O Garoto Mau Caiu - Livro I [...

By Anjanahh

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Regina Miller, a mais tímida da escola, aceitou o desafio, a aposta ou como você quiser chamar. Ela tem 1 mês... More

Prólogo.
Playlist
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23

Capítulo 6

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By Anjanahh

Dia 05: Primeira Conversa Amigável !

Lancei um olhar de desespero para Jason. Ele não pode estar falando sério e vai me tirar daqui, não é?

O folgado do Blake parecia tranquilo enquanto encostava na parede e nos observava.

— Relaxa, ele não vai pegar pesado com você. — avisou, se divertindo com isso.

Fechei meus olhos parcialmente, irritada, o que apenas provocou Jason a me encarar ainda mais, como se me desafiasse a confrontá-lo. Rapidamente, desviei meu olhar para Liam, evitando imaginar cenários desagradáveis como torturar Jason ou ceder à minha vontade de gritar freneticamente, como uma louca.

O loiro estava transbordando de entusiasmo, saltando para frente e para trás, me provocando com um sorriso triunfante.

— Cai dentro, baixinha! — Me chamou com a mão.

Eu ouvi corretamente? Baixinha? A única coisa que faltou foi me chamar de "Dona Dentuça" e "Senhorita Palito". 

— Ela é medrosa! — desdenhou Jason.

— Ei, Gina, eu não deixaria isso passar. — A voz de Vince soou no meu ouvido. — Vai pra cima!

— De que lado você está?! — Gritei.

Notei que Liam ficou assustado. Estou a um passo de botar tudo a perder!

— Liam. — Jason pensou que eu havia feito a pergunta para ele. Suspirei aliviada, o Blake não percebeu.

Mordi o lábio e senti minhas pernas fraquejarem um pouco, mas mesmo assim me dirigi ao garoto do sorriso encantador. Eu estava um pouco abalada, mas canalizei minha irritação em direção a Liam. Com um pouco de timidez, comecei a desferir socos lentos, mas o loiro desviava com uma rapidez impressionante, o que acabou me fazendo rir.

— Uau! Foi por pouco! — Ele provocava. — Vamos lá, tente de novo!

Eu tentei acertá-lo de todas as maneiras possíveis, mas ele sempre respondia com uma manobra cômica ou uma expressão engraçada. Fiquei tão empolgada que, sem querer, acabei chutando um lugar que definitivamente não era o alvo. De repente, meus olhos se arregalaram e minha boca se abriu em surpresa.

— Oh, me desculpa! — pedi. — Foi sem querer, eu juro. — Entrei em pânico.

Liam estava dobrado de dor, mas conseguiu esboçar um sorriso, mesmo com o rosto muito vermelho.

— Ele vai sobreviver. — Jason deu dois tapinhas nas costas de Liam.

Eu poderia apostar que o loiro lançou um olhar que poderia congelar lava ao seu amigo. Mas Jason, inabalável, soltou uma gargalhada, um sorriso genuíno que iluminou seu rosto pela primeira vez.

— Vamos indo. — disse ele, envolvendo meus ombros com seu braço e me arrastando. Fiquei sufocada com seu peso, tanto que quase caí.

— Aonde? — perguntei, receosa.

— Testar seus gravetinhos. — respondeu, levando-me pra fora da academia.

Em pouco tempo, nos encontramos em uma calçada, onde Jason instruiu-me a fazer alguns alongamentos.

— O que vai acontecer? — perguntei, ainda confusa.

— Você vai correr. — disse ele.

Torci o nariz.

— Não vou não! — retruquei.

Na pior das hipóteses, eu acabaria com o rosto no chão, me tornando alvo de suas piadas pelo resto da vida. Onde está Vince quando precisamos dele?

Eu senti meu nariz quase se despedindo do meu rosto. Jason puxou com tanta força que eu estava convencida de que sentiria o eco dessa dor por dias.

— Ah! — Gritei, segurando meu pobre nariz entre as mãos.

— Não torça o nariz para mim! — Jason ordenou

Eu lancei a ele um olhar mortal, pronta para transformá-lo em meu próprio saco de pancadas pessoal. Não me importava se era o Jason Blake, ele estava prestes a conhecer a fúria de um chute bem aplicado!

— Quem você pensa que é... — Comecei a correr atrás dele.

Eu mal consegui aguentar três minutos correndo em volta da academia. Jason estava correndo como se fosse o Flash em uma maratona de super-heróis, e meu joelho começou a gritar por misericórdia. Exausta, me sentei na calçada.

