Código 121 ∆ taekook (Concluí...

By tkmutuals

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POLICIAL | AÇÃO | MISTÉRIO | DRAMA [LIVRO FÍSICO PELA EDITORA EUPHORIA] Taehyung era considerado muito novo... More

AVISOS
Prólogo: Caso Aberto!
1- Arquivado
2- Um passo atrás
3- Pistas
4- Proposta
5- Suspeitos
6- Confronto
7- Falso
8- Chantagem
9- Ressaca
10- Ex amigo, atual Inimigo
11- Mentiras e Traições
12- Suspeitos Removidos
13- Kim
14- Culpa ou Dolo?
15- Apenas um dia
16- Confissão
17- Instinto
18- Reveja seus aliados
19- Fogo contra Fogo
21- Duas Mentes
22- Corra
23- Procurado
24- Traição
25- Procura-se um Coração pt1
26- Procura-se um Coração pt2
27- De olhos abertos
28- Jogo de Mestres pt1
29- Jogo de Mestres pt2
30- Novo Plano
31- Incentivo
32- A Lista
33- Supere
34- Lembranças
35- Viva o Agora
36- O Rei está em Xeque
37- Cavalo de Troia
38- Xeque Mate
39- A queda de uma flor
40- O Código
41- Grande Salto
42-Sentença
43- Vou te amar sem censuras
44- Last Forever
Epílogo: Caso Encerrado
*bonus: ENTREVISTA

20- Ajuda

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By tkmutuals

Demorei não foi? Desculpe mas... eu realmente esperava que vocês acertassem a enquete e fui pega de surpresa, tendo de reescrever tudo novamente.

Mas imprevistos acontecem, e vocês sentirão ele nesse capítulo.

Peço que comentem sempre para eu saber se estão gostando ou não.

Peço desculpas por qualquer erro de digitação pois não pude revisar.

~boa leitura

"Se você buscar a verdade poderá encontrar conforto no fim. Se buscar conforto, não o alcançará, e tampouco a verdade, mas apenas bajulação e ilusões no começo e desespero no fim. "

— C. S. Lewis

Jungkook não sabia se oque estava fazendo era correto. Aceitar a ajuda de alguém em que ele não confiava.

Kim Taehyung era um mistério, ao mesmo tempo em que parecia confiável e honesto, agia com cautela em relação a tudo. Cada passo seu, direcionado a si ou a outras pessoas eram sutilmentes calculados, a fim de comprovar algo para si mesmo ou para o mundo.

Talvez se devesse ao fato de ser um detetive, pensava Jungkook, mas depois daquela noite, em que vira o mesmo querer se aproximar de si apenas para arrancar-lhe informações da forma mais baixa e sem coração possível, Jungkook chegou a conclusão que se deixou enganar pelo rosto bonito e sorriso gentil do detetive.

Taehyung não se importava de verdade consigo, só queria sua confiança para descobrir as coisas da qual Jungkook sabia.

Mas o estudante não se deixaria enganar novamente, era ele quem comandaria o jogo. Afinal, aquilo era uma faca de dois gumes, se Taehyung queria aproximação e confiança, Jungkook falsamente lhe daria isso e de um jeito ou de outro, conseguiria arrancar respostas da boca do Kim.

Afinal, era para isso que estava ali.

Tinha um objetivo e o tempo tava correndo.

Taehyung chegou em frente ao apartamento quase instantaneamente após receber a mensagem de Jungkook.

"Tudo bem"

Fora tudo que recebera, mas era melhor que o silêncio ou a negação. O simples fato de não ter que ameaçar o porteiro para entrar já lhe poupava tempo, saliva e paciência.

Kim Namjoon não estava ali, o detetive foi atendido por um senhor de idade que sorriu animado para si e autorizou sua entrada assim que ligou para o apartamento do Jeon, que permitiu que o Kim subisse.

Taehyung não sabia como se sentia naquele momento. Mas precisava convencer Jungkook a ir consigo ao hospital do Dr.Kim.

Tinha o pressentimento de que algo estava errado em relação ao rapaz, como se uma peça estivesse de fato faltando e nenhum dos dois era capaz de dizer qual.

Não precisou bater, Jungkook estava apoiado no batente da porta observando o corredor aflito, e mordeu os lábios assim que avistou o detetive sair do elevador e sorrir de canto para si.

"Vai ser mais difícil do que pensei...", Jungkook não sorriu, apenas abriu a porta para que Taehyung entrasse e mais uma vez o Kim se sentiu estranho ao adentrar no cômodo quase vazio.

