Flores de Inverno ♡ changki

De moonIighting_

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Um namorado perfeito, amigos de infância fiéis e sempre presentes, a perspectiva de ascender no trabalho. A v... Mai multe

Prólogo
Girassol
Narciso
Espinhos
Submerso
Crisântemo amarelo
Florescer
Luz
Competição
Fantasmas
Perdidos
Alguma coisa aconteceu
Mudança de planos
Azar
Confiar e esquecer
Surpresa!
Shin Hoseok
O começo de algo novo
Bom com segredos
Simples
Tempestade
Quente e frio
Inferno
Extraordinário
Cinco segundos
Caos
Sonhos
Despedaçado
Farol
Novidades
Diálogo
Quebra-cabeças
Raízes
Pisando em neve
Castelo de Pedras
"Mas..."
O dia
Paciência
Bom o bastante

Flores de inverno

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De moonIighting_


Estavam saindo de mais uma sessão de hidroterapia e; por mais que Kihyun normalmente amasse a sensação de estar na água aquecida e de ter as mãos de Changkyun em sua cintura; ele não estava em seu melhor humor enquanto deixavam a clínica de fisioterapia. Silenciosamente acomodado no banco de carona, Kihyun apenas olhava para a estrada, os olhos perdidos no asfalto, o silêncio preenchendo aquele carro e tornando tudo tão frio.

Kihyun precisava admitir que, na realidade, as coisas entre e Changkyun estavam esfriando a cada dia. Desde o episódio no hospital, Im havia se afastado notoriamente de si, de Wonho e de qualquer outro ser humano que se aproximasse dele. Não era um afastamento abrupto, rude. Ele ainda sorria gentilmente para si toda a manhã, ainda o tratava com cuidado e com carinho nas horas da fisioterapia. Mas era apenas aquilo. Como se Yoo Kihyun repentinamente tivesse se tornado apenas mais um paciente. Além disso, além do seu afastamento emocional, Changkyun estava passando menos tempo ao seu lado. Ele havia conseguido mais dois pacientes particulares e Kihyun não precisava mais de tantas horas de fisioterapia. O mais velho sentiu-se absolutamente ridículo quando se pegou tendo ciúme dos dois velhinhos que Changkyun passou a atender depois de si.

Durante os primeiros dias daquele afastamento, Kihyun realmente tentou uma reaproximação. Por mais que seu orgulho o cutucasse e o mandasse parar de tentar, o homem o ignorou, preocupado demais com Changkyun para se importar com seus próprios sentimentos de vaidade. Ele o enviava mensagens – sendo respondido sempre horas depois, com mensagens curtas –, o esperava na porta todos os dias, tentava puxar assuntos que sabia que Changkyun gostava. Estava realmente tentando. Contudo, após uma semana sem que seus esforços tivessem resultados, Kihyun estava começando a sentir-se cansado, triste e abandonado.

Enquanto estavam naquela hidroterapia e Changkyun apenas comentou sobre os exercícios que iriam fazer; de maneira dolorosamente impessoal; Kihyun sentiu o auge daqueles sentimentos o atingirem. Durante aquela manhã soturna, Yoo Kihyun não estava mais disposto a tentar. Estava com frio; os fios molhados e relativamente longos caindo sobre suas bochechas, deixando-as úmidas e gélidas; os lábios trêmulos por causa do vento que batia contra seu rosto; o nariz vermelho e os olhos úmidos; Mais do que incomodado com seu frio físico, Kihyun estava incomodado com a sensação que preenchia seu peito. Pela primeira vez em muito tempo, ele queria estar novamente em casa, voltando a estar preso em seu castelo e longe do seu príncipe.

— Você está bem? Está tremendo. – A voz grave e rouca de Changkyun quebrou o silêncio, levando Kihyun a apenas assentir com a cabeça, distante, ainda encarando a janela e o asfalto sem graça. Em uma primeira aproximação física e carinhosa em dias, o fisioterapeuta pousou uma das mãos sobre a de Kihyun, sentindo seus dedos frios e acariciando-os cuidadosamente, aquecendo-os, enquanto estavam parados em um dos sinais. — Kihyun hyung...

— Sim? – Kihyun virou-se para Changkyun finalmente, encarando-o, mas seu rosto era completamente impassível, indecifrável. Naquele breve momento, Im viu um muro ao redor do mais velho, uma defesa que – mesmo ainda no começo da relação dos dois – Changkyun nunca havia se deparado.

