — mencionou Jisoo, surpresa — Filho, eu nem sabia que você era gay.

— Senhora Lee... tava na cara faz anos... — argumentou Yeojin, sorrindo de canto.

— Olhem o fiasco que vocês estão fazendo na mesa? — visou o garoto com um olhar de raiva. Jaemin não acreditou no que ele dizia, levantando suas sobrancelhas alto; espantado — Vocês não vão namorar.

— Por que não?! Poderiamos estar mentindo para vocês; fingindo que não tem nada acontecendo e fazendo diversas besteiras sem que soubessem. Mas não! Jeno e eu estamos sendo sinceros; gostamos um do outro e queremos ter um relacionamento amoroso, só que da forma certa. Queremos que todos tenham a noção dessa relação.

— Por mim não tem nenhum problema vocês dois se gostarem, Jaemin. — Lee Junheon diria simplista e paciente — Mas me preocupa pela questão de proteção a vocês dois.

— Nós dois já conversamos sobre isso. Temos consciência dos perigos, mas estaremos mantendo esse namoro da forma mais discreta e natural possível. — afirmou — Sou apaixonado pelo seu filho... eu não quero aborrecer nenhum de vocês...

— Hyerin, o que você tem a dizer sobre isso? — Seonhyun, aborrecido, perguntaria a esposa.

— Eu sempre soube. — suspirou fundo, olhando o filho com atenção — Jaemin nunca escondeu nada de mim. Sempre que tivesse um problema ou precisava de ajuda, corria para falar comigo. Eu confio em meu filho. Eu posso confirmar que o que ele diz é sincero e verdadeiro.

— Senhor Na, nós respeitaremos você e jamais inventaria de fazer mal algum para o nome de sua família; eu lhe prometo isso. Mas agora... você aprova nossa relação? — Perguntou baixinho para o homem que olhava para as três pessoas em volta de si, buscando no que dizer. 

O homem suspirou algumas vezes, fechando seus olhos e tentando encontrar as palavras certas para dizer o que queria. Estava aborrecido, claro. Não esperava que seu filho lhe entregasse essa cena.

— Eu aprovo o namoro de vocês... — afirmou, ainda incerto do que dizia — Mas espero que cumpram com tudo o que disseram nesse showzinho — Jaemin revirou os olhos junto com sua mãe.

— Está certo! Todos de acordo? — Jaemin virou os olhos para a família Lee, vendo em seus rostos sorrisos pouco estranhos com a ideia.

— Faremos de tudo para apoiá-los, mas ainda levarei um pouco de tempo para me acostumar com a ideia! — a mulher riu sem jeito.

— Pelo menos não tem como engravidar. — mencionou o homem brincalhão, mas logo sendo repreendido pela esposa e recebendo diversos risos da mesa.   

Apesar de tudo, aquilo tudo foi uma ótima ideia. Jeno e Jaemin seriam felizes e da forma correta.

[...]

Yeojin! — A bebê mencionou, pedindo para a mais velha na frente dela a pegasse no colo para ir brincarem.

A garota pegou a nenê, sorrindo gentil para a garotinha e passando a limpar seu rostinho sujo, junto dos dois amigos no quarto onde estavam conversando.

— Estou muito contente de vocês dois. — afirmou, sorrindo aberto — Apoiarei e irei proteger vocês de todo o mal possível.

— Para de ser bobinha! — cutucou a prima com o cotovelo, gerando risos por parte do namorado e de seus próprios lábios — Mas obrigado por isso.

— Não tem problema! — deu de ombros, terminando de limpar o rostinho da irmã caçula de Jeno e se levantando com ela — Que tal irmos brincar? — indagou para a caçula — Deixarei para vocês dois terminarem isso, sozinhos um pouco. — ela deu uma piscadinha para Jeno, se retirando do local em poucos instantes.

Agora sozinhos. Terminando o dia com sucesso e guardar em seus rostos um sorriso que poderia ser quase eterno.

— Como se sente, namorado? — cochichou Jeno, curioso, se aproximando do namorado sob a cama e olhando para aqueles olhinhos com a maior atenção do mundo.

Na Jaemin ainda conseguia sentir seu coração muito acelerado pelo nervosismo acumulado, mas riu irônico pela situação que estavam agora. Estavam tão felizes, que poderiam explodir de felicidade. 

— Eu nem consigo acreditar que isso deu certo. — riram embargados de alegria.

Jaemin colocou seus braços sob os ombros do namorado e lhe puxou para um abraço, sendo correspondido por Jeno, com suas mãos sobre sua cintura.

— Prometo cuidar de você, entendido? Eu prometo. — disse com atenção, olhando para Jaemin com os rostos quase grudadinhos um no outro. 

— Também cuidarei de você, sabe disso. — deu um beijo naquele rosto, aliviado — Obrigado por isso.

— Isso o que, exatamente? Já tínhamos entrado num acordo. — sorriu com os olhos, roubando alguns beijos nos lábios vermelhos do seu amado — Você foi muito corajoso, estou surpreso que encarou seu pai daquele jeito na frente de todo mundo.

— Ah, para né! Você sabe que eu nunca vou deixar ele aumentar a voz pra mim! — fez uma careta, causando um riso por ambas partes e dando um cheiro no rosto de Jeno — Amanhã temos aula, precisamos ir deitar logo e avisar os meninos que estamos bem. — sorriu bobo, olhando para os olhos de Jeno. 

— Certo! Vamos logo. — riu curto, dando mais um beijo carinhoso nos lábios do parceiro — Seu pai não tentou me matar, o que acha que rolou?

— É, eu notei isso, mas acho bom você guardar um facão debaixo do travesseiro antes de dormir. — deu de ombros, causando o ar da comédia naquele quarto.

Os dois riram um pouco bestas pela situação ainda. Aqueles risos seriam eternos, seus corações estavam calmos; estavam quentinhos e tomados por amor.

Jeno e Jaemin sequer imaginavam que a partir daquela noite suas vidas iriam mudar. Foram dormir depois de muito dengo, juras de amor e inúmeros planos para dali em diante.

Eles seriam felizes por centenas de dias e finalmente amadureceriam e entenderiam o verdadeiro amor.

O amor, indivíduo sentimental do qual nunca mais saberiam reprimir dentro de si por insegurança ou medo algum.

Jeno ama Jaemin, e Jaemin ama Jeno. Isso era a única coisa que bastava para aqueles dois rapazes estarem juntos durante eternos dias de suas vidas.

Muitas coisas ainda lhes aguardavam, mas enquanto estivessem juntos, tudo estaria bem.

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