A falta de objetos pessoais ali evitavam que o Kim descobrisse algo sobre a personalidade do mesmo.

— Por que não tem móveis aqui?

— Passo maior parte do tempo no dormitório da faculdade, não vejo necessidade em mobiliar esse lugar – murmurou, indo em direção ao balcão da cozinha, pedindo para Taehyung o segui-lo. — Por que está aqui?

Taehyung havia ensaiado oque dizer, mas naquele momento seu coração se comprimiu ao notar a aparência do Jeon.

Ele estava péssimo, de fato.

Os olhos escuros e fundos evidenciando uma noite mal dormida, o cabelo oleoso e a pele dos lábios seca. Aquele rapaz a sua frente estava bem longe de ser o Jungkook irresistível que conhecera na cafeteria.

Ainda estava muito bonito, isso era algo que não podia negar, mas seu estado físico parecia péssimo.

— Eu quero ajudar você, depois do que houve ontem à noite eu...

— Eu não sei oque disse a você, mas não era verdade – interrompeu o estudante, a voz tão falha que Taehyung sabia que estava mentindo, mas deixou que continuasse falando. — eu estava bêbado e agora estou com enxaqueca, é apenas isso. Não há nada para se preocupar.

— Não tem nada a ver com oque me disse quando estava bêbado, foi antes disso – respondeu Taehyung, deixando Jungkook confuso.

Ele pensava que o Kim iria lhe fazer milhares de perguntas a respeito dele e Jimin, afinal lembrava que falara algo a respeito do loiro. Mas, se não era isso, por qual outro motivo o detetive viria?

— Os remédios que está tomando, eu posso vê-los?

Sem saber exatamente por que, Jungkook sentiu-se irritado.

— Pra que?

— Jungkook, não sei se seu amigo é médico, enfermeiro ou seja lá oque for... mas tomar medicação sem prescrição é perigoso e-

— Eu sei disso, mas eu confio nele e os remédios sempre me ajudaram.

— Para que exatamente eram os remédios?

Jungkook não queria revelar nada ao Kim. Ele tinha problemas, tá idai? Todos tinham.

— Ansiedade e insônia.

Taehyung não era um especialista no assunto, mas sabia que remédios para ansiedade podiam ser bem fortes. E isso explicava o porque dos lábios secos, que eram sintomas comuns de ansiedade grave.

— Por que não foi a um médico e pediu para receita-lo isso? Por que fazer seu amigo lhe dar os remédios?

— Eu não fiz eu... – Jungkook percebeu que se falasse demais Taehyung perceberia que havia muito mais coisas envolvidas. Então respirou fundo. — eu tenho tido essas crises de ansiedade e não consigo dormir a um bom tempo, é apenas isso, não é fácil ser um bolsista na melhor universidade da Coreia do Sul está bem? Eles cobram muito mais de nós do que parece e-

— Tudo bem, eu entendo – concordou o Kim e de fato entendia. Afinal, antes de se tornar um detetive famoso, seus pais não tinham dinheiro para pagar a faculdade e Taehyung conseguira uma bolsa na melhor faculdade de Daegu, mas não pôde terminar o curso.

Os fatores que levaram o Kim a ser um detetive podem ser chamados de milagre. Um dia ele viu uma reportagem na televisão sobre uma investigação e notando que os policiais não estavam tendo progresso, foi à delegacia de Daegu e noticiou o delegado a respeito do caso. Não demorou muito para encontrarem o corpo do homem próximo à ponte e o assassino do mesmo, que era seu pai.

Na época, Taehyung foi acusado de ser o assassino, afinal, quem conseguia, com tanta precisão acertar o local, como e quando ocorreu o homicídio. Porém Taehyung se provou inocente sem muito esforço.

A notícia de que ajudara a polícia de Daegu se espalhou e o garoto ficou conhecido na cidade, recebendo pedidos da polícia de tempos em tempos.

Até Min Yoongi, o delegado da polícia de Seul, arriscar pedir a ajuda do Kim em uma investigação de sequestro que fora concluída com sucesso e depois de receber uma oferta de emprego e um generoso salário — que meses depois fora triplicado — o Kim não viu outra escolha, se não aceitar a oferta, tendo de morar em Seul e assim perder a bolsa de estudos.

Ele tinha dinheiro para pagar os estudos em Seul, mas não tinha tempo para estudar.

A fama veio, junto de seus inimigos e da separação dos irmãos Kim, que antes, não se desgrudavam.

