Danger

By ssunflowerssun

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• Livro 1 da Saga Danger • As pessoas não o temem sem razão. • Harry Styles • More

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By ssunflowerssun

Nada dá certo e eu devia ter previsto isso no momento em que decidi fugir de casa quando sabia que nunca o devia ter feito.

Eu só me queria divertir com os meus amigos, passar algum tempo fora de casa mas, como sempre, as coisas nunca correm da forma que quero.

Demoro algum tempo a juntar as peças sobre o que aconteceu. O choque tomou conta de mim no instante em que o homem desaba no chão, esvaindo-se em sangue. O meu estômago revira-se enquanto tapo a boca com a mão na tentativa de conter um grito.

Não sou capaz de respirar, mexer-me ou tirar os olhos da visão diante de mim.

A única coisa que sou capaz de fazer é amaldiçoar a minha vida ao máximo.

Ouço as folhas moverem-se e assim que levanto o olhar, vejo-o aproximar-se com uma expressão ilegível que me enche de medo.

Engulo em seco e balanço a cabeça negativamente, querendo dizer-lhe que não vi nada mas não consigo fazê-lo então observo-o sussurrar algo para os indivíduos que o acompanham. Debato sobre o facto de correr para bem longe daqui mas não quero correr o risco de morrer. Pelo menos não agora.

Deslizando o braço em redor da minha cintura, coloca-me em cima do seu ombro. Estupefacta, volto a ser incapaz de perceber o que se passa até que me senta no lugar de passageiro do seu carro.

Se estava com medo antes, agora estou apavorada.

Sem saber o que fazer, mantenho-me sentada e olho ao meu redor procurando algo que ponha em risco a minha vida. Uma faca, talvez? Uma bomba. Uma arma. Nada aparece no meu campo de visão. Deixo escapar um suspiro de alívio que desaparece com a abertura da porta do condutor se abre.

Ele não parece muito satisfeito.

Sem uma única palavra pronunciada, liga o carro e sai do parque de estacionamento e é aí que o meu cérebro decide finalmente despertar.

"Para onde me estás a levar? Vais matar-me? Oh Deus, eu não quero morrer." Murmuro com desconforto quando penso na possibilidade.

"Fica quieta, sim?" Cospe com a voz carregada de amargura.

Sinto a tensão crescer em mim pelo simples facto de não conseguir estar calada. Preciso de saber o que raios se está a passar.

"Ah, tu—" Agrido-me mentalmente por soar como uma idiota. "Seja lá quem fores. Peço desculpa por estragar os teus planos mas preciso mesmo ir para casa. É tarde e se os meus pais descobrirem que fugi, estou morta. Literalmente."

Tudo o que recebo dele é uma risada que me deixa confusa.

"Qual é a piada?"

"Tu." Constata com os olhos na estrada.

"Eu? Porquê?"

"Estás no carro com alguém que viste cometer um assassinato mas a única coisa em que consegues pensar é no facto de que vais ser apanhada pelos teus pais?" Ele olha para mim com toda a atenção.

"Não quero de maneira nenhuma ofender-te mas os meus pais são bem mais assustadores do que tu. Tenho a certeza de que tiveste as tuas razões para fazer o que fizeste e está tudo bem. Eu não me importo desde que possa sobreviver a isto. Só que isso não vai acontecer se os meus pais descobrirem que saí."

"Tu és estranha, deixa-me dizer-te."

"Tu também não és propriamente um passeio no parque." Murmuro olhando pela janela.

"Não me conheces." Protesta.

"Eu sei e vi o suficiente para saber que és a definição de problemas." Admito mordendo o interior da minha bochecha.

"Suponho que ouviste falar de mim, então?"

"Sim, mais do que queria. Acredita em mim."

"E acreditas neles?" Ele pressiona os lábios com os olhos na estrada.

"Não," Lembro-me da discussão que tive com os meus amigos na discoteca. Mas isso foi antes de o ver matar alguém.

"Bem," Ele retira um maço de cigarros do bolso do casaco e coloca um cigarro entre os lábios ante de acendê-lo. Depois de guardar o maço, envia-me um olhar estranho antes de finalmente finalizar. "Tenho a certeza de que a verdade é muito pior."