— Vamos dar um passeio? Eu prometo que te levo para casa antes da meia noite. – Ele falou em tom de brincadeira, tentando arrancar nem que fosse um meio sorriso de Kihyun, mas apenas recebeu um confirmar suave com a cabeça e, em seguida, uma resposta tão fria quanto aquela manhã para sua piada:

— Ainda são dez da manhã. – O mais velho novamente desviou o olhar, dessa vez para suas mãos, passando a enviar mensagens como um louco durante todo o caminho, conversando com Wonho e avisando-o que chegaria mais tarde que o planejado.

O caminho era longo, uma hora e alguns longos minutos trafegando para fora da cidade e, então, para uma fazenda isolada e absolutamente esplendida, mesmo no inverno. Apesar da demora e da estranheza de estarem saindo da cidade, Kihyun não questionou Changkyun para onde estavam indo. Também não questionou o motivo do fisioterapeuta ter checado o espelho retrovisor a cada dois minutos, sempre observando atentamente a estrada completamente vazia durante aquele horário. Não o questionou, mas, definitivamente, montou muitas teorias a respeito daqueles comportamentos estranhos do mais novo.

— Está pensando em me matar? – Sem conseguir conter seu humor ácido, Kihyun, finalmente, soltou aquela frase enquanto observava Changkyun procurar por um lugar discreto para estacionar seu carro. Sua voz subitamente preenchendo o ambiente, ainda mais com uma piada – por mais mórbida que fosse – fez com que Changkyun abrisse um sorriso divertido e negasse com a cabeça veementemente.

— Meu único plano maléfico é te levar para um encontro improvisado. – Changkyun o respondeu sorrindo, sem lhe dar maiores explicações antes de sair do carro e ir buscar por sua cadeira de rodas na mala do carro. Confuso – e, certamente, também ansioso – com aquelas palavras, Kihyun aguardou o mais novo colocar sua cadeira de rodas ao lado do carro e ajudá-lo a sair do automóvel.

— Não lembro de ter aceitado esse convite de encontro. – Ele retrucou, tomando o controle dos seus movimentos e saindo na frente de Changkyun, por mais que não soubesse como se localizar naquele lugar estranho para si. O fisioterapeuta apenas riu atrás de si, vasculhando o carro e trazendo alguns objetos em suas mãos, enquanto corria para alcançar Kihyun. O mais velho apenas ergueu as sobrancelhas, encarando Changkyun e questionando o que era aquilo.

— Minha manta favorita. Para forrarmos o chão e você não morrer de frio. Dois pacotes de salgadinho velhos, que eu estava guardando para um momento especial como esse. E a torta que eu prometi levar para o Sr. Choi na sessão de fisioterapia dele hoje. Parece que o pobre Sr. Choi não aproveitará das delicias de chocolate e avelã hoje. – Changkyun listou o que segurava em mãos de maneira desajeitada, apontando para cada um deles com a cabeça e fazendo Kihyun finalmente abrir um sorrisinho.

— Sr. Choi... Então é esse o nome do homem que você está me trocando? – O fato de Kihyun estar fazendo uma piada era uma surpresa até mesmo para si. Contudo, a presença do seu antigo Changkyun – aquele que ele estava aos poucos se apaixonando – tinha força demais sobre si e sobre seu humor.

Se antes estava querendo voltar para casa, para se esconder em seus cobertores e desabafar com Hoseok, agora Kihyun queria explorar aquele lugar com Im Changkyun sem qualquer medo. Ele sabia que se entregar para alguém daquela forma não era a sua escolha mais sábia, mas, como raramente o fazia, Kihyun estava priorizando o presente e desligando todos os seus alarmes de emergência a respeito daquela decisão, quebrando seus muros e ficando exposto.

— Oh, você também me trocaria pelo Sr. Choi. Ele é dotado de quase cem anos de ossos frágeis, um cheiro marcante e excitante de aveia e leite. Além de não sorrir nunca e reclamar a cada cinco segundos dos filhos e netos. – O mais novo disse, usando um tom de voz carregado de deboche e diversão. — Acho que você será um velhinho parecido.

— Sabemos que eu odeio aveia. – Kihyun retrucou, segurando uma risada diante das palavras idiotas de Changkyun. Um pouco mais calmo e percebendo que estava seguindo em um caminho desconhecido, Kihyun finalmente parou a cadeira de rodas e permitiu que o mais novo os guiasse até onde ele queria. Quando se colocou atrás de si, Changkyun deixou um beijinho caloroso em sua bochecha e deixou a manta, a torta e os salgadinhos em seu colo, enquanto virava a cadeira de rodas e seguia na direção certa.

