Broken Hearts

By disappointment16

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Duas pessoas de mundos totalmente diferentes. Julia Maria era uma menina calma, quieta e de uma cidade pequen... More

Aviso
Personagens
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Epílogo
Agradecimentos
|Meu novo livro|

Capítulo 18

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By disappointment16

Lucas

Faz quatro semanas. Quatro semanas desde a maior vergonha que eu já passei em toda minha vida.

Eu não me lembro de absolutamente nada do que aconteceu na casa do Pedro, a não serem flashes que aparecem na minha cabeça, mas nada faz sentido para mim porra. Depois que vi a Julia no quintal, terminei de fumar meu cigarro e bebi como um louco, e depois de voltar correndo lá para dentro, eu não me lembro de mais nada.

Segundo meus amigos, quando a Julia os chamou eu estava caído no chão apagado, eles me levaram embora e o Arthur me colocou no chuveiro, segundo o mesmo, eu ficava chamando a loirinha a todo momento, até que ela veio dormir comigo e eu sosseguei. Não me lembro disso. Infelizmente eu não lembro.

Durante essas quatro semanas eu fui zoado e estava sempre sendo lembrado pelas coisas vergonhosas que falei e fiz, não era como se eu pudesse evitar, já que até na faculdade, nos primeiros dias, rolou foto minha.

Na primeira semana eu fiquei longe, me afastei da galera e só ia à faculdade para não perder matéria e como era semana de provas, não tinha nem como eu faltar. Botei na minha cabeça que estava na hora de me afastar da Julia, eu pensava nela sempre e como fiquei sabendo, parece que até me ofereci para ficar com ela na social.

Então na primeira semana eu me afastei, fui para todas as baladas que eu consegui e fiquei com muitas meninas, bebi e voltei a fumar. Nada que eu me orgulhe, mas eu precisava me afastar dela, por mais que eu não quisesse, era o certo naquele momento.

Tentei me afastar. Juro que tentei. Mas todos os dias, quando chegava do trabalho era para ela em quem eu pensava em mandar mensagem, e quando eu não mandava, ela me marcava em algum meme no twitter me fazendo rir e chamá-la para discutir sobre. E então eu aceitei.

Aceitei o fato de que eu não iria conseguir me afastar dela, por que a amizade dela me fazia bem, e era o que faltava na minha vida, por que ela me entende, por mais que sempre estamos brigando por coisas bobas, como o filme que vamos assistir ou por eu incomodá-la demais todos os dias antes de dormir.

Durante essas outras três semanas que se passaram, eu e ela nos aproximamos muito, conversamos todos os dias. No primeiro final de semana depois de tudo eu passei em casa sozinho por conta das baladas em que eu fui para esquecê-la, no outro eu fiquei junto dela maratonando séries e no terceiro ela foi visitar a família, e eu senti falta dela.

Apesar de termos começado muito mal quando nos conhecemos, hoje não conseguimos viver um sem a implicância e brincadeiras do outro, eu acho pelo menos. É difícil ficar muito tempo longe da loira e não saber o que ela está fazendo, se está bem ou até se está com o babaca do meu primo. Eu não gostava nada da amizade dos dois.

- Anda logo caralho! - Arthur falou me tirando dos meus pensamentos.

Nem havia percebido que tinha parado no meio do corredor para pensar nisso. Era sexta-feira de tarde para ser mais exato, e o meu amigo estava todo nervoso assim, pois segundo ele já estávamos mais do que atrasados para passar na casa das meninas.

Era final de abril, e sendo assim, o aniversário do Arthur estava chegando. Na verdade, seria na próxima quarta-feira, mas decidimos que comemoraríamos neste final de semana. Iríamos passar esses dois dias no sitio dos pais do Arthur que ficava a 1hr daqui - no interior da cidade.

Eram 19h00 e combinamos de passar na casa das meninas às 19h30min para que desse tempo de chegarem e se arrumarem com calma. Iríamos em três carros, no do Arthur, Helena, Gabriel - um amigo nosso - e a Melissa, que não gostou nada de saber que não iria comigo, mas acabou concordando.

No do Marcelo, o João e um outro amigo do Arthur iriam, e eu acabaria levando a Julia e Duda. Caberíamos em dois carros, mas eu não queria ir todo apertado. Então resolvi ir com meu carro e convidei a loira, mas a Duda se meteu no meio, não que houvesse problema.