Taehyung teve de parar de estudar Literatura e com o dinheiro pagou a escola de Jisoo e deu um lugar melhor para seus pais viverem e quando a Kim fez dezessete anos, se mudou para Seul para cursar Jornalismo, e Taehyung não poderia se sentir mais satisfeito do que ter a capacidade de pagar os estudos, sustento e mimos da irmã.

Ele só não imaginava que, dinheiro nenhum naquele mundo poderia substituir o tempo que ele perdeu com a garota.

Tempo este, que jamais poderia ser comprado. E que jamais voltaria.

Jungkook revirou os olhos. Mas não culpava Taehyung, ele queria independência e estudou a finco para conseguir a bolsa em fotografia, afinal seus pais, mesmo ricos, só aceitariam pagar-lhe a faculdade de cursasse administração ou direito, carreira que segundo eles, era mais digna do nome que carregava.

— Eu só queria dizer que me preocupo com você, então, se você aceitar gostaria de levá-lo a um excelente médico que vai examina-lo e verificará se seus remédios estão corretos ou então lhe passará novos remédios para ansiedade e insônia. — Jungkook não sabia dizer se Taehyung estava com segundas intenções, então permaneceu em silêncio. — Eu não quero que você pare de tomar nada, só quero ter certeza de que estão lhe dando o remédio correto.

— Está insinuando que meu amigo está...

— Não é isso, – se apressou Taehyung. Embora, na verdade, fosse. — não é melhor você tomar seus remédios de forma correta? Apenas isso.

Jungkook não sabia oque dizer, de fato, depois de ver que os remédios vinham de Jennie Kim, sentia-se estranhamente na defensiva com Seokjin.

— Tá legal – concordou e desviou o olhar ao ver Taehyung sorrir satisfeito e aliviado.

— Vou esperar você trocar de roupa e podemos ir – disse Taehyung mas Jungkook negou, agarrando o casaco próximo a porta, se ficasse mais tempo ali, Seokjin poderia retornar e não saberia como explicar ao amigo que estava indo verificar se ele era de total confiança.

— Você tem os remédios aí? Seria uma boa ideia levarmos para mostrar ao doutor.

Jungkook concordou, mas depois de procurar na caixinha em cima da pia, não havia nada ali.

Então se lembrou que era Seokjin quem lhe dava os remédios, ele nunca os tomava sozinho.

— Não está aqui... mas é uma embalagem cinza com um triângulo em amarelo e verde – ele dissera e Taehyung concordou.

Não conversaram durante todo o caminho, mas Taehyung estava contente em estar tudo indo conforme planejava.

Assim que pararam no enorme hospital particular, Jungkook se remexeu desconfortável na cama. Não tinha dinheiro para uma consulta em um lugar como aquele.

Recusar a ajuda de seus pais na faculdade, o fez receber um cartão bloqueado e uma mesada reduzida. Ele não ligava, não era de gastar muito dinheiro, até pensava em vender o apartamento que ganhou da mãe, que acreditava que com apenas aquilo, poderia trazer o filho de volta para casa.

— Não se preocupe – Taehyung se apressou em dizer, assim que notou o olhar desconfortável do Jeon.

Naquele momento, Jungkook desejava de fato, ter se arrumado.

O imenso saguão estava cheio e Taehyung andou devagar até uma das atendentes que falava ao celular, assim que o viu a mulher sorriu e lhe estendeu uma ficha, onde o Kim assinou e acenando para Jungkook, ambos foram em direção aos elevadores.

— Não precisamos esperar nossa vez?

— Ah não, eu marquei uma consulta de emergência com o doutor Kim.

— Estou indo ver seu pai? – agora Jungkook teria um colapso, pensou o Jeon, enquanto tentava ajeitar o cabelo despenteado.

Taehyung riu do rapaz e sem saber exatamente porque, segurou em sua mão que balançava ansiosa, entrelaçando os dedos.

Jungkook parou e encarou as mãos, sem saber se deveria se afastar ou aproveitar o calor da pele do Kim.

— Relaxa, ele não é meu pai, muito menos da minha família, é só uma coincidência.

Jungkook concordou em silêncio e os dois entraram em uma sala vazia e bem mobiliada, onde uma atendente linda e loira sorriu para os dois e pediu que entrassem.

Taehyung e Jungkook se sentam na poltrona de couro, e aguardaram alguns minutos até um homem de cabelos grisalhos e um sorriso falso entrar no consultório.

— Peço desculpas pelo atraso – disse o doutor, cumprimentando Taehyung e Jungkook. — mas já faz um bom tempo desde que venho a este lugar, tenho passado maior parte do meu tempo em meu outro escritório.