— Mas que droga foi essa, Gina? — perguntou Vince, no meu ouvido.

— O que foi? — Massageava meu joelho.

— Eu vi você correndo atrás do Blake umas cinco vezes daqui. — disse ele, chocado com minha atitude.

— Quero matá-lo. — admiti.

Eu só poderia estar delirando de cansaço.

— Já desistiu, Tina? — perguntou Jason, caminhando tranquilamente até mim.

O encarei respirando fundo várias e várias vezes, mas a fadiga realmente havia me dominado.

— Meu joelho... — murmurei, fazendo careta de dor.

Jason cruzou os braços e ficou me encarando.

— Consegue caminhar? — perguntou, sério.

— Não sei. — Fui sincera.

Continuei em minha missão quase impossível de aliviar a dor no joelho, mas só doía mais. Estava reunindo todas as minhas forças para levantar quando Jason, num movimento digno de um filme de ação, me pegou e me jogou sobre suas costas como se eu fosse uma mochila leve!

— De novo isso? — perguntei, sem reação. — Me deixa ir a pé, por favor!

— Não reclama! — mandou, mal-humorado. — Ou te deixo no meio da rua.

Ele está de mau humor? Olha a minha situação comparada a dele.

O senhor sério quase me fez tombar para trás ao tentar me ajeitar. Assustada, agarrei seu pescoço com meus braços e, apesar do embaraço, senti um certo conforto em suas costas largas e acolhedoramente quentes.

Quase não percebi que minha cabeça havia encontrado um novo lar em seu ombro, até que, num sobressalto, a levantei. Jason abriu seu carro com a facilidade de quem abre uma lata de refrigerante e, com a delicadeza de um elefante numa loja de porcelana, praticamente me largou dentro do veículo.

Não era surpresa, considerando que já havia sido um milagre me carregar até aqui. Observei-o em silêncio enquanto ele contornava o carro para entrar.

— Onde você está? — perguntou Vince, pelo fone.

— No carro dele. — disse, baixinho.

— Sozinhos?

— É...

— Perfeito! — exclamou. — Agora vou te ajudar a ter um papo com ele, faça as perguntas que eu mandar.

Não consegui responder, pois Jason finalmente adentrou o Impala. Seu semblante era sério, uma mudança notável em relação à sua postura anterior. Será que ele está de bom humor ou de mau humor hoje? É sempre um enigma a decifrar.

— O que foi? — perguntou o Blake, enquanto dirigia.

Desviei o olhar rapidamente.

— Nada.

— Discretamente, pergunta qual o tipo de garota que ele prefere. — Vince mandou.

Com a boca aberta em choque, senti um arrepio frio percorrer meu corpo. Como eu poderia fazer isso?

— Jason... — murmurei.

— Hum?

— Você tem namorada? — Eu gostaria de poder mascarar minha curiosidade, mas a verdade é que eu estava realmente interessada.

— Não. — disse, simplesmente.

Meu coração batia forte.

— Por quê? — perguntei.

— Porque eu não quero. — Falou como se fosse óbvio.

Quase revirei os olhos.

— Mas na escola tem tantas garotas lindas... — murmurei.

— Não tenho esse interesse nelas. — retrucou, rapidamente.

— Não são seu tipo? — Insisti mais uma vez.

— Exato.

— E-e como é seu tipo? — Resolvi ir direto ao ponto.

Ele ficou me encarando de canto de olho por um tempo.

— É difícil explicar. — disse, voltando a prestar atenção na estrada.

— Agora tenta descobrir se ele sairia com uma garota como você. — mandou Vince, novamente.

— Sairia com alguém como eu? — perguntei, corajosa até demais.

Já estou no purgatório mesmo.

— Não. — disse, firme. Não sabia se suspirava aliviada ou se me desesperava. Embora estivesse em dúvida, minha expressão facial provavelmente já revelava tudo, considerando o modo como ele me encarava. — Não vou sair com você. — Jason voltou com seu olhar divertido.

Ótimo, olha o que ele está pensando agora. Preciso reverter essa situação.

— Não é isso! — exclamei, querendo com todas as forças que não ache que sou desesperada por um encontro, ainda mais com ele. — Acho que não sou atraente para os garotos.

Ele suspirou. Acho que não queria ter esse tipo de conversa comigo, mas mesmo assim perguntou. — Por quê?