- Já vou - falei pro Arthur que andava de um lado para o outro nervoso, ainda passaríamos no mercado, então estávamos um pouco atrasados - A gente passa lá nas meninas primeiro, e depois no mercado, ai elas ajudam nós com o que comprar. Pode ser?

Ele concordou com a cabeça e depois de mais uns 05min conferindo se tudo estava no lugar, se não havíamos se esquecido de nada ou qualquer coisa do tipo, saímos em direção ao apê das meninas.

Enviei uma mensagem ao Marcelo avisando que era para nos esperar que passaríamos na sua casa para irmos juntos e, outra para a Julia, avisando que estávamos chegando para ficarem prontas.

Cerca de 30min depois estávamos chegando ao mercado, por ser sexta-feira à noite estava cheio, mas por estarmos em um grande número de pessoas compramos tudo rapidamente e, perto das 20h00 chegamos ao estacionamento para guardar tudo no carro.

- A gente ta atrasado pra caralho - falei enquanto guardava tudo no porta-malas do carro com a ajuda da Duda.

- É muito longe? - a morena ao meu lado pediu.

- Não muito. Mas, levando em consideração que ainda teremos que passar na casa do Marcelo, vamos chegar lá pelas 21h30min - ela resmungou baixinho enquanto entravamos no carro. A Julia já estava ali dentro, no banco da frente, com as pernas esticadas e comendo um lanche que havia comprado no mercado - Se você sujar meu carro, você vai limpar!

- Não vou nada - ela deu de ombros - Aliás, me dá seu celular pra eu escolher uma música, quem escuta esses sertanejos de corno?

- Você ta muito folgada Julia! - eu bufei entregando meu celular e saindo do estacionamento - E pra sua informação, foi a Duda que havia colocado essas músicas, eu nem escuto essa porra ai.

- Me convidou, agora me aguenta meu anjo - ela disse dando a língua igual criança e eu ri negando com a cabeça.

Depois que passamos na casa do Marcelo seguimos viagem, as meninas foram cantando boa parte do caminho o que me fazia rir do jeito todo desengonçado delas e sem talento nenhum pra música.

Na metade do caminho paramos em um posto para abastecer e comprar umas coisas, somente Duda e eu descemos, deixando a Julia sozinha no carro, onde passei inúmeras recomendações como se fosse criança mesmo, só para irritá-la.

Acabamos demorando um pouco mais do que o previsto e, quando voltamos ao carro a loira estava dormindo com a cabeça encostada no vidro da janela e os braços em envolta do corpo como quem se protegesse do frio que fazia.

- Vai ficar admirando muito tempo ou podemos seguir viagem? - a Duda falou do banco de traz me fazendo revirar os olhos e ligar o carro.

- Vai se fuder!

- Confessa que você gosta hein - ela falou rindo. Abaixei o volume do radio o que a fez gargalhar alto e voltar a falar - Puta que pariu. Ta pior do que eu pensei.

- Se você não parar, eu vou te deixar aqui no meio da estrada Maria Eduarda - falei bravo e ela fez um sinal com as mãos na frente da boca como quem ficaria em silêncio a partir daquele momento.

Durante todo o resto do trajeto trocamos poucas palavras e, quando chegamos à pequena propriedade dos pais do Arthur os dois carros dos meus amigos já estavam estacionados.

O local não era grande, mas era muito aconchegante. O chalé de madeira era de tamanho mediano, era cercado de árvores e incluía um grande gramado na frente. Durante todo nosso tempo de amizade, fui várias vezes ali com sua família e, apesar de conhecer cada canto era sempre uma aventura diferente que encarávamos aqui.

A Maria Eduarda saiu do carro rapidamente argumentando que estava com dor nas pernas de ficar sentada já, dei a volta no carro abrindo a porta do lado da loira com cuidado. Por sorte, ela não estava mais escorada ali, mas ainda dormia tranquilamente.

Passei a mão no seu rosto removendo alguns fios claros e chamei por ela baixinho, mas não obtive resposta, então a balancei lentamente até que ela abriu os olhos assustada me fazendo abrir um sorriso de canto.

- Oi. Acordei - ela disse saindo do carro rapidamente e se escorando no mesmo alguns segundos depois - A gente chegou faz muito tempo? Quanto tempo eu dormi?

- Calma - fiz sinal com as mãos rindo e ela fechou a cara ao ver minha expressão - A gente chegou agora. Vem me ajudar com a sua mala, por que não vou levar pra ninguém.