— Sem problemas, eu quem agradeço por conseguir um tempo conosco doutor – agradeceu Taehyung sorrindo e o homem se sentou na poltrona em frente aos dois e sorriu para o detetive.

— Então... o que houve?

Taehyung olhou para Jungkook, esperado que o garoto dizer como se sentia, mas o Jeon desviou o olhar para suas mãos que pareciam mais interessantes.

— Este é meu amigo Jungkook – começou o Kim, fazendo o mais novo levantar o olhar em sua direção com uma expressão surpresa — ele vem tendo crises de ansiedade e não está conseguindo dormir a algum tempo.

— Insônia? — perguntou o médico, agora sem tirar os olhos do Jeon, que concordou. — Que tipos de crise de ansiedade?

— Eu... não sei dizer exatamente – respondeu Jungkook, envergonhado.

— Você prefere que ele saia? – perguntou o doutor indicando Taehyung que já se preparava para levantar, mas o estudante negou. — Então me diga exatamente oque está acontecendo.

— Com licença – Taehyung voltou a falar. —, eu o trouxe aqui, porque ele estava tomando alguns remédios sem prescrição então fiquei preocupado.

— Entendo — o doutor encarou Jungkook como quem quer lhe dar um sermão, mas não disse nada. — teremos que fazer alguns exames em vocês depois está bem? Qual remédio você vem tomando?

— Eu não sei.

— Como assim?

— Meu amigo quem me deu eles e vem ajudado então eu não achei que fosse um problema.

— Mas saiba que é, agora, me diga exatamente como tem sido suas crises de ansiedade e a quanto tempo você não dorme direito?

Jungkook ficou pensativo por um momento.

— As vezes eu me sinto encurralado, como se nada que eu fizesse fosse bom o bastante e eu sinto como se o ar não estivesse entrando em meus pulmões. – começou a descrever e Taehyung o encarou em silêncio, não imaginava que fosse tão ruim. — E quando isso acontece eu fico tão assustado que não sei oque fazer, eu não consigo ficar parado e às vezes eu fico bastante agressivo.

— Agressivo como?

— Eu não sei eu... só quero ficar sozinho até isso acabar ou ... eu não sei, me desculpe. – Jungkook desviou o olhar para a parede, só de pensar no dia que agredira Namjoon quando o mesmo tentou obrigá-lo a tomar a medicação para que dormisse logo e se acalmasse. Na maneira como ele ficou irritado com o tom de voz de Namjoon. Não queria ter machucado o amigo, sempre que pensava no vergão arroxeado na pele do rapaz sentia-se um monstro.

— Tudo bem... primeiro, eu gostaria de dizer que isso é mais do que uma crise de ansiedade, a agressividade não deveria surgir com tanta facilidade a não ser que estivesse tomando algum outro medicamento junto com os para ansiedade ou em dosagens maiores. Às vezes, se juntarmos mais de um componente, as reações podem ser diversas e isso pode acabar prejudicando você em vez de ajudá-lo.

— O doutor Kim também é psicólogo – Taehyung disse a Jungkook que concordou em silêncio, observando o médico a sua frente.

— Eu passo maior parte do tempo no meu escritório de psicologia, mas quando Taehyung me chamou acreditei que o exame seria mais clínico, porém acho que estava enganado. Embora seja melhor estar aqui, esse hospital tem recursos para fazermos alguns exames em você.

Jungkook não dizia nada, as palavras do doutor Kim e de Taehyung enquanto conversavam entre si apenas surgiam e se esvaiam antes mesmo de chegar aos seus ouvidos.

Estava ocupado demais pensando se, durante todo aquele tempo, oque acontecia consigo mesmo era culpa de Seokjin e dos remédios que tomava.

Não podia ser. Não queria acreditar.

Se fosse, por quê?

— E a insônia, o que te deixa tão aflito a ponto de não conseguir dormir?

— A universidade, há tanta coisa envolvida, provas, estudos, meu projeto de fotografia e... – suspirou, afastando um rosto sorridente de sua mente. — muita coisa.

— É muito comum jovens na sua idade sentirem-se ansiosos devido aos estudos, infelizmente isso é um fator em nosso país que contribui para que os adolescentes se tornem mentalmente instáveis. A insônia também é uma consequências da ansiedade que não deixa você dormir ou pensar direito e essa sensação de sufocamento também é bastante comum... mas há algo há mais que eu acho que está acontecendo com você.

Taehyung piscou surpreso e curioso e Jungkook sentiu-se nervoso, como se o homem pudesse enxerga-lo mais a fundo e ele não gostava disso.

