A M É L I A
" Vejo ao longe pessoas saindo da água na praia e caminhando em minha direção, enquanto seguro a mão de alguém. Olho para o lado, estava segurando a mão do Seth.
- Eu te amo. - Ele diz olhando em meus olhos, vejo os seus marejarem assim como os meus. Sinto algo se contorcer em meus ventre, mas ignoro.
- Eu te amo. - As palavras saem sem controle da minha boca. Não tenho mais controle sobre meu corpo. Tento me virar para correr, mas apenas continuo parada. Começo a me desesperar.
- Mamãe. - Meu corpo se vira imediatamente em direção ao mar, como se atendesse ao chamado. As pessoas que antes eram apenas vultos estranhos tomaram formas de crianças e adolescentes. Ao total eram seis. Uma garotinha corria em minha direção, sinto meu corpo se abaixar e abrir os braços prontos para receber a menininha que era a mistura perfeita entre eu e Seth. Ela se joga em meus braços, que se fecham entorno dela, como se para nos proteger. - Clark e Oliver queriam que eu fosse mais para o fundo, mas eu disse a senhora tinha proibido e eles ficaram rindo da minha cara.
- Não ligue para eles, meu amor. Seus irmãos vão levar uma bronca quando chegarmos em casa. - Me ouvi dizendo.
Será que todos aqueles eram meus filhos? Acho que não. Seis é um número muito grande de filhos. Além disso todos, tirando a garotinha que estava comigo era meninos.
- Clark vai junto com o Steve amanhã, na festa da Jenna. A senhora bem que podia fazer-lo não ir. - Ela disse como se não quisesse nada, mas dava para ver que ela queria que eu punisse o tal Clark.
Ao que parece eu já tenho quatro filhos, então não dúvido que os seis sejam meus filhos.
- Mamãe, o papai disse hoje de manhã que a senhora tinha uma surpresa para gente. - Ela falou dando a entender que era um presente para ela e os irmãos.
- Vamos para casa, lá eu mostro o que eu tenho para vocês.- Meu corpo se levantou com dificuldade. O garoto que parecia ser o mais velho se posicionou ao meu lado e envolveu minha cintura como forma de carinho."
– AMÉLIA, A NESSIE ESTÁ AQUI. DESCE LOGO, SUA LERDA. – Marylin grita provavelmente da sala.
Melhor forma de acordar.
Só levanto da cama e desço, sem nem ao menos jogar uma água na cara. Se a Nessie quisesse me ver arrumada, ela deveria ter pedido para o Seth vir me ver. Eu me arrumaria em segundos.
Nessie estava sentada no sofá rodeada com três cestas grandes. Mary estava sentada do lado da Nessie vendo o que tinha nas cestas.
– Por que você fez tanta comida? – Mary pergunta para Nessie.
– Foi a vovó Esme que fez para a Amy entregar para o Seth.
– Chega de papo e vamos logo. Eu tenho que me arrumar e ir correndo para lá. – Avisei já subindo a escada novamente, com Nessie me seguindo. – Nessie teria como você ligar para a Leah e pedir para ela enrolar com o Seth na lanchonete.
Corri para me arrumar. O bom de ser linda naturalmente é que não demora muito para ficar pronta. Pena que eu não sou linda.
Depois de mil anos finalmente eu termino de me arrumar, com a ajuda da Nessie.
Estava vestida com um vestido vermelho rendado, batia na metade das minhas coxas. Maquiagem bem leve, nada exagerado. Calçava um salto médio de veludo. Eu estava de matar.
– Vamos logo. Leah já me ligou sete vezes avisando que não aguenta mais enrolar o Seth.
Peguei meu celular e esperei na sala, juntamente de Nessie o Jacob chegar. Quando ele chegou, eu já estava tremendo de nervoso e ansiedade. Não tinha a menor idéia se ele ia gostar ou não. Eu estava tão nervosa que quando eu, Nessie e Jacob partimos para a casa do Seth esquecemos de levar as cestas com comida e o pior é que só lembramos quando estávamos no meio do caminho.
– Nessie, por que você não lembrou de pegar? – Choraminguei colocando a culpa nela. Ela me lançou um olhar fuzilante.