Era a primeira vez que o Blake tinha curiosidade sobre mim.

— Eu sou tão... — Pensei por um momento. — sem graça.

Jason riu e balançou a cabeça, como se não acreditasse.

— Eu não acho. — retrucou.

— Então por que você...

— Eu sou diferente. — interrompeu. — Você parece uma irmã mais nova pra mim. —Levou a mão até minha cabeça e deu uma leve bagunçada.

Fiz careta.

— Só tenha paciência. — pediu. — Você não vai querer ser uma garota que um cara queira apenas usar. — aconselhou. — Continue assim.

— Sério? — Sorri. Ele conseguiu mesmo me fazer sorrir.

Jason não respondeu, apenas me encarou e esboçou um sorriso discreto. Seus olhos ainda retinham aquele brilho que estava quase se extinguindo, o que me assustou pelo fato de termos mantido contato visual por tanto tempo. 

Senti que, mesmo que lentamente, estava conseguindo me aproximar dele.

— Pergunta se é gay. — mandou Vince, de repente.

Comecei a tossir e a lacrimejar, o que fez Jason me olhar com espanto e interrompeu completamente o momento. Sentindo-me quase à beira da morte, tentei me recompor.

— Você... Você é gay? — Fechei os olhos ao fazer essa pergunta.

Jason pisou no freio com tanta força que eu fui lançada para frente e depois jogada para trás, batendo as costas no banco com um impacto forte. Se não fosse pelo cinto de segurança, teria estampado meu rosto no painel e provavelmente estaria agora com a cara parecendo um mapa mal dobrado.

— Gay? — perguntou, incrédulo. — Não, porra!

— Esse desgraçado bem que podia ser... — Lamentou Vince, com um misto de indignação e admiração.

— Não... — respirei fundo. — Não xinga, por favor!

— O quê? — Deixava Jason confuso.

Arregalei os olhos.

— Gina odeia xingamentos. — Ouvi Lisa falando com Vince.

— Eu odeio xingamentos. — repeti para ele.

Vince e Lisa iniciaram uma discussão. Com tantas vozes ressoando na minha cabeça, eu estava à beira da loucura.

— Dá pra vocês calarem a boca?! — gritei, irritada.

Quando nossos olhares se cruzaram, Jason parecia tão chocado que poderia facilmente ser confundido com uma estátua.

— Desculpa! — exclamei, rapidamente.

Instintivamente, me encolhi e desviei o olhar para a janela do carro. Tinha a sensação inquietante de que Jason podia decifrar cada nuance da minha expressão antes de me virar.

— Eu não sou gay, só não quero uma garota como você. — explicou, depois de um tempo. - Não mais.

Tive a sensação de que ele havia sussurrado algo por último. Talvez fosse apenas minha imaginação. Decidi que era melhor encerrar aquele assunto. Sob pressão, minha mente funciona no ritmo de uma lesma. Vince também permaneceu em silêncio após isso.

Decidi me concentrar nas paisagens da minha cidade enquanto ele retomava a direção. Morei a vida toda em Orlando e nunca havia notado o quão iluminada ela fica à noite, talvez porque eu raramente saísse nesse horário.

É tão estranho estar no carro de Jason. Até pouco tempo atrás, ele era um completo desconhecido e, por causa de uma decisão, muito idiota por sinal, as coisas mudaram rapidamente. Agora, percebo que ele talvez não seja apenas um babaca, mas que também poderia se tornar um grande amigo...

SE... não existisse essa aposta.

Jason certamente não vai querer ser meu amigo quando descobrir que sou uma egoísta e mentirosa. Por isso, não posso permitir que nenhum sentimento por ele se desenvolva, afinal, nada disso é real.

Estou satisfeita por ter tido minha primeira conversa sensata com o Blake, mesmo que tenha estragado tudo no final.

Provavelmente, Jason está se perguntando por que está carregando uma lunática no carro dele e considerando a possibilidade de me deixar na próxima esquina antes que eu tenha um surto psicótico e o ataque. Mas, claro, isso é apenas uma teoria.

Senti o vento acariciar meu rosto por um tempo, mas despertei em minha cama, sem a menor ideia do que havia ocorrido. Assustada, sentei e verifiquei a hora no celular: 21:00. Não era tão tarde, mas será que tudo não passou de um sonho?

Ouvi a porta sendo aberta e meus olhos se estreitaram com a claridade.