O doutor Kim, no entanto, sabia que não era uma boa hora falar sobre suas suspeitas em uma primeira visita e estendeu seu cartão do escritório de psicologia ao rapaz.

— Caso queira receber acompanhamento psicológico, acredito que posso ajudá-lo a lidar... com sua dor.

Taehyung franziu o cenho, sem entender do que se tratava tudo aquilo mas relaxou ao ver Jungkook concordar e guardar o cartão.

— Eu posso lhe indicar esse remédio para ansiedade – o homem pegou um pequeno frasco de plástico cinzento com um desenho gravado e Taehyung e Jungkook encararam em silêncio a embalagem já conhecida.

Ambos, porém espertos, não disseram nada.

— Ele ajuda na ansiedade e tem efeito sonífero, então conseguirá dormir com ele também. Tome apenas um por dia, nada mais. – o homem lhe mostrou um comprimido azulado e redondo Jungkook franziu o cenho, de fato era o mesmo que Seokjin lhe dava, porém de oito em oito horas.

Quatro vezes ao dia.

— Há diversos remédios para ansiedade? – perguntou Jungkook, a possibilidade de que o amigo lhe dava uma com efeito mais leve, o fazia se sentir menos assustado.

— Dessa fórmula? Não, apenas este. – respondeu o doutor e Jungkook sentiu o ar demorar para chegar aos seus pulmões.

Piscou desorientado e agradecendo o médico, saiu dali o mais rápido possível.

Taehyung seguiu o estudante até o corredor onde o mesmo puxava o ar com dificuldade, sentado no chão, as mãos tremendo.

— Ei, o que houve?

— Aquela embalagem ela...

— Sim eu sei – disse Taehyung. — e não gostei nem um pouco de saber que talvez o doutor Kim esteja disponibilizando medicamentos sem prescrição.

— Não é isso eu... – Jungkook se conteve, não sabia se era confiável dizer a Taehyung que Seokjin estava lhe dando o mesmo remédio em dosagens maiores.

Esse tempo todo ele vem tomando tudo isso. Para que?

— O exame... Não acho que preciso dele eu... Meu amigo me dava aqueles remédios mesmo.

Taehyung ficou em silêncio, talvez o amigo de Jeon realmente estivesse lhe ajudando e ele apenas estava se preocupando sem necessidade. Mas a forma como Jungkook parecia ansioso estava deixando o Kim assustado.

Havia algo mais.

— Então... por que está assim?

Jungkook não respondeu. Não podia, precisava tirar a limpo tudo com Seokjin primeiro e mesmo sentindo-se estranhamente mais próximo do detetive, algo dentro de si o mandou ficar calado. Não queria causar problemas para si mesmo.

— Eu só quero ir pra casa.

Taehyung concordou, ver o rapaz naquele estado estava deixando-o sem saída, lhe estendeu o papel com a prescrição médica do doutor Kim em direção ao Jeon, que, assim que leu o nome completo do homem ficou ainda mais branco.

"Não pode ser...", pensou e sem forças, desmaiou antes mesmo de conseguir se levantar.

...

— O que isso quer dizer? – Jungkook ouvia uma voz grave soar agitada próximo à si, sua cabeça latejava e não conseguia sentir suas pernas. — Benzo oque?

Benzodiazepinas – respondeu outra voz, feminina, porém mais calma.

— Que porra é essa?

— É uma substância usada em remédios para controle de ansiedade – continuou a voz doce, fazendo Taehyung se calar. —, acontece que foram encontrados uma quantidade considerável no sangue dele.

— O que isso quer dizer? – perguntou Taehyung preocupado, os dedos longos batucando o colchão da cama em que Jungkook estava deitado. O Jeon piscou atordoado e se virou um pouco, forçando a vista em direção às duas pessoas que conversavam.

Taehyung não notou e sem desviar o olhar preocupado da médica a sua frente, buscou com os dedos os cabelos lisos de Jungkook, que fechou os olhos automaticamente ao sentir as carícias do rapaz.

Sentia-se estranhamente em paz, melhor do que quando tomava as medicações de Seokjin.

O simples toque de Taehyung arrancava toda dor de si de maneira assustadora.

— Senhor eu posso explicar mais tarde, será que você poderia me deixar cuidar de você antes? – a mulher aumentou o tom de voz, fazendo Jungkook abrir os olhos novamente e só então o estudante notou o pescoço avermelhado e arranhado do Kim.

Ele fizera aquilo? Quando?

— Isso não é nada, eu só quero saber oque há de errado com ele, porque do nada ele surtou daquele jeito?