- Nem pra isso não serve - ela resmungou baixinho me empurrando.

Nós dois nos aproximamos muito nessas semanas que se passaram, mas ela ainda não se sentia segura em relação a muita coisa que me envolvia, então momentos em que ela tinha esse tipo de atitude ou como mais cedo no carro, são difíceis de acontecerem por sua insegurança em relação a nossa amizade ainda ser enorme.

Depois que guardamos nossas coisas em qualquer um dos quartos, voltamos para baixo para nos sentar com o resto do pessoal que estava na cozinha. Já passava das 22hrs quando chegamos, mas como ainda não havíamos jantado, a Helena e o Arthur estavam preparando alguma coisa ali.

- Então, a gente precisa resolver o assunto dos quartos - Melissa falou alto puxando assunto assim que me escorrei na parede - São 03 quartos para 10 pessoas.

- As meninas dormem em um e nós dividimos os outros dois quartos entre nós - Gabriel falou tranquilo dando de ombros.

- O certo seria deixar o casal dormir em um quarto e nós dividimos os outros - dei idéia recebendo um sorriso de canto do meu amigo que estava picando um tomate.

Levamos cerca de 20min para entrarmos em um acordo. No final acabou que iríamos fazer da forma que eu havia sugerido. O Arthur e a Helena iriam dormir no menor quarto já que ficariam em dois. No outro quarto ficariam o Gabriel, o André, Marcelo e Melissa, e no último que era o maior quarto do chalé eu dividiria com a Duda, o João e a Julia.

Não foi muito fácil chegar nesse acordo, já que a Melissa se recusava a dividir o quarto com a Julia e com o Gabriel, mas queria de todos os jeitos dormir no mesmo que eu. Prometi que depois trocaria, mas não era verdade, não mesmo.

Depois que jantamos resolvemos sentar no gramado lá fora tomar umas cervejas antes de dormir e trocar conversa. Coisa chata do caralho, mas fui mesmo assim.

- Você não era daqui né? - o amigo do Arthur, o André perguntou para a Julia alguns minutos depois que estávamos ali.

- Ah, não era, cheguei na cidade no começo do ano.

É muito feio escutar conversa dos outros, mas o que eu posso fazer se o cara tava sendo um chato enchendo a mina de perguntas e que ela parecia até gostar, era só o que me faltava, mais isso.

- Cara feia para mim é fome - Helena disse se sentando ao meu lado e me estendendo o copo. Neguei com a cabeça - O que foi?

- Nada - dei de ombros e ela levantou as sobrancelhas escuras duvidando - To cansado, o velho ta me enchendo de trabalho ultimamente.

- Sei - ela disse desconfiada me fazendo revirar os olhos.

Ela ficou ali conversando comigo mais alguns minutos, depois se levantou se despedindo de todos falando que iria dormir. O Arthur foi minutos depois junto da Maria Eduarda e do Gabriel que também estavam indo para seus quartos.

A Julia estava conversando com aquele mesmo cara chato de antes, então me levantei indo até a mesma e me sentando próximo a ela, antes que ela falasse algo, passei meus braços pelos seus ombros o que a fez se assustar.

- Eai - falei simplesmente cumprimentando o garoto que nos olhava com a testa franzida sem entender.

- Eai, beleza? - ele respondeu e eu concordei com a cabeça sem querer render assunto com ele.

- Galera - João falou alto chamando nossa atenção para o meio da quase roda que formávamos - Estou indo dormir. Não bebam muito, a festa é amanhã, não hoje.

Delicadamente a Julia tirou meu braço de seus ombros e, quando fiz menção de colocá-los de volta, ela apenas me beliscou por trás, para que o menino na nossa frente que falava sem para não notasse.

Fiquei ali conversando com eles, mas boa parte o André fazia questão de me excluir da conversa, restando assim, a Julia responder e puxar assunto comigo. Ela resmungou baixinho quando todos levantaram falando que iriam dormir nos deixando sozinhos com o chato.

- Cara, acho que vamos dormir também - falei me levantando e puxando a loira comigo - A Julia ta meio cansada e você ta sendo a porra de um chato a noite toda.

- Lucas Gabriel! - a loira falou ao meu lado me repreendendo - André desculpa, não é verdade. Você conhece o Lucas e deve saber como ele gostar de ser implicante.