— Gina, já está acordada? — indagou minha mãe ao entrar no quarto. — Queria te chamar para o jantar.

— Mãe... — murmurei, sonolenta. — O que aconteceu?

— Um garoto te deixou aqui, não era o Vincent. — disse ela, ligando a luz do quarto. — Aliás, preciso perguntar a você sobre isso.

Agora estou confusa. Como Jason sabe onde eu moro? E o que devo dizer a ela?

— O quê? — balancei a cabeça, em confusão. — Pode me contar o que aconteceu exatamente? — Deixei claro que queria os detalhes.

Ela suspirou e sentou na minha cama.

— Estava limpando a janela quando um Impala preto estacionou aqui na frente e eu vi um rapaz alto, forte e muito bonito te carregando no colo até a porta. — Eu corava a cada palavra dela. — Fiquei preocupada, mas me tranquilizou dizendo que você apenas havia adormecido e que ele estava apenas ajudando.

Suspirei aliviada com essa notícia. O Blake não disse nada demais.

— Então, fez questão de te carregar até aqui e te colocar na cama, o que eu achei muito cavalheiro da parte dele. — Ela sorriu. — Ele parecia bastante empolgado quando se apresentou a mim. O nome é Jason, não é?

Meus olhos deviam estar prestes a sair saltitando. Jason sendo cavalheiro? Empolgado?

— Me carregou até o meu quarto? Ele entrou aqui? — perguntei, paralisada.

— Sim, mas com minha companhia é claro. — disse minha mãe. — E acho que quer que você ligue pra ele. — Ela apontou para a própria testa.

Por um momento, não entendi, mas então percebi que havia um papel preso na minha testa. Puxei-o e observei os números escritos nele, acompanhados de um emoji zangado logo abaixo.

— O... que você achou dele? — A encarei.

— É um gato fofo e engraçado. — Sorriu. — Mas ainda quero saber mais sobre. Você não precisa esconder seus namoradinhos de mim...

Ele é assustador! Como ela pode o achar um gato fofo e engraçado?

— Namoradinhos? — Franzi a testa. — Mãe, Vince e Jason são só meus amigos, acredite por favor.

— Eu deveria? — perguntou, tentando ser engraçada. — Seu pai está furioso, especialmente com esse último. — Ela soltou uma risadinha.

Senti meu corpo amolecer.

— Você... — Suspirei. — Contou a ele? Por que... — Fui interrompida por risadas vindas do andar de baixo. — O que foi isso?

— Os Peyton vinham jantar aqui hoje, esqueceu? — questionou, animada.

Não acredito...

Eu esqueci que os Peyton têm o costume de nos visitar em algumas ocasiões, e hoje é um desses dias. Meus pais e os pais de Katherine são amigos desde o ensino médio, praticamente 'inseparáveis'. Por conta disso, eu tenho que fingir ser amiga da filha deles.

— Estamos te esperando. — avisou, saindo daqui.

Respirei fundo para levantar, mas antes senti meu celular tocar. Era Vince e Lisa ao mesmo tempo. Reparei que havia mil ligações perdidas dos dois.

— Oi, gente! — atendi.

— Como assim oi gente? — Vince berrou. — Tentei falar com você mil vezes.

— Desculpa, eu acabei dormindo no carro e não sei como cheguei em casa. — murmurei, pensativa. — Acordei agora.

— Ah... Eu meio que disse para Jason onde você mora. — disse Lisa, pela primeira vez.

— Fez o quê? — perguntei, atordoada.

— Ele atendeu seu celular, disse que você havia dormido e me pediu pra falar onde era a sua casa. — contava, parecendo arrependida. — Fiz mal?

— Não, tudo bem. — murmurei. fechando os olhos.

Acho que não teria problema em ele saber.

— Não aconteceu mais nada? — perguntou Vince, curioso.

— Sim, me deu o número dele. — respondi, abrindo um pequeno sorriso sem querer.

— O QUÊ? — Gritou.

— Preciso ir, até amanhã! — Me despedi, lembrando que tinha que descer.

— Gina...

Desliguei antes que pudesse terminar de falar, mas tenho certeza de que vai querer saber os detalhes. Tomei um banho rápido e vesti uma camiseta branca de manga comprida com um vestido xadrez por cima. Quando entrei na sala, todos estavam rindo de uma história que Katherine estava contando.

Como ela consegue disfarçar tão bem a maldade que existe nela?

— Gina, até que enfim! — Meu pai abriu um sorriso quando me viu.