A médica suspirou.

— São usadas para o controle de ansiedade, trabalham na desaceleração das funções cerebrais e, mesmo  afetando 1% dos usuários, pode transformar personalidades já com características de irritabilidade em pessoas ainda mais agressivas. – disse a mulher, fazendo não só Taehyung, mas Jungkook ficarem assustados. — Trocar o medicamento é a melhor solução.

Taehyung estendeu uma folha que tinha em mãos, que Jungkook supôs ser a receita médica do doutor Kim.

— Hum... sim, essa fórmula é do laboratório dos Kim's e trabalham consideravelmente com Benzodiazepinas em vários de seus medicamentos... É comum que ele iria receitar algo de seus colaboradores, mas eu sugiro que troque por estes – a mulher começou a anotar em outro papel e o entregou a Taehyung que a encarou confuso. — São bem mais fracos e é um remédio popular entre os pacientes com ansiedade, não acredito que haja necessidade de o rapaz tomar estes outros remédios, eles são bem mais fortes e eu imagino que ele os consumiu em quantidades maiores oque é uma surpresa ele ainda estar vivo.

— O-O que? – Jungkook tentou se levantar mas Taehyung tocou-lhe o ombro sutilmente, contendo a expressão de preocupação em sua face.

— Você ficará bem, logo o soro que lhe demos irá acabar e poderá ir embora, apenas faça oque eu disse, uma vez ao dia este aqui, assim que acordar em jejum – ela mostrou o papel ao Kim, que concordava freneticamente, focado nas instruções da mulher. — E este apenas quando ele não conseguir dormir de jeito nenhum, mas não sempre, no máximo duas vezes por semana. Eu indico que faça algo que lhe roube as energias ou tome algo relaxante antes de se deitar.

Taehyung concordou e Jungkook olhou irritado para a mulher. Ele estava bem ali na sua frente, então porque a médica insistia em dizer tudo ao Kim? Ele não era uma criança.

— Entendido, obrigado doutora — agradeceu o detetive e o mulher saiu logo em seguida.

Taehyung coçou a própria nuca sem saber oque dizer e antes que pudesse abrir a boca uma enfermeira entrou e o obrigou a ficar quieto e aceitar os curativos no machucado.

Jungkook encarava o Kim em silêncio, cerrando os punhos, irritado consigo mesmo por ter ferido o detetive.

Estava quase aliviado por não ser tão grave, ele fizera coisas piores com Namjoon.

— Não dói – disse Taehyung, os olhos castanhos escuros focados em Jungkook, que arregalou os olhos surpreso. O Kim virou o pescoço, dando mais acesso a enfermeira que trabalhava concentrada.

— Não é oque parece, eu... sinto muito – murmurou Jungkook.

— Tudo bem, isso não é nada, já lidei com situações piores e eu consegui conter você antes que fizesse algo realmente grave – riu o Kim, levando um sermão da enfermeira logo em seguida.

Taehyung fez um bico emburrado e Jungkook sorriu.

— Gosto desse sorriso – continuou Taehyung, ignorando a mulher. Deliciando-se com o tom rosado que surgira nas bochechas de Jungkook. — é verdadeiro.

— Todos são – disse Jungkook e Taehyung quase balançou a cabeça negando, mas revirou os olhos para a enfermeira. Que saiu, irritada com o paciente agitado.

— Você sabe que não – o detetive se concentrava em fechar os botões da camisa social, e então Jungkook notara a pequena cicatriz próxima ao peito do homem.

Não tinha visto ela antes, enquanto limpava o ferimento de bala.

— Onde conseguiu essa? – perguntou curioso. Ele não conseguia conter essa parte dentro dele. Sempre queria saber mais a respeito de Taehyung, e não oque estava fazendo naquela noite em específico, mas sim detalhes a respeito da vida e cotidiano do Kim.

Não era uma boa ideia. Mas não conseguia evitar.

Taehyung deu de ombros, se levantando.

— Me orgulho bastante dela, embora seja um lembrete de um passado ruim. – murmurou.

— O que quer dizer?

Taehyung fez que 'não' com a cabeça e Jungkook não quis insistir.

— Vamos indo? Eu vou passar em uma farmácia para lhe comprar esses remédios e depois vamos comer alguma coisa.

Jungkook queria, de verdade. Mas após olhar o relógio na parede, sabia que, quanto mais demorasse, maior seriam seus problemas com Seokjin.

Já passara da hora em que o amigo o visitava para lhe fazer tomar os medicamentos. E se não estava lá, significava que o mesmo provavelmente estava esperando por si.