O meu estômago revira dolorosamente.

"Isso é reconfortante de se ouvir." Constato sarcasticamente soltando uma risada desesperada que estava guardada em mim à bastante tempo.

"Tens humor. Gosto disso."

"E eu gostava de o manter então se não te importares, gostava de saber para onde estou a ir porque até agora não estou muito segura." Murmuro mexendo-me no banco.

"Relaxa. Não te vou matar."

"É suposto acreditar nisso? Estou no carro com um assassino." Reviro os olhos, cruzando firmemente os braços junto ao peito.

"Vais mandar-me isso à cara sempre que eu disser alguma coisa?" Rosna baixo, com a voz profunda e o olhar escurecido.

"Não. Desculpa." Engulo em seco. "Desculpa."

"Ainda bem porque não estou com vontade de ouvir a tua voz ou as tuas desculpas."

Ou ele é louco, idiota ou bipolar.

Neste momento estou inclinada para o lado bipolar.

"Estava só a desculpar-me como as pessoas normais fazem."

"Achas que dou a mínima para isso?" Cospe agarrando o volante com força.

Não lhe respondo. Suspiro e decido não incomodá-lo mais mas pelos vistos, também não é isso que ele quer.

"Vais responder ou ignorar-me?"

Qual é o problema dele?

"O que é que queres que te diga?"

"Não sei! Não me ignores!"

"Pensei que quisesses que estivesse calada."

"Não. Eu não quero que uses o que viste contra mim. Não disse nada sobre estares calada."

"Como queiras." Murmuro. Se ele quer que eu fale, é o melhor que consigo fazer no momento.

Para minha vantagem, ele cala-se por completo.

Tento encontrar algo que chame a minha atenção e acabo a olhar para o seu rosto.

Não vou mentir. Ele é ridiculamente bonito.

Começo a contar os sinais que tem no rosto e assim que chego ao terceiro, ele suspira de frustração, olhando para mim. "O que foi? Tenho alguma coisa na cara?"

Balanço a cabeça.

Só quero ir para casa.

"Ouve, tu viste demasiado. Eu não posso simplesmente deixar-te ir depois do que testemunhas-te. Seria estúpido da minha parte." Humedecendo os lábios, os seus olhos encontram os meus.

Por mais reconfortante que as suas palavras sejam, nada me consegue deixar mais calma.

"Relaxa."

No que é que me fui meter?

Passo a mão pelo cabelo, o que deve ter-lhe dito de alguma forma que continuo reticente em relação ao que está a acontecer, porque volto a ouvir a sua voz novamente. "O que quis dizer é que não te vou magoar. Apenas tenho que resolver algumas coisas, ok? Vais para casa ainda hoje."

O alívio finalmente toma conta de mim.

Suspiro e respiro fundo algumas vezes, incapaz de manter-me quieta.

"Estás a ter um filho ou algo do género?"

A sua pergunta apanha-me de surpresa e como sempre, os nervos levam-me a fazer algo estúpido. Solto uma gargalhada, como mecanismo de defesa.

"Tens um riso engraçado."

Sim, ele é definitivamente bipolar.

"Obrigada. Eu acho um pouco histérico."

"És engraçada." Desta vez é ele que solta uma gargalhada.

"Eu tento."

"És a primeira rapariga que levo comigo com tão bom humor."

"Já levaste outras raparigas?" Viro-me para ele com os olhos arregalados vendo-o rir-se pela terceira vez.

"Estou a brincar! Devias ter visto a tua cara. Impagável!"

"Ah, ah. Muito engraçado." Finjo um sorriso vendo-o abrir um sorriso largo. "Tens um sorriso bonito." Solto antes do constrangimento me atingir.

"Obrigado." Ele volta a sorrir propositadamente. ­"Tu também."

Inclino-me para a frente onde tento ligar o rádio. A sua mão afasta a minha segundos depois.

"Ei,"

"Eu não gosto de música."

"Quem não gosta de música?"

"Eu, agora cala-te. Preciso pensar."

"Ok." Aproveito o momento para sacar a verdade. "Podes pelo menos dizer-me para onde me estás a levar?"

"Foda-se, que impaciente." Murmura num tom arrogante. "Vamos para o meu sítio."

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