O Garoto Mau Caiu - Livro I [...

By Anjanahh

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Regina Miller, a mais tímida da escola, aceitou o desafio, a aposta ou como você quiser chamar. Ela tem 1 mês... More

Playlist
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23

Prólogo.

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By Anjanahh

Estava "estudando" no meu quarto, bom, na verdade escutando música e comendo doce escondido da minha mãe. Minha rotina de todos os dias era ficar em casa estudando à noite, o que já estava me dando nos nervos.

O mais próximo de algo perigoso e imprudente que eu poderia fazer era isso: Comer doce escondido da minha mãe. Minha pele já não era perfeita, mas eu não resistia em ingerir algo açucarado porque me dava uma sensação maravilhosa.

Recebi uma mensagem de Lisa, minha melhor amiga, provavelmente me perguntando algo sobre alguma matéria.

"Gina, vamos na festa da Kath hoje?"

Arregalei os olhos, espantada. Ela só podia estar drogada ou fazendo alguma pegadinha. Respondi na hora:

"Ficou maluca? Lá só vai ter os populares."

Ela respondeu rápido:

"É aberta para todos, foi o que ela disse."

Com certeza Lisa está bem chapada:

"Você sabe que isso significa que só os amigos dela vão estar lá."

Esperei alguns segundos sua resposta:

"Por favor! Estou cansada de ficar em casa estudando, vou ficar louca!"

Imaginei ela choramingando, o que me deu pena. Sempre conseguia me convencer com aquela carinha fofa que fazia.

Seria mesmo uma boa ideia?

Também estava pensando em quebrar a rotina então tentei deixar o medo de lado.

"Se nós formos expulsas, eu te mato!"

Ela deve ter ficado muito animada, pois respondeu tudo errado:

"Pesso em aí 1 ora."

Soltei uma gargalhada e corri para tomar banho. Lavei meu cabelo, depois sequei com o secador. Minha sorte é que meu cabelo é liso, preto e curto, indo só até metade do meu pescoço, então não me dava trabalho. Prefiro assim, aliás.

— O que se usa nessas festas? — Me perguntei, encarando minhas roupas dentro do guarda-roupa aberto.

Peguei uma camisa moletom cinza de manga longa, uma saia branca cintura alta, meias pretas e tênis. Tá legal, eu sei que me visto um pouco estranho pra minha idade, dezessete anos, mas gostava do meu estilo. Pra mim era delicado e eu gosto de coisas fofas.

Apliquei um toque sutil de blush rosado nas bochechas, apenas o suficiente para dar um pouco de cor à minha pele pálida e evitar que me confundissem com uma anêmica. Magra do jeito que sou, com certeza pensariam isso. Para proteger meus lábios do frio intenso da noite, que poderia deixá-los rachados, passei um batom hidratante.

Estava me observando no espelho quando o som da buzina do carro de Lisa invadiu o silêncio. Lancei um olhar rápido ao redor do meu quarto, verificando se havia esquecido algo. Foi então que percebi que essa verificação se tornara uma espécie de ritual pré-saída, uma rotina que parecia me perseguir onde quer que eu fosse.

Contudo, senti um orgulho genuíno ao olhar para o quarto meticulosamente organizado que eu mantinha. Os tons de roxo e branco, que sempre foram meus favoritos, pareciam ainda mais agradáveis aos meus olhos. Me despedi do meu quarto, já sentindo uma pontada de saudade. Afinal, era o único lugar onde eu realmente me sentia à vontade.

Desci as escadas correndo. Se eu não parar com isso, um dia vou levar um tombo feio.

— Mãe, vou sair com Lisa. — gritei.

Ela estava na sala assistindo TV com o papai. Eles sempre assistiam o jornal agarradinhos, o que eu até achava romântico, tirando a parte do noticiário chato, claro. Uma pena que não possuo um namorado pra isso, mas um dia quem sabe. Não tenho nenhuma pressa!

— Regina Miller, aonde vai? — gritou de volta.

Parei no meio do caminho até a porta, mordendo o lábio inferior. Não gosto quando me chama por meu nome porque o odeio. Não combina comigo! Prefiro meu apelido;

Gina é muito melhor.

— Vamos na festa de Kath. — respondi, virando para a encarar, pois já sabia que Gracie estava em pé perto da porta de braços cruzados, usando um pijama esquisito e pantufas peludas. Era sua marca fazer isso para parecer autoritária.

Minha mãe pareceu surpresa, já que eu não era acostumada em ir em festas assim, então fiquei com medo de não deixar. O problema é que ela ficou muito protetora comigo desde que quase me afoguei quando criança.

— Mas já é tarde. — repreendeu.

— Mãe, ainda são seis horas. — retruquei, pois exagerou nisso.