- Ta tudo bem - ele riu passando uma das mãos pelo cabelo e depois enfiando no bolso da calça - Eu vou dormir mesmo, está tarde já. Amanhã a gente se fala. Dorme bem - ele deu um beijo na bochecha dela e saiu andando devagar pelo gramado.

Percebi que tinha feito merda quando a loira parou na minha frente com a cara fechada e começou a bater no meu peito sem nenhuma força, o que me fez rir a deixando mais brava.

- Para ô maluca - segurei os punhos dela, ela logo se soltou e bufou alto.

- Você é muito idiota. Muito.

- Vai dizer que eu menti agora? - ela semicerrou os olhos na minha direção e concordou com a cabeça - Ah para vai, o moleque ficou quase 1h falando da empresa de informática do pai dele. Desde quando isso é assunto pra quem quer conhecer gente nova?

- Deixa ele Lucas, só não tava no seu direito falar aquilo - ela disse negando com a cabeça.

Ela se sentou de volta no gramado, franzi o cenho e me sentei ao seu lado. Já passavam das 2h da manhã quando olhei no relógio de pulso que usava, alguns segundos antes de eu voltar a falar.

- Você não vai dormir? Ta tarde já.

- To sem sono - ela deu de ombros e me encarou - E você?

- Ah, daqui a pouco eu vou - ficamos em silêncio alguns minutos até que, de repente ela se levantou e negou com a cabeça - O que foi?

- Vamos entrar - ela disse já me puxando e eu franzi o cenho sem entender - Me deu medo de ficar aqui. Vem logo Lucas!

- Medo do que? Ta louca? - pedi pra ela, a mesma não me respondeu, mas agarrou no meu braço me puxando pra dentro - Mano, tu não bate bem da cabeça véi.

- É a segunda vez que você me chama de maluca hoje - ela disse parando de frente para mim depois de fechar a porta - Se fizer isso mais uma vez, eu quebro esse rostinho bonito.

- Impressão minha ou você acabou me falar que me acha bonito? - segurei o riso ao ver a expressão brava que ela me lançou - Eu sei Julia, pode confessar que você me acha lindo e gostoso.

- Você é muito ridículo! - ela se jogou no sofá da pequena sala passando as mãos do cabelo - Puta que pariu Lucas, tu se acha demais mano.

- Me acho mais tu gosta - falei dando risada e ela me mostrou o dedo do meio. Parei na sua frente no sofá e ela levantou as sobrancelhas debochada, segurei os punhos dela e a puxei para que ficasse de pé - Vem, vamos dormir que ta tarde já.

- Eu só vou ir por que eu quero - ela resmungou e saiu na minha frente subindo as escadas que davam acesso aos quartos.

O nosso quarto era o último virando a direita do corredor, ao lado do banheiro principal. O quarto apesar de ser o maior, tinha somente uma cama de casal, então, depois de muita insistência da parte das duas meninas, o João e eu decidimos que como éramos muito cavalheiros deixaríamos elas dormirem lá e nós dormiríamos nos colchões que trouxemos.

Quando me aproximei mais da porta do quarto vi que a loira estava parada ao lado da porta, com as sobrancelhas levantadas e os braços cruzados, fiquei sem entender do porque, até que eu me aproximei mais tendo acesso a visão de todo quarto.

A Maria Eduarda estava deitada no cama junto do João, não estavam abraçados nem nada, apenas dormindo juntos, não havia problema nisso, até que eu entendi.

- Será que ele vai ficar muito bravo se eu o acordar pra ele ir dormir no chão? - ela sussurrou ao meu lado e eu concordei com a cabeça - Ah mano, era meu lugar - ela fez bico e eu ri baixinho do jeito.

- Dorme no chão ai comigo - dei de ombros e ela semicerrou os olhos na minha direção - Sério porra. O que tem nisso?

- Nada.

- Não é como se a gente já não tivesse dormido juntos - me joguei no colchão e ela revirou os olhos se sentando devagar na ponta do mesmo.

- É, mas na primeira vez, a gente tava bêbado e acabou em merda - ela fez uma pausa antes de continuar e me encarou - E na segunda, você estava literalmente desmaiado e só sabe disse por que o Arthur te contou.

- Esquece isso e deita logo aqui - bati no colchão ao meu lado e ela revirou os olhos.

Ela ficou mais alguns minutos sentada na ponta do colchão, depois se levantou indo até a mochila e pegando as coisas para ir no banheiro, provavelmente escovar os dentes, fiz o mesmo, e quando retornei ao quarto ela já estava lá deitada no colchão, no lado da parede.