Enquanto seguiam caminhando em um silêncio confortável, eles passaram por um caminho de pedrinhas. A ação provocando algumas movimentações incômodas da cadeira de rodas, que chacoalhava a cada vez que Changkyun a empurrava para frente. Por mais que Kihyun não tivesse reclamado, Im percebeu seu incômodo e, imediatamente, parou a cadeira de rodas. Não faltava tanto para chegar onde queria, portanto, decidiu que faria aquele caminho de outra maneira.

Pegando a manta, torta e os salgadinhos e colocando-os sobre a grama, ao lado do caminho de pedras, Changkyun posicionou-se em frente a Kihyun. O mais velho demorou cerca de alguns segundos para perceber o que o fisioterapeuta queria e, ao constatar qual era seu plano, Kihyun soltou uma risadinha nervosa. Uma coisa era ser carregado para lá e para cá por Wonho, outra completamente era estar no colo de Changkyun. Além do medo de cair – afinal eles não tinham portes físicos tão diferentes –, Kihyun também se sentiu nervoso com a possibilidade de ter mais contato físico com Changkyun depois de dias de distanciamento por parte do mais novo.

— Eu prometi para você que não o deixaria cair, lembra? – Com aquelas palavras confiantes e gentis, Kihyun acabou por sorrir e estender os braços, permitindo que Changkyun o tirasse da cadeira de rodas. Em um primeiro momento, Im o colocou em pé, segurando-o com cuidado. Com ajuda, Kihyun já conseguia ficar em pé por alguns segundos, seu equilíbrio e força voltando. E, antes que ele perdesse o equilíbrio ou sentisse dor em seus músculos, Changkyun apoiou uma das mãos em suas costas e passou o braço por baixo dos seus joelhos, erguendo-o rapidamente e o colocando na famosa "posição de noiva".

— Graças a Deus não tem ninguém aqui. – Kihyun disse, dividido entre estar com vergonha e divertido com aquela situação. O mais novo protestou, argumentando que eles provavelmente estavam parecendo um casal clichê e romântico dos filmes, mas seus braços trêmulos e o fato de ter quase tropeçado ao começar a andar fizeram com que aquela cena tivesse um teor mais cômico que romântico.

Ele andou por mais alguns segundos com Kihyun em seu colo, os passos pesados e difíceis em meio a grama. Havia deixado tudo para trás, mas garantiu para Kihyun que correria depois para buscar seus objetos pessoais. Estava quase perdendo a força nos braços, os músculos leves queimando com o esforço, quando sentiu o cheiro das flores e percebeu que estavam finalmente chegando. Após caminhar por uma leve inclinação no solo, rezando para que não caísse para trás e arrastasse Kihyun junto, Changkyun sorriu orgulhoso e aliviado ao ver que haviam chegado.

Em frente aos dois, abaixo do pequeno morrinho em que estavam, havia um enorme jardim, repleto de uma variedade impressionante de flores. Changkyun não sabia o suficiente sobre elas para dizer suas espécies, mas ele sorriu ao ver aquele oceano de cores balançando suavemente com a brisa fria. Dezenas de pétalas voavam sobre o jardim e ao seu redor, fazendo com que todo aquele lugar cheirasse a flores e a grama úmida. O mais velho, ainda em seu colo, tinha os olhos brilhantes e deslumbrados perdidos naquela paisagem que se estendia ao que parecia infinitamente.

— Eu não sabia que havia flores no inverno. – Kihyun comentou finalmente, sorrindo e voltando seu rosto para Changkyun. O mais novo retribuiu aquele sorriso, por um momento esquecendo-se do esforço físico que fazia para manter Kihyun seguro e perdendo-se na visão que era ter Yoo Kihyun em seus braços. — Chang, como você conhece esse lugar?

— Eu morava aqui perto quando era mais novo. O dono do lugar era patrão do meu pai. Nós moramos numa casinha ao lado da mansão dele. Fica depois dos jardins. Ele ainda me deixa vir aqui. – Changkyun explicou calmamente, enquanto colocava Kihyun delicadamente sobre a grama. Ele viu o mais velho estremecer suavemente em contato com a grama gelada e, por mais que quisesse sentar-se ao seu lado e apreciar aquele momento junto ao mais velho, Changkyun avisou que buscaria por suas coisas e voltaria rapidinho.

