Todos se viraram para ver Jéssica que estava lindíssima num vestido dourado, bem colado ao corpo. Pelo pouco tempo de gestação, ela ainda não tinha nada de barriga.
Ela encostou do outro lado de Jack, eu tentei soltar minha mão da dele, mas ele não permitiu.
- Boa noite Jéssica. - Um homem muito bonito falou, ele tinha os cabelos claros e os olhos castanhos, chamaria atenção por onde quer que passasse.
- Boa noite Thomas! - Ela o olhou como se quisesse fuzila-lo.
O senhor Parker tentou continuar a conversa, um pouco sem graça com a situação, Jack se mexeu e tirou a mão de Jessica de cima dele, soltou minha mão e me segurou pela cintura, os demais homens que estavam na conversa, não prestavam mais atenção na conversa, apenas observavam o trio.
Um fotógrafo se aproximou e pediu para tirar uma foto do grupo, a desgraçada colou em Jack, que estava com a cara péssima. Me soltei dele com ódio, eu não queria participar daquele circo. Mas fui surpreendida com a chegada do irmão dele:
- De longe eu avistei meu irmão arrodeado de uma ruiva linda e de uma loira estonteante, senti uma inveja grande, e eu sozinho... - Olhou para mim e disse: - Você pode me acompanhar na foto para que eu não pareça tão solitário cunhadinha mais linda do mundo? - Diferente de Jack, Frank estava sempre de bom humor.
- Claro. - Respondi.
Jack quis reagir, mas foi impedido pelo pai e Jessica que se posicionaram cada um ao seu lado. Frank me segurou pela cintura, e sussurrou no meu ouvido.
- Sorriso bem lindo para gente matar o Jack de raiva.
Realmente eu não resisti e sorri. Outros fotógrafos que estavam próximos se aproximaram e tiraram várias fotos. No término da sessão, Jéssica falou:
- Tirem foto só nossa? Eu e o pai do meu filho!
Os fotógrafos ficaram surpresos e encheram-nos de perguntas, Ela estava gloriosa abraçada com Jack, ele me olhou surpreso e tenso. Senti meu chão sumir. A noite só tinha começado e ela já tinha aprontado tudo isso. Senti as lágrimas virem, eu não queria chorar na frente de todos...
Frank sentiu que eu não estava bem e me retirou do local me segurando pela mão. Não sei como, mas quando dei por mim, eu estava sentada em um banco na parte de fora da casa, longe de todos.
Senti as lágrimas rolarem pelo meu rosto, meu peito doía, me senti humilhada, abandonada... como uma mulher, médica, experiente pode fazer uma cena tão ridícula?
Passei vários minutos chorando em silêncio, Frank me ofereceu um lenço, eu agradeci, enxuguei meu rosto e fiquei olhando para frente, sem pensar em nada.
- Perdoe meu irmão, ele nunca tinhas se apaixonado antes.
Eu sorri nervosa.
- Apaixonado? Não acredito que essa seja a palavra correta.
- E qual seria? Para ele estar agindo como um idiota? - Ele perguntou.
- Talvez ele nasceu assim... um idiota.
- Isso com certeza! - Ele deu uma gargalhada.
Ele tirou uma mecha de cabelo que caia no meu rosto.
- Jack nunca deixou nenhuma mulher chatagea-lo, ele sempre foi muito cruel e sem coração. Agora ele se apaixonou por uma menina doze anos mais nova que ele e para piorar ainda tinha que aparecer uma ex dizendo estar grávida dele. Acho que o meu irmão está bem ferrado.
- É, eu acho que sim... - Sorri com o tom de voz dele, Frank era bem engraçado.
- As pessoas quando se apaixonam, agem sem razão, meu irmão que sempre agiu com a razão agora ficou abobalhado, isso é um dos sintomas da paixão.
- É, mas eu não estou suportando mais essa perseguição dela. E ele simplesmente não faz nada para freia-la. Eu sou muito jovem para está passando por tudo isso... eu até tentei...
- Não faça isso com ele... ele é um idiota! Isso eu tenho que concordar, mas ele é meu irmão. - Eu olhei para ele e sorri. - Tenho que tentar salvar minha pele também, ele já é mau, abandonado então....
- Nós acabamos de chegar, ela não deu cinco minutos de folga. Já fez uma coletiva anunciando que está grávida, e eu fico como? A amante que está interrompendo a felicidade do casal?
- Se ele não gostasse de você , pode apostar que ele já teria te deixado. Ele nunca se prendeu a ninguém, nunca... - Ele fez uma pausa. - Mas ele se sente em dívida com a Jéssica.
- Por quê? - Me interessei.
- É um lance deles. Sem contar que ele nunca perdoou nossa mãe por ter deixado o papai e nos abandonado, foram anos e anos de terapia. Mas não adiantava muito... ele gostava de fazer a mulherada sofrer... ele era bem sádico.
Disso ela sabia bem, no começo ela teve uma demonstração da sua crueldade.
- Eu preciso saber o que ouve com ele e a Jéssica pra ele se sentir tão preso assim a ela.