— Eu agradeço, de verdade, mas eu quero voltar ao meu apartamento.

— Me deixe comprar algo para você comer no caminho então – disse Taehyung e não deu opções do mesmo negar.

Já no carro, enquanto Jungkook devorava um saco de batata frita e colocava algumas na boca de Taehyung que não podia desviar os olhos da rua, ambos conversavam animadamente sobre a atendente do fast food.

— Eu podia jurar que ela iria se jogar dentro do carro – riu Jungkook e Taehyung revirou os olhos, sem jeito.

— Não exagere.

— Não estou! Você viu como ela te devorou com os olhos?

— Está exagerando – Taehyung abriu a boca, aceitando outra batata frita.

— E como você me explica esse guardanapo com um número anotado? – levantou Jungkook o papel, o balançando em frente à vista do Kim que deu de ombros. — Vai ligar pra ela?

— Deveria? – perguntou Taehyung, fingindo estar realmente pensativo.

Jungkook parou de sorrir.

— Faça oque quiser.

— Ei! – Taehyung riu. — Estou brincando.

Jungkook deu de ombros, virando o rosto para a janela.

— Ela era bonita.

Taehyung franziu o cenho, Jungkook às vezes era tão tolo. Não era possível que estivesse mesmo acreditando.

— Estou falando sério, olha, eu tenho um trabalho a fazer – disse atraindo o olhar de Jeon. —, e não posso e nem desejo me envolver com ninguém, não tenho tempo para bobagens desse tipo. O tempo está correndo.

Jungkook mordeu os lábios, irritado e pensativo e concordou em silêncio. Estava se deixando distrair novamente.

— Está certo, sem distrações. – falou o estudante e Taehyung sorriu de canto assim que parou em frente ao apartamento de Jungkook.

— Sem distrações – concordou Taehyung, analisando preguiçosamente o rosto bonito do rapaz que desviou o olhar, ansioso.

— Obrigado por tudo, eu... – Jungkook respirou fundo.

Talvez devesse contar o que houve entre ele e Jimin de verdade. Mas se fizesse isso, Taehyung jamais voltaria a sorrir assim para ele, e não queria perder o pouco de afeto que estava recebendo.

Jimin estava certo. Mas ele era pior que um filha da puta sem coração.

Jeon Jungkook era também um egoísta.

— Até mais.

— Até – o Kim sorriu mais uma vez e ligou o carro assim que o estudante entrou no prédio.

Taehyung só precisaria voltar a delegacia e informar Yoongi sobre oque ocorrera, além de solicitar uma investigação ao Doutor Kim.

Seu dia não seria tão cheio assim.

Diferente de Jungkook, que antes que pudesse fechar a porta, sentiu mãos firmes segurar seus pulsos e o puxarem em direção ao quarto antes trancado.

O rapaz forçou o pé no chão e puxou o braço com brutalidade, fazendo Seokjin o encarar surpreso e irritado.

— Mas que porra! – gritou o Kim avançando contra Jeon, que encolheu instintivamente assim que o homem levantou a mão contra si.

Seokjin no entanto se conteve e cerrando os punhos, mordeu os lábios frustrado e baixou o braço. Não podia perder o controle naquele momento, precisava saber oque estava acontecendo.

— De-Desculpe Hyung – choramingou Jungkook, puxando o ar com dificuldade, sentindo seu coração bater freneticamente.

Estava vindo. Ele conseguia sentir. O pânico.

— Por que diabos você estava com Taehyung?

— E-Ele só queria me ajudar.

— Você é burro?! – gritou. — Depois de tudo que estamos arriscando, depois de tudo que ele fez?

— Eu não sei mais se acredito que ele tenha feito alguma coisa... ele é diferente...

— Diferente – Seokjin cuspiu a palavra como se amargasse-lhe a boca. — o que estavam fazendo?

Jungkook cerrou os punhos, irritado com a forma como o mais velho estava falando consigo. Era ele quem devia estar fazendo perguntas ali.

— Eu vi Jennie lhe entregando os remédios tá legal? Por que Hyung? Depois de tudo que ela fez, depois de... – ele secou uma lágrima rapidamente, sentindo a garganta arder. — Ela não é de confiança. Eu não entendo...

Seokjin riu debochado.

— Você esperava oque? – ele ergueu a embalagem cinzenta do medicamento. — Você me pediu para conseguir algo que fizesse parar – gesticulou para o rapaz. — e ainda queria que eu fizesse de forma honesta? Não seja tão hipócrita Jungkook.