– Você que tinha que lembrar. A surpresa era para ser sua para ele, não minha para ele. – Infelizmente eu tinha que concordar.
Ao chegar na casa do Seth, entrei correndo para poder arrumar tudo. Espalhei as comidas em pratos e coloquei na mesa. No final realmente ficou muito bonito. Eu até queria colocar velas, mas como ainda estava de dia iria ficar exagerado.
Sentei na cadeira perto da mesa e esperei o Seth chegar. Graças a Deus ele não demorou, porque se ele tivesse demorado mais, eu teria comido tudo sozinha.
Seth fez uma cara hilário de susto, quando abriu a porta. Eu ri disfarçadamente.
– O que é tudo isso? – Ele perguntou ainda surpreso, não parecendo acreditar.
– Eu quis fazer um almoço digno dessa vez. Sinto muito por você comer aquela mistura louca que eu fiz da outra vez. – Pedi desculpas com um sorriso sem jeito. – Pode sentar e se servir, isso tudo é especialmente para você.
Ele foi o primeiro a se servir, logo depois foi eu. Aquela comida estava divina. Eu iria agradecer eternamente a Nessie e a Esme.
Conversa vai, conversa vem. Vinho vai, vinho vem. Quando percebemos já estávamos rindo alto de qualquer palavra que falávamos.
Tentei me levantar da cadeira, mas ao fazer isso sentir a tontura me abater. Seth veio correndo ao meu encontro tentando não me deixar cair, mas como ele também não estava muito bem nós dois caímos no chão. Rimos igual idiotas da queda, até reparar como estávamos próximos.
Seth para mim sempre foi o homem mais lindo do mundo, mas naquele momento parecia ter alguma coisa em especial nele. A forma como ele estava sorrindo para mim, me deixava hipnotizada. O olhar brilhante dele, iria me fazer cair, se eu já não estivesse caída. O cheiro amadeirado, que me lembrava muito a chuva, me fez querer ficar em seus braços aconchegantes para sempre.
Seth cola nossos lábios em um beijo quente e provocante, fecho os olhos e correspondo ao beijo no mesmo ritmo, as mãos do Seth descem pelas minhas costas até chegar no começo da bunda. Ele desce os os beijos pelo meu rosto até chegar no meu pescoço. Como a boca dele pode ser tão boa?
Ele se segura mais forte em mim, e nos senta, me fazendo consequentemente envolver o tronco dele com as minhas pernas. Ele volta a beijar meus lábios dessa vez com mais paixão e intensidade.
– Eu te amo tanto, Mia. – Ele declara entre os beijos. Não sabia se aquilo era verdade ou se era minha mente pregando uma peça.
Sinto suas mãos virem até minha bunda e levantarem o vestido. Suas mãos passa por minha pele, sinto pegar fogo onde ele toca e aperta.
– Não podemos fazer amor com você bêbada. Quem sabe quando você estiver sóbria amanhã, não continuamos essa "conversa". – Ele para o beijo e tira suas mãos de mim. Nos levanta, me fazendo agarrar ainda mais minhas pernas em sua cintura. Ele nos leva até o quarto, me coloca na cama, tirar meus sapatos. Se deita ao meu lado. Ele nos cobre com um edredom, logo se aproxima de mim e me dá um beijo no nariz. Passo a mão pelo seu rosto e desço com a mão até chegar em seu peito. Fecho os meus olhos e apago completamente.
×♧×
Acordo sentindo algo me chamar. Eu preciso dele, assim como ele precisa de mim.
Saio da cama de Seth, ainda com o mesmo sentimento. Saio da casa dele indo para a parte dos fundos onde se iniciava a floresta. O chamado vem dela.
Vou em direção às árvores. Meus pés tocam o chão da floresta me trazendo paz, sou tomada por uma sensação de poder. Corri para mais fundo da floresta. Eu finalmente achei a minha casa, o meu lar.
Tirei meu vestido, me fazendo ficar nua, mas eu não ligo. Me desprendo de tudo o que já vivi e que já passei, aqui não tenho nome ou título. Aqui eu sou apenas eu mesma.