Magnate

By erodianqueen

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***ATENÇÃO! *** Essa história contém cenas de sexo explícito e violência. Não me responsabilizo. CONTEÚDO ADU... More

Prólogo
Capitulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46

Capítulo 18

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By erodianqueen



Eu devorei o pequeno prato de comida em questão de minutos. Não sabia que estava com tanta fome até ter dado a primeira garfada. Ava me ofereceu a sua comida, mas eu recusei. Não por falta de vontade, eu realmente estava com fome. Mas eu sabia que ela também precisava comer e  comida não era algo que tínhamos à nossa disposição a hora que queríamos. 

Ninguém parecia ter reparado no pequeno furto que cometi. Eu ainda não tinha ouvido ninguém falar nada a respeito, a casa parecia extremamente silenciosa hoje. Era como se nunca tivesse acontecido. Na volta para o quarto, olhei para os corredores em busca de câmeras, mas não encontrei nenhuma do outro lado da parede. Não me lembro de ter visto nenhuma câmera na sala também,  mas agora que pensei melhor... Estava escuro demais para reparar nessas coisas e algo pode ter me passado despercebido. O pânico estava começando a me invadir. Eu deveria ter aceitado quando Dimitri ofereceu para me tirar ontem da Kushtia, mas eu não achei que conseguiria nada sólido que pudesse nos ajudar na investigação em tão pouco tempo. O ideal seria esperar ele verificar o que eu tinha lhe dado e se não fosse o suficiente, eu tentaria novamente, talvez tivesse deixado passar alguma coisa.

"Eu odiava comer feijão. Agora não parece tão ruim", Ava comenta comendo uma garfada do seu feijão. "Meu pai costuma dizer que as garotas da família Wright são muito frescas, só porque ele era o único que comia de tudo. Mas ele sempre cuidava para não colocar feijão no meu prato, então acho que ele alimentava a minha frescura", ela explica e eu sorrio. "Eu sinto falta de casa"

"Seu pai parece ser um homem muito bom", comentei. Ava me olhou e então sorriu. 

"Ele é", ela responde. "Você acha que eles estão me procurando? Minha família?", ela pergunta e eu faço um carinho em seu braço para tranquilizá-la.

"É claro que eles estão te procurando! E logo você vai estar reunida com eles, eu te prometo", a assegurei e ela assentiu, o sorriso voltando a iluminar seu rosto.

"Eu também acho", respondeu esperançosa. "Minha família nunca desistiria de mim, não é?", ela pergunta mas eu não acho que esperava por uma resposta, e então continua "Mas eles não fazem ideia de onde estamos, é difícil você procurar alguém se não sabe por onde começar",  diante de suas palavras, não conseguia deixar de pensar em Amaelie e em como tem sido difícil encontrá-la. Ava não fazia ideia do quanto estava certa.

"Eles não vão precisar. Nós vamos encontrá-los e você vai voltar pra casa", sorrio e ela retribuiu o sorriso. "Eu quero que você fique com uma coisa", disse e ela parou de comer para me observar.  Retiro a correntinha do meu pescoço e faço sinal para que ela se vire para eu colocar em seu pescoço. "Eu ganhei do meu pai quando eu tinha dez anos de idade, logo depois que perdi a minha mãe. Ela é muito importante pra mim e eu quero que fique com ela"

"Mas se é muito importante pra você, porque está me dando?", Ava se virou para me encarar, mas segurava a correntinha em seu pescoço, acariciando a mesma.

"Porque você é muito importante pra mim também e quero que tenha uma lembrança minha", arrumei seu cabelo novamente e então a encarei. "Você sabe, para quando sairmos daqui", disse sorrindo. 

"Obrigada, El. Mas eu jamais esqueceria de você", ela diz apertando minha mão na sua. "Você foi a melhor coisa que me aconteceu aqui", ela diz e eu retribuo o aperto. "Como foi com o seu amigo bonitão ontem?", ela pergunta curiosa enquanto pega uma garfada de comida e enche a boca.

"Foi tudo bem, eu acho", dei de ombros. Não queria pensar muito sobre isso, não tinha certeza de como tinha sido. "Ele está trabalhando em uma maneira de conseguir nos tirar hoje daqui", digo bem baixinho para que apenas ela consiga me escutar. 

"Sério?", pergunta com a boca cheia mas seus olhos brilham no mesmo instante.

"Sim", eu rio de sua reação. "Como foi com Andrei? Quando eu saí do quarto no meio da madrugada, a gravata já tinha sido retirada"

"Eu pedi para ele retirar, não queria que ninguém viesse perguntar porque tinha uma gravata na porta. E eu ouvi alguns barulhos no quarto ao lado, então imaginei que-", ela começa e eu entro em pânico. Será que ela me ouviu com Dimitri ontem? Sinto minhas bochechas queimarem. Não me lembro das paredes serem tão finas assim. Eu conseguia escutar as outras garotas gemendo, mas não era nada muito alto ou evidente. 

"Eu também ouvi! Parece que alguma das garotas estava se divertindo bastante ontem", me apresso em dizer, tentando sair dessa situação. Ava me analisa antes de responder.

Droga.

"Pensei por um momento que tivesse sido você com o amigo bonitão", ela diz. Eu vou puxar o ar para responder e engasgo com a minha própria saliva. "Você está bem?", ela pergunta enquanto tento acalmar minha tosse. Faço que sim com a cabeça e tento respirar fundo para voltar ao normal.

"Tá tudo bem", digo assim que a tosse cessa. 

"Então, não rolou nada entre vocês dois?", ela pergunta e eu a encaro sem saber o que responder.

"Não"

"Não mesmo? Eu e seu outro amigo grandalhão ficamos ouvindo do outro quarto, parecia que as coisas estavam indo bem por lá"

"O que você ouviu?", pergunto exasperada, mas tento manter a voz indiferente. 

"Ouvi alguém chamando um tal de Dimitri", ela confessa e eu gelo. "Lembro que nessa hora eu e o grandalhão trocamos olhares e ele segurou o riso. Por isso que pensei que talvez tivesse sido você com o bonitão", ela diz dando de ombros. "De qualquer maneira, você está perdendo uma boa chance. Ele parece ser o pacote completo"

"O pacote completo?", questiono.

"Minha mãe sempre costumava falar para minha irmã que ela deveria buscar um homem que tivesse o pacote completo. Você sabe, B.R.A.P.H.I.R", ela diz e eu não faço ideia do que ela está falando.

"B.R.A.P.H.I.R?", pergunto perdida. 

"Bonito, romântico, atraente, protetor, honesto, inteligente e rico. Como eu disse: o pacote completo", ela ri ao terminar de me explicar e eu não posso deixar de acompanhar.

"É um bom pacote. Mas as coisas não são tão simples assim, Ava", digo e ela dá de ombros.

"Eu acho que as coisas são bem simples. Se você gosta dele e ele gosta de você, não tem porque não ficarem juntos"

"Mas quem disse pra você que eu gosto dele?", questiono. Meu coração dá uma leve acelerada com o pensamento e ela me observa por um instante.

"Não sei, você fica diferente quando fala nele"

"Diferente como?"

"Feliz", ela retruca. "Mas se não está interessada, podemos apresentar ele pra minha irmã. Aposto que mamãe vai ficar feliz com um possível pacote completo", ela ri.

"Eu não acho que ele é o tipo de pacote que agrada aos pais", explico.

"Pois eu acho que você está errada", ela termina sua última garfada, colocando o seu prato de plástico e os talheres ao lado dos meus. Lanço um olhar para Ava, mas não respondo seu comentário. Me levanto para pegar nosso lixo e colocá-lo junto com o restante do lixo das outras meninas. 

"Se você o conhecesse, saberia o quanto eu estou certa",  murmuro para mim mesma antes de fazer meu caminho de volta para nossa cama.


Estava deitada enquanto observava Ava brincar com os cabelos de Rosa. Elas estavam se divertindo e todas as outras garotas também estavam relaxando. Algumas pintavam as unhas dos pés, outras faziam penteados nos cabelos umas das outras. Eu só queria descansar um pouco, não tinha dormido quase nada.

Quando estava quase pegando no sono, ouvi a porta do quarto se abrir e então a conversa alegre que antes preenchia o lugar cessou, dando espaço para o silêncio sepulcral que se instalou em seguida. 

Arben entrou no quarto e eu senti meu coração parar no mesmo instante. O que ele estava fazendo ali? Ele e Jez só costumavam ir três vezes na semana. Ele não deveria estar aqui até que eu e Ava estivessemos longe da Kushtia.

Ele estava com o rosto roxo e inchado onde eu o havia mordido e eu podia ver as marcas dos meus dentes cravados em sua pele como um lembrete claro do que havia acontecido. Tremi assim que nossos olhares se encontraram.

"Você", ele chamou mas não olhava mais pra mim. Ele estava olhando pra Ava. Eu senti meu coração parar de bater. "Vamos, tenho uma coisinha pra você, garota", ele diz  e eu me levanto na mesma hora. Ava me encara e eu lhe digo para não ir.

Lule caminha em direção a Ava. Rosa olha pra mim e então volta seu olhar para Ava. Todo mundo está em pânico, mas nenhuma das outras garotas ousa fazer alguma coisa.

"Arben", arfo em desespero, correndo em sua direção. "Por favor, ela é só uma criança!"

"Eu não falei com você", ele diz me empurrando para o lado. Não é o suficiente para me impedir e logo estou na sua frente novamente. Lule está agarrando o braço de Ava, a conduzindo para Arben e eu a paro imediatamente. A velha me encara e então faz menção de puxar o seu braço do meu aperto, mas eu intensifico a pressão e ela geme de dor.

"Eu aconselho você a largar ela agora se não quiser ficar com a cara igual a dele, ou pior ainda: sem braço", eu ameaço entre dentes. Lule me olha ultrajada e então encara Arben, esperando um comando e solta o braço de Ava em seguida. 

"Quem você pensa que é pra ameaçar alguém aqui, sua vadia? Não aprendeu a sua lição? Você não entendeu que se começar a incomodar eu posso simplesmente dar um jeito em você?", Arben questiona e eu me viro para encará-lo com Ava atrás de mim.

"Por favor, me leva no lugar dela. Eu não vou lutar dessa vez, Arben. Por favor!", eu imploro e ele começa a rir na minha cara.

"Levar você?", ele está rindo com vontade. O pânico começa a tomar conta de mim. Será que Andrei pagou mais do que o valor da casa? Eu havia pedido para que ele não fizesse isso. "Não... Não quero saber de você hoje", ele sorri e então se aproxima, fazendo seu caminho até Ava. "Vamos, garota. Não tenho o dia todo", ele diz e eu a escondo atrás de mim.

"Arben, por favor!", peço com os olho marejados. Eu não posso deixar que levem Ava.

"El", ela chama baixinho atrás de mim, agarrando forte na minha camiseta.

"Está tudo bem, querida. Eles não vão levar você", viro meu rosto e digo para acalmá-la. Volto a olhar para Arben que assiste toda a cena. Ele me olha e então pega meu braço, me puxando para longe dela. "ARBEN! POR FAVOR! EU NÃO VOU LUTAR, EU NÃO VOU RESISTIR, VOU FAZER TUDO O QUE VOCÊ PEDIR", grito tentando empurrá-lo para longe de Ava. "ELA NÃO, POR FAVOR! É SÓ UMA CRIANÇA", meus gritos de desespero preenchem o silencio do quarto lotado.

"Você teve a sua chance", ele diz antes de me dar um tapa no rosto com toda a força. Fico tonta com o impacto, ouço um zumbido em meu ouvido e sinto meu rosto latejar e queimar na mesma hora. O gosto de sangue invade a minha boca e eu coloco a mão nos meus lábios de maneira instintiva e olho para meus dedos manchados com meu sangue. "Leve a garota", ele ordena e eu corro em direção a porta para parar Lule, mas Arben me segura pela cintura. "Você é uma vadia resistente, tenho que admitir. Toda raivosinha, eu não vou negar que costumo gostar desse seu tipinho", ele diz e então me joga para um colchão. Nenhuma das garotas faz nada para me ajudar, mas eu não posso culpá-las. "Mas confesso que você já está me tirando a paciência"

"ELEANOR!", ouço a voz de Ava gritar do corredor e meu instinto de proteção fala mais alto.

"AVA!", a chamo, lutando para conseguir sair do colchão. "O que você vai fazer com ela, seu doente?", eu pergunto para ele ao mesmo tempo em que chuto uma de suas costelas, e com o outro pé chuto sua bochecha machucada, arrancando um gemido de dor. Ele segura minhas pernas, em seguida se coloca em cima de mim, me imobilizando com seu peso. 

