Puta que pariu.
É a primeira coisa que penso quando vejo a dama de branco caminhando pelo corredor, como quem flutua nas nuvens. Júpiter estava perseguindo todos os meus pensamentos e isso estava me deixando irritado para caralho. Eu não fazia ideia do que era aquilo e não estava nem um pouco afim de descobrir. Ela era território proibido, roguei, enquanto batia meus pés impacientemente no chão, fuzilando o relógio, esperando os malditos vinte minutos para sua reunião passassem logo.
Se controla, Dominic. Se controla, porra.
Foda-se. Eu digo para o silêncio e ando até a sala de reuniões a passos largos. Encontro Júpiter de pé olhando fixamente para a imagem que preenche o telão branco, um sorriso profundamente familiar está estampado em seu rosto conforme ela olha para o homem, um bebê e uma versão mais nova de si própria. Tenho vontade de me socar por ter corrido até ela. Ela é casada e mãe. Perfeito. Nunca nem sequer olhei na direção de mulheres casadas e aqui estou eu, como um cão sedento.
Engulo meu orgulho e comento sobre sua família. Ela me xinga em italiano pelo susto e meu pau dá sinal de vida. Ela xingando em italiano era adorável. Ela gemendo em italiano deveria ser... eu começo a pensar, mas interrompo o fluxo. Ela é proibida. Ela é proibida. Conversamos rapidamente e pela primeira vez em muito tempo sorrio de verdade, assim que ela fala que está amando o trabalho.
Somos interrompidos pelo fluxo de pessoas chegando para reunião e observo quando ela perde a fachada leve e descontraída e vira uma mulher de negócios. Uma leoa confiante que sabe do que é capaz. Durante toda a reunião, não tiro os meus olhos dela, assim como todas as outras pessoas. Sua voz é hipnotizante. Sua proposta é sensata e inteligente e sei que será aprovada antes mesmo que ela termine de falar. E quando termina, ela tem gatinhos apaixonados em suas mãos. Ela é parabenizada profusamente e é claro que eu e Gael temos a obrigação de fazer o mesmo. Trocamos palavras curtas, mas, antes que eu pudesse dar as costas e correr para meu escritório onde minha ducha fria me espera, ela me corrige sutilmente.
- É senhorita. – Ela diz e eu fico perdido por um momento. – Eu não sou casada. – Ela explica e um calor se espalha lentamente pelos meus olhos. – Então é senhorita. – Ela repete. E é aí que eu descubro que estou fodido.