— Deixa ela se divertir um pouco, querida. — pediu meu pai, em uma tentativa suave de acalmar a tempestade que se formava.

Sorte minha que ela não resistia a ele. O que o amor faz com as pessoas? Tinha curiosidade sobre isso.

— Tudo bem, eu gosto da Kath. — Vinha até mim, me dando um beijo na testa. Amo esse gesto, me sinto amada e protegida. — Mas não demore.

— Obrigada. — Sorri e corri para encontrar com Lisa.

A ruiva já estava fora do carro, meio irritada. Típico dela não ter paciência para esperar.

— Demorou. — resmungou. — Pensei que não ia mais.

— Minha mãe. — avisei, então percebendo suas roupas. — Nossa, você está incrível.

Ela sorriu e deu uma voltinha.

— Gostou? — perguntou sorridente e animada. Como sempre, muito elétrica.

— Sim! — Sorri, analisando.

Lisa usava botas de couro cano curto sem salto. Vestia um macacão preto curto e colado, junto com uma camisa rosa escura de manga longa por baixo, bem clima de festa à noite. Tínhamos o estilo parecido, mas eu era bem mais tímida que ela.

O jeito dela combinava mais com seu cabelo ruivo, daquele bem laranja, preso em um rabo de cavalo. Sua franjinha e sardas só a deixavam ainda mais bonita.

— Você também. — disse, prestes a entrar no carro. — Vamos!?

Entramos, ficando em silêncio por um tempo ao longo do caminho. Quando me sentia nervosa não conseguia conversar, os assuntos desapareciam da minha cabeça.

— Como você convenceu sua mãe? — perguntou de repente, enquanto dirigia.

— Disse a verdade. — falei, deixando-a espantada. — Ela gosta de Kath. — imitei a fala da minha mãe, revirando os olhos.

— Que coisa feia, Gina. — repreendeu-me, irônica. — Precisei inventar mil desculpas para a minha irmã. — riu.

Lisa estava adorando tudo isso. Ainda assim, pude ouvir seu suspiro pesado ao estacionar o carro em frente à casa de Kath. Dava pra ver muitas luzes e parecia que a escola toda estava lá.

— Tem certeza disso? — perguntei, insegura com essa ideia. — Ainda dá tempo de voltar.

— Quero fazer isso. — respondeu convicta, abrindo um sorriso.

Saímos da tranquilidade do nosso ambiente e nos dirigimos em direção ao som pulsante da música que preenchia o ar.

A casa de Kath se erguia majestosamente à nossa frente, um espetáculo de arquitetura moderna.  As janelas, numerosas e estrategicamente posicionadas, adornavam a fachada da casa, permitindo que a luz natural inundasse o interior. Através delas, podíamos vislumbrar o luxo que se estendia por dentro. Era evidente a riqueza dos pais de Kath, não apenas financeira, mas também em seus gostos requintados e atenção aos detalhes. Cada aspecto daquele lugar parece contar uma história de pura elegância.

Tinha muitas pessoas fora da casa, o que me fazia sentir intimidada no meio daquele alvoroço. Pessoas bebendo, dançando e se esfregando não era a minha praia. Lisa ficava encantada, ao mesmo tempo que eu estava odiando.

— Vamos lá dentro! — Ela gritou no meu ouvido por causa da música alta.

A casa era ainda maior por dentro; Organizada, cheia de mármore, quadros caros e essas coisas de ricos.

O som de risadas preencheu o ar, capturando minha atenção. Quando levantei o olhar, lá estava ela.

Katherine Peyton, a imagem da perfeição, estava graciosamente acomodada em um sofá vermelho imponente. A garota estava cercada por um círculo de 'amigos', todos atraídos por seu carisma inegável. Seu sorriso radiante iluminava o ambiente. Katherine era a personificação da popularidade, riqueza e beleza — uma beleza tão impressionante que poderia facilmente adornar a capa de uma revista de moda de prestígio.

Ela ostentava um sorriso de um branco perfeito, que parecia iluminar o ambiente. Seus cabelos eram de um castanho escuro profundo, que contrastava maravilhosamente com sua pele bronzeada à perfeição. Seu estilo, ousado e sedutor, apenas intensificava o brilho penetrante de seus olhos azuis. Essa combinação irresistível de atributos fazia dela uma figura cativante, capaz de conquistar a admiração de qualquer um que cruzasse seu caminho. 

Mas tinha algo nela que me incomodava, o caráter dela não era um dos melhores.

Eles estavam imersos em um jogo intenso de verdade ou desafio, mas apesar da animação, o sorriso de Katherine morreu instantaneamente ao nos avistar.

— Podemos jogar? — perguntou Lisa, entrando na roda.

Ela é louca?

Katherine se ergueu graciosamente, revelando um vestido preto elegante. O vestido, sem mangas e sem alças, terminava na metade de suas coxas, adicionando um toque de audácia ao seu estilo sofisticado. Com passos confiantes e decididos, ela caminhou até Lisa, posicionando-se frente a frente com ela em um confronto silencioso.

Minha amiga acabou de entrar em uma fria.

— Aqui não é festa infantil, ruiva. — disse em tom de deboche, sorrindo.

Lisa ficou sem palavras. Perto de Kath, ela se sentia como um pequeno poodle diante de um pitbull imponente.

Resolvi tomar uma atitude e entrei na frente de Lisa, mas não falei nada. Agora eu estava enfrentando Kath e, ao contrário de Lisa, não tinha medo dela.

Ela me olhou de cima a baixo.

— Isso é um pijama? — perguntou, arrancando risos dos outros.

— Peço desculpas, mas a única pessoa que parece infantil aqui é você — declarei finalmente. — O fato de não nos vestirmos com roupas caras não nos torna menos maduras. A maturidade não se mede pelo valor das roupas que vestimos.

Todos se calaram e o clima ficou tenso.

— Deve ser por isso que nenhum garoto te quer como namorada. — debochou mais uma vez.

— Não é verdade! — exclamou Lisa, me assustando. — Gina é perfeita, conquista qualquer garoto.

Lancei um olhar ameaçador em sua direção, fazendo-a se retrair instantaneamente. Lisa deveria ter perdido a razão, pois já era suficientemente problemático o emaranhado em que eu estava me metendo por causa dela.

— Deixa elas jogarem, Kath. — Uma garota de cabelos loiros e olhos azuis pediu de repente.

— Tudo bem. — disse Kath. — Verdade ou Desafio, Regina? — enfatizou meu nome.

Pensei por alguns instantes. Se eu optasse pela verdade, sem dúvida ela faria uma pergunta que me faria alvo de zombaria pelo resto da vida. A única alternativa que restava era...

— Desafio. — respondi com confiança.

Todos os presentes na roda expressaram surpresa. Kath exibiu um sorriso malicioso, foi o que me deu certeza que ela já havia pensado em algo.

— Como você conquista qualquer cara, eu desafio você a fazer Jason Blake te levar ao baile de inverno. — disse, sorrindo. — Consegue fazer isso?

— O baile daqui um mês? — Quase gritei.

— Isso mesmo. — Cruzou os braços, esperando minha resposta com um olhar caçoador.

Impossível! Jason Blake é impossível!

— Vai dar trabalho. — comecei, lutando contra a vontade de me repreender por sequer considerar a ideia. Mas eu estava fazendo isso por Lisa. — Qual seria a minha recompensa nisso tudo?

— Opa, isso virou uma aposta? — perguntou um garoto do time que estava presente na roda.

— Cala a boca, Tyler! — mandou, Kath. — O que você quer?

— Exijo que nos deixe em paz e nos trate com respeito, especialmente Lisa. — respondi, decidida. — Se ganharmos, também quero que você faça algo significativo que demonstre respeito por nós duas.

— E se eu ganhar quero que saia da nossa escola. — Sorriu. — Você aceita?

Esse sorriso prepotente...

— Gina, não precisa disso. — murmurou Lisa, preocupada. — A gente não devia ter vindo mesmo.

— Aceito! — falei alto. — Nenhum de vocês podem interferir nessa aposta, nem sabotar. — pedi, aumentando mais ainda a minha voz.

Eles concordaram e começaram a gritar meu nome e o de Kath.

O que eu acabei de fazer? Deixei me levar pela raiva. Nunca tive coragem de falar com um garoto na vida, muito menos o mais atraente deles. Sempre evitei esse tipo de situação e agora, de repente, só tinha um mês para enfrentar isso.

Após toda aquela confusão e tumulto, Lisa insistiu para que saíssemos. Na verdade, ela passou todo o caminho de volta me repreendendo, claro, me xingando de todos os nomes possíveis. 

Assim que cheguei em casa, me dirigi imediatamente para o refúgio do meu quarto. Com um suspiro pesado, fechei a porta atrás de mim. Fiquei encarando o vazio, um sentimento de pânico ameaçava me consumir.

Como eu, Gina, a garota que nunca sequer flertou com um garoto, poderia me preparar para conquistar o mais atraente e aparentemente insensível de todos?

...

//Nota Autora

Obrigada por ler! Por favor me diga o que está achando nos comentários ok? No próximo vocês conheceram o garoto mau. 

Não esqueçam de votar também, é muito importante! E obrigada por começar a ler. Fico torcendo para que tenha uma boa leitura. bjs!

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