Sob Juramento [PT-PT] Dispon...

By Melsampaio

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A taxista Ilídia Marques tinha tudo planeado na sua vida. Estava prestes a se casar com o homem que acreditav... More

Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8 - Por Romero
Capítulo 9
Capítulo 10 - Romero
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13 - Por Romero
Capítulo 14
Capítulo 16
Capítulo 17 Romero - Ilídia
Capítulo 18
Capítulo 19 Ilídia - Romero
🔁
Capítulo 20 Romero - Ilídia
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Passado - Ilídia
Capítulo 27 - Romero
Capítulo 28
🔁
Capítulo 29
Ilídia - Passado
Capítulo 30 Ilídia - Romero
Capítulo 31 Ilídia -Romero
Capítulo 32
Capítulo 33 Ilídia - Romero
Capítulo 34
Capítulo 35 Ilídia - Romero
Capítulo 36 Ilídia - Romero
Capítulo 37
Capítulo 38 - Romero
Capítulo 39
Capítulo 40 Ilídia - Romero
Epílogo
"Curiosidades sobre o enredo"
Agradecimentos
Livro do Renato Queiroz
Dia Mundial de Luta Contra a Sida/Aids
Nota Importante

Capítulo 15

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By Melsampaio


Olá.
Bom domingo.
Tudo bem?
Queridas leitoras, todos os pormenores deste capítulo serão bem explicados nos próximos.
Sei que perguntas surgirão, mas tenham paciência. 💗
Boa leitura.

"Meu carro foi para a revisão. Seria possível apanhar-me no Conglomerado após às dezenove horas?
Se não puderes, não te preocupes. Irei de comboio. No entanto, lembre-se que este passageiro irá pagar por duas viagens."

Enviei uma curta mensagem de texto para Gonçalo ao entrar no carro. Havia acabado de fazer uma pequena paragem para tomar um chá antes de fazer o último percurso do dia.

Apesar da noite ter sido torrencial o dia amanhecera com um sol fraco que tentava a todo custo ultrapassar as brumas espalhadas por toda a cidade.

Pousei a mão no couro do volante gasto, respirei ao mais profundo ao trazer de volta o pequeno aparelho em mãos.

Não havia nenhuma mensagem dele.

Não entendia a razão de ficar um pouco decepcionada quanto a sua ausência. Isto era esperado. Romero não era alguém próximo, nem sequer um amigo. Havia pedido perdão por ter agido de maneira rude, ele retribuiu com uma mensagem apinhada de ramos de possíbilidades.

O alarme vindo do aplicativo de buscas de rotas cortou os pensamentos contraditórios em minha mente. O passageiro em questão estava numa rotunda próximo do local que estava.

Fiz um cálculo mental antes de aceitar a viagem. Deveria está em Vigo em quarenta minutos, daria tempo buscar o Gonçalo sem nenhum atraso.

Senti uma sensação poderosa se verter sobre mim ao balizar.
O passageiro era de todo incomum. Ele sentou ao meu lado. A maioria das pessoas que entravam em um carro como o meu, utilizavam os bancos trasseiros. Não permiti que minha cabeça inventasse alguma história sobre sua disponibilidade em sentar ao meu lado, confortavelmente.

Relutante soprei um boa noite que me foi correspondido com um sorriso incandescente. A sombra de um boné vermelho rabiscado com uma logomarca famosa caiu sobre seu rosto jovem. Talvez ele estivesse em seus vinte e cinco anos ou menos.

Meu sexto sentido afirmava que ele não era um passageiro qualquer.

Pensei no spray de pimenta escondido em algures ao lado do meu banco e das defesas que tinha aprendido em um curso que o Gonçalo insistira que fizesse ano passado após uma tentativa de assalto.

"Não tenhas medo, Ilídia." A voz baixa do meu subconsciente tentava refrear meu medo súbito daquele sujeito.

Ligeiramente, meus olhos foram para o painel iluminado com o mapa das ruas que já as conhecia como fossem parte de mim. O trajeto oferecido para o destino final do passageiro pelo GPS era demasiado curto, uma caminhada de um quarto de hora. Tardiamente percebi isto. Nos meus primeiros dias como motorista de Uber, recebi alguns conselhos de amigos veteranos. Um deles era não aceitar viagens curtas em horários após o meio-dia ou depois do entardecer. Tais viagens eram suspeitas, segundo eles. Como boa ouvinte sempre estive a seguir seus conselhos, contudo agora estava eu naquele banco encurralada com um homem mais novo que eu e que inflava cada poro do meu corpo com pânico.

- Boa noite, Ilídia.

Senti como se uma mão pesada estivesse a prender o meu fluxo sanguíneo quando meu nome percorreu para fora dos seus lábios como uma canção agourenta.

Ele sabe seu nome por causa do aplicativo, Ilídia.

Essa mentira embebida em nervosismo não aquietou meu coração.

- Como vai o nosso amigo Óscar?

Meus dedos estavam tão agarrados ao volante que mal conseguia sentir a pressão que exercia neles.

- Óscar?

- Não te faças de desentendida, Ilídia. - Um riso zombeteiro mesclado com repúdio veio do jovem generosamente aquecido com roupas caras. - Sei que tu és amiga do velho compulsivo por bebida.

Provavelmente este era um dos homens que tinha provocado os machucados no rosto do Óscar no dia que o levei para a casa de repouso.

- Seu amigo tem uma dívida generosa comigo. - Apercebi-me que ele estava a brincar com as pontas duplas de um canivete. - Quando o vires novamente diga que sinto saudades e que estou a espera do pagamento.