— Se eu soubesse que isso estava vindo dela jamais teria aceitado.

— Mas você precisava disso!

— Não! Eu nunca quis isso, Namjoon quem ficou me falando sobre o medicamento e eu... – se calou, arregalando os olhos. — Vocês... Tudo isso foi planejado não foi?!

— Do q-que está falando?

— Vocês estavam me dopando esse tempo todo! Mas que porra! Por que? Estão com medo que eu entregue vocês?

Naquele curto espaço de tempo, em poucos segundos, foi o suficiente para a expressão de Seokjin mudar de suave para ameaçadora. O homem alto e de ombros largos deu passos lentos em direção a Jungkook, que forçava o próprio cérebro a trabalhar.

— Todo esse tempo, as crises de raiva, a instabilidade emocional, os surtos as... as – Jungkook ergueu os olhos arregalados em direção a Seokjin, tarde demais para se afastar, engoliu em seco. — perdas de memória... Eu-

— Já chega Jungkook, você está cansado é melhor tomar isso e ir dormir – estendeu o comprido em direção ao estudante que com um tapa forte na mão do Kim, o medicamento foi lançado longe.

— Eu nunca mais vou tomar essa droga! Alguma coisa está muito errada aqui! E você vai me contar oque é se não eu vou-

Não pode terminar, as mãos grandes de Seokjin já se encontravam em seu pescoço e com a surpresa Jungkook se desequilibrou e o corpo pesado do Kim caiu sobre o dele.

Jungkook gemeu de dor ao sentir o baque forte de sua coluna atingir o chão de mármore e antes que pudesse raciocinar oque estava acontecendo, sentiu o ar entrar com dificuldade em seus pulmões.

Estava sendo estrangulado.

— Eu odeio quando isso acontece – murmurou o mais velho, forçando o peso do corpo para que Jungkook não pudesse se soltar.

O Jeon tentava soltar as mãos firmes de seu pescoço mas o desespero o dominava a cada vez que o ar começava a cessar e suas forças se esvaíram.

Antes que seus olhos se fechassem no entanto, escutou Seokjin dizer alguma coisa e mesmo com a visão embaçada, avistou Namjoon entrar no cômodo segurando uma bolsa pequena.

— Aconteceu de novo?

— Sim – respondeu Seokjin entredentes e ergueu a mão livre, onde Namjoon lhe entregou uma seringa com agulha.

— Hy-Hyun...g... Por... F-Favor – implorou Jungkook, a voz falha sequer podia ser escutada corretamente.

— Relaxa – sussurrou Seokjin próximo ao seu ouvido, enquanto perfurava a pele branca e lisa do rapaz. — é para seu próprio bem, vai ficar tudo bem.

— E-Eu n-não quero...

— Shii...

E incapaz de mover-se, a consciência de Jungkook foi tragada pela imensidão obscura e antes que ela mais uma vez fosse guardada a sete chaves, uma voz doce acariciou-lhe os ouvidos e beijou-lhe a bochecha.

"— Ggukie-ah, está tudo bem. Pode confiar no Taetae, ele saberá oque fazer.

— O-O que? – murmurou Jungkook, não conseguia abrir os olhos, mas mesmo em um milhão de anos, jamais esqueceria a dona daquela voz.

Ouviu uma risada preencher o vazio em que se encontrava. E, por um breve instante, sentiu-se em paz.

— Diga a ele que está tudo bem não encontrar respostas. Eu ficarei bem.

— Cho...– calou-se ao sentir outro selar na bochecha.

Aquilo parecia tão real... Queria chorar.

— Seja forte, Ggukie-ah."

E mais uma vez, seu sangue reagia aos componentes que agiam poderosamente e sua cabeça doía.

Infelizmente, Jungkook não se lembraria do que acabara de acontecer.

++++++++++++++++++++++++

As coisas não saíram como vocês esperavam não é?

Como está a cabecinha de vocês? E o quadro de suspeitos e teorias?

Há tanta coisa acontecendo, espero que vocês possam ajudar o Taehyung a encontrar a verdade no fim e não apenas um conforto carregado de ilusões.

E Jisoo? Vocês não achavam que teriam apenas "fragmentos do passado" dela não é?

Estamos entrando oficialmente na fase 2 de Código 121.

Espero que continuem lendo e por favor, comentem bastante e favoritem pois ajuda a fanfic a crescer.

Meu delegado curioso>> https://curiouscat.me/taemutuals

Eu amo vocês.

Deixem seu Purple Heart aqui.

~até a próxima 🐰🐯

P.S: nada de enquete hoje.

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