— Não acredito que ficamos acordados até as cinco! — dizia o garoto de cabelos rosados com um breve sorriso em seu rosto.
Andava de mãos dadas com o chinês sobre os corredores do colégio. Jaemin parecia bem, mesmo se sentindo acabado de sono.
— Vou dormir na aula de História. — riram notando que essa seria a desculpa perfeita para se livrarem de vídeo aulas de vinte e três minutos.
— Criei direitinho. — colocou sua mão sobre sua bochecha olhando o garoto com um sorriso meigo. Chenle deu um selar na bochecha daquele garoto, indo com o mesmo até o armário de Jaemin.
— Não vejo a hora de chegar a festa de Haechan. — aconchegou seu rosto sobre o armário alheio — Faz muito tempo que não bebo realmente. Kun está tentando me por na linha para não ficar igual ele, segundo suas próprias palavras.
— Duvido é nada. — abriu seu armário e tirou seu caderno da matéria de Geografia — Mas ele está certo. Você é terrível quando fica bêbado, entretando, quando encho a cara, eu sempre prometo ficar bêbado o bastante para não me lembrar do meu nome ou onde moro...
— A união entre dois cachaceiros... — sorriu largo para o garoto, mas logo em seguida, rompeu o ato — Que... Merda...?
— Jaemin! — ao escutar a voz, ele perfeitamente notou quem era o dono e não ficou nem um pouco feliz.
Para falar a realidade. Ele pensava em fugir para longe. Pensava em correr contra o tempo e ir cabular aula. Jeno era o seu pior pesadelo naquele momento. Não era a hora.
Mas ele sabia que precisava estar ali. Sabia que precisava encarar aquilo de frente.
— Jeno... — sua felicidade foi completamente por água abaixo.
— Podemos conversar? — indagou sério, contudo num tom de voz supostamente envergonhado.
— Vou indo. — disse Chenle perto do ouvido do mais velho, baixo. Ele selou seus lábios com delicadeza, saindo de perto em instantes.
Jaemin se assustou no momento em que o garoto lhe beijou. Mas ele não ergueu suas sobrancelhas surpreso. Claro que não. Estava na frente de Jeno.
— O que queria conversar?
— Estou me sentindo horrível por ontem e eu quero pedir desculpas por tudo.
— Precisei pensar bem sobre isso tudo ontem a noite. Tem muita coisa nessa história. Te permitir outra vez abrigar em minha vida nesse momento, seria burrice.
— Não, você não precisa. — afirmou de modo pouco comum. Era sério, como se estivesse extremamente seguro do que dizia — Se for por aquilo que você disse, está tudo bem... Nós podemos dar um jeito...
— Não, não temos como dar um jeito. Eu não fiz uma escolha, não foi proposital sentir algo por você.
— Jaemin, talvez com o tempo consigamos lidar com isso tudo! Não precisamos nos afastar dessa forma... — respondeu receoso, em um tom de voz previsivelmente inseguro com o que dizia.
— Não... Jeno, nós não podemos. Eu não significo nada para você, da mesma forma como significa para mim. Não mereço estar em sua vida. — sorriu de canto, suspirou fundo.
O mais velho visou seus pés, incompreendido. Guardando algo na ponta de sua língua. Aquilo irritava Jaemin, qual era a dificuldade de dizer logo o que precisava?
— Pelo menos... Devolva meu diário? — olhou para o garoto, não mantendo muito contato visual. Jaemin atendeu seu pedido, abrindo a mochila e tirando ali do meio o caderno azul.
— Vou para aula. Não sente ao meu lado. — saiu dali onde estava com o garoto e foi a caminho da sala de Geografia.