DOMINIC

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VOTEM E COMENTEM, MEUS AMORES! <3 


No meu escritório, analisando uma pilha de papéis a minha frente, meus pensamentos correm até Júpiter, que está a dois corredores de mim. Uma semana se passara desde o seu ataque, e depois de muita insistência, ela havia concordado em ver uma psicóloga. Ela parecia bem, mas eu sabia que luto e dor podiam ser mascarados muito bem. Eu vinha fazendo isso há tanto tempo, que agora era simplesmente natural. O único momento em que eu ficava completamente vulnerável, era quando Júpiter estava próxima a mim, e pela primeira vez em anos, eu estava tranquilo com isso. Eu gostava de me sentir vulnerável. Gostava de sentir a porra do meu coração acelerado, só de sentir o seu cheiro, o seu toque sobre mim. Era irresistível. Ela era completamente irresistível. Sua beleza enigmática, sua resiliência silenciosa, sua aura em arte pura. Bufo, irritado por ter que ler a mesma linha pela terceira vez. Uma batida na porta me chama a atenção e permito que o estranho apareça.

Quando a cabeleira de Eva aparece no vão dá porta eu respiro fundo.

- Algum problema, senhorita Schmidt? – Eu pergunto, sem tirar os olhos da folha em minhas mãos.

- Sim. – Ela fala, se sentando em minha frente. – Eu gostaria de me desculpar por meu comportamento anterior. – Ela fala e finalmente levo meus olhos aos seus. Ela me encara com honestidade. – Eu só realmente ainda te amo, Dom. – Ela sussurra e eu bufo.

- Suas desculpas estão aceitas, Eva. – Falo, voltando meus olhos para os papéis. – Pode se retirar.

Ela levanta e fica parada no mesmo lugar me olhando.

- Vou te provar. – Ela sibila, e então sai pisando sobre os saltos altos. Reviro meus olhos e ligo pra Gael quando vejo que o sol já se pôs. Ele atende no primeiro toque.

- Preciso de uma cerveja. – Falo, sem nem cumprimenta-lo.

- Te encontro no estacionamento em dois minutos. – Ele responde e desliga na minha cara. Sorrio. É um bastardo.

Junto tudo, apago as luzes e caminho para o elevador. O escritório de Júpiter está completamente apagado e sei que ela já foi.

Em meia hora eu e Gael estamos sentados no balcão de um dos nossos bares favoritos, e já estamos no final de nossa caneca de chope. Eu teria que correr 10km no dia seguinte para compensar minhas saídas da dieta restrita que eu mantinha.

Eu estou gargalhando enquanto Gael me lembra da vez que fizemos nossa babá sentar em um monte de cocô de cavalo. Ele gesticula e tudo que eu consigo fazer é rir. Tivemos uma boa infância. Tomamos mais um longo gole de chope e me distraio com três homens ao nosso lado encarando um ponto fixo a ponto de babar. Eu e Gael seguimos o olhar e meu queixo cai. Puta que pariu. Puta que pariu. Puta que pariu.

A primeira coisa que vejo é Luísa. Ela está com um vestido preto que brilha e a deixa deslumbrante. Seus cabelos castanhos estão lisos até sua cintura e ela caminha confiante. Posso ver a garganta de Gael subindo e descendo pela minha visão periférica e ele parece abalado. Luísa está de mãos dadas com alguém, e é aí que eu a vejo. Júpiter está com um vestido vermelho de veludo tão justo em seu corpo que eu quase posso ver o formato de seus mamilos em seus seios cheios. O vestido vai até suas coxas brilhando em cada passo que ela dá. Os cabelos muito cacheados estão presos num rabo de cavalo alto, mas alguns caem sobre seu rosto e nuca e puta que pariu, ela está deliciosa. Seu rosto está em uma máscara taciturna, sensual e sua boca está pintada de vermelho, num meio sorriso enigmático. As duas estão tão confiantes que é cegante e eu tenho certeza que metade dos caras que as comem com os olhos estão desconfortáveis em suas calças. Elas caminham diretamente em nossa direção e eu tento me recompor e parar de babar.

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora