Ainda segunda feira...
Amber K. White
Eu não tenho outra opção a não ser usar as mesma roupa que fui a festa para ir para a aula, pois eu já estou atrasada. Como estavamos na fraternidade, eu fui obrigada a escovar os dentes com os dedos e passar uma água por meu cabelo.
Quando eu liguei meu celular eu me deparei com inúmeras ligações e mensagens de Anelise e Stacy. Decidi ligar para as duas e marcar para elas me encontrar depois da minha aula na frente do prédio de Psicologia.
Eu não conseguia acreditar que eu tinha aceitado aquilo. Que eu e Brad estávamos namorando agora. Eu nunca namorei, essa é realidade. Mas eu não estava preocupada com isso, eu me sentia um tanto feliz por dentro, embora eu estou tentando esconder essas emoções positivas dele.
Eu sabia que queria Brad. Eu sabia que meu corpo, minha mente, meu coração, implorava por ele no segundo que eu percebi que tudo o que queria só Brad poderia me proporcionar.
Aquela cena nunca saíria da minha cabeça, a gente dormindo juntos. Acordando juntos, parecendo que já tinha aquele relacionamento sério há anos.
E uma coisa que ele disse foi totalmente certa, nós nunca fomos inteiramente amigos. Ele sempre teve um interesse a mais, e pensando bem eu acho que eu também tinha.
Eu queria ter ele por perto. Mas eu não acreditava que a gente poderia ser realmente amigos. Eu estava me enganando, tentando enganar ele e qualquer um ao redor.
Ele colocou o braço por cima dos meus ombros e começamos a andar em direção aos prédios dos nossos cursos. A gente conversava sobre coisas simples, mas a cada segundo eu lembrava de seus toques e beijos molhados.
O gramado "principal" era o principal lugar da universidade onde 60% dos alunos estavam. Naquele dia não foi diferente.
Foi quase uma cena Clichê de um filme adolescente. Brad e eu chegamos juntos e rapidamente nos tornamos alvos de olhares. O sorriso ostentava seu rosto, e eu tentava não parecer nervosa com tantos olhos em cima de mim.
Em especial olhares raivosos. Eu podia ver a raiva estampado em muitos olhares. Eu podia ver a inveja em muitas expressões.
- Ignora - Brad sussurrou no meu ouvido
- Impossível - sussurro de volta
- Eles vão ter que se acostumar com a gente - disse de volta e então me encarou sorrindo presunçoso - Porque eu pretendo andar ao seu lado todos os dias.
Tentei evitar abrir um sorriso, mas foi mais forte do que eu.
- Está entregue - ele disse - Boa aula.
- Pra você também.
Eu ia me afastando mas ele puxou meu braço
- Não está esquecendo algo? - perguntou
- Não, o quê? - perguntei confusa. Ele sorriu atrevido
- Eu quero um beijo da minha garota.
Eu aproximei o rosto do seu e o beijei. Era nítido, no segundo que nossas bocas se encontravam não tinha aquele beijo calmo e raso, de alguma maneira nosso beijo se aprofundava em uma intensidade tremenda.
- Me deixa ir - separei nossas bocas rindo - Eu já estou atrasada.
- Até mais - ele disse. Novamente tive uma tentativa falha de não sorrir. Então eu comecei a caminhar para dentro.
Antes de eu sumir totalmente de suas vistas eu olhei para trás, e lá estava ele ainda me olhando, as mãos no bolso da frente de sua calça, e um sorriso no rosto.
Stacy olhava para mim como se quisesse descobrir todos os segredos da minha alma. Anelise estava ocupada demais limpando os saltos fino de cor nude.
Estávamos um pouco afastadas da galera que sempre ficava reunidas no gramado. Estávamos encostadas em um grande muro perto de algumas árvores, tentando ter uma conversa decente.
- Onde você estava? Com quem estava? Por que sumiu? Por que não ligou? O que estava fazendo? E o que foi aquela cena estranha de você e Brad entrando como se fossem namorados?
Stacy me fuzilava de perguntas. Anelise levantou a cabeça e disse:
- Eu acho que ela quer dizer: O que aconteceu?
- Que seja - resmungou Stacy - Responde Amber White!
- Eu vou começar do começo - engoli em seco - Brad e eu nos beijamos dias atrás, eu combinei de sair em um encontro com David mas acabei dispensando ele porque ele simplesmente não era o que eu queria. Ele não era Brad.
- Você dispensou o David? - Stacy perguntou intrigada
- Só por que beijou Brad? - Perguntou Anelise concentrada agora na conversa e ignorando seu salto
- Vocês não eram apenas "amigos"? - Perguntou Stacy - sinceramente eu sabia que isso não ia rolar. Olha de quem estávamos falando, ele é um James, um dos mais famosos alunos dessa universidade pela fama de cafajeste garanhão de merda.
- Na verdade, eu transei com ele - respondi - Em um beco.
Stacy colocou a mão no coração como se fosse ter um ataque cardíaco. Anelise colocou as mãos na boca incrédula
- Você deu em um beco? Safada! - Anelise riu
- Por que você não me contou, Amber? Eu não sou mais a droga da sua melhor amiga? O que custava você atrapalhar o que eu estivesse fazendo e fazer seu papel de amiga? Me contar as coisas!
- Acho que Stacy quer dizer - Anelise tentou amenizar sua histeria - Foi bom?
- Demais. E não foi só uma vez, mais de três vezes, na noite passada.
Stacy me encarava boquiaberta
- Você não ia me contar?
- Eu quis contar, desculpa. Não contei porque não queria ouvir de você que eu sou burra por me envolver com um cafajeste, e logo um James. Eu estava confusa.
- Eu não faria isso - Stacy se defendeu
- Você faria sim - respondeu Anelise. Stacy concordou revirando os olhos
- Tá, eu faria.
- Foi por isso que sumiu na festa? - Anelise perguntou
- Sim. Acabamos dormindo juntos, e nessa manhã - suspirei - ele me pediu para termos um relacionamento sério. Só eu e ele, sem nenhum envolvimento com outro alguém.
- Ele te pediu em namoro? - perguntou Anelise
- Isso - respondi
- Bom, eu não gosto dele - Stacy disse - Mas eu sei que você gosta. Então que essa relação dê certo, e avisa ele que se ele magoar você eu arranco aquela merda que ele chama de pau!
- Aquela merda é muito boa - eu disse me abanando com a mão. Anelise riu me encarando
- E eu achando que eu era a safada de nós três.- murmurou
- Só me prometa que não vai me esconder mais nada - Stacy disse. Eu abri os braços pra ela que revirou os olhos e me abraçou
- Desculpa mesmo - respondi
- Bom - ela se afastou suspirando - Já que estamos compartilhando histórias eu quero contar uma coisa.
Anelise e eu olhando para ela curiosa
- Ontem na festa quando você sumiu mas não foi a única - olhou feio para Anelise que deu de ombros - Eu admito que bebi um pouco além da conta, não fiquei bêbada mas eu simplesmente fiquei com vontade de fazer tudo o que minha noção não permitiria.
- O que quer dizer? - perguntou Anelise
- Eu transei com um James.
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