Hannah
- Felipe... - Me afasto dele tentando segurar o choro. Levanto minha cabeça tentando ter coragem para olhar em seus olhos - Eu não posso...
- Por quê? - Saiu em um sussuro - Hannah eu faço o que for para não te perder!
Suas mãos vão para o meu rosto e seu dedo começa a acariciar minhas bochechas, fecho meus olhos e respiro fundo.
- Felipe... - Tiro suas mãos do meu rosto e o encaro - Não dá, lá é minha casa, foi lá que eu nasci, cresci, estudo. Meus pais estão lá Felipe!
Ele fica sério.
- Hannah, aqui ta seu irmão, você fez amizades novas aqui e se o problema for a faculdade, você pode transferir para cá!
- Não é tão fácil assim Felipe. - Abaixo a cabeça.
- Eu sei que não. - Com delicadeza sua mão ergue minha cabeça - Mas você pode tentar...
Eu não sei se posso. Aqui eu fiz amizades maravilhosas que eu não me vejo sem, mas aqui eu também me apaixonei por um babaca que só iria me magoar.
Felipe não sente um terço do que eu sinto por ele.
Quando essa farça do namoro acabar, ele nem vai lembrar mais que eu existo.
- Hannah... Por mim. - Olho em seus olhos e por um instante senti sinceridade que ele não queria me perder.
Desvio o olhar.
Ele suspira.
- Hannah, olha bem nos meus olhos. - Ele fala baixo - E seja sincera comigo - Olho novamente para seus olhos castanhos - Você sente algo por mim?
Droga Felipe!
Não, eu não iria admitir isso.
- Se você sente algo por mim, tanto na amizade que construímos ou em outra coisa... - Ele olha para minha boca - Fica, por favor.
- Felipe. - Tomo postura - Eu acho que você sabe muito bem que o que eu sinto por você não é só amizade!
Ai não.
Eu praticamente me declarei para ele!
Que merda Hannah!
Mas já estava na hora dele saber disso.
Eu acho...
- Hannah. - Ele sorri de canto - E você sabe também que o que eu sinto por você, é não é só amizade...
É o que?
- Ta falando sér... - Ele não deixa eu terminar de falar e simplesmente me beija.
Eu não estava acreditando.
Então o que eu estava sentindo era recíproco?
Felipe também gosta de mim?
Uou.
O beijo dele foi uma mistura de desculpas, saudades, desejo, carinho...
Que saudades eu estava dele.
Nós separamos do beijo com o olhar fixo no outro.
- Hannah eu gosto de você!
Ele sorri e automaticamente sorrio também.
- Eu gosto de você Hannah. - Ele segura meu rosto e me enche de selinhos - Eu nunca achei que iria falar isso para alguma garota. - Ele faz careta e eu rio - Então se sinta privilegiada! - Eu do um tapa em seu braço e o abraço.
****
Depois de ficarmos um bom tempo sentados na areia da praia, abraçados e conversando, decidimos voltar para casa.
Agora eu estava no quarto, tinha acabado de sair do banho e Felipe estava na cozinha.
Me deito na minha cama e pego meu celular e começo a mecher nele.
A casa estava vazia novamente, o povo daqui não parava em casa um minuto.
Logo a porta do quarto se abre e eu sabia que era Felipe.
Ouço passos dele se aproximando e logo seu corpo quente se deita ao meu lado na cama de solteiro.
Eu rio.
- O que você quer?
Ele beija meu pescoço.
- Você! - E me abraça forte.
E assim ficou em silêncio com seu braço em volta ao meu corpo. Viro minha cabeça com cuidado e vejo que ele estava com os olhos fechados.
Volto a mecher no celular mas logo a voz dele preenche o quarto.
- Você já pensou?
- Em que? - Fico confusa.
- Sobre ficar...
Ah não.
Estava tão bom.
Eu ainda não havia contado para ele sobre as passagens e preferia deixar quieto esse assunto por enquanto.
Por sorte o telefone começa a tocar e vejo no visor que era Sérgio.
- Alô?
- Hannah, meu filho está aí?
- Sim!
Ele começa a falar sobre o assunto da viagem e falou que nós viajaremos amanhã de tarde para São Paulo. E pediu para mim avisar Felipe.
- O que ele queria?
Expliquei para ele e ele revira os olhos.
- Então era isso que ele queria conversar comigo mais cedo.
- Provavelmente era isso... - Rio.
- Mal chegamos de uma viagem e já temos que fazer outra.
Ele se ajeita na cama e me trás para seu corpo, ajeito minha cabeça em seu peito e ele me abraça.
- Vamos aproveitar enquanto a tempo. - Ele beija minha testa e fecha seus olhos.
Eu estava tão feliz.
Mas ao mesmo tempo não.
Que droga!