De fato, Changkyun não demorou mais que alguns poucos minutos, voltando correndo, completamente ofegante, arrastando a cadeira de rodas, sobre ela estavam a comida e a manta pesada e quente. Deixando a cadeira de rodas para trás, Changkyun subiu com a comida e o cobertor, deixando um dos biscoitos cair de sua mão durante o caminho, mas prometendo que o resgataria depois. Em seguida, ele esticou a manta sobre a grama fria, ajudando Kihyun a deitar-se sobre ela delicadamente, enrolando-o com o cobertor, transformando-o em um rolinho humano.

Kihyun encolheu-se na coberta, o cheiro de Changkyun impregnado em cada centímetro de tecido, levando-o a arrastar seu nariz de maneira discreta pelo cobertor, apreciando a sensação que era estar cercado por algo que o remetia tanto a Changkyun. Ainda discretamente, ele voltou-se para o lado, observando o mais novo. Com um dos braços sendo usado de apoio para a cabeça, Changkyun tinha o rosto apontado para cima, os olhos tranquilos contemplando o céu, a mão livre e as pernas esticadas, seus dedos brincando de maneira distraída com a grama que os cercavam.

O momento bucólico estendendo-se por minutos, horas, poderia até mesmo ser dias. Porque, enquanto observava Changkyun ao seu lado, Kihyun não conseguia ver mais o tempo passar. Seus olhos, sua atenção e seu coração concentrados em uma única pessoa. Enquanto o observava, em silêncio, Kihyun pôde perceber tantos pequenos detalhes que, mesmo após meses, ele não havia capturado ainda.

O principal deles era de como os olhos de Changkyun, por mais gentis, carinhos e serenos que fossem, ainda apresentavam algo a mais. Uma tristeza tão enraizada que Kihyun sentia que nunca conseguiria chegar até sua origem, por mais que se esforçasse para escavar as camadas mais profundas do mais novo. Im Changkyun não era como um terreno superficial, uma ilha simples e bela. Ele era como um continente, tão cheio de caminhos e lugares para se conhecer. Por mais que ainda fosse cedo, Kihyun tinha certeza que queria explorar cada partezinha que Changkyun estivesse disposto a permitir sua entrada.

— Chang. – Kihyun o chamou finalmente, fazendo com que o fisioterapeuta virasse o rosto em sua direção imediatamente, sorrindo. Com dificuldade, o mais velho retirou um de seus braços da confusão de tecido que havia se metido e estendeu sua mão para Changkyun, sendo rapidamente segurada de maneira gentil por Im. Ao sentir o polegar do mais novo acariciar a palma de sua mão de maneira tão doce e cuidadosa, Kihyun, que estava tomando coragem para entrar naquele assunto há minutos, finalmente questionou: — Por que você se afastou?

— Eu sinto muito. – Para a surpresa de Kihyun, a voz de Changkyun soou quebrada, como se ele estivesse perto de chorar, engolindo em seco para não fazê-lo. Preocupado – como normalmente estava se sentindo quando o assunto era Changkyun naqueles últimos dias –, Kihyun esforçou-se para se aproximar mais do mais novo, erguendo seu rosto e encarando-o. Antes que pudesse reconfortá-lo, dizer que estava tudo bem, o fisioterapeuta continuou a falar. — Eu estou com medo de te machucarem também... Achei que ia conseguir me afastar, mas eu não consigo. Desculpa, hyung.

Aquela informação fez com que todo o rosto de Kihyun se transformasse em surpresa, completamente chocado com o rumo que aquela resposta havia seguido. Ele havia criado inúmeras teorias para o distanciamento de Changkyun, mas, em nenhum momento, Kihyun considerou que fosse uma ação do mais novo para protegê-lo de alguém. Saber que as pessoas que machucaram Changkyun ainda o atormentavam, ainda o cercavam de alguma forma fez com que Kihyun sentisse tanto ódio e medo. Ninguém tinha o direito de tocar em Changkyun daquela forma, de ameaçá-lo e fazê-lo chorar.

— Chang... – Kihyun o chamou novamente, completamente angustiado ao vê-lo sofrendo depois de ter confesso o que sentia. Ao perceber que apenas suas palavras não seriam o bastante, ele se desfez do cobertor de Changkyun, arrastando-se para o lado e colocando-se sobre o corpo do mais novo. Durante o processo, Im o ajudou, segurando sua cintura e lhe dando apoio para que ele pudesse estar deitado sobre seu corpo. Naquela posição, Kihyun conseguia encarar Changkyun nos olhos. Sentiu uma pontada no peito ao ver o quanto ele estava se controlando para não continuar a chorar. Erguendo uma de suas mãos, Kihyun colheu delicadamente todas as lágrimas que haviam escorrido pelo rosto do mais novo, acariciando sua pele fria e macia durante o processo. — Você não precisa se preocupar comigo, tá' bem? Eu posso lidar com qualquer coisa.

— É claro que eu me preocupo. – Ele retrucou, a voz rouca ainda mais grave devido a estar segurando o choro. Estendendo uma das mãos, Changkyun buscou novamente pela coberta, jogando-a por cima de ambos os corpos, sentindo Kihyun se aconchegar entre a coberta e seu peitoral, abraçando-o confortavelmente. — Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse a você.

— E como você acha que eu me sinto não sabendo quem está machucando você? Eu penso nisso o tempo todo. Toda manhã, eu te espero na minha porta, com medo de que você não apareça mais. – As palavras de Kihyun eram absolutamente sinceras, mas ele não parecia bravo, apenas exalava apreensão e medo. Como resposta, Changkyun manteve sua expressão mais triste, desejando que as coisas fossem diferentes e ele pudesse contar tudo ao seu hyung. Seus braços passaram pela cintura de Kihyun, retribuindo seu abraço e reconfortando-se com o calor do corpo do mais velho em contato com o seu.

— Eu vou resolver tudo em breve e ficará tudo bem. – Changkyun o garantiu, tentando passar alguma certeza, embora ele próprio estivesse com medo de que as coisas não seguissem de acordo com seus planos. Como forma de reforçar seu pensamento, ele repetiu suavemente, quase em um sussurro: — Vai ficar tudo bem...

— Eu queria poder te ajudar. – Lamentou em um suspiro, novamente não parecia bravo, apenas transtornado e dividido entre seu medo por Changkyun e seu respeito pelo mesmo. Sabia que não podia obrigá-lo a falar nada; que deveria respeitar sua escolha. Mas, em momentos como aquele, era tão difícil para Kihyun convencer-se de que investigar aquele assunto era um erro. E se alguma coisa acontecesse a Changkyun justamente por ninguém saber quem estava o ameaçando e machucando? E se ele sumisse por conta daquelas ameaças? Aquelas dúvidas estavam, aos pouquinhos, o fazendo querer chorar também.

— Você nem imagina o quanto tem me ajudado. – O mais novo retrucou, tocando na lateral do seu rosto e sorrindo. Seus olhos ainda úmidos tornando-se gentis, apaixonados enquanto ele o contemplava docemente. Kihyun tentou sorrir, mas sua angústia fez com que o sorriso parecesse torto, estranho. Changkyun riu baixinho de sua tentativa, em seguida, erguendo um pouco seu rosto, apenas o suficiente para que suas testas se unissem e seus narizes roçassem suavemente um contra o outro. Com os olhos presos nos de Kihyun, a mão direita tocando sua bochecha quente e a esquerda segurando sua cintura carinhosamente, Changkyun disse, sem medo: — Eu realmente gosto de você, sabia?

Com aquela declaração, Kihyun sentiu novamente uma pontada em seu coração. Dessa vez, não de tristeza ou preocupação, mas, sim, de uma genuína emoção que passou por todo seu corpo. No dia em que Hyunwoo havia terminado consigo, dito com todas as letras que amava outro homem, Kihyun acreditou que nunca mais iria sentir aquela emoção novamente. Inocentemente, considerou que seu corpo nunca mais iria clamar tanto por outro homem, que seu coração nunca iria mais se acelerar para alguém. Quando Shownu terminou consigo, Kihyun ainda tinha uma parte do garoto de quinze anos dentro de si; que achava que seu primeiro amor seria o primeiro e único.

Entretanto, aquela parte ingênua e que por muito tempo o atormentou com a ideia de que estava destino a ficar sozinho, estava se quebrando em milhões de pedacinhos enquanto observava Changkyun sob si. Porque, enquanto contemplava o rosto bonito e carinhoso do fisioterapeuta, Kihyun sentia seus sentimentos florescerem dentro de si, se expandindo a cada dia que passava ao lado de Im Changkyun. Suas mãos tremiam suavemente, seu coração batia forte contra o peito e seus olhos e sentimentos só conseguiam ter Changkyun em foco.