- Esse lado é meu! - falei um pouco alto e ela fez cara feia e sinal de silêncio com as mãos para que eu falasse baixo - Sai daí Julia.

- Fica quieto Lucas. Só deita ai chato - ela revirou os olhos e se deitou de costas para mim.

Resmunguei mais um pouco e acabei me deitando ao seu lado, não era a coisa mais confortável do mundo, levando em conta que o colchão era meio duro e pequeno, mas como eu estava cansado, por conta de ter trabalhado que nem louco na empresa o dia todo, cochilei poucos segundos depois.

Fui acordado minutos depois com a Julia que não parava de se mexer no colchão, resmunguei baixinho para que ela parasse e a empurrei mais para o canto.

- Lucas. Acorda! - ela falou baixinho me empurrando. Me virei de lado para ignorá-la e ela continuou me empurrando - Lucas!

- O que foi caralho?

- Eu não estou conseguindo dormir, fica acordado comigo - abri os olhos e ela estava bem próxima de mim fazendo um bico engraçado feito criança mimada.

- Ah não, eu to morrendo de sono - joguei o travesseiro na minha cara e ela o tirou de cima de mim tempo depois.

- Eu vou ficar muito brava contigo se você não ficar acordado me fazendo companhia - ela resmungou cruzando os braços e se virando para o lado da parede, abri um sorriso com a cena e puxei seu braço para que se virasse para mim novamente.

- Pronto - falei ainda rindo e ela revirou os olhos - To acordado pra tudo que você quiser.

- Eu não sei nem por que eu falo contigo ainda. Idiota - ela bufou e eu abri um sorriso maior ainda com o jeito estressado dela - Volta a dormir. Não quero mais sua companhia.

- Quer sim - belisquei sua bochecha e ela me deu um tapa ardido - Você vai acabar acordando os outros dois desse jeito.

- Não to nem ai - ela deu ombros novamente e se virou para mim.

Estávamos deitados um de frente para o outro, ela permanecia com os braços cruzados a cima dos seios, os cabelos claros deixando algumas mechas cair sobre seu rosto. Não consegui desviar o olhar, e nem ela.

Depois de uns segundos que permanecemos assim, eu finalmente criei coragem e levei uma das minhas mãos até o seu rosto, colocando os fios soltos atrás da orelha. Ela não disse nada, então fiz um leve carinho na sua bochecha que a fez ficar vermelha e abrir um sorriso tímido.

Eu não sei em qual momento da minha vida eu perdi o controle, provavelmente no momento em que ela apareceu na minha vida com seu jeito todo delicado, mas hoje, eu não queria mais nada além de estar desse mesmo jeito com ela.

Me aproximei lentamente dela, minha mão continuava na sua bochecha e ela fechou os olhos quando a distância entre nós ficou mínima, e então dei um selinho demorado nela.

Quando finalmente nos beijamos, um beijo lento, ela colocou uma das mãos no meu peito e a outra no meu braço, quando o ar nos faltou, nos separamos contra a nossa vontade e eu colei nossas testas.

Dei mais um selinho nela e, quando fui para beijá-la novamente, ela virou rosto e olhou para a cama. Me virei junto dela encontrando os dois dormindo ainda, porém virados para o nosso lado agora.

- Shiuu - falei baixinho para ela fazendo um carinho nos seus cabelos - Só hoje, vamos deixar rolar, ta?

Ela concordou com a cabeça e eu a puxei para dormir colada a mim, dei um beijo na sua testa e a abracei. Eu nunca havia dormido com ninguém assim e, no começo, foi até estranho a sensação que tomou conta de mim, mas quando ela passou os braços envolta de mim, me abraçando também, eu sabia que estava certo do que eu queria.

Eu não queria pensar no depois, ou o que aconteceria com a nossa amizade depois dessa noite, eu só estava pensando no agora e em como tudo ficava melhor com ela assim, perto de mim.

Ela se mexeu mais um pouco, fazendo com que seus cabelos compridos fizessem cócegas no meu pescoço, levei minhas mãos até eles e comecei um cafuné todo sem jeito e, minutos depois ela dormiu.

Dei mais um beijo na sua testa e deixei que dormíssemos assim, com uma sensação boa dentro de mim que eu não havia sentido ainda com ninguém.

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