"Você já está se tornando um inconveniente", ele diz e então me dá outra bofetada no rosto. Arben se afasta e eu ainda me sinto atordoada com o peso de sua mão, quando procuro me levantar, ouço sua voz novamente. "Por Deus, você nunca desiste?", ele pergunta e então sinto um chute em minha costela. Sinto todo o ar sair de meus pulmões com o impacto. "Mais alguém quer tentar bancar a valente por aqui?", ele pergunta para o resto do quarto, mas não escuto resposta. "É bom mesmo, porque minha paciência está chegando ao fim", ele diz antes de sair e fechar a porta do quarto atrás de si.

Ava.  Eu senti vontade de chorar, mas não pela dor lancinante que eu estava sentindo, e sim porque eu não tinha sido capaz de proteger Ava. 

Eu havia falhado e agora ela iria sofrer por causa disso. 

Já fazia tempo demais e Ava ainda não havia retornado. Eu estava ficando preocupada, mas não ouvia qualquer tipo de barulho no resto da casa. Tudo estava novamente silencioso.

Eu não gostava mais do silêncio.

O silêncio parecia barulhento demais agora que Ava não estava aqui.

Eu estava com dor e dificuldade de caminhar, minha costela estava doendo e meu rosto ainda queimava onde as mãos de Arben haviam me atingido. Estava quase de noite, mas eu não me sentia em condições para descer. Vi algumas meninas começarem a se aprontar para a noite.

Rosa estava do meu lado acariciando minha mão, em um gesto de conforto. Ela e Maureen me ajudaram a voltar para a cama e tentaram me impedir quando fiz menção de sair procurando Ava pela casa. 

"Eu tenho que me arrumar. Você quer ajuda para se arrumar também?", ela pergunta e eu faço que não com a cabeça. Eu não iria sair daqui até ver Ava entrar por aquela porta, ou até eu conseguir sair à procura dela sem que ninguém me impedisse. 

Assim que as garotas começaram a se aprontar e o quarto começou a esvaziar, vi alguém entrar e parar do meu lado. Não precisei olhar para constatar que não era Ava.

"Ei", ouvi uma voz levemente familiar dizer. "Sou eu, Faiza. Lembra de mim?", ela pergunta e eu me viro para encará-la. 

"Faiza", digo. "Você viu Ava?", pergunto me sentando com dificuldade na cama.

"Não", ela confessa baixinho. "Mas acho que encontrei a amiga que você estava procurando outro dia", ela diz e no mesmo instante o meu foco se volta totalmente para Faiza. 

Amaelie estava aqui? Bem no dia em que iríamos embora? Quanta irônia ela chegar bem à tempo! 

"Onde?", pergunto me levantando com dificuldade e deixando alguns gemidos de dor escaparem.

"No último quarto depois da parede", ela avisa e eu caminho em direção à porta. 

"Como você a encontrou?", pergunto. 

"Lule a levou para o nosso quarto e então Arben veio buscá-la depois. Pensei que ela poderia ser a sua amiga, e decidi espiar em uma fresta da parede para ver em qual quarto ele iria colocá-la", ela me conta e fazemos o caminho juntas até o o último quarto. 

Estou caminhando com dificuldades mas a ansiedade de contar a Dimitri que a espera tinha acabado e que finalmente tínhamos encontrado Amaelie, me fez querer continuar caminhando com determinação. O corredor estava vazio e silencioso. Percorri todo o caminho o mais rápido que consegui.

Assim que estava diante da porta, respirei fundo e a abri. O quarto estava escuro, embora eu pudesse enxergar uma silhueta sentada.  Faiza ligou a luz e a garota de cabelos loiros e olhos cor de mel me encarou em completo desespero, sua boca estava tapada com um pano e ela estava amarrada em uma cadeira.

"Essa não é Amae-", começo, mas sou interrompida ao sentir uma forte batida na parte de trás da minha cabeça.

"Eu sinto muito", escuto Faiza dizer, suas palavras se tornando cada vez mais distantes antes de eu apagar completamente.



A espera acabou! Fiquem com a atualização de hoje. 

Espero que agora vocês tenham entendido porque a garota loira queria que a Evelyn saísse do quarto da Faiza o quanto antes no capítulo 13.  

Desculpem pelo pequeno tombo de muitos que ainda virão! 

Obrigada pelos 2k, vocês não sabem o quanto fiquei emocionada.

Amo vocês.

Por favor, não esqueça de comentar e votar.

Beijos e boa leitura.


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