- Você não vai contar? - Jurei que não. - Quando eles eram bem jovens, ela engravidou e ele a fez abortar. - O sangue dela sumiu novamente. - Ela passou mal, quase morre, foi um escândalo danado. Ele se sentiu mal por tudo que tinha feito, foi uma relação bem complicada.
Ele se sentia em dívida com ela, que merda! Ela estava se aproveitando disso, para estragar o namoro dos dois.
- Mas dê uma chance a ele, por favor! - Ele parecia ser sincero.
- É complicado...
- Promete pensar? - Fiz que sim. - Então vamos voltar, porque se ele me achar aqui com você, pode pensar que eu esteja querendo me aproveitar, e ele é bem forte... - Ele fez cara de mal, nós sorrimos.
- Preciso ir ao banheiro.
- É melhor ir no de dentro da mansão, sua carinha linda está péssima.
- Você promete ficar perto de mim? - Pedi a ele.
- Você promete me promete me proteger dele? Minhas mãos valem milhões, eu não posso machuca-las.
Ele realmente tinha muito senso de humor, fui ao banheiro social, que era imenso, parecia um quarto e comecei a retocar a maquiagem, ele tinha razão, eu estava péssima.
Estava terminando quando a cobra entrou, tentei sair mas ela me bloqueou.
- Sabia que fomos muito felicitados pela chegada do nosso herdeiro? - Falou debochando.
- Se realmente for dele, coisa que eu duvido! - Nem tinha certeza disso, mas eu não ia ficar calada. Ela me olhou com ódio.
- Você estava lá para saber? Ele foi feito com muito amor! - Ela olhava apaixonada.
- Claro que não, mas ele me disse que usou preservativo, ou esse filho não é dele, ou você furou a camisinha! Pelo que pude presenciar, você é baixa o bastante para fazer qualquer uma das alternativas anteriores.
Ela me fuzilava com olhar.
- Você não vê menina que está sobrando nessa história? Que mais cedo ou mais tarde ele vai deixar você pra ficar comigo e com o filho? Basta eu chamar e ele vem como um cachorrinho, faz tudo o que eu quero...
- Mas quando ele retorna para casa, passamos a noite fazendo amor e ele faz questão de me dizer que não aguenta ficar longe de mim. Que sou eu que satisfaço todas as vontades dele.
Eu sempre achei muito baixo tudo isso, mas eu não podia deixar ela falar o que quisesse. Ela estava vermelha de ódio.
- Ele vai cansar, cedo ou tarde... e é comigo e com o filho que ele vai ficar.
- Se for a vontade dele, mas saiba que é em mim que ele vai estar pensando sempre! Ele é louco por mim, e você sabe disso... se você se contenta viver com migalhas, vai em frente. - Não tinha certeza de nada disso, mas na hora da raiva eu falei.
Ela suspirava de ódio. Peguei minha bolsa para sair, passei por ela e ela segurou meu braço.
- Piranha. - Ela disse
- Vigarista. - Respondi
Meu sangue ferveu e meti a mão na cara dela com toda a força que eu tinha. Ela caiu e vi o sangue escorrer do nariz dela, empurrei ela no chão e mandei ver nos tapas.
- Cachorra, você até pode ficar com ele, mas para o seu desaforo de jogar sujo, você vai apanhar! Vê se aprende ser mulher e prende um homem na cama e não usando o golpe da barriga que é o golpe mais antigo da humanidade.
- Socorro! Ela vai me matar! - Ela gritava.
O ódio me cegava, vi quando dois homens entraram no banheiro. Um me tirou de cima dela, o outro a socorreu e pude ver que era Jack.
- Ela quer me matar Jack! Ela não consegue conviver com a minha gravidez, ela falou coisas horríveis... eu nunca deixarei nosso filho perto dessa víbora. - Ela ainda teve a cara de pau de inventar uma história horrível.
- O que? Mentirosa! - Eu gritava.
- Angel, seu ciúmes passou dos limites. -Ele me olhava bravo.
- Eu não falei isso Jack! Ela que ...
Antes que eu terminasse de falar, ela começou a gritar, fazer um escândalo.
- Ai, eu estou passando mal! Não deixe que eu perca nosso filho Jack! Isso é tudo que ela quer!
Agora eu vou esmaga-lá com minhas próprias mãos. Mas Frank impediu que eu me soltasse.
- Calma Angel! É isso que ela quer...
Ele sussurrou no meu ouvido. May que tinha presenciado a confusão, voltou dizendo:
- Chamei uma ambulância, eles chegarão em cinco minutos.
- Eu não sei se vou aguentar... - Ela colocava a mão no ventre fazendo teatro.
- Se você sair por essa porta com ela Jack, você pode esquecer que eu existo! - Falei séria e com o coração despedaçado, no fundo eu já sabia a decisão dele.
- A gente conversa mais tarde Angel.
Ele levantou com ela no colo, ela olhou para trás e deu um leve sorriso.
Isso para mim tinha sido a gota d'água. Comprei conseguiria viver com essa cobra infernizando minha vida dia e noite?
Deixei as lágrimas caírem de ódio e decepção, ele tinha feito a escolha dele, e mais uma vez, não era eu...
Meninas, não me odeiem...
Estou sem palavras, chorando junto com ela 😪😪😪😪😪😪