Em anos a conduzir nunca senti tanta impotência diante de alguém.

- Diga-lhe que sei quem tu és e que estarei de olho em ti nos próximos dias. Sei da ligação que existe entre vocês. Não deixarei nada acontecer a ti, Ilídia. Contudo, apenas serei um bom segurança caso o dinheiro que ele me deve esteja em minhas mãos no próximo final de semana, do contrário não posso proteger a ti. - Medo aflorou em meu íntimo quando a ponta afiada de sua faca roçou o tecido acolchoado do meu casaco verde. - Tenha uma boa continuação de noite, Ilídia Marques.

Respirar era como tragar pequenos cacos de vidro, impossível. As mãos sobre o volante permanceram inalteradas sem consegui levar-me a lugar algum.

- Hijo puta! - Talvez tivesse passado meia hora ou apenas dois segundos quando consegui libertar-me do casaco pesado. O corte não atrevessou o tecido, mas o local onde o canivete pousou doía como se tivesse sido magoado.

Levei mais de uma hora para chegar ao Conglomerado. Era sorte ter conseguido não ter sido multada ou ter causado um embaraço no trânsito no horário que o tráfego triplicava.

A visão do jovem ao falar do Óscar estava presa em minha retina. Não conseguia afastar sua promessa da minha mente em confusão.

Calquei o botão para o andar onde supostamente Gonçalo estaria a minha espera.

Três toques de notificações surgiram no visor do telemóvel embaçado.

"Liguei-te. As chamadas estavam a ir para tua caixa de mensagem. Talvez ficastes sem rede. Quando receberes a mensagem, responda-me."

"Lili, uma colega ofereceu-me boleia."

"Está tudo bem?"

O relógio do elevador alertou que estava num atraso de uma hora e vinte e dois minutos.

As portas duplas em vidro do elevador abriam e se fechavam constantemente. Pessoas falando do seu dia corrido cercavam-me com seus perfumes e uniformes escuros.

As pessoas e seus dilemas tornaram-se borrãos ao passo que lembrava do Óscar.

- Ela está dentro deste elevador há mais de meia hora. - Uma voz calma e gerida pela curiosidade alertava alguém da minha presença na cúpula.
As mãos que se fecharam em torno da minha cintura eram firmes e cuidadosas.

- Ílidia. - Respirei tranquilamente após o ocorrido, mesmo sabendo que estava a nadar em águas profundas demais. - Estás bem?

Seu cheiro envolveu-me trazendo um tipo de paz estranha que apenas sentia quando estava com ele. Estava a ultrapassar a barreira que criei para afastar-me dele.

- Obrigado, Pérez. - Romero disse para a mulher que tentava entender o que se passava naquele lugar. - Cuidarei dela.

Fui acomodada em seu escritório particular.

- Um chá de mirtilo. - Seu sotaque carregado anunciava o pedido para alguém no telefone.

Tentei controlar minhas mãos que ainda estavam a tremer. Passos ecoaram no piso em linóleo anunciando que meu pouco tempo a sós acabara.

- Queres que ligue para o senhor Carvalho?

Neguei com um ligeiro aceno de cabeça.

- Eu estou bem. - A mentira educada não conveceria o juiz dentro do Romero.

Alguém bateu na porta. Logo uma senhora estava a depositar um copo cheio de um líquido escuro que se tornara um dos meus preferidos nos últimos dias.

- Senhor Romero a reunião com o grupo Suazez começará em dez minutos. - A funcionária ruborizada comunicou com um pequeno sorriso no final da frase.

- Desmarque.

- Mas, senhor...

- Obrigado, Camila.

Ela não fez mais nenhuma argumentação. Depositou o bandeja sobre a mesa em madeira perto dos sofás onde estava sentada a observar as perguntas surgirem em seu olhar indagador.

- Não precisa...

- Fostes assaltada?

Seu olhos claros estavam sobre o corte no casaco e de imediato em meu rosto enevoado com as emoções dos segundos vividos com o estranho em meu carro.

- Não.

Era verdade.

- Magoaram-te, Ilídia? - Romero ditou a pergunta trincando o maxilar.

- Não. - Tomei um gole do chá quente tentando desviar-me da sua atenção.

- Não vou pressionar-te, mas se quiseres falar estou bem aqui. - Apontou para o lado oposto aos sofás onde sua mesa em vidro acompanhada por uma poltrona clássica esperava por si.

Espretei-lhe caminhar até a mejestosa parede em vidro, suspirei.

"Estou bem, Gonçalo. Logo mais falamos."

- Obrigado pelo chá, Romero. - Pus-me em pé assim que ele sentou em sua poltrona. - Preciso ir.

- Não estás em condição de conduzir, Ilídia. - Ele tinha razão. O tremor não tinha deixado meu corpo.

- Ficarei após tomar um ar.

- O que se passou? - Tornou a repetir com veemência.

- Nós não podemos ficar juntos.

Romero tornou a se aproximar curioso com o fato de dizer algo que ele não esperava. Nem eu mesma esperava tocar naquele assunto diante da situação que estava, contudo algo em Romero libertava uma Ilídia diferente que hibernava em mim há muito. Precisava cortar o elo enigmático que prendia-me a Romero agora. Sabia que a partir daquele momento esmagaria uma possível chance de um nós acontecer.

Aquela verdade dissiparia qualquer desejo que Romero poderia sentir por mim.

Acabaria agora.

Seria melhor para nós os dois.

- Sou soropositivo.

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