As amarras dos sentimentos passados finalmente partindo-se, o peso das dúvidas flutuando como as pétalas de flores que o cercavam. O coração de Yoo Kihyun estava livre e, finalmente, ele havia percebido aquilo. Não havia mais motivos para se conter, para manter aqueles novos sentimentos presos em uma caixinha. Ele desejava Changkyun, ansiava dia após dia por sua presença, seus carinhos, suas piadas idiotas e por seus lábios. Esses que estavam sempre tão próximos, mas que Kihyun nunca havia ousado tocá-los. Pelo menos não até aquele momento.

Fechando os olhos calmamente, Kihyun apreciou todos os segundos que anteciparam o momento do beijo. Sentiu seu coração acelerado, seu corpo quente, seus sentimentos transbordando. Permitiu-se sentir de verdade, sem receios, sem medo do futuro ou do presente. E, então, finalmente permitiu-se beijar Im Changkyun como há muito queria. Os lábios macios de Changkyun confortavelmente ajustando-se aos seus, seus corações acelerados próximos, as mãos procurando uma a outra, seus dedos se entrelaçando de maneira calorosa.

Tudo começou com um selinho suave, apenas um roçar de lábios carinhoso. Tão delicado e puro quanto as flores e a natureza que os rodeavam. Enquanto Kihyun sentia a maciez de sua boca, o gosto de suas lágrimas, Changkyun acariciava seu rosto delicadamente, os dedos aos poucos deixando as maçãs de seu rosto vermelho e seguindo em direção aos seu cabelo. Ali, o mais novo acariciou sus fios esvoaçantes suavemente, antes de massagear seu couro cabeludo, a mão aos poucos descendo para sua nuca e provocando arrepios por todo o corpo de Kihyun.

Com aquele gesto um único selinho se transformou em dois, três... Uma infinidade em segundos que pareciam uma eternidade e, ao mesmo tempo, ínfimos. Porque segundos não eram o bastante para alimentar a sede de noites sem dormir, pensando em como seria aquele momento. Kihyun queria mais; Changkyun queria mais. Portanto, logo os beijinhos suaves que Kihyun deixava contra a boca do fisioterapeuta tornando-se mais demorados, calorosos. Também não demorou muito para que os lábios do mais novo lhe dessem espaço o suficiente para que Kihyun aprofundasse aquele beijo. Sua língua entrando em contato com a de Changkyun, aquecendo todo o seu corpo, fazendo-o suspirar prazeroso contra a boca do homem e apertar os ombros de Changkyun suavemente por baixo da camisa branca que ele usava.

O mais novo sorriu em meio ao beijo, visivelmente satisfeito com os suspiros de Kihyun e a forma como o corpo de Yoo respondia ao seu. Segurando com mais firmeza sua cintura e os fios de sua nuca, Changkyun correspondia aquele contato com desejo e carinho. Enquanto suas mãos eram firmes, seus lábios eram calorosos e sua língua movia-se provocativamente lenta contra a do mais velho, explorando sua boca como há muito tempo queria fazê-lo.

Ao se afastaram – tão suavemente quanto como haviam iniciado aquele contato, ambos cuidadosos e delicados demais um com o outro – eles sorriram abertamente. Não era o momento para um beijo que levaria ao sexo, um beijo que os descontrolaria e os faria rolar pela grama daquele lugar. Aquele era um beijo para representar todo carinho que sentiam um pelo outro, um beijo para marcar o começo de algo que poderia se tornar absolutamente especial para ambos. Eles se abraçaram, o vento frio não parecendo mais incomodá-los, nada no mundo parecia que os incomodaria naquele momento. Acolhidos no calor daquele abraço, Changkyun e Kihyun eram como aquelas flores de inverno: crescendo, apesar das dificuldades, e formando algo maior e mais belo quando juntos.


OLÁ MEUS AMORES! como vcs estão? eu espero q todo mundo esteja bem 💖💖

queria pedir desculpas pelo pequeno atraso; o capítulo era pra ter saído ontem, mas eu tive prova hoje então ontem não tive muito tempo para revisar o capítulo novo e postar em um horário legal


E FINALMENTE ROLOU UM BEIJINHO PORRA!!!! o que vocês acharam? curtiram o capítulo? e o que esperam para os próximos?  

um beijão e uma ótima semana para todos vocês!  💕💕💕

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