Sorri de volta enquanto caminhava até eles.

— Olá, Senhor e Senhora Peyton. — Cumprimentei-os com apertos de mão e pequenos abraços.

— Sempre tão adorável, Gina. — A Senhora Peyton sorriu delicadamente, com ternura no olhar.

— Oi, Gina. — disse Katherine, tentando parecer feliz ao me ver.

— Olá, Kath. — A respondia por educação.

O jantar ocorreu de maneira serena, embora fosse pontuado ocasionalmente por sutis indiretas de Katherine. Ao longo dos anos, ao observar os pais dela, notei que ambos sempre se mostravam calmos, tranquilos e humildes. Independentemente de quem Kath tenha herdado suas características, certamente não foram eles.

Houve um tempo em que pensei que ela e eu poderíamos ser amigas, o que revelou-se uma grande inocência da minha parte. Nós duas somos muito diferentes e a garota me detesta, o que é um problema, mas eu prefiro ignorar.

Ver ela agora, fingindo gostar dos meus pais ou da comida da minha mãe, enquanto fazia cara de nojo para tudo em nossa casa, era demais para mim. Isso sim me deixava enjoada. Levantei-me rapidamente, atraindo os olhares de todos. Sorri sem graça.

— Não estou me sentindo bem, com licença. — pedi.

Logo após, corri para o banheiro. Notei que minha mãe ficou preocupada, mas não olhei para trás. Lavei o rosto, encarei o espelho e refleti que não quero mais fingir ser amiga de Kath por causa do medo. Medo de perder tudo e vê-la ganhar, mais uma vez.

Levei um susto quando saí do banheiro e a encontrei me encarando de braços cruzados.

— Gina. — Ela sorriu, arrogantemente.

— Kath, o que faz aqui em cima? — perguntei, aborrecida. 

Mesmo assim, pensava em um jeito de escapar disso. Me assustei mais uma vez quando a garota colocou o braço na minha frente, como barreira.

— Ainda preciso te dar um aviso. — disse ela. — Não pense que Vincent é seu amigo! Ele vai te trair, como faz com todos.

— Por que me trairia? — questionei.

— É o que ele faz. — Encarou as próprias unhas. — Estou sendo legal com você.

— Não confio em você, Katherine. — cuspi.

— Está certa em não confiar, mas depois não diga que não avisei. — Ela sorriu mais uma vez. — E sobre a aposta; desista enquanto pode, será melhor para você.

— Não desisto fácil. — retruquei.

— Sinto muito, Regina. — Sussurrou se aproximando de mim, me dando arrepios. — Você não vai conseguir e eu não vejo a hora de ver você perdendo tudo no final. — Ficava absorta, pensando como seria perfeito pra ela me ver saindo daquela escola.

Esse é o maior motivo pelo qual odeio meu nome, pois ao ouvir Kath o dizer me causava dor. O ar sumia, como se meus pulmões estivessem cheios.

Me esquivei e fui para o meu quarto.

— Eu vou rir do seu fracasso com muito prazer. — Ouvi sua voz ao longe e sua risada vencedora.

Mesmo tentando ser corajosa, sentia as pernas bambas. Também sentia raiva, um sentimento que só experimentava com outra pessoa.

Jason.

Peguei meu celular e disquei o número que estava no papel, o qual havia deixado na minha cama. Tentei ligar uma vez, mas ele não atendeu. Pouco tempo depois, senti meu celular vibrar; era uma chamada de vídeo. Se não fosse urgente, eu não teria atendido.

— Jason... — murmurei.

— O que você quer? — perguntou, entediado.

— O treino está de pé amanhã? — perguntei, nervosa.

Ele parecia estar em um bar. Jason deu um gole na bebida enquanto me observava, então se aproximou mais da câmera e franziu a testa.

— Você está chorando? — indagou.

Não tinha percebido as lágrimas caindo.

....

Notas autora

E vocês achando que tinham se livrado de mim hein???? Kkkkkk não vão tão cedo haha!!!
Quase não tive tempo de escrever, mds... Mês passado foi difícil, mas deu certo!! Quero continuar meu livro pq tenho muita coisa planejada pra Gina e Jason. Por favor, me perdoem a demora e me digam o que acharam!!!! Bjs!!!

Gente, eu percebi que tem muito leitor fantasma. Não se acanhem, eu recebo todos com muito amor e adoraria conhecer vocês :3 isso me